domingo, 26 de novembro de 2017

Estudo sobre as Características dos Empreendedores de Sucesso


As características dos empreendedores são diversas, mas ao mapear homens de negócios percebe-se que algumas são mais comuns no cotidiano de cada empreendedor, eis aqui um estudo realizado na Babson College feito pelo Prof. Phd. Dornelas: 

São visionários

Eles têm a visão de como será o futuro para o seu negócio e sua vida, e, o mais importante, têm a habilidade de implementar seus sonhos.

Sabem tomar decisões

Eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo um fator-chave para o seu sucesso. E, além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente.

São indivíduos que fazem a diferença

Os empreendedores transformaram algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade (Kao, 1989; Kets de Vries, 1997). Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado.

Sabem explorar ao máximo as oportunidades

Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os visionários (os empreendedores) as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificam algo prático para transformá-las em oportunidade, através de dados e informação. Para Schumpter (1949) o empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e inova, criando mercado através de uma oportunidade identificada. Para Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Porém, ambos são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoraram quando seu conhecimento aumenta.

São determinados e dinâmicos

Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de "fazer acontecer". Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam um certo inconformismo diante da rotina.

São dedicados

Eles se dedicam 24 horas por dia, sete dias por semana, ao seu negócio. Comprometem o relacionamento com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos por trabalhar.

São otimistas e apaixonados pelo que fazem

Eles adoram o seu trabalho. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantém cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.

São independentes e constroem seu próprio destino

Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em vez de empregados; querem criar algo novo e determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos, ser seu próprio patrão e gerar empregos.

Ficam ricos

Ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso nos negócios.

São líderes e formadores de equipe

Os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em tornos de si. Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de profissionais competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para assessorá-los nos campos em que não detêm maior conhecimento.

São bem relacionados (networking)

Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.

São organizados

Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.

Planejam, planejam, planejam

Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócios até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio etc., sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.

Possuem conhecimento

São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que, quando maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é a sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em cursos ou mesmo de conselhos de pessoas que montaram empreendimentos semelhantes.

Assumem riscos calculados

Talvez seja a característica mais conhecida dos empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E, para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.

Criam valor para a sociedade

Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, através da geração de emprego, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.

"O empreendedor é aquele que faz acontecer, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da organização." (Dr. José Dornelas)

Fonte no livro: Empreendendo na Prática (Cap. 1, pag. 5 a 9), Phd José Dornelas, Editora Elsevier.

Bem, lendo todas estas características descritas pelo professor parece que temos um "super empreendedor" dotado das melhores características humanas, porém, no contexto individual existem as questões de experiências por erro e acerto, a busca incessante de autoconhecimento, cultura, adoções das melhores práticas e aperfeiçoamento. Para cada característica devemos observar e fazer uma autoanálise na jornada empreendedorial.

Bom trabalho e grande abraço.

Adm. Rafael José Pôncio


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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A Comunicação no Trabalho em Equipe


Acredito que, independente da área de sua formação, você já deve ter ouvido falar diversas vezes na importância da comunicação em nossos relacionamentos e o quanto é imprescindível aos bons profissionais saberem se comunicar com clareza e de forma efetiva.

É de extrema importância a comunicação na gestão de equipes, afinal, as teorias foram desenvolvidas para serem amplamente disseminadas com o intuito de contribuírem para que nos tornemos pessoas e profissionais melhores.

Então, segundo Cherry apud Oliveira (2010, p. 308), a comunicação é “o estabelecimento de uma unidade social entre seres humanos pelo uso de signos de linguagem”.

Tal reflexão nos leva a questionarmos: o que seriam esses signos de linguagem? São os símbolos utilizados para nos comunicarmos e vão desde a linguagem escrita, à oral, aos desenhos, às músicas, enfim, quaisquer representações que contribuam para que repassemos uma mensagem a outra pessoa ou grupo delas.

Nossas relações com outros indivíduos exigem que saibamos nos comunicar, portanto o uso desses signos faz parte de nossas vidas desde sempre. Oliveira (2010, p. 308) ressalta que “a comunicação interpessoal (aquela que se dá entre duas pessoas ou mais) tem a finalidade de estabelecer, entre essas pessoas uma associação ou ligação, um entendimento ou identificação, ainda que momentâneo”.

Mais uma vez, fica evidente que somos seres grupais, que precisam do bando para alcançar nossos objetivos e nos tornarmos mais fortes. Nesse processo, o uso correto da comunicação faz toda diferença.

Ao estudarmos a comunicação e seus efeitos na vida das pessoas, deparamo-nos com diversas teorias que foram desenvolvidas em épocas diferentes e muito importantes da nossa história. Porém, como a proposta é conhecer o resultado dessa comunicação no trabalho em equipe, vamos nos ater a apenas algumas teorias que nos ajudam a compreender melhor como se dá esse processo e a maneira como ele deve ocorrer no ambiente profissional.

Teoria Hipodérmica, cujos estudos iniciaram em 1920 e ocorreram no período entre as duas guerras mundiais, porém a década de 30 é considerada a época de ouro dessa teoria.

Segundo Wolf apud Araújo (2007, p. 67), “ao se centrar nos efeitos, essa teoria demonstra que estímulos e respostas seriam capazes de descrever o comportamento”. O autor continua explicando que “esse modelo defendia uma relação direta entre a exposição às mensagens e o comportamento. Nesse caso, a pessoa, ao se deparar com a propaganda, poderia ser manipulada e/ou controlada por ela” (p. 68).

Assim, percebemos que a Teoria Hipodérmica pregava que as pessoas seriam facilmente influenciadas pelas mensagens recebidas pelos meios de comunicação, sem criticar ou se importar com os efeitos dela em suas vidas cotidianas.

Porém, em 1948, Harold D. Lasswell propôs um modelo de comunicação que superou a Teoria Hipodérmica. Wolf apud Araújo (2007, p. 68) afirma que “a pesquisa de Laswell mostra que uma forma adequada para se descrever um ato de comunicação é responder: Quem? Diz o quê? Por meio de qual canal? Com que efeito? As perguntas correspondem, respectivamente, ao emissor, à mensagem, ao meio e ao resultado”.

O modelo de Lasswell continua atual, por isso é importante conhecê-lo para que saibamos que o ato da comunicação, para ser eficiente, deve seguir esse modelo e responder seus questionamentos.

Mas a comunicação desenvolvido por Laswell, ainda perdura nos dias atuais? Afinal, vivemos na era da informação, em que a multiplicidade de meios de comunicação, a velocidade de circulação de informações e a interatividade estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano; já que todas as regras e convenções parecem ter sido deixadas de lado, será que, para nos comunicarmos, ainda precisamos seguir regras formais?

Mas, no mundo organizacional, sim. Vejamos o que afirmam Tonet et al. (2009, p. 101): No plano organizacional, estudos revelam que o uso adequado da comunicação no mundo dos negócios é sinônimo de sucesso. Ela proporciona significativos ganhos de produtividade decorrentes da redução de custos operacionais, da eliminação de funções que não agregam valor e do incremento na rapidez e precisão das decisões.

Vemos, então, que o ato de se comunicar e se comunicar bem é imprescindível para qualquer profissional, principalmente para o gestor, pois cabe a ele repassar, de forma precisa, as mensagens à equipe, visando alcançar os resultados esperados.

O gestor gasta a maior parte do seu dia se comunicando, seja com membros da sua equipe ou outros profissionais, e essa comunicação se dá não apenas de forma verbal, mas também ao redigir e-mails, grupos de mensagerias, memorandos e outros documentos, ou mesmo em entrevistas de candidatos, reuniões, enfim, sua rotina é repleta de momentos em que ele precisará se fazer entender, a fim de que as mensagens sejam entregues e recebidas com o menor número de ruídos possível.

É evidente que o gestor não é o único que precisa saber se comunicar de maneira eficiente. Os demais membros da equipe também estão a todo tempo recebendo e enviando mensagens e a maneira como isso acontece é fundamental para o sucesso ou não dos objetivos propostos.

Tonet et al. (2009, p. 105) reforçam que: Ao analisarmos o processo de comunicação para podermos aprimorar ou desenvolver nossas habilidades, devemos começar respondendo: o que desejamos e esperamos que aconteça como resultado da mensagem que vamos transmitir? A resposta a esta questão é o nosso objetivo de comunicação.

A definição do objetivo contribui para que se mantenha o foco, pois, como já foi dito, as equipes estão à mercê de inúmeras mensagens que são recebidas e enviadas pelos mais diversos canais e, caso o foco não esteja em mente, essa rede pode acabar influenciando e causando prejuízos ao processo comunicacional que se pretende atingir.

Tendo estabelecido o objetivo e com o foco claro, o que se espera é que as informações sejam repassadas da maneira mais fiel possível e, por fidelidade, entende-se que o emissor expressará perfeitamente o que ele pretende e o receptor compreenderá a mensagem com exatidão (Tonet et al., 2009, p. 105).

Acredito que você na sua área profissional, já deve ter recebido ou dado feedback ao menos uma vez, não é verdade?

Essa ferramenta é fundamental nas relações de trabalho, pois, com ela, o gestor consegue passar aos membros da equipe sua percepção sobre o trabalho deles e estes conseguem compreender se sua postura está adequada ou se algo precisa ser melhorado visando alcançar um melhor desempenho profissional.

Sabemos que o feedback não é um momento fácil e que é necessário um preparo antes, tanto por parte do gestor quanto por parte do liderado. Emoções, sentimentos e impressões precisam ser deixados de lado para que a comunicação aconteça de forma assertiva.

Tonet et al. (2009, p. 114) afirmam que o feedback “é um excelente instrumento de gestão. Antes de fornecer um feedback é importante que o gestor esteja atento aos seguintes aspectos: imparcialidade, aplicabilidade, especificidade, oportunidade e diretiva”. Ou seja, esse momento pode ser crucial para a melhoria (ou não) do trabalho da equipe, por isso é importante que não haja julgamentos e que informe com exatidão a mensagem pretendida, sempre tendo como foco a aplicação da mensagem para o alcance dos resultados propostos.

Devemos ter em mente que o processo do feedback pode contribuir muito para o bom desempenho do indivíduo. Por isso, cabe ao gestor assumir uma postura ética e imparcial, como já foi dito, e preparar-se tendo clareza da importância desse momento para a vida profissional do seu liderado.

Segundo Oliveira (2010, p. 314): Nos processos de comunicação interpessoal propriamente ditos, é muito importante que o feedback seja fornecido ao colaborador pelo gestor. Isso é particularmente importante quando o colaborador tem pouca chance de constatar por si mesmo o resultado de seu desempenho, ou quando esse desempenho é especialmente relevante ou significativo.

Vemos, então, que é importante que o gestor esteja sempre dando feedback aos membros de sua equipe, independentemente de a empresa disponibilizar uma data formal ou não para que isso ocorra, pois nem sempre os indivíduos conseguem ter a percepção sobre como está o andamento do seu trabalho e se o que se espera deles está sendo atendido.

Outro fator importante é que o feedback não deve se resumir apenas a fazer elogios ou críticas ao trabalho. Esse momento deve ser usado para descrever o comportamento do outro, sem interpretar suas razões ou julgá-lo por esse comportamento, mas ajudá-lo a tomar conhecimento de algo que, muitas vezes, ele próprio não percebeu sobre seu comportamento ou desempenho (OLIVEIRA, 2010, p. 314).

Com isso, compreendemos que o gestor pode fazer uso do feedback como sendo um grande aliado no processo de comunicação com sua equipe, mas, para isso, é preciso que, antes, ele próprio esteja preparado e com objetivos bem traçados para que essa ferramenta possa ser utilizada de forma eficiente.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 02 de setembro de 2017
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/a-comunicacao-no-trabalho-em-equipe



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