terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Peter Drucker, o pai da administração moderna

A administração como a conhecemos hoje foi desenvolvida, em grande medida, graças ao trabalho de Peter Drucker, que ganhou a alcunha de pai da administração por todo seu legado construído ao longo do século XX. A carreira profissional de Drucker como professor e consultor de empresas foi bastante dinâmica, com passagens marcantes nas universidades de Nova Iorque e Claremont na Califórnia, onde atuou por mais de duas a três décadas, respectivamente.

No campo empresarial, Drucker atuou junto a grandes corporações, tais como: Sears, Roebuck e IBM, sendo um dos responsáveis por mudanças significativas em suas estruturas administrativas. Bill Gates, fundador da Microsoft, foi apenas uma das personalidades do mundo corporativo que se inspiraram nos ensinamentos de Drucker.

As áreas de estudos de Peter Drucker abrangeram os aspectos basilares da administração e gestão de empresas, mas também abarcou cultura organizacional, economia, ciências sociais e marketing. Do arsenal de conhecimento invejável Drucker escreveu 30 livros ao longo da sua carreira e dezenas de artigos. 

Entre as suas ideias, destaca-se o seu pioneirismo ao propor que o conhecimento humano e as relações entre os colaboradores são os ativos mais valiosos dentro de uma organização, portanto, uma estrutura que valoriza as pessoas, o fomento ao conhecimento e cria ambientes sadios de trabalho, relações e crescimento colhe os frutos de entregas com mais qualidade e produtividade.

Peter Drucker deixou um legado marcante para administradores e estudiosos de todo mundo, a sua trajetória que começou na Áustria, passou pela Inglaterra e se sedimentou nos Estados Unidos vale a pena ser conhecida e certamente servirá de inspiração para todos.

A vida de Peter Drucker

Peter Ferdinand Drucker nasceu em 19 de novembro de 1909, em Viena na Áustria, em um contexto de ebulição cultural e desenvolvimento científico. Não custa lembrar que a Áustria é pátria de Sigmund Freud, Mozart e Gustav Klimt, ou seja, grandes gênios das mais distintas áreas do conhecimento e na administração desta nação também fez brilhar a luz do gênio Peter Drucker. 

A família Drucker era conhecida por sua erudição e refinamento cultural. Conta-se que seus pais promoviam encontros em sua residência com pensadores, cientistas e artistas da época e personalidades austríacas. Em meio a um contexto tão rico em conhecimento, Drucker foi impulsionado a buscar os próprios saberes e construir o seu caminho. Ainda jovem, Drucker se mudou para a Alemanha, onde cursou economia na Universidade de Frankfurt, já em 1932 concluiu o doutorado e garantiu o Ph.D em Direito Internacional, pela mesma universidade.

Drucker escreveu seu primeiro livro The End of Economic Man: The Origins of Totalitarianism, em 1939, em um contexto de extrema tensão na Europa. Com severas críticas à economia dos países totalitários, especialmente a Alemanha e a Itália, a obra chamou atenção do então primeiro-ministro inglês Winston Churchill. Para além das críticas, Churchill reconheceu o valor das ideias de Drucker, assim como grande parte do mundo ocidental. Não por acaso Drucker escreveria outros 38 livros ao longo de sua carreira, além do brilhante sucesso como consultor.

Mas estamos nos adiantando em sua biografia. Voltemos para o início dos anos 1930. Em função da ascensão do Partido Nazista ao governo alemão e a iminência de novos conflitos, Drucker mudou-se para Londres em 1935 e começou a trabalhar como jornalista e economista. Um dos fatos curiosos desse período pré-Segunda Guerra Mundial na vida de Drucker está na perda dos seus trabalhos pela censura do novo regime alemão. A destruição dos seus ensaios sobre economia apontam uma direção distinta da praticada pelo governo, o que naturalmente não foi vista com bons olhos. Além disso, algumas opiniões pessoais de Drucker também desagradava o regime nazista, o que o tornava uma persona non grata aos olhos do governo. Dentro desse contexto e notando que a vida no país seria uma luta sem fim contra sua produção de conhecimento, Drucker ganhou o mundo e deixou a Alemanha.

Primeiramente ficou em Londres, como apontamos, mas a estadia na capital inglesa durou pouco e em 1937 Drucker mudou-se para os Estados Unidos, dando início a sua carreira como professor universitário. No continente americano Drucker não somente lecionou, mas também foi responsável pelo crescimento de centenas de empresas com suas consultorias. Em verdade, muitas de suas experiências como consultor foram levadas aos seus livros, o que o tornou um nome cada vez mais relevante dentro da administração, tanto como consultor quanto teórico.

Um dos seus principais trabalhos nesse aspecto foi realizado ainda na década de 1940 para a multinacional General Motors. Graças a essa consultoria Drucker conseguiu produzir, em 1946, o livro Concept of the Corporation, no qual o pai da administração se debruça sobre os desafios de gerenciar uma empresa de porte internacional. O livro também possibilitou um maior acesso de Drucker no meio acadêmico, o levando, em 1950, para ensinar em uma das principais universidades dos Estados Unidos: a New York University. Sua trajetória na universidade de Nova York durou mais de duas décadas, no qual Drucker cresceu e tornou-se um dos principais professores da business school. Nesse momento Drucker já se destacava como professor, por suas ideias e pelos livros publicados. 

Entre os anos 1950 e 1990 Drucker chegou a visitar o Brasil em algumas ocasiões. Como consultor prestou serviço para grandes empresas nacionais como a Petrobrás e a Embraer, porém, seu encontro mais marcante em nosso país se deu ainda no final dos anos 1950 quando conheceu o presidente Juscelino Kubitschek. Na ocasião, o pai da administração ficou impressionado com a decisão de construir uma nova capital, na qual disse que essa tenha sido o fato mais relevante do Brasil nos últimos 50 anos. De fato, a construção de Brasília apresentou o Brasil à modernidade e fez grandes mudanças no eixo político, social e psicológico da nação. A partir dessa mudança fomos capazes de olhar com mais atenção para o Centro-Oeste, até então uma parte quase anônima em nossa geografia. 

Nas outras duas oportunidades que veio ao Brasil, Drucker firmou parceria com Ozires Silva, ex-presidente da Embraer. A presença de Drucker nessas duas estatais foi uma tentativa de torná-las grandes forças produtivas do país, servindo à nação e também gerando grandes lucros. Nesse sentido, a tarefa de Drucker foi demonstrar que a pecha de que empresas estatais estão “fadadas” ao baixo rendimento era uma falácia - isso naquela ocasião, pois mais tarde foi idealista de privatizar serviços públicos. De fato, a consultoria de Drucker ajudou a Petrobrás dos anos 1990 e a Embraer nos anos 1980, dando-lhes um novo direcionamento para aquele período.

Voltando para a sua carreira, após duas décadas na New York University, Drucker estabelece seu vínculo mais duradouro, desta vez com a Universidade de Claremont, na Califórnia. O pai da administração moderna lecionou por mais de 30 anos nessa instituição, se consolidando como o grande nome da administração do final do século XX. Em Claremont, porém, Drucker dedicou-se a ensinar administração e economia voltada para as ciências sociais e a filosofia.

Num primeiro momento talvez pareça "estranho" que um consultor e teórico da administração esteja ensinando nesses cursos, mas o fato é que é impossível separar a administração dessas duas outras ciências. Para entendermos a sociedade e todos os seus movimentos é fundamental sabermos de economia e como os ciclos econômicos moldam as estruturas sociais. Em contrapartida, um bom administrador jamais poderá deixar de lado a sociedade em que está inserido, pois sua empresa precisa atender a necessidade dessa população; já a filosofia está inserida na administração pois esta compreende uma atividade humana, fazendo-se assim objeto de estudo dos filósofos. 

Além das aulas em Claremont, Peter Drucker também fez palestras em Harvard, continuou trabalhando como consultor, o que lhe proporcionou conhecer diversos líderes mundiais e grandes empresários ao redor do mundo. Todos desejavam a valiosa opinião de Drucker sobre gestão e negócios. Como reconhecimento, Drucker recebeu diversos prêmios em sua jornada. A principal honraria que lhe foi dada ocorreu em 2002, aos 91 anos, quando ganhou a medalha presidencial da liberdade. Essa medalha é a mais alta honraria que o governo americano possui aos civis e é dedicada àqueles que contribuíram de forma significativa para o progresso da nação, para a paz mundial e para o desenvolvimento da cultura.

O fato de Drucker receber essa condecoração apenas demonstra o valor do seu trabalho ao longo dos seus 60 anos de dedicação à administração. Mais do que uma medalha, o reconhecimento de Drucker nos ensina que todo esforço em prol do desenvolvimento e evolução da humanidade, seja na administração, na construção de novos empreendimentos ou demais áreas, é fruto de um esforço e persistência. Nesse aspecto, a vida de Peter Drucker nos ensina muito mais do que manuais de administração, pois é um exemplo vivo de como fazer o sucesso florescer.

Tendo essa breve biografia do pai da administração como pano de fundo, vamos conhecer um pouco de suas ideias.

Principais ideias de Peter Drucker

Peter Drucker é tido por muitos como o pai da administração moderna por suas ideias revolucionárias para a época em que foram expostas. Podemos citar como exemplo a ideia de que a administração não seria uma ciência, mas sim uma prática cotidiana ou seja, uma conduta que precisa ser alimentada por outras disciplinas correlatas, como a Economia, Gestão, Liderança, Filosofia, Matemática, etc. 

Drucker foi pioneiro em classificar a Administração como uma disciplina que deveria constar nas grades curriculares das universidades, logo, foi um dos responsáveis por fomentar e abrir espaço no meio acadêmico para as disciplinas de administração e gestão. Hoje, ambas as disciplinas, que caminham juntas, estão inseridas dentro de quase todos os cursos de diversas graduações.

Ao longo da sua extensa trajetória acadêmica e como consultor, Drucker conseguiu desenvolver uma dezena de teorias e lançar novas ideias que chacoalharam o universo da administração e o fizeram avançar. Veremos agora as suas ideias que tiveram maior destaque.

Valorização da Individualidade

Ainda no começo de sua carreira, Drucker lançou um olhar diferente para o cliente. Na época, nas décadas de 40 e 50, as empresas produziam visando atingir a grande demanda e atender às massas, porém, Drucker percebeu que era preciso estar mais atento aos clientes e eles deveriam ser tratados com prioridade. Essa mudança de paradigma levou as empresas a direcionarem seus esforços a entender os desejos dos consumidores e paulatinamente a indústria passou do local cômodo de atender as massas para entender as particularidades dos seus clientes e atender por nichos.

A valorização da individualidade que primeiro foi estudada a partir da relação empresa e cliente expandiu para a reflexão das relações dos indivíduos dentro das organizações. Para Drucker, os colaboradores não poderiam ser encarados apenas como extensão das máquinas, em ambientes de sucesso, o conhecimento dos funcionários é valorizado e fomentado para gerar ainda mais riqueza, por meio de uma gestão humanizada.

Privatizações de serviços públicos

Para Peter Drucker uma das formas de dar eficiência e melhorar a qualidade dos serviços públicos, se daria através do modelo de privatizações, o qual foi amplamente aceito em várias sociedades com resultados também distintos.

Para Drucker um dos principais aspectos positivos da política de privatização seria a desburocratização de serviços essenciais, além de favorecer a eficiência da administração pública. 

Gestão descentralizada

O modelo de gestão centrado na figura do chefe autoritário não cabe mais no entendimento de Peter Drucker, corroborando com seus estudos sobre os benefícios da valorização dos indivíduos dentro das empresas. Drucker entende que dar maior autonomia aos colaboradores traz ganhos diversos para as organizações.

Contudo, é preciso estar atento à gestão da equipe, para Drucker, uma má gestão compromete o resultado do time, portanto, ao falar em gestão descentralizada, maior autonomia e poder de decisão para mais pessoas, é preciso também de um gestor à altura da missão.

Gestão por objetivos

De acordo com Drucker, uma empresa para ter resultados precisa saber planejar. Essa etapa inicial, muitas vezes negligenciada pelos gestores, serve como guia para saber o que deve ser feito a cada momento. Drucker divide os objetivos de uma empresa em 3 etapas básicas:

  • Objetivos estratégicos: mostram aonde a empresa quer chegar ou construir a longo prazo;
  • Objetivos táticos: mostram aonde se quer chegar a médio prazo;
  • Objetivos operacionais: são os passos imediatos a serem dados.

A gestão por objetivos auxilia na medida em que norteia as missões da organização para que siga dentro das suas metas. 

O imenso legado de Peter Drucker

Peter Drucker foi um dos maiores pensadores e estudiosos da administração e gestão de negócios do século XX. Suas teorias inspiraram grandes empresários e milhares de alunos ao redor do mundo. 

A contribuição de Drucker para a prática da administração abarcou diversas áreas correlatas do conhecimento, o que fez de Drucker um dos intelectuais mais lidos por estudantes de administração, gestão, negócios, marketing, economia e outras matérias. 

A carreira de Drucker foi marcada por sua grande capacidade produtiva, em especial na elaboração de teorias amplamente aceitas, como já mencionamos. É comum nos depararmos com frases de Peter Drucker passando em nossa timeline nas redes sociais, em especial no Instagram e LinkedIN. Separamos uma das mais famosos para finalizar este artigo. 

"Uma decisão só se torna eficaz quando os comprometimentos com a ação são incluídos na decisão desde o início". 

Com o ensinamento acima, Drucker quer nos ensinar sobre o valor do compromisso para o sucesso das organizações, sejam elas quais forem, que devem começar por sua liderança. Para Drucker, um bom gestor, além do saber técnico, deve direcionar toda sua energia no cumprimento das metas, o resultado será consequência.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent, O rei da moda

Vivemos em um mundo de novidades. A todo momento algo está na moda, seja um tipo de comportamento, uma gíria, um esporte ou mesmo uma mentalidade. É essa eterna inovação que movimenta o mundo dos negócios, fazendo a roda da economia girar em nosso momento histórico atual.

Apesar das críticas que são feitas a esse estilo de vida, é inegável que o padrão que se estabeleceu dentro da nossa sociedade exige cada vez mais refinamento e criatividade dos nossos empreendedores. Quando nos remetemos a essas duas características certamente alguns nomes vêm a nossa mente, mas provavelmente nenhum deles esteve no patamar de Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent, ou simplesmente Yves Saint Laurent. O designer francês reinventou o mundo da moda com suas criações, mostrando que sofisticação e bom gosto podem se tornar um modelo de negócio acessível e lucrativo.

Os primeiros anos de Saint Laurent

A jornada de Saint-Laurent começa na Argélia, em um tempo em que este país ainda era uma colônia francesa. O ano era 1936 quando a família Saint-Laurent fez vir ao mundo Yves. A infância do nosso empreendedor foi relativamente tranquila, sendo uma típica família dos anos 1940. O pai de Yves Saint-Laurent era presidente de uma companhia de seguros, o que provavelmente foi uma de suas inspirações para  empreender. Apesar disso, sua inclinação para a moda não foi incentivada pelo seu pai. Por outro lado, a falta de apoio da figura paterna era compensada graças à sua mãe, que o incentivou a dar os primeiros passos rumo ao seu sonho de se tornar estilista.

Logo após finalizar seus estudos, Yves procurou perseguir o seu sonho. Vivendo na Paris do pós-guerra, o jovem designer conseguiu trabalhar lado a lado com Christian Dior, um dos maiores estilistas franceses do século XX. Dior se tornou para Yves um mestre no qual o jovem argelino podia contar para evoluir sua percepção do Belo e aprender o seu ofício. Infelizmente a convivência entre os dois durou poucos anos, pois Dior faleceu precocemente em 1957. Yves, de acordo com relatos da época, ficou extremamente abalado com a partida do seu influenciador, mas o testamento de Dior fez com que a vida de Saint-Laurent desse um importante salto. Isso porque Dior deixou a empresa que possuía nas mãos do seu pupilo, considerando que ele seria capaz de salvá-la da falência.

Era esse o contexto em que encontrava-se Yves Saint-Laurent, até então com 21 anos. Quando analisa-se a história deste empreendedor uma pergunta comum que os biógrafos fazem é acerca da razão que Yves herdou uma empresa tão importante e, ao mesmo tempo, tão próxima da falência. As teorias são inúmeras, mas entendemos que Dior buscava alguém que continuasse o seu trabalho e enxergou em Yves um potencial de gestor em conflitos, tanto administrador como de empreendedor, que decidiu colocá-lo entre os seus beneficiados.

Para os seus contemporâneos, certamente a decisão de Dior foi vista como um acesso de loucura, ou mesmo um ato desesperado, porém, que chegou a um excelente resultado. Yves Saint-Laurent colocou as contas em ordem e a empresa de Dior pôde respirar com tranquilidade, mas os problemas enfrentados pelo estilista estavam apenas começando.

O trauma da Guerra

Apesar de ter nascido na Argélia, toda a vida de Yves se deu praticamente em solo francês. Por ter cidadania francesa, o designer foi convocado para lutar pelo exército da França durante a guerra de independência argelina. Como podemos imaginar, a obrigação de voltar à sua terra natal na condição de um soldado que tiraria a vida de seus compatriotas fez com que Yves Saint-Laurent tivesse uma carreira curta no exército. Somado a esse estresse psicológico, como foi diagnosticado, havia o fato de outros soldados de seu batalhão o perseguirem devido sua orientação sexual.

Atormentado pela guerra e pelo perigo do seu próprio batalhão, Yves passou somente 20 dias em preparação para o combate, sendo dispensado após um relatório médico afirmando que ele não teria condições de lutar.

De fato, é completamente compreensível o problema adquirido por Yves quando observamos o seu contexto. Ainda assim não podemos dizer que Yves Saint-Laurent era um homem acomodado ou mesmo que tivesse medo dos conflitos. O fato era, em verdade, que o campo de batalha de Saint-Laurent seria outro.

Após recuperar-se do trauma sofrido nas forças armadas, em 1962 Yves Saint-Laurent daria um dos passos mais importantes (talvez o mais importante) de sua vida. Em parceria com seu companheiro Pierre Bergé, ele fundou sua própria marca, sendo esta homônima. 

A experiência adquirida gerindo a empresa de Dior fez com que Saint-Laurent percebesse que a alta costura não precisava, necessariamente, ser um sinônimo de algo caro. Assim, um dos primeiros feitos de Saint-Laurent foi conseguir tornar sua moda acessível, o que ajudou a difundi-la em grande escala.

Yves Saint-Laurent - tornando-se uma lenda

Além de conseguir trazer a sofisticação para o cotidiano das pessoas, Yves Saint-Laurent, ao longo de 20 anos, conseguiu projetar não apenas suas marca, mas a si próprio. Suas inovações na moda fizeram uma verdadeira revolução no modo das pessoas se vestirem. Colocando em exemplos, podemos falar do Smoking feminino, uma peça de roupa que usualmente era destinada apenas aos homens e que possibilitou uma elegância distinta às damas, fazendo com que o uso de calças cumpridas por parte das mulheres fosse ainda mais difundida.

Talvez isso pareça relativamente superficial para nós atualmente, porém devemos lembrar que os anos 1960 foi marcada pela revolução feminista no Ocidente. As mulheres ganharam cada vez mais espaço e direitos, tanto no mundo do trabalho como em outros setores da sociedade. 

Visto isso, era necessário também uma adaptação da moda frente a esse novo paradigma social. Yves Saint-Laurent conseguiu captar essa mudança e foi pioneiro em suas roupas para atender essa nova demanda, afinal, uma nova sociedade começava a formar-se em meio aquela geração.

Combinando sua identidade à sua marca, estando na vanguarda do seu segmento em meio às transformações vividas pelo mundo e mantendo-se criativo, Yves Saint-Laurent teve a receita do sucesso em suas mãos e não a desperdiçou. O lucro de sua marca foi tão alto que após sua morte, há mais de uma década, o argelino é a pessoa que mais ganhou dinheiro mesmo estando morto em nosso mundo atual. Tudo graças ao seu esforço e visão de mundo, possibilitando assim abrir as portas do futuro.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

8 dicas sobre como criar um Plano de Negócios

Como criar um Plano de Negócios

Embora vários empreendedores procurem saber como criar um Plano de Negócios, muitos acham o processo difícil e param por aí.

No entanto, a falta de planejamento está entre as principais causas para o fechamento das empresas no Brasil. Por isso, o plano não pode ser negligenciado.

Para te ajudar nesta jornada, separei 8 dicas para construir um plano que atenda às suas necessidades.

O que é um Plano de Negócios?

O Plano de Negócios é um documento que auxilia o empreendedor a iniciar ou reestruturar a sua empresa.

Apesar de  existirem diferentes modelos de planos, a estrutura básicas é essa:

  • Resumo – um breve relato dos principais pontos do negócio.

  • Visão geral da empresa – histórico, atividades, localização.

  • Análise de mercado – estudo dos clientes, mercado e fornecedores.

  • Plano de marketing e vendas – estratégias de preço, promoções e comercialização.

  • Plano operacional – processos operacionais.

  • Plano financeiro – investimentos, faturamentos e custos.

  • Construção de cenários – pontos fortes e pontos fracos.

Como criar um Plano de Negócios?

Veja como criar um Plano de Negócios eficaz, que ajude a sua empresa a atingir os resultados desejados.

1.   Confirme se sua ideia é viável

Antes de criar um Plano de Negócios é importante pensar no longo prazo, pois muitos empreendedores acabam seguindo “o que está na moda”, ou itens sazonais, mas não avaliam a consistência daquele produto ou serviço.

Por exemplo: um empreendedor tem a ideia de abrir uma loja de açaí na região sul do país. Durante o verão o estabelecimento tem um excelente faturamento, porém com a chegada do outono as vendas caem ou no inverno ele tem que fechar a loja.

Então, uma parte importante de como criar um Plano de Negócios, é analisar os pontos fortes e fracos do seu produto de maneira objetiva e pensar em estratégias para driblar os empecilhos. 

2.   Estude os seus clientes e o mercado

Essa etapa é fundamental para a construção de um Plano de Negócios sólido. Portanto, você deve gastar um bom tempo estudando o ramo e os seus clientes.

Ao analisar o mercado é importante verificar o crescimento médio do setor e os momentos de retenção, também você deve avaliar os seus concorrentes diretos e indiretos.

Já sobre o público é importante entender qual perfil dos clientes, descubra quais são seus medos, angústias, alegrias, felicidades, assim você saberá como alcançá-lo.

Também, vale destacar que você deve escolher com cuidado as fontes de informação, utilize fontes renomadas e conhecidas. Afinal, existe muito conteúdo tendencioso na internet, então é preciso saber filtrar.

3.   Lembre-se: a qualidade vem antes da rapidez

Não tem como criar um Plano de Negócios com pressa, ele é um documento aprofundado que precisa de bastante estudo e análise.

Porém, lembre-se: todo o tempo gasto não é em vão, já que quanto mais bem estruturado e consistente estiver, mais embasamento e segurança você terá para tomar decisões.

Ainda, um Plano de Negócios bem feito aumenta as suas chances de conseguir investidores e torna mais clara as ambições da empresa para sócios e colaboradores.

4.   Trace objetivos e metas

Ao pensar no longo prazo é fundamental estabelecer objetivos e metas, pois eles que vão nortear as ações da empresa.

O objetivo é o propósito que o negócio quer alcançar. Por exemplo: ser a melhor loja de móveis do estado de São Paulo.

Já as metas são o que é necessário para atingir este objetivo, por exemplo:

  • Criar um programa de treinamentos semestral.

  • Fazer uma reforma na loja até o final do ano.

  • Estabelecer parcerias com os 5 melhores fornecedores locais.

Para traçar planos, uma metodologia muito utilizada é a SMART. Nelas as metas devem ser:

  • S – Específicas;

  • M – Mensuráveis;

  • A – Alcançáveis;

  • R – Relevantes;

  • T – Temporais.

Conforme os exemplos acima.

5.   Escolha bons parceiros e fornecedores

Muitos empreendedores subestimam a importância de fornecedores confiáveis, pois, se esquecem que o sucesso da sua empresa depende disso.

Então, ao criar um Plano de Negócios, você não deve lembrar de escolher com muito cuidado as pessoas com quem irá negociar.

Alguns pontos a serem analisados são:

  • Qualidade dos produtos: o fornecedor garante a qualidade?

  • Condições de pagamento: quais as opções que a empresa tem? Elas são negociáveis?

  • Prazo de entrega: quais são os prazos? Eles são seguidos à risca?

  • Comunicação: Há dificuldades ou é fácil e tranquila?

Não escolha os parceiros e fornecedores analisando somente o preço, mas tudo que está incluso neste valor.

6.   Seja otimista e pessimista

Parte de como criar um Plano de Negócios é pensar nos melhores e piores cenários e estar preparado para cada um deles.

Por exemplo: uma produtora de eventos é focada em casamentos e festas de 15 anos.

No melhor cenário, a empresa consegue fazer 10 eventos por mês, já nos piores meses fazem apenas 3 eventos. O mínimo para manter as contas em dia são 6 eventos.

Quando a produtora faz os 10 eventos, ela coloca 30% em uma reserva de emergência.

Também para auxiliar nas contas e não depender exclusivamente dos casamentos e festas, a empresa fez uma parceria com uma loja de doces finos.  O acordo é  divulgar os produtos em troca de uma comissão de 10% pelas vendas.

Esta é a razão de ter uma visão “otimista” e “pessimista” do negócio, pensar em opções e alternativas.

7.   Mantenha a consistência do discurso

É importante que o Plano de Negócios seja coerente para passar credibilidade e segurança para quem for lê-lo (colaboradores, investidores, etc.).

Então, o que está no resumo, deve corresponder ao que está no meio e ser confirmado no final.

Além disso, a falta de consistência irá refletir no dia-a-dia da empresa.

Por exemplo: no estudo de clientes identificou-se que o público alvo de uma loja de canetas são executivos com mais de 40 anos.

Porém, o plano de marketing está focando em conteúdos digitais para TikTok.

Atualmente esta campanha seria um desastre, pois embora existam pessoas desta faixa etária utilizando a rede social, o público é predominantemente para jovens.

8.   Revise o Plano de Negócios sempre

Como criar um Plano de Negócios exige uma análise profunda da empresa, é natural que durante este processo a concepção sobre empreendimento mude.

Também o plano não é algo estático, mas deve se adaptar conforme as mudanças do mercado e da própria empresa.

Por exemplo: uma empresa que trabalhava com revelação de fotografias, com a criação das câmeras digitais precisou se adaptar a esta nova realidade.

Ainda, a revisão do Plano de Negócios é importante para a dica anterior, afinal é preciso que o plano seja revisto para garantir a concordância em todas as etapas.

Agora que você conhece as melhores estratégias de como criar um Plano de Negócios é só colocar os conhecimentos em prática. 

Para pôr a mão na massa você pode consultar o modelo disponibilizado pelo SEBRAE.

Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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