Invariavelmente, pela natureza dinâmica do modelo de
negócio do varejo, a tendência natural é sempre aquela apoiada pela
tecnologia. Neste ano de 2016, aconteceu, em Nova York, o Retail’s BIG
Show, um dos mais importantes eventos de varejo no mundo, organizado
pela National Retail Federation (NRF).
Grandes debates em torno das grandes gigantes americanas do setor, como Amazon e Wall-Mart, por
exemplo, trouxe à tona um assunto que causa desconforto aos mais
tradicionais gestores do setor e, ao mesmo tempo, faz brilhar os olhos
dos empreendedores mais conectados: o varejo on-line, ou e-commerce.
1. Vamos precisar de Gôndolas cada vez mais interativas e inteligentes:
Elas deixaram de ser simples prateleiras.
Cada vez mais, as gôndolas vêm dotadas de atrativos para despertar a
atenção na hora da compra, como uma geladeira, inovação da KraftHeinz,
que utiliza o espaço de visualização do produto como reforço de promoção
para veicular propaganda digital em tempo real. Na onda da
customização, a rede Muji dá oportunidade ao cliente para criar sua
própria fragrância de perfume. Outro recurso, proposto pela RFID,
permite um scannear em 3D que tira todas as medidas da forma do pé do
cliente e, assim, após análise prévia, recomenda qual o melhor modelo de
tênis.
2. Agora os manequins têm vida:
A tendência de manequins com câmeras
integradas que reforçam os sistemas de monitoramento interno que também
registram o comportamento do consumidor. Há, ainda, sistema de
comunicação que permite ao cliente acessar conteúdo extra na hora da
compra via smartphone.
3. Interatividade é bola da vez:
Interatividade e inovação serão
prioridades nos projetos das futuras lojas físicas das principais marcas
de varejo do mundo. Além de projetos arquitetônicos ousados, as lojas
deverão agregar mais conteúdo ao consumidor final e a possibilidade de
encontrar produtos cada vez mais individualizados, customizados para
atender os desejos individuais do consumidor.
4. Comunicação em todos os lugares:
A linguagem visual das gôndolas também ganhou reforço com etiquetas eletrônicas, agora full color, saindo do preto e vermelho tradicional, trazendo novas oportunidades de comunicação.
5. Vendedor-especialista:
Outro ponto é que o vendedor também tem
de fazer a diferença, com informações adicionais, um verdadeiro
especialista naquele segmento. A nova loja da Microsoft em Nova York já
segue essa tendência. O espaço quer trazer o cliente para o universo da
marca e promover a socialização na hora da compra. Curiosamente: uma das
apostas do espaço, em uma das principais avenidas da cidade, são os
cursos rápidos, não relacionados somente aos produtos oferecidos pela
marca, mas existem opções diferenciadas como um que dá dicas de
empreendedorismo, por exemplo.
Essas tendências, na verdade, não são
totalmente inéditas. O setor já vinha sentindo as necessidades e
inclinações dos consumidores que, cada vez mais conectados, passaram a
exigir que os estabelecimentos pudessem acompanhar essas necessidades.
Peter Drucker (2012, p. 241) já trazia conceitos da administração focada
na organização inovadora. Drucker compara a inovação aos bebês, “que
nascem pequenos, imaturos e sem forma”, a organização precisa pensar que
a forma, a maturidade e a grandeza dessa inovação será moldada por ela,
de acordo com sua capacidade e flexibilidade, e, se ela não for capaz,
outra organização poderá ser. Assim, voltamos ao dilema da
sustentabilidade organizacional.
Grande abraço e sucesso!
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 28 de agosto de 2016
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/as-5-tendencias-do-varejo
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