segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Simbolo ADM: Alegorias, Simbologias, Abreviatura e Disposições de Identidade Visual dos Administradores


Vamos analisar aqui todo o ordenamento alegórico da Ciência da Administração:
- História do Símbolo ADM e a sua significação;
- A Autorização do CFA para uso ADM; - A Cor ADM; - A Predra Preciosa ADM; - O Anel ADM;
- Abreviaturas usadas ADM;
- O Juramento ADM;
- A Oração ADM;
- O Dia ADM;
- A Bandeira ADM;
- O Patrono ADM.
Vejamos abaixo a riqueza de significações no mundo ADM, em cada item de que se trata, com simplicidade e objetividade, continue a leitura e vamos iniciar em:

A História do Símbolo da Administração

Em 1979, a diretoria do Conselho Federal de Administração - CFA decidiram por unanimidade em promover um concurso nacional para a criação do símbolo que representasse a notória profissão do administrador Na ocasião, especialistas da área de design, artes e personalidades ligadas aos Conselhos Regionais de Administração - CRAs foram conclamados para compor um corpo de jurados responsável por eleger o símbolo que aprouve-se da administração no Brasil. O concurso recebeu no total 309 artes gráficas, enviadas de quase todos os estados brasileiros. Na primeira fase de seleção, apenas 40 trabalhos foram escolhidos. No dia 9 de abril de 1980, foram selecionados os 10 finalistas na segunda fase de julgamento. Segundo o CFA, a avaliação final foi bastante acirrada devido às diversas linguagens gráficas, bastante distintas e oriundas de diversas regiões do país. Por fim, o símbolo selecionado foi desenvolvido pelo grupo “Oficina de Criação”, oriundo de Curitiba, Estado do Paraná. O simbolo ou logotipo como alguns definem, foi devidamente registrado no INPI (Instituto Nancional da Propriedade Industrial) sob número 811444562 em 1985. O símbolo definido para identificar a profissão do Administrador tem a seguinte explicação pelos seus autores daquela ocasião:

"A forma aparece como intermediário entre o espírito e a matéria".
Para Goethe o que está dentro (idéia), está também fora (forma).

1. Justificativa:

O quadrado é o ponto para atingir o símbolo, uma condensação expressiva e precisa correspondente ao (intensivo/qualitativo), por contraposição ao (extensivo/quantitativo).


2. O Quadrado como Ponto de Partida:
Uma forma básica, pura, onde o processo de tensão de linhas é recíproco;

constrsimb


Sendo assim, os limites verticais/horizontais entram em processo recíproco de tensão.


constrsimb1


Uma justificativa para a profissão, que possui também certos limites em seus objetivos:

- organizar;
- dispor para funcionar reunir;
- arbitrar;
- relatar;
- planejar;
- dirigir;
- encaminhar os diferentes aspectos de uma questão / para um objetivo comum.


O quadrado é regularidade, possui sentido estático quando apoiado em seu lado, é sentido dinâmico quando apoiado em seu vértice, (a proposição escolhida).

quadrado

As flechas indicam um caminho, uma meta. A parte de uma premissa, de um princípio de ação (o centro). Considerando o ser humano um elemento pluralista, para atingir estes objetivos, através dos elementos propostos, as flechas centrais se dirigem para um objetivo comum, baseado na regularidade; para atingir o mundo das idéias/para obter o supra sumo, chegando a uma meta comum, através de uma exposição prévia de fundamentos, partindo das razões de um parecer (movimentação) interna das flechas.


setas

3. Evolução Gráfica:

Parte-se de um quadrado inscrito num outro quadrado. O quadrado inscrito é destacado do centro, isto é, é vazado, os vértices verticais tentam encontrar o centro através de dobramento.


evolução logo


O distintivo uso do Símbolo da Administração


Pela Resolução Normativa nº 594/2020, Art. 05º, do Conselho Federal de Administração, o CFA permitiu aos administradores e empresas regularmente inscritos junto aos CRAs, o uso do símbolo profissional, vide aqui.


A Cor Predominante dos Administradores


A cor escolhida que representa a Administração, inclusive na área acadêmica, o próprio curso da Administração é o azul safira e simboliza a criatividade, a riqueza e a sabedoria. 


Essa cor predominante é perfeita para representar os profissionais que trabalham com ofícios relacionados ao raciocínio, análise e criação, assim como são e têm sido os administradores, competências estas essenciais para gestão de processos em empresas, organizações, consultorias e negócios.


Qual a Pedra Preciosa nomeada para a Administração?


Valiosa insignia e muito se destaca dentre outras por sua coloração azul e seu esplendoroso brilho inigualável, assim foi nomeado oficialmente a Safira Azul Escuro para a Administração e tradicionalmente nas formaturas do curso de administração, pessoas presenteiam com anéis, pulseiras, gargantilhas, brincos e adereços, até mesmo encravados o “simbolo adm” nas jóias que o compõem.


Muito versado e desejado para joias, esta gema também carrega diversos significados, pois desde a antiguidade, a safira é relacionada ao intelecto, sabedoria e criatividade. A safira azul na cultura alegórica egípcia era eternizada como a pureza da natureza e estimulo da honestidade, verdade e justiça. O nome safira é derivado do termo grego sappheiros que significa “a coisa mais bela” e do latim saphirus que significa “azul”. Era muito utilizada por reis, rainhas e o alto clérigo da Igreja Romana. Cravadas em anéis, tiaras e coroas, representavam o alto grau social das pessoas que as possuíam. Ainda hoje, a Corte Inglesa exibe suas peças excepcionais cravadas com essa pedra preciosa.


As pedras safira azul escuro são encontradas em Sião, Birmônia, Madagascar e no Brasil.


O Anel do Administrador



O Anel do Administrador obviamente tem como pedra a própria safira de cor azul escura já nomeada, mas é importante dizer que trata-se da cor que identifica as atividades humanas criadoras, por meio das quais as pessoas  demonstram suas competências e habilidades em desenvolverem-se para o aumento de suas riquezas, tendo em vista suas preocupações não serem especulativas. Em um dos lados da pedra safira deverá ser aplicado o Símbolo da Profissão do Administrador.


Abreviaturas usadas pelos Administradores


O CFA recomenda que o profissional, com registro junto ao CRA, adote a abreviatura abaixo exemplificada, antes do seu nome, exemplo:

- Administrador = Adm. Fulano de Tal.

- Administradora = Admª Fulana de Tal.

- Tecnólogo = Tecnol. Cicrano de Tal.
- Tecnóloga = Tecnolª Cicrana de Tal.

O Juramento do Administrador

O juramento retrata o momento solene em que o profissional na plenitude de sua formação profissional, de sua conscientização como membro da corporação de ofício, de seu amadurecimento como patriota investido de responsabilidades para com toda a sociedade, afirma, livre mas enfaticamente, sua integral dedicação aos postulados da profissão e total respeito aos seus valores morais, técnicos e legais, necessários no cotidiano laboral.

A Assembléia de Presidentes de Conselhos de Administração, Federal e Regionais, aprovou em sua 2ª reunião, realizada em Brasília no dia 8 de maio de 1978, o juramento do “ADMINISTRADOR”, na ocasião foi nos termos propostos pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRASP, predicado da seguinte forma:

“Prometo DIGNIFICAR minha profissão, consciente de minhas responsabilidades legais, observar o código de ética, objetivando o aperfeiçoamento da ciência da administração, o desenvolvimento das instituições e a grandeza do homem e da pátria”.
Fazer o juramento ao ingressar na profissão, constitui o dever inicial de todo o Administrador; respeitá-lo, obedecendo-o, constitui o dever de sempre por cada Administrador.

Façamos de nossa profissão razão de nosso orgulho. Façamos que seja respeitada, admirada e valorizada. O profissional reflete o conceito que sua categoria goza. Elevemos, cada vez mais, a profissão de Administrador, honrando a escolha que fizemos e o juramento deve ser revisto constantemente na jornada administrativa até tornar-se um fundamento de vida do administrante.

A Oração do Administrador


“Senhor, diante das organizações devo ter CONSCIÊNCIA de minhas responsabilidades como ADMINISTRADOR; Reconheço minhas limitações, mas, humildemente, junto com meus companheiros de trabalho busco o consenso para alcançar a SOLUÇÃO e tornar o trabalho menos penoso e mais produtivo; Senhor, despido do egoísmo, quero crescer, fazendo crescer, também, os que me cercam e que são a razão de minha escolha profissional; Senhor, ADMINISTRE o meu coração para que ele siga o caminho do bem, pois, a mim caberá realizar obras sadias para tornar as organizações cada vez melhores e mais humanas.” Autoria: Adm. Rui Ribeiro de Araújo (CRA/DF 228)

O Dia do Administrador

Nove de setembro (09/09) é o Dia do Administrador, por ser a data de assinatura da Lei nº 4769, aos nove dias do mês de setembro do ano de 1965, foi instituído a regulamentação da profissão do Administrador. O dia do Administrador foi indicado com precisão pela Resolução do Conselho Federal de Administração - CFA nº 65/68, de 09/12/1968.

A Bandeira da Administração


A Bandeira deverá ser construída inspirada na malha modular da Bandeira Brasileira, que tem as seguintes medidas: 2,0m na horizontal e 1,4m na altura. O símbolo deverá ser posto no centro da malha, numa posição simétrica. A área tomada pelo Símbolo deverá ser de exatamente 1,6m por 0,8cm. A cor do tecido deverá contrastar com o mesmo azul predominante do Símbolo ADM.

O Patrono da Administração


Belmiro Siqueira, Administrador e Professor – que dá nome ao concurso nacional que anualmente é promovido pelo Sistema CFA/CRAs, o Prêmio “Belmiro Siqueira” de Administração – é o Patrono dos Administradores, título que lhe foi outorgado post-mortem. Atuou na área federal: funcionário de carreira, aprovado sempre em primeiro lugar em seleções a que se submeteu, inicialmente como Assistente Administrativo e Técnico de Administração, denominação primeira do que é hoje o Administrador. No DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público) ocupou vários cargos, dentre eles o de Diretor Geral nos anos de 1967 e 1968. Na área estadual: foi Assessor/Consultor de vários Governos, com destaque para o Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de Diretor da Escola de Serviço Público do então Estado da Guanabara (1966). Foi colunista de vários jornais, sempre escrevendo sobre assuntos ligados à sua área de atuação. Autor de vários trabalhos sobre Administração, foi professor de várias faculdades. No Conselho Federal de Administração - CFA foi eleito Conselheiro Federal em 1977 e, assim que assumiu, foi levado pelos seus pares a Vice Presidente, permanecendo até 1986, ano de seu falecimento, em Porto Velho/RO. Na ocasião, encontrava-se no exercício do cargo de Presidente do CFA. Era mineiro de Ubá, nascido a 22 de outubro de 1921.


O conteúdo desta resenha é fonte pública do Sistema CFA/CRAs, apenas adaptado e reunido para este artigo com propósito específico em dignificar a Administração.

Conclusão:

É premente o ofício do Administrador em nossa sociedade e cada vez mais a Ciência da Administração condensada em conhecimento, ajusta-se a novos tempos em conformidade com novos processos tecnológicos e inovações, e diga-se que a profissão é atemporal, é conhecido que desde quando Jetro (sogro de Moisés, Livro Êxodo 18) em meados de 1.450 a.c. exerceu um processo de gestão por organograma em matriz, por esta escrita dos primórdios pode-se dizer que administrar é inato ao ser humano, por isso, administração sempre existirá enquanto houver pessoas em comunidade, independentemente de forças econômicas disruptivas, pois a administração é uma ordem espontânea.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Rafael José Pôncio
ADM com muito orgulho!



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

sábado, 23 de dezembro de 2023

Os Pais da Administração


Os Pais da Administração é uma série do Blog Empreender e Gerir, composto de pequenas sínteses biográficas das pessoas que são consideradas os ícones das Ciências da Administração, portanto, preservar a memória e história destes baluartes da gestão é necessário, são nomes de alta relevância, em parte alguns: 


Coimbatore Krishnarao Prahalad e a nova era da inovação
Paul R. Lawrence, o gigante do comportamento organizacional
Max Weber e a sociologia moderna
Daniel A. Wren o professor por excelência

Chester Barnard e a autoridade do líder

Clayton Christensen, o gigante da Inovação Disruptiva

Alfred Sloan e o case de sucesso da General Motors

Joseph Schumpeter, e a criação pela inovação

Henry Schultz, o pai da econometria

Friedrich Hayek, o pai do liberalismo e muitos saberes
George Elton Mayo, o humanista da administração
Lawrence A. Appley e a boa convivência como fórmula de uma grande administração

"Jim Collins" (James C. Collins) e a escalada para o sucesso

Jack Welch ou ‘Jack Neutron’: o gestor incansável de sucesso

Robert Cialdini, o pai da persuasão e influência

Daniel Goleman é o pai da inteligência emocional
Philip Kotler, o pai do marketing
Henry Mintzberg, o pai da teoria do processo não linear e desestruturado
Douglas McGregor, é o pai da Teoria X e Y
Abraham Maslow e a psicologia humanista
Joseph Juran, o pai da produção de qualidade
Mary Parker Follet, a grande dama da administração
Lyndall Fownes Urwick, o homem que firmou os princípios da administração
Fritz Jules Roethlisberger, o homem que fez da fábrica um sistema social
Padre Saboia de Medeiros, o homem que trouxe a administração para o Brasil
Peter Drucker, o pai da administração moderna
Luther Halsey Gulick, o homem que tentou unir a política com a Administração
Frank e Lilian Gilbreth, o casal que reinventou a eficiência na indústria
Henry Gantt e o gerenciamento de projetos
Hugo Münsterberg, o pai da psicologia industrial
Frederick Winslow Taylor e a administração científica
Jules Henri Fayol, o criador da gestão administrativa

Linda Hill e a genialidade coletiva

Herbert Simon, o cientista social matemático

William Edwards Deming, é o pai da Estatística e Qualidade

Michael Porter, o pai da Estratégia Competitiva

Ernest Dale, o pai da teoria empírica da administração

Frederick Herzberg, é o pai da Teoria dos Dois Fatores

Stephen Covey e a vida em alto desempenho


Caso queira escreverei sobre outros nomes (Pais da ADM), então, envie-me um e-mail descrevendo a sugestão do pai da administração a ser descrito e terei o maior prazer em publicar o artigo.


Bom trabalho e grande abraço.


Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Daniel A. Wren o professor por excelência

Daniel Wren foi um professor por excelência o qual teremos a honra de conhecer melhor agora. Diferente de outros perfis que já passaram por aqui, Wren talvez seja menos conhecido para o público geral, em função da sua atuação dentro das universidades. Da sua atuação profissional, destaca-se o seu perfil eminentemente acadêmico e teórico, focando seus estudos sobre as bases da administração e da gestão dos negócios.

Praticamente toda vida profissional de Wren foi dedicada à academia, em especial na Universidade de Oklahoma, o que contrasta com outros estudiosos que também atuam como consultores de negócios em grandes empresas. Não foi o caso de Wren, que foi um estudioso fervoroso a maior parte do tempo, produzindo muitos artigos e livros. 

Os seus estudos e obras ganharam muito destaque e seguem orientando estudantes e gestores em cursos de graduação, MBA e afins ao redor do mundo. Hoje teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre Daniel Alan Wren, professor emérito da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. 

Quem é e o que faz Daniel Wren? 

Daniel Alan Wren é o nome completo de Daniel Wren, como é mais conhecido. Wren nasceu no dia 8 de janeiro de 1932, na cidade de Columbia, no Missouri, Estados Unidos. O seu pai era proprietário de um comércio de produtos gerais. Acreditamos que esse primeiro contato com o mundo dos negócios tenha sido o despertar para a sua carreira como professor de administração e gestão. 

O começo da carreira acadêmica de Wren foi no seu estado de nascimento, ele concluiu em 1954 o bacharelado em Gestão Industrial e de Pessoas na Universidade do Missouri. Após a graduação as atividades acadêmicas deram pausa pois Wren participou de programas da Força Aérea Americana, na Alemanha. 

Após esse período em que atuou na Força Aérea, Wren retornou à academia e no ano de 1960 concluiu o mestrado em administração, também na Universidade do Missouri. O título de Ph.D. veio no ano de 1964 quando finalizou o programa de doutorado da Universidade de Illinois em Filosofia e Negócios. 

Como professor, Wren iniciou sua carreira na Universidade da Flórida. Após alguns anos, em 1973, Wren começa a lecionar na Universidade de Oklahoma onde desenvolve a maior parte do seu trabalho como professor e pesquisador. Como reconhecimento ao seu trabalho, Wren é

nomeado David Ross Boyd Professor of Management, em 1989 e entre os anos de 1994 e 1999 torna-se professor da Fundação McCasland de educação. 

Ao longo da sua longa carreira, foram muitos os prêmios, medalhas e menções honrosas destinadas a Daniel Wren. Acerca do seu estudo, destaca-se a atuação na busca por melhor compreender o espírito da administração e gestão dos negócios. 

A obra de Wren se concentrou em especial à estudar os fundamentos da administração e da gestão dos negócios, dessa forma, dedicou-se com maior afinco ao estudo de teóricos que antecederam à sua geração e contribuíram para fundamentar as bases da administração, como a conhecemos hoje. Assim, Wren dedicou-se a estudar as obras de Frederick Taylor e Henri Fayol. Para Wren, a acadêmia de administração está voltada a mais ou a menos para um dos dois lados, Taylor ou Fayol. 

Como consequência dos seus estudos, Wren, juntamente com Arthur G. Bedeian, publicaram um destacado artigo, em 2001, quando listaram os vinte e cinco livros que mais influenciaram a administração no século XX, vejamos os 10 primeiros livros da lista, começando por Os Princípios da Administração Científica, publicado em 1911, por Frederik Winlow Taylor. 

Frederick Winslow Taylor (1911), Os Princípios da Administração Científica; ● Chester I. Barnard (1938), As Funções do Executivo; 

● Peter F. Drucker (1954), A prática da Administração; 

● Douglas McGregor (1960), O lado humano da empresa; 

● Herbert A. Simon (1947), Comportamento Administrativo: Um Estudo dos Processos de Tomada de Decisão na Organização Administrativa . Com prefácio de Chester I. Barnard; ● Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch (1967), Organização e ambiente: Gerenciando diferenciação e integração; 

● James G. March e Herbert A. Simon (1958), Organizações; 

● Abraham H. Maslow (1954), Motivação e Personalidade; 

● Michael E. Porter (1980), Estratégia competitiva: Técnicas para analisar indústrias e concorrentes; 

● Fritz J. Roethlisberger e William J. Dickson (1939), Management and the Worker. 

No aspecto pessoal, Daniel Wren se casou em 1962 com Karen Lynn Tower, a qual faleceu em 1979, juntos eles tiveram 3 filhos. 

Legado de Daniel Wren 

Daniel produziu bastante ao longo da sua carreira, em especial pelo seu perfil acadêmico e teórico. Muitas das suas obras foram premiadas e receberam condecorações. Vejamos alguns momentos da carreira de Wren que merecem destaque: 

- 43 artigos publicados em periódicos; 

- 9 livros publicados; 

- O livro Evolution of Management Thought foi editado 5 vezes; 

- Desde 2000 ele é David Ross Boyd Professor Emérito;

- Foi nomeado Curador da Harry W. Bass Business History Collection, em 1973;

- Foi presidente da Southern Management Association no ano de 1973-74; - Foi Reitor Interino e Presidente Fred E. Brown do Price College of negócios nos anos 2005/06; 

- Na Academy of Management, Wren presidiu a Divisão de História da Administração; - Ganhou o prêmio Educador de Destaque duas vezes ,e recebeu o prêmio de Educador Distinto do Ano da Academy of Management, em reconhecimento por ser "o historiador de administração mais destacado de sua geração". 

Daniel Wren inspirou centenas de alunos que o tiveram como professor, em especial na Universidade de Oklahoma, a qual dedicou a maior parte da sua carreira como professor e pesquisador, vindo a se aposentar em 2000. Mesmo aposentado, Wren não parou de produzir sendo curador da Bass History Collection. O exemplo de Daniel Wren como professor e pesquisador segue inspirando todos aqueles que estão na busca pela excelência na administração dos negócios.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:


Dia 23 de janeiro será publicado Max Weber


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sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Chester Barnard e a autoridade do líder

No atual momento histórico as empresas sofrem com a chamada crise de autoridade, que consiste na dificuldade dos administradores em liderar suas equipes. Chester Barnard, nosso “pai da administração” de hoje, por meio do seu trabalho, desenvolveu importantes teorias acerca do comportamento humano e das relações entre líderes e subordinados nos ambientes de trabalho. Antes da metade do século XX, em 1938, Barnard lançou sua obra mais famosa: As Funções do Executivo, como resultado de uma série de palestras ministradas na Universidade de Harvard, quando abordou ideias que ainda hoje se mostram atuais. Por exemplo, a necessidade em buscar a justiça entre dar ordens e a sua aceitação, bem como sobre a importância de enxergar as empresas como organismos em constante mudanças. A carreira de Barnard se concentrou na prática uma vez que atuou em cargos de lideranças ao longo da carreira e, apesar de ter desenvolvido teorias, não foi um profissional acadêmico. Barnard nos deixou um legado de compromisso profissional e mostrou por meio da sua atuação que é possível desenvolver empresas, com novas formas de gerir pessoas para alcançar melhores resultados. Conheceremos agora um pouco mais da sua vida e obra de Chester Barnard.

A trajetória de Chester Barnard


Nascido Chester Irving Barnard, em 7 de novembro de 1886, em Malden, estado de Massachusetts, Estados Unidos, Barnard se destacou por seus trabalhos pioneiros sobre estudos comportamentais das organizações e a gestão de pessoas.

Barnard começou a trabalhar desde muito cedo em uma fazenda, um pouco mais velho, trabalhou como afinador de pianos. É bem provável que as experiências de trabalho ainda na juventude tenham sido determinantes por moldar uma carreira como executivo e não voltada para a academia.

Em relação à sua vida acadêmica, um fato curioso é que ele começou a graduação de Economia na Universidade de Harvard, porém o curso não foi concluído porque ele não finalizou a grade curricular no tempo adequado. Em paralelo aos estudos, o ‘pai da administração’ chegou a trabalhar com a venda de pianos para ajudar no custeio da faculdade.

Apesar de não ter finalizado a graduação, Barnard foi homenageado com o título de Doutor Honoris causa por várias universidades, que viam nas suas teorias ensinamentos valiosos para todos os estudantes. Chester Barnard começou a sua carreira profissional na American Telephone and Telegraph, no departamento de estatística. Já em 1909 chegou a vice-presidência da companhia com apenas 23 anos de idade.

Nos anos seguintes Barnard trabalhou na Bell Telephone, em 1922, e chegou a presidência da New Jersey Bell Telephone, em 1927. Como já mencionado, a trajetória de Barnard se deu dentro das companhias, aprendendo na prática como gerir equipes colaborativas eficazes e eficientes.

No final da década de 20 os Estados Unidos enfrentaram uma de suas maiores crises econômicas, que ficou conhecida como a Grande Depressão. Na ocasião, Barnard desenvolveu um sistema de ajuda ao estado de Nova Jersey para enfrentar os efeitos da crise.

Principais teorias de Chester Barnard


Um dos ensinamentos basilares de Barnard foi ter desenvolvido a teoria que as organizações se assemelhavam a seres vivos e, portanto, passam por constantes mudanças. Esse entendimento é relevante pois segundo Barnard, uma das causas de extinção das empresas é justamente não conseguir manter a eficiência e eficácia ao longo dos anos, ou seja, morrem por falta de ajustes, por caírem no comodismo.

Vejamos abaixo algumas das ideias de Chester Barnard e como elas continuam atuais.

Estímulo à Cooperação


De acordo com Barnard, os gestores devem estimular a cooperação dentro de uma equipe, por entender que cada indivíduo tem a capacidade de somar positivamente com o tempo. Um bom gestor assumiria o papel de coordenar a relação de cooperação entre a empresa e os colaboradores, extraindo o melhor de cada parte, direcionando para o interesse do todo.

Ao estabelecer uma cooperação, empresas e colaboradores podem, juntos, chegar aos seus objetivos. Barnard foi um dos pioneiros em enxergar os colaboradores como um recurso essencial para as empresas se desenvolverem de forma sustentável, por meio da cooperação.

Essa teoria de Barnard se comunica com seus ensinamentos sobre eficácia e eficiência, diferentemente do que se entende por padrão, para ele, uma empresa atinge a eficiência quando é capaz de atender satisfatoriamente às necessidades dos colaboradores, como consequência, esses farão o mesmo pela empresa, havendo a perfeita cooperação entre ambos.

A Aceitação da Autoridade


Uma das ideias mais inovadoras de Barnard para a época diz respeito à autoridade de gestão. Até Barnard, o entendimento comum é que os gestores exerciam uma autoridade natural, sem reservas ou empecilhos.

Em resposta, Barnard ensina que a autoridade é uma via de mão dupla, ou seja, se não for acatada por quem recebe as ordens, a autoridade na prática não existe. Da observação do seu trabalho, ele observou que as ordens dos líderes são constantemente desobedecidas por não terem sido acatadas pelos colaboradores, ainda que não sejam explicitamente rejeitadas.

Para contornar a problemática, Barnard sugere a reformulação da comunicação entre empresa e colaboradores, e traz como aspecto mais relevante a observação se o gestor que dita a ordem demonstra habilidades técnicas para dar as ordens, ele quer dizer que apenas aqueles que podem mostrar pelo exemplo como se faz determinada manobra podem ordenar que a manobra seja feita.

Dessa forma, o gestor garantia a sua autoridade pelo exemplo e persuasão, e não simplesmente pela posição hierárquica que ocupa.

O notório legado de Chester Barnard


Chester Barnard deixou sua marca como “pai da administração” por sua atuação presente dentro das indústrias e, especialmente, por formular teorias ainda hoje estudadas, como a aceitação da Autoridade, reflexões sobre os conceitos de eficácia e eficiência e cooperação.

Ao longo da sua carreira, Chester Barnard assumiu cargos de direção e presidência em importantes instituições, como a Fundação Rockefeller e a Fundação Nacional de Ciência e assistente do Secretário do Tesouro americano.

Chester Barnard certamente será estudado pelas próximas gerações de administradores que buscam encontrar o ponto de equilíbrio e eficiência na relação entre empresas e colaboradores.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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Daniel A. Wren o professor por excelência



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.