sexta-feira, 18 de setembro de 2020

6 coisas que a escola de negócios não lhe ensinará sobre empreendedorismo


Para os MBAs, começar um negócio pode se tornar a cena do acidente, onde teoria e educação colidem com fatos e realidade.

Nos cursos de empreendedorismo no Brasil não é ensinado tudo o que você precisa saber sobre como iniciar e administrar um negócio de sucesso. Eu aprendi isso da pior maneira!
Enquanto a escola de administração ensinou-me como negociar, comunicar-me de forma eficaz e compreender os fundamentos de finanças, economia e direito, então entendi que havia lacunas significativas no meu conhecimento desde o primeiro dia que comecei a empreender.
As relações e a rede que construí na escola de negócios valem mais do que o custo da mensalidade. No entanto, acabei aprendendo muito mais sobre negócios, sendo um empreendedor por quatro meses, do que em uma sala de aula durante quatro anos, isto sem desmerecer a necessária busca incessante pelo conhecimento é claro.
Aqui está o que eu aprendi como um empreendedor que a escola de negócios não me ensinou, e que isso não irão lhe ensinar - sobre como construir um negócio de sucesso.

1. Um negócio pode ser complicado

Começar um novo negócio exigirá que você "descubra as coisas à medida que for". Embora a faculdade de administração enfatize a importância do financiamento, da contratação e do escalonamento, começar um negócio significa aproveitar ao máximo os poucos recursos que você possui.
A realidade é que as empresas mais bem-sucedidas começaram hoje muito fragmentadas e a partir do zero. Eles realmente não tinham um plano, não alugavam um espaço, nem ficavam com a ideia original em alguns casos.
Seu sucesso dependerá muito de como você pode ser perspicaz e de como você pode aproveitar ao máximo os recursos e ferramentas disponíveis para você agora. Mesmo que isso signifique lançar com um produto viável mínimo para testar o mercado antes de tentar obter o financiamento, a equipe ou os recursos que você acha que precisa.

2. Planos não são a coisa mais importante

É contra intuitivo, mas o planejamento exagerado pode acabar com o seu negócio, especialmente quando você está girando e ajustando com base em como o cliente usa, percebe e compra seu produto ou serviço.
Escolas de negócios gostam de tratar cada nova ideia de negócio como um empreendimento maciço que pode ser completamente planejado. "Quer começar um negócio? Crie um plano de negócios, determine a adequação do seu produto ao mercado, calcule o ponto de equilíbrio, etc."
A verdade é que muito disso se tornará mais claro à medida que você testar e primeiro levar seu produto ou serviço ao mercado. É muito mais importante executar sua ideia e obter uma prova de conceito, em vez de tentar planejar cada aspecto de seu negócio com perfeição. O planejamento excessivo antes da execução geralmente conduz apenas a procrastinação. As coisas mudam muito rápido neste mundo digital disruptivo.

3. Como definir metas

Com tanta ênfase no planejamento e na tomada de decisões estratégicas, é um pouco irônico o pouco que as escolas de administração estabelecem objetivos e fazem engenharia reversa do que você quer.
Muitos empresários sabem o que querem fazer, mas não sabem como fazê-lo. Definir metas facilita a determinação do caminho, pois é possível fazer engenharia reversa de onde você deseja estar.
As metas mantêm você responsável, além de alinhar todos em sua equipe. A última coisa que você quer como dono de uma empresa é que sua equipe tenha motivações diferentes que contradizem (ou competem) uma com a outra.
Qual é o objetivo que você quer que toda a sua equipe se concentre? Concentre-se nele para causar um impacto maior.

4. Marketing no século XXI

Muitas escolas estão finalmente começando a melhorar suas aulas de marketing para se adequarem à era digital, mas você ficaria surpreso com o quanto ainda está por trás de muito da educação em marketing. Para ser justo, é porque essa informação muda muito mais rápido do que a maioria das escolas de negócios consegue acompanhar.
Como empreendedor, é sua responsabilidade manter-se informado sobre as tendências atuais do marketing digital, bem como as táticas que funcionam no momento.
Muitos dos princípios fundamentais de marketing que as escolas de negócios ensinam ainda são úteis e relevantes. No entanto, é crucial para o seu sucesso que você tenha uma compreensão profunda de coisas como publicidade paga por clique, otimização de mecanismos de pesquisa e marketing por redes sociais, só para citar alguns. 
Se você quiser aprender como criar um anúncio de sucesso no Facebook, por exemplo, você não encontrará a resposta em uma sala de aula. Você terá que criar um e ajustá-lo conforme for.

5. Como ser criativo

Os empreendedores precisam canalizar sua criatividade com frequência, seja para você ter soluções exclusivas para os problemas de seus clientes ou para encontrar essa grande ideia de negócio.
A criatividade é muito difícil de ensinar, por isso não é de admirar que isso seja algo que falta nas escolas de negócios. As escolas de negócios ensinam sistemas e regras. Eles mostram os parâmetros em que você trabalhará como empreendedor e como aproveitá-los ao máximo.
Criatividade é trabalhar fora desses parâmetros, pensando fora da caixa. Como empreendedor, às vezes a melhor solução não é a mais óbvia. Às vezes, isso requer uma solução inspirada.
Quando você pensa em alguns dos casos mais famosos de sucesso de empresas, apesar das probabilidades, ou das campanhas de marketing mais bem recebidas, geralmente há muita criatividade por trás disso, não uma fórmula de corte de cookies ensinada em uma escola de administração. 
Mas essa inspiração geralmente vem de tentar coisas novas, cometer erros e aprender com os outros. E esse tipo de experiência é acelerado quando você é um empreendedor.

6. Assumir riscos

As escolas são projetadas para ensinar os alunos a não falhar. Eles ensinam os alunos a serem mais avessos ao risco do que assumir riscos. Eles são projetados para que os alunos trabalhem dentro de um conjunto de regras. Esta é a antítese de ser um empreendedor e administrar um negócio.
Administrar um negócio significa falhar muitoEmpreendedorismo é sobre assumir riscos calculados. Envolve pensar fora da caixa e criar um caminho não convencional.
O fracasso deve ser visto como parte do processo de aprendizagem. Como os alunos são desencorajados a falhar, eles nunca veem o valor do fracasso como uma maneira de aprender. Assim, estudantes da escola B que se dedicam ao empreendedorismo podem se tornar mais avessos ao risco.
O problema com isso, é claro, é que os empreendedores se dão uma desculpa para desistir cedo demais, e evitam assumir os riscos que podem ajudar sua empresa a decolar.
Qualquer obstáculo ou desafio que você encontrar como proprietário de uma empresa não deve ser visto como um sinal de parada. Em vez disso, isso pode significar simplesmente que você precisa avançar em uma direção diferente.
Bom trabalho e grande abraço.
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 17 de abril de 2019
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/6-coisas-que-a-escola-de-negocios-nao-lhe-ensinara-sobre-empreendedorismo


Conheça também:

Sobre Virtudes e Empreendedores



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

domingo, 6 de setembro de 2020

Grupo de trabalho ou Equipe de trabalho?


Em tempos em que o trabalho individualizado é cada vez mais recorrente, impulsionado principalmente pela expansão da tecnologia, torna-se vital que as lideranças das organizações explorem e desenvolvam um “espírito” de atuação e trabalho em grupo e, consequentemente, o trabalho em equipe. Mas antes de continuar nossas discussões, vamos conhecer algumas diferenças importantes. Você sabe diferenciar um grupo de uma equipe?

O grupo de trabalho pode ser definido como todo conjunto de profissionais que de alguma forma faz parte de um mesmo projeto e/ou contexto organizacional, desenvolvendo as suas tarefas em busca de objetivos previamente definidos. 

A equipe de trabalho abarca estes mesmo aspectos, mas ainda acrescenta a cooperação mútua, a sinergia, a comunicação e a assertividade à sua definição.

No trabalho em grupo cada um preocupa-se unicamente com a sua tarefa, e em realizá-la de maneira adequada. Já no trabalho em equipe, as tarefas são executadas, mas as pessoas se auto gerenciam, têm atuação conjunta e desenvolvem atividades em parceria, buscando resultados de maneira compartilhada.

E de que forma isso pode ser alcançado? Mais uma vez destaca-se o papel que a liderança tem neste processo. O líder sabendo conduzir adequadamente os seus liderados levará ao desenvolvimento do trabalho em equipe. Você perceberá que os conceitos de liderança e de trabalho em equipe sempre caminharão juntos, pois um acaba sendo reflexo do outro, principalmente em contextos organizacionais.

Segundo Barbieri (2012, p.63), “o líder de uma equipe deve entender os vários estágios pelos quais o grupo deve passar no desenvolvimento de suas características humanas e de suas competências, para que possa acelerar o processo de aperfeiçoamento do mesmo”. Por meio deste entendimento torna-se possível conduzir o grupo a um estágio de reciprocidade contínua, um estágio de cooperação madura, que seria o ideal.

O estágio de cooperação madura é abordado por Barbieri (2012) como o momento em que os membros do grupo entram em um processo de competição madura e fazem o melhor que puderem no desenvolvimento de suas atividades, desde que se prestem também a ensinar, a ouvir e a aprender com os seus colegas de equipe.

Complementando, Vergara (2011) afirma que existem algumas especificidades para o bom funcionamento do trabalho em equipe. Destaca-se aqui, três destas especificidades, que são: a comunicação, o feedback e o poder compartilhado.
  1. Comunicação: é a base do trabalho em equipe, pois pensamentos, sentimentos e percepções precisam ser explicitados em um processo de comunicação franca, aberta e principalmente em um clima de respeito mútuo. Os problemas precisam vir à tona e as ideias inovadoras precisam ser conhecidas pelos membros da equipe. E isso só ocorre por meio da comunicação. 
  2. Feedback: é a resposta a todo o processo que envolve informações. O feedback contínuo torna-se um recurso de aprendizagem individual e coletiva, pois ele permite que as pessoas e a equipe como um todo reflita sobre suas percepções, opiniões e ações, levando a corrigir rumos e fazer ajustamentos quando necessário. O importante é que o feedback seja honesto, mas que ao mesmo tempo não venha ferir a autoestima de ninguém.
  3. Poder compartilhado: quando se desenvolve o trabalho em equipe, não necessariamente a liderança precisa ser a mesma sempre. Em uma equipe de trabalho engajada é natural que os seus diferentes membros assumam a liderança conforme a tarefa que lhes é proposta.
Estes três elementos que foram abordados a partir de Vergara (2011) caracterizam comportamentos que delineiam as relações e “dão vida” ao que chamamos de trabalho em equipe. Percebe-se, então, como o trabalho em equipe se mostra adequado para as organizações? E não estamos tratando aqui de algo inalcançável e utópico, mas sim de um processo que envolve muita dedicação de todos os envolvidos, principalmente das lideranças.

Grande abraço e bom trabalho!

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 05 de janeiro de 2017
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte:
 https://administradores.com.br/artigos/grupo-de-trabalho-ou-equipe-de-trabalho




Conheça também:

A importância de repensar o negócio — saiba o momento e de que forma recalcular a rota



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.