As competências
empreendedoras são as características pessoais, as habilidades, os
conhecimentos e as motivações que vão fazer o empreendedor ter desempenho
superior, diferenciado. São competências que vão habilitar o empreendedor
a enfrentar sua jornada empreendedora com conhecimento e práticas
adequadas. Alguns estudos apontam que as competências empreendedoras
seriam basicamente conjunto amplo de competências necessárias para iniciar
novo negócio e fazer com que o novo empreendimento cresça e crie algum impacto
econômico e social.
A lista de competências apontadas por esses estudos
teria a seguinte composição: competências para geração de
ideias, competências de reconhecimento e aproveitamento das oportunidades
e capacidade de formular estratégias para aproveitar as oportunidades, habilidades
de gestão incluindo a capacidade de desenvolver sistemas de gestão e de
organização, habilidades de coordenação e direção, competências
conceituais e analíticas, habilidades de gestão de clientes, habilidades
de delegação e motivação, competências de contratação, habilidades de
tomada de decisão, habilidades de liderança, comportamentos e práticas
voltadas à criação de senso de compromisso. É claro que esse conjunto não
esgota todas as competências possíveis de serem listadas, mas já dá uma
ideia clara da diversidade e da complexidade das competências
empreendedoras.
Essa lista de competências empreendedoras é formada por
uma combinação de componentes. Primeiro temos os componentes que
estão intensamente relacionados às características pessoais do
empreendedor como traços pessoais, personalidade e atitudes. Segundo
temos conjunto de competências que estão relacionadas ao processo empreendedor,
ao empreendedorismo que vai da ideia ao crescimento do negócio. O que é
mais importante é considerar que tanto as competências mais
comportamentais quanto as mais ligadas à condução e gestão do processo
empreendedor tenham alto potencial de serem trabalhadas e de alguma forma
aprendidas pelo empreendedor.
Assim, na concepção básica não há espaço para a visão de que os empreendedores já nascem
empreendedores. Todo o indivíduo tem condições de, de alguma forma, aprender
a ser empreendedor competente. A situação ideal é atingirmos ponto em que
as ações, os comportamentos e os resultados das competências
empreendedoras possam ser mensurados e demonstrados. Essa situação levaria
à definição de competências com determinadas metas e padrões a serem
atingidos e avaliados e com isso ser possível por exemplo criar uma
certeza comprovada em determinadas competências empreendedoras, isso baseado em resultados qualitativos.
Portanto,
é possível pensar que determinadas competências pessoais podem ser
adquiridas ou mesmo alteradas mas não há fórmulas prontas para isso e os
limites e potencialidades deste aprendizado serão sempre definidos de maneira
individualizada, caso a caso, empreendedor por empreendedor. É claro que
este aprendizado pode não ser absolutamente perfeito em todos os quesitos
e competências e certamente vai variar de acordo com as características
individuais e disposições de cada empreendedor. Aliás isso acontece em
qualquer profissão, em qualquer área do conhecimento e não
é característica exclusiva do empreendedorismo. Todas as profissões e
áreas do conhecimento tem suas competências específicas e nessas outras
áreas também há diferenças de aprendizado e de desempenho entre os
indivíduos.
Nesse mesmo sentido, outro ponto que é fundamental mas que
também é específico de cada diz respeito aos contextos em que as
competências são formadas e executadas. Além de características pessoais e
das situações que vão exigir determinados comportamentos de cada
empreendedor, as competências sempre serão definidas de acordo com
contexto social e econômico mais amplo.
No caso do empreendedorismo o
contexto é principalmente o ecossistema de empreendedorismo. Os
ecossistemas são tratados mais especificamente nas competências de interação.
Em
resumo, fica evidente que a nossa concepção de competências empreendedoras
tem as seguintes características: Primeiro, é dinâmica. Ou seja, as
competências empreendedoras tem que ser flexíveis o bastante para
acompanhar o ciclo de vida de empreendimento, desde a ideia inicial até ao
crescimento do empreendimento. Segundo, combinam uma série de tipos de
competências que podiam ser finalmente agrupadas em: competências
técnicas, competências pessoais, competências
gerenciais e competências contextuais de interação com o ecossistema.
Bom trabalho e grande abraço.
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 11 de junho de 2017
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Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-empreendedor-competente
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