terça-feira, 23 de maio de 2023

27 de maio: O Dia do Profissional Liberal


Introdução 

Max Weber, um dos maiores sociólogos do século XX, escreveu certa vez que o trabalho dignifica o ser humano. Isso significa, em poucas palavras, que não deve-se encarar o labor como um sacrifício ou mesmo um castigo, mas sim como uma ferramenta que pode nos levar ao auto aperfeiçoamento. Podemos admitir que essa visão seja um tanto quanto otimista para os dias atuais, afinal, o senso comum nos diz que trabalhar é sinônimo de desgaste, obrigações e, em síntese, de infelicidade. 

Não acreditamos nisso. É fundamental compreender a verdadeira natureza do trabalho e seu caráter libertador. Seja através de um ofício manual, de um exercício intelectual ou mesmo a partir de uma técnica rebuscada, é graças ao trabalho que podemos desenvolver habilidades, conexões e produzir algo único para o mundo. Pensando por esse ponto de vista, o trabalho é capaz de dignificar por revelar a natureza única do ser humano, que é a capacidade de exercitar a razão e inovar, construindo para si e para seus semelhantes uma nova realidade. 

Acreditando nessa perspectiva mais profunda sobre o trabalho, dedico-vos um texto para refletir sobre um tipo especial de trabalhador: o profissional liberal. 

O que é um profissional liberal? 

Apesar de ser um conceito “jovem”, criado a partir da lógica fabril do século XVIII, a história do trabalho está diretamente ligada a esses tipos de trabalhadores. Ao longo da história da humanidade diversas civilizações chegaram ao seu auge e declínio a partir do esforço conjunto de seus cidadãos. Nesse contexto, existiram diversos modelos de trabalho: desde o escravo, baseado no trabalho compulsório e obrigatório, até aqueles associados diretamente ao Estado e suas diferentes necessidades. Porém, ainda havia aqueles que por conta própria resolveram empreender e aventurar-se no mundo do trabalho por conta própria. Esses, nos tempos idos, foram caixeiros viajantes, comerciantes, artesãos, ferreiros, médicos e tantos outros ofícios importantes para o desenvolvimento de uma sociedade. 

Todos esses profissionais foram chamados de “trabalhadores livres”, afinal, não eram escravos, mas também não estavam ligados diretamente com a função do Estado e não eram pagos pelos governantes. Salvaguardando todas as diferenças entre o nosso mundo atual e a antiguidade, é importante perceber que esse tipo de função sempre foi comum e natural, pois o trabalho é a maneira mais antiga de garantir a sobrevivência humana. 

Como sabemos, somos seres associativos e por conta disso somos dependentes do trabalho alheio. Não precisamos ir tão longe para notar a cadeia produtiva que cerca o trabalho.

Desde o mais humilde agricultor até o executivo de uma multinacional, todos os ofícios são relevantes e impactam diretamente no bem-estar da nossa sociedade moderna. Dentro dessa perspectiva, o profissional liberal também é um agente que contribui para a melhoria de serviços e produtos. Ainda assim, o que o diferencia dos trabalhos comuns? 

Trazendo a discussão para os tempos atuais, chamamos de “profissionais liberais” aqueles indivíduos que desempenham funções para pessoas físicas ou jurídicas de maneira independente, ou seja, sem estar diretamente ligados ao quadro de funcionários de um empreendimento. Por não estarem “ligados” a uma empresa, podendo assim oferecer seus serviços para diversos clientes, esses profissionais são chamados de liberais. Outro ponto que devemos ressaltar ao tratar de profissionais liberais é o fato destes prestarem serviços técnicos ou intelectuais em sua área de atuação. Dessa maneira, médicos, advogados, professores, jornalistas, e, enfim, praticamente todas as profissões podem exercer seus ofícios de forma liberal. 

27 de maio: o dia do profissional liberal 

A data estabelecida para comemorar o dia do profissional liberal não é fruto do acaso. Em 1954, em plena crise do governo Getúlio Vargas, foi sancionada o Decreto de Lei nº 35.575 no qual reconhecia a Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, a CNPL. Desse modo se institucionaliza e cria-se uma regulação própria para esses profissionais, separando-os do trabalho informal. 

Graças às novas dinâmicas de trabalho, os profissionais liberais ganharam mais espaço no mundo corporativo. Se até meados do século XX pensava-se que o futuro era um emprego fixo fazendo parte do quadro de funcionários de uma empresa, seja ela estatal ou privada, nos dias atuais vemos um fenômeno de cada vez mais abertura para a atuação de profissionais liberais junto a equipes fixas. Isso porque com modelos de contratação mais flexíveis é possível dinamizar as relações de trabalho à medida que novos cenários vão acontecendo. Desse modo, por exemplo, uma empresa que recebe uma alta demanda pode recorrer ao uso de profissionais liberais para ajustar a carga de trabalho com sua equipe regular, fazendo assim com que a demanda seja cumprida. 

Além de importantes nesses momentos de sobrecarga, profissionais liberais muitas vezes são requisitados em demandas pontuais como consultorias e produção de laudos ou outro tipo de material para empresas ou pessoas físicas. Trata-se, nesses casos, do desenvolvimento de projetos que não estão atrelados diretamente com o dia a dia da empresa, dando assim liberdade para a inovação e criação. Observando esses aspectos é possível entender que, de fato, a liberdade dessa modalidade de trabalho permite com que novas dinâmicas sejam produzidas dentro dos mais diversos setores da economia. As possibilidades, nesse caso, são inúmeras a depender da capacidade de produção do profissional em questão. 

Visto isso, é comum elencar uma série de vantagens e desvantagens sobre o profissional liberal. Há quem argumente, por exemplo, sobre as poucas leis que favorecem essas pessoas quando comparadas aos empregos do tipo “CLT”. De fato, as proteções e garantias da CLT são vastas frente aos benefícios legais do trabalho liberal, entretanto, os deveres e obrigações do trabalho liberal também são vantagens interessantes em um mundo cada vez mais dinâmico e móvel, em que a todo momento as pessoas precisam estar em mais lugares. Com o avanço do “home office”, por exemplo, o estilo de vida de um profissional liberal tem atraído cada vez mais pessoas, principalmente os jovens em começo de carreira, pelas oportunidades ao seu redor e pelas experiências que podem ser adquiridas nesse processo.

O avanço, no Brasil, dos microempreendedores individuais, os MEI, é uma prova desse fenômeno. É evidente que em um cenário em que não é possível uma empresa custear todos os trabalhadores em uma formato CLT, empreender se torna uma solução necessária e que pode despertar o interesse em diversas habilidades. Dito isso, o profissional liberal certamente não nasce pronto e percorre uma trilha de evolução dentro de suas áreas ao longo de anos, podendo chegar a montar um empreendimento robusto. Contudo e conhecendo a realidade trabalhista do Brasil, é fato que uma das alternativas encontradas por aqueles que estão sem um emprego formal é criar sua nova carreira e criando assim sua própria micro empresa. 

Conclusão 

Ser um profissional liberal, portanto, é desfrutar dos prazeres e das tarefas do trabalho em sua mais franca realidade. Nesses casos o empreendedorismo é uma chave mestra que possibilita abrir várias portas, pois um grande empreendedor jamais deixa-se perder a liberdade em troca de benefícios. Ao contrário desse pensamento, quem ama empreender entende os riscos de sua profissão e não se deixa levar pela comodidade, características que um verdadeiro profissional liberal jamais terá. 

Ser livre, afinal, é escolher realizar seus deveres, mesmo que o cansaço, a preguiça ou qualquer outro desejo tente lhe impedir. Só pode ser verdadeiramente livre aquele que age conforme sua vontade mais sublime e atemporal. Desse modo, devemos celebrar o dia do profissional liberal entendendo que o trabalho não é uma questão somente de sobrevivência, muito menos um fardo a ser carregado, mas sim uma das mais perfeitas ferramentas que a vida proporcionou para a nossa espécie. Que possamos viver plenamente este dia com este pensamento. 

Bom trabalho e grande abraço! 

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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Sobre Virtudes e Empreendedores


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terça-feira, 16 de maio de 2023

Soichiro Honda, o empreendedor invencível

“Sucesso é 99% fracasso.” Essa famosa frase dita por Soichiro Honda deveria ecoar na mente e coração de todos aqueles que pretendem seguir o caminho do empreendedorismo, pois sintetiza grande parte da vida empresarial. Sabemos que o conhecimento e a capacitação são vitais em qualquer segmento, porém, nada disso importa sem estarmos dispostos a realizar esforços desmedidos, a ter uma disciplina inquebrantável e a ser capaz de resistir quando a maioria desiste. São exatamente essas características, que só podem ser adquiridas com vivência das experiências, que forjam o espírito dos grandes empreendedores, pois não há escolas que formam pessoas disciplinadas ou resistentes a não ser a própria vida.

Por isso, hoje no “Grandes empreendedores da História” vamos conhecer um pouco mais sobre Soichiro Honda, o homem que saiu de um pequeno vilarejo no Japão para fundar a maior multinacional de motocicletas do mundo.

Os primeiros passos do jovem Honda

Soichiro nasceu no povoado de Komyo, no Japão, em 1906. Na pequena aldeia seus pais trabalhavam prestando serviços: enquanto sua mãe era uma habilidosa tecelã, seu pai consertava bicicletas atuando como ferreiro. Desde cedo Honda passou a ajudar nas forjas, além de seguir os estudos formais. Entretanto, o caminho das letras não parecia agradar o jovem, que não tirava notas boas e até chegou a burlar o sistema escolar falsificando o carimbo da sua família para esconder dos pais o boletim.

A vivência do trabalho lhe parecia um caminho mais adequado. Tanto que, anos mais tarde, já reconhecido como um grande empresário, Soichiro revelou que pouco importava-se com a formação intelectual dos seus funcionários, mas sim com os conhecimentos que cada um possuía, seja advindo da universidade ou da vida prática. Tal opinião não era por acaso, uma vez que o próprio Soichiro começou a dar seus primeiros passos no mundo do trabalho desta maneira.

Aos 15 anos de idade, sem ter concluído a etapa escolar, o jovem partiu da sua aldeia para arriscar-se em Tokyo, a capital do país. Lá, Soichiro conseguiu um emprego de aprendiz em uma oficina mecânica. O que o levou a buscar aprender o ofício de mecânico foi, porém, uma memória afetiva da primeira vez que viu um automóvel circular em sua aldeia. O próprio Soichiro afirmava que nunca esqueceu o cheiro de óleo que o carro exalava e que isso o fez apaixonar-se pela mecânica e suas invenções.

Honda passou seis anos atuando como mecânico em Tokyo, de 1922 a 1928. Nesse período ele chegou a desenvolver um carro de corrida que bateu recordes nacionais de velocidade, o que lhe projetou não somente como um hábil construtor, mas também piloto. O gosto pela velocidade dos automóveis fez com que Honda buscasse, inicialmente, uma vida de piloto, mas tal carreira se mostrou bem curta para o empreendedor japonês. Até 1936 ele ainda competiu em algumas corridas, mas um grave acidente o fez abandonar o volante, levando-o para um outro momento da vida: o de construir sua própria empresa.

Os percalços do empreendedor Honda

Em 1937 Soichiro, então com 31 anos, decidiu começar sua própria empresa: a Tokai Seiki. Essa empresa tinha como finalidade construir anéis de pistão, que são responsáveis por vedar os cilindros dos motores e evitar que o óleo escorra para outras partes do veículo. Inicialmente a empresa de Soichiro tentou vender seus pistões para a Toyota, que na época era a líder do segmento no Japão. Porém, a empresa rejeitou os produtos da Tokai Seiki devido considerar que não atendiam ao padrão da Toyota.

O que fazer frente a isso?

Homem de ação, Soichiro não deixou-se abalar pela recusa inicial e passou cerca de quatro anos (entre 1937 a 1941) aperfeiçoando seus anéis. Soichiro visitou fábricas, conversou com engenheiros, chegou a assistir aulas em universidades para tentar compreender a melhor maneira de fabricar o seu produto. Melhorando ao longo dos anos, acabou conseguindo o contrato com a Toyota, porém o sucesso ainda estaria longe.

Como sabemos, em 1939 iniciou o maior conflito bélico da história: a II Guerra Mundial (1939 - 1945). O Japão, assim como as demais nações que entraram no conflito, começaram um esforço de guerra e praticamente todos os recursos financeiros e naturais foram destinados para a construção de armas e equipamentos para o confronto. Visto isso, Soichiro não conseguia matéria-prima para fazer seus anéis de pistão, muito menos cimento para a ampliação da sua fábrica.

Mais uma vez o destino impunha um obstáculo no sonho do fundador da Honda. Soichiro não ficou à mercê das circunstâncias e criou seu próprio cimento, gerando assim seus próprios recursos de maneira que não impactasse a produção bélica do país. Porém, ainda não seria esse o sucesso de Soichiro, pois em 1944, pouco tempo após ampliar seus negócios, a fábrica foi bombardeada e destruída. Ainda restaria uma outra fábrica, mas essa, em 1945, também foi ao solo devido um terremoto.

Imaginem assistir seu negócio ruir por tais circunstâncias. O que faríamos? É muito provável que desistiríamos dos nossos sonhos e nos renderíamos ao contexto em que estávamos vivenciando, mas Soichiro não seria vencido assim. Mesmo sob condições tão adversas, a resiliência de Honda conseguiu mantê-lo firme em seu sonho de empreender

O nascimento da Honda

As cinzas e escombros das duas fábricas de Soichiro foram a semente do maior dos seus empreendimentos: a Honda. Precisando reestruturar-se, Soichiro vendeu o que tinha restado de material para Toyota, assim como a própria empresa Tokai Seiki. Em 1946, vislumbrando um futuro sem guerras, Soichiro fundou o instituto de pesquisas Honda, no qual foi responsável por criar protótipos de uma bicicleta motorizada, capaz de transportar as pessoas de forma econômica. Em um país arrasado pela guerra, uma solução eficaz e barata era ideal para começar o longo processo de restauração da economia nacional.

A Honda começou a fabricar suas bicicletas motorizadas em 1948, chamadas de Tipo A. O sucesso do novo meio de transporte foi um sinal de que aquela era a oportunidade tão esperada por Soichiro. Em 1949 ele fechou seu instituto de pesquisa para lançar em definitivo a “Honda Motor Company”, ou simplesmente Honda. Com o tempo, Soichiro passou a fabricar motores melhores, mais silenciosos e mudar o design do seu produto, pois a aparência de uma bicicleta tornava pouco atrativa as motos Honda.

Para auxiliá-lo nessa empreitada, Soichiro tornou-se sócio de Takeo Fujisawa, um grande administrador japonês que pouco entendia de motos, mas muito de negócios. Fujisawa foi o braço direito de Soichiro e é graças a ele que a Honda conseguiu expandir-se rapidamente para outros países. Enquanto Soichiro cuidava da parte mecânica dos modelos, fazendo-os mais rápidos e eficazes, Fujisawa trabalhava na parte financeira e na publicidade da Honda.

A união dessas duas habilidades fizeram com que a Honda fosse ao sucesso de forma extremamente rápida. Em 1958, somente dez anos após o lançamento do seu primeiro protótipo, a empresa já era a maior fabricante de motos do Japão. Seu sucesso foi graças a qualidade das motos, com motores velozes e também pela publicidade da empresa, fazendo-a cair no gosto popular.

Os últimos anos de Soichiro Honda

A Honda continuou a expandir seus negócios. Hoje, presente em mais de 20 países, a empresa não fabrica apenas motos, mas também carros. Soichiro ficou à frente da Honda até 1973, ano em que se aposentou. Entretanto, até seu último dia estava presente na empresa. Em 1983, por exemplo, o fundador da empresa recebeu o “cargo” de “conselheiro supremo”, no qual estava sempre à disposição para apresentar sua visão de negócios e os caminhos que a Honda poderia seguir. 

O “Henry Ford Japonês”, como também foi apelidado, chegou ao fim da vida no ano de 1991, aos 84 anos. Como o mesmo disse: "O dia em que paro de sonhar é o dia que eu morrer." No fim, talvez essa seja a maior lição a ser aprendida com o fundador da Honda: o valor de continuarmos sonhando para nos mantermos invencíveis frente às adversidades.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.   

terça-feira, 2 de maio de 2023

Como fazer a análise SWOT na sua empresa

análise SWOT

A análise SWOT ou FOFA é uma ferramenta já conhecida para a maioria dos empreendedores. Mas será que você está usando-a da melhor forma?

Continue a leitura e conheça mais sobre a SWOT e como ela pode contribuir para o seu negócio.

O que é uma análise SWOT?

Uma análise SWOT ou FOFA é uma ferramenta de planejamento estratégico que auxilia na tomada de decisões.

Acredita-se que ela surgiu no instituto de pesquisas da Universidade de Stanford entre as décadas de 60 e 70, pelas mãos do consultor Albert Humphrey.

Nesta época o planejamento empresarial não era tão difundido, por isso, os negócios precisavam de uma estratégia a longo prazo que fosse simples de criar e executar.

Este movimento deu tão certo que a análise SWOT é usada até hoje dos pequenos a grandes negócios.

 Ela é a sigla para:

  • Strengths - Forças

  • Weaknesses - Fraquezas

  • Opportunities - Oportunidades

  • Threats - Ameaças

Por isso, em português, é chamada de análise FOFA.

Agora, vou te explicar os componentes:

Forças e Fraquezas

Ambas fazem parte do ambiente externo, elementos que o empreendedor consegue controlar.

As forças são o que a empresa tem de melhor, tudo aquilo que torna o negócio superior aos seus concorrentes. Para encontrar as forças você precisa levantar as seguintes questões:

  • Qual é a minha maior vantagem competitiva?

  • O que os clientes sempre elogiam?

  • Quais são os produtos e serviços mais vendidos?

Já as fraquezas são tudo que pode prejudicar a empresa, são os “defeitos do negócio”. Para encontrá-los você precisa ser sincero com sigo mesmo e fazer as seguintes perguntas:

  • Os colaboradores são qualificados?

  • Os processos estão bem estruturados?

  • Os produtos e serviços atendem às expectativas dos clientes?

Assim você identifica as falhas da empresa e quais pontos podem ser melhorados.

Oportunidades e Ameaças

Estes dois tópicos fazem parte do ambiente externo, ou seja, tudo aquilo que afeta o negócio de alguma maneira, mas não pode ser controlado.

As oportunidades são situações favoráveis a empresa e que se você estiver atento pode se aproveitar delas. Alguns exemplos são:

  • Melhoria da infraestrutura urbana próximo ao seu empreendimento.

  • Uma nova política pública de abertura de crédito.

  • Um evento local que atraia mais clientes.

O oposto das oportunidades são as ameaças, o que pode prejudicar o empreendimento, mas também não pode ser controlado. Os exemplos são:

  • Crises econômicas

  • Catástrofes naturais

  • Aumento da concorrência

É importante mapear as ameaças para você estar preparado caso aconteçam.

Por que utilizar a análise FOFA?

A análise SWOT ou FOFA pode ser utilizada por empresas que estão começando ou quem já tem história no mercado, pois é uma ferramenta simples e versátil.

Além disso, possui outras vantagens, como:

  1. Auxilia na identificação do que a empresa pode melhorar.

  2. Te capacita para melhorar o posicionamento da empresa diante do mercado.

  3. Permite que a empresa se auto conheça, descobrindo seus pontos positivos e negativos e assim você tem mais embasamento para tomar decisões.

  4. Faz você descobrir as novas demandas no seu segmento.

  5. Possibilita que você enxergue o que pode causar danos ao seu negócio.

Dicas para fazer um ótimo diagnóstico

Mesmo que fazer uma análise SWOT seja bastante simples, seguem algumas dicas para auxiliar no processo. São elas:

Responda a perguntas com sinceridade

Como já mostrei, muitas vezes são utilizadas perguntas para descobrir quais são os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças que atingem a empresa.

Neste momento, é importante ser realista e evitar inflar os pontos fortes e diminuir os pontos fracos. Lembre-se: a análise SWOT existe para te ajudar nas tomadas de decisão.

Por isso, se o diagnóstico ficar ruim, você não terá um bom embasamento para fazer as melhores escolhas.

Faça pesquisas para apoiar a análise

Principalmente se tratando das oportunidades e ameaças é essencial que você faça uma pesquisa prévia para saber o que de fato pode vir acontecer e prejudicar o seu negócio.

Por exemplo: você ouviu falar que futuramente a prefeitura irá instalar novas lâmpadas nas ruas, com isso, os moradores se sentirão mais seguros para andar à noite.

Antes de você colocar isto como uma oportunidade, é importante que você verifique com os órgãos competentes se de fato isso vai acontecer e quando.

Pense nos próximos passos

Como já reforcei em outros textos, é fundamental não ficar só no planejamento e partir para ação. Por isso, após a análise SWOT você deve guardar um tempo para pensar nas ações que serão realizadas a partir do diagnóstico.

Para isso, você pode utilizar um plano de ação, anotando quais tarefas serão executadas e quem serão os responsáveis.

Concentre-se nos fatores internos

Embora seja fundamental analisar o ambiente externo para identificar quais situações podem ser são positivas e quais podem ser negativas, você tem pouco ou nenhum poder sobre eles.

Logo, é mais estratégico focar nos aspectos que você pode controlar, o ambiente interno.

Tomando ações que valorizem os seus pontos fortes e minimizem os seus pontos fracos você estará mais preparado para as oportunidades e não sofrerá tanto com as ameaças.

Escolha as prioridades

Quando fazemos a análise SWOT é natural que apareçam várias informações em cada quadrante e muitas vezes somos tentados a solucionar todas de uma vez.

Entretanto, além de não ser viável na maioria das vezes, pode ser prejudicial para a empresa. Então, nos tópicos escolha quais são os fatores críticos e crie ações para ele.

Por exemplo: nos pontos fracos foram levantados os seguintes aspectos:

  • Falta de motivação dos funcionários.

  • Pouca matéria-prima em estoque.

  • Ações de marketing com pouco resultado.

Neste caso o fator principal seria: pouca matéria-prima em estoque. Afinal, sem insumos, a empresa não terá o que vender.

Como criar uma matriz SWOT

Para facilitar a análise SWOT ou FOFA é utilizado um esquema que simplifica a visualização e a comparação.

Segue exemplo de matriz disponibilizado pela EvoluHub:

Matriz SWOT

Para preencher a planilha, geralmente se começa com os fatores internos, as forças e fraquezas. Já no segundo momento, os fatores externos são levantados. Completando os quadrantes você terá completado a sua análise SWOT.

O ideal é que o desenvolvimento do diagnóstico não fique somente a cargo do gestor, mas que outros colaboradores também possam contribuir.

Para facilitar a compreensão segue este exemplo aplicado em uma sorveteria:

Pontos fortes:

  • Localizada em um ponto estratégico da cidade, próximo a um parque e uma escola.

  • Tem mais de 30 sabores de sorvete.

  • Faz sorvetes artesanais.

Pontos fracos:

  • Concorrência com outros serviços de alimentação como lanchonetes e restaurantes.

  • Alto custo para manter os refrigeradores funcionando.

  • Grande rotatividade de funcionários.

Oportunidades:

  • Verões mais quentes.

  • Reforma do parque próximo.

Ameaças:

  • Sazonalidade.

  • Aumento das aulas em modelo remoto.

Pronto! A análise FOFA está finalizada, para complementar o seu estudo, você pode fazer um relatório explicando como você e sua equipe chegaram a estes resultados.

Mas, é importante reforçar que a análise SWOT é apenas a primeira etapa de um plano estratégico, depois vem a ação.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.