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terça-feira, 15 de junho de 2021

Como nasceu o empreendedorismo? Conheça mais sobre sua origem, história e sobre quem pode ser empreendedor.


Atualmente falamos muito sobre empreendedorismo no Brasil. É fato que uma grande parcela da nossa sociedade deseja começar um negócio, seja devido a crise econômica em que vivemos ou por esse ser um sonho antigo. Mas para além disso, o que faz com que queiramos inovar e nos arriscar nesse mundo? O empreender seria uma necessidade nossa enquanto espécie ou uma saída individual para superar momentos economicamente difíceis?

Antes de entrarmos no assunto, é preciso retomar um pouco a história e entender como nasce o empreendedorismo e qual seu significado.

Ao buscar a sua etimologia, notamos que a palavra “empreendedor” deriva da palavra francesa entrepreneur, que significa “aquele que assume riscos e começa algo novo”. Essa, por sua vez, tem sua origem no latim e vem da palavra Emprehendere, que significa “segurar diante de si”. Partindo disso, podemos deduzir que o empreendedor é aquele que assume riscos e aproveita as oportunidades que surgem à sua frente. Interessante, não é?

A origem do empreendedorismo como necessidade humana

Levando em consideração o significado de empreendedor, podemos dizer que nós enquanto espécie temos uma necessidade de exercer o empreendedorismo. Pensemos juntos: somos o único ser autoconsciente do planeta, isso significa dizer que não tomamos nossas decisões baseadas somente por instinto, como é o caso dos outros animais. Os seres humanos podem escolher seu modo de ação no mundo, o que lhe garante a capacidade de assumir riscos, necessários ou não. 

Graças a essa capacidade de escolha fomos capazes de fabricar ferramentas, aprender novas técnicas de manipulação do solo e construir monumentos que perduram até os dias atuais. A inovação e a busca por melhorias foi o que nos tirou das cavernas e nos fez criar pirâmides, civilizações e nos levar à lua.

Portanto, a evolução da nossa sociedade só pôde ocorrer graças àqueles que assumiram riscos e ousaram criar algo novo. E ainda somos assim, visto que inovação é um dos pilares da nossa sociedade. Estamos sempre buscando novos meios e produtos para melhorar nossa qualidade de vida, o que torna o empreendedorismo uma atividade essencial para nossa dinâmica social.

Ao contrário do que diz o senso comum, o empreendedor não é alguém que busca vantagens econômicas e ganhar a qualquer preço. Acima do lucro, há uma mentalidade, uma postura de vida que o impulsiona e que, em algum grau, há em todos nós. Estamos certos que nem todos nós somos tão inovadores quanto Bill Gates, Steve Jobs ou o Barão de Mauá, mas ainda assim reside em nós essa semente do empreendedorismo.

O Empreendedorismo e o Século XVIII: quando o assunto chegou aos livros.

Durante muito tempo as teorias econômicas não levaram em consideração o papel do empreendedor. Isso porque, nos modelos tradicionais, a criatividade e subjetividade acerca da inovação não eram fatores mensuráveis para a elaboração de teses. Ao tratar de seus modelos econômicos eram necessários dados sólidos e que pudessem ser medidos, analisados e comprovados. 

Apesar de estar inicialmente fora desses modelos, é no turbulento século XVIII que o empreendedor vai ganhar destaque nos livros de economia. A primeira menção à figura do empreendedor se faz por Richard Cantillon, economista francês considerado o “pai da economia empresarial”. Cantillon vai diferenciar o empreendedor do capitalista dizendo que o primeiro é aquele que assume riscos, enquanto que o segundo nada mais é do que aquele que financia-o a partir do capital

Colocando em exemplos, lembremos da história de Marco Pólo. Em sua jornada até a China ele foi financiado por diversos banqueiros, que lhe deram os meios para que o aventureiro conseguisse chegar até a corte de Kublai Khan.

Nesse caso Marco Polo era o empreendedor, pois buscou encontrar uma nova rede comercial e seu sucesso permitiu a entrada de diversos artigos orientais, até então pouco conhecidos pelos europeus da Idade Média. O mercador também estava pensando em obter lucro e sucesso, porém sua identidade está na construção de novos caminhos e na inovação dessas rotas comerciais.

Esse exemplo deixa claro que empreender está para além de buscar capitalizar a partir da criação de novos produtos e que o empreendedor diferencia-se e muito do capitalista. Se hoje confundimos esses dois papéis é por não sabermos definir as atribuições e perspectivas de cada um.

O que caracteriza, afinal, um empreendedor?

Não há dúvidas de que ser um empreendedor exige diversas habilidades. Algumas pessoas desde cedo já demonstram certo talento para assumir riscos, entretanto, esses não são os fatores principais para um empreendedor de sucesso. A maior parte das ferramentas que tornam uma pessoa um empreendedor pode ser desenvolvida ao longo da vida através de esforço e dedicação. 

Aqui estão quatro características fundamentais para quem pretende lançar-se no mundo do empreendedorismo:

1. Iniciativa

Empreendedores são pessoas que lançam-se ao futuro e buscam inovações. Para isso é preciso iniciativa. Muitas vezes, frente a situações cotidianas, nos colocamos em uma situação passiva, ou seja, esperamos que outra pessoa venha e resolva o nosso problema. O empreendedor deve estar sempre em busca de tomar ações, essa característica garante estar a frente dos seus concorrentes. 

2. Adaptação 

Nosso mundo está em constante transformação. Todos os dias ocorrem mudanças tecnológicas, políticas e sociais que afetam a nossa vida. Portanto, tal como a seleção natural de Charles Darwin, precisamos nos adaptar.Um amante do empreendedorismo deve ser capaz de enxergar o cenário em que vive e perceber não apenas a mudança, mas seus efeitos e direção. 

3. Organização e disciplina 

Geralmente achamos que aventurar-se a fazer algo novo é fruto de uma impulsividade. Entretanto, um bom empreendedor nunca é levado apenas por seus impulsos, mas sim constrói, de maneira ordenada e eficaz, o seu caminho. Às vezes ter uma ideia boa não é o bastante, é preciso disciplina e foco para alcançar metas e tornar o sonho realidade. 

4. Assumir riscos e lidar com falhas 

Nem tudo são flores quando se trata de empreender. É preciso, antes de mais nada, saber lidar com as frustrações e resultados negativos. Por isso não basta apenas assumir riscos e lançar-se no desafio, mas compreender que as falhas fazem parte do jogo. Se você considera esses fatores e aprende a lidar com eles, você estará num bom caminho para realizar seus sonhos no mundo do empreendedorismo. 

Para saber mais sobre aprender a lidar com erros e superar seus medos, indicamos nosso artigo “empreendedorismo tem tudo a ver com superar obstáculos”

Bom Trabalho e Grande Abraço!

Autor:  Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em:  14 de junho de 2021
Especial:  Artigos no Jornal da Tribuna
Link: https://jornaltribuna.com.br/2021/06/como-nasceu-o-empreendedorismo/


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

domingo, 24 de janeiro de 2021

Prof. Rafael José Pôncio - 6 atitudes simples para o empreendedorismo sustentável

Você sabe a importância do empreendedorismo sustentável para o planeta? Descubra neste texto e conheça 6 práticas que você pode adotar na sua empresa.

Como praticar o empreendedorismo sustentável?

Com a necessidade de criar modelos de negócios que preservem o meio ambiente e causam impactos sociais positivos, o empreendedorismo sustentável vem ganhando espaço.

Mas este compromisso não é só das grandes empresas, também os pequenos negócios têm um papel importante, pois eles representam quase 90% do total de empresas no mundo. Ou seja, se todos fizerem a sua parte o impacto será enorme.

Por isso este texto contém práticas simples para incluir o empreendedorismo sustentável no dia-a-dia da empresa.

O que é empreendedorismo sustentável?

O empreendedorismo sustentável ou empreendedorismo orientado à sustentabilidade é uma expressão usada para negócios que desenvolvem ações para benefícios ambientais e sociais.

A ideia por trás deste modelo de negócio é que as empresas entendam o seu impacto no planeta e na sociedade e a partir disso, criem ações que alinhem os seus ganhos financeiros à sustentabilidade.

Esta nova forma de pensar começou na primeira conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento da ONU em 1972,  que criou o termo desenvolvimento sustentável.

Também os consumidores influenciaram esta nova maneira de tratar os negócios, procurando produtos que tenham o selo sustentável.

Mas o que são os selos sustentáveis?

São certificações que comprovam procedimentos e metodologias de uma empresa ou produto.

Por exemplo: um suco que é feito 100% com ingredientes orgânicos passa por um processo de auditoria para conseguir o selo de produto orgânico.

Os selos são uma forma visual do cliente a identificar qual produto segue os padrões ou não.

Como começar o empreendedorismo sustentável na minha empresa?

No Brasil encontramos empresas que levam o empreendedorismo sustentável bem a sério, como a Natura que busca gerar impactos econômicos, sociais e culturais positivos.

Porém, não precisa ser um grande negócio para investir em sustentabilidade, ações simples fazem uma enorme diferença.

O primeiro passo é pensar em todo o ciclo de vida da empresa, da produção até a venda.  A partir disso, analisar se existe um ponto da cadeia produtiva em que há desperdício.

Caso identifique uma etapa que precisa de ajustes, é hora de pensar em alternativas.

Por exemplo: uma confeiteira percebe que descarta várias caixas de leite diariamente. Para diminuir este consumo ela faz uma parceria com a empresa de reciclagem do seu bairro.

Práticas para o empreendedorismo sustentável:

Separei 6 atitudes simples que qualquer empreendedor pode fazer para contribuir com o bem-estar do planeta:

1.   Criar um ambiente colaborativo

Vale lembrar que o empreendedorismo sustentável também envolve a questão social. Por isso, criar um ambiente de trabalho leve, onde os funcionários se sintam motivados e respeitados também faz parte da sustentabilidade.

2.   Substituir os copos descartáveis

O plástico leva cerca de 400 anos para se decompor. Então o ideal é substituir por copos de silicone, canecas ou copos térmicos que ainda preservam o café quente por mais tempo.

3.   Reutilizar as folhas de papel

Os papéis que iriam direto para o descarte podem virar folha de rascunho. Também quando possível, use os dois lados da folha para imprimir e não causar desperdício.

4.   Diminuir o consumo de energia

É possível diminuir o consumo de energia desligando todas as luzes no final do expediente. Outra alternativa é trocar os equipamentos novos que não gastem tanta energia.

5.   Repense os seus fornecedores

Quando possível, escolha fornecedores e parceiros que também pratiquem o empreendedorismo sustentável.

6.   Criar campanhas de conscientização

Para que os funcionários adotem a novas práticas eles precisam tomar consciência da importância das suas ações para o planeta. Por isso, dedique um tempo explicando o motivo das mudanças.


Então, já conhecia o empreendedorismo sustentável? Já coloca em prática no seu negócio? Diga nos comentários.

Bom trabalho e grande abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

Sobre Virtudes e Empreendedores



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.          


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Ter postura por suas crenças em meio a divergências generalizadas é o que muda nosso mundo



Um novo estudo da Universidade em Yale que avaliou as respostas corporais sugere que defender suas crenças, expressar suas opiniões e demonstrar seus valores fundamentais - apesar da dissidência generalizada - pode ser uma experiência psicológica positiva.

Indo com o fluxo pode parecer mais fácil do que resolver por si mesmo quando confrontado com um desentendimento quase unânime. Mas por mais desconfortável que possa ser caminhar como dissidente solitário, não só reforça os valores fundamentais, mas também cria um efeito de ondulação onde outros tomam conhecimento.

Nossa felicidade e, finalmente, nossas vidas, são definidas pelas escolhas que fazemos. Quando permitimos que outras pessoas nos digam como sentir, estão fazendo essas escolhas para nós, e estamos jogando nossa verdade ao "vento". E, no entanto, pode haver uma clara divergência entre o que as pessoas fazem e dizem e como se sentem.

As pessoas podem mostrar conformidade, mas ir junto com o grupo não significa que eles estão indo felizmente. O comportamento externo não é necessariamente uma boa indicação de sua experiência interna.

As descobertas, publicadas na revista Psychophysiology, fornecem novos conhecimentos sobre o que é ser sozinho contra o grupo, investigando a experiência como acontece.

Metodicamente, isso é difícil de capturar, de acordo com Turney, que é PHD na área. Ele diz que há uma longa tradição na psicologia social investigando como as pessoas são afetadas pela pressão para se adequar a um grupo. A grande maioria do trabalho centrou-se no comportamento e atitudes auto-relatadas, com o pressuposto de que é desconfortável ser o dissidente solitário e que as pessoas estão motivadas a se conformar porque alivia seu desconforto.

Questionar assuntos de estudo durante a experiência pode ser perturbador, enquanto espera entrevistá-los mais tarde exige que eles lembrem de sentimentos que nem sempre são relatados com precisão. "Mas podemos aproveitar a experiência usando medidas psicofisiológicas, o que fizemos neste caso, avaliando as respostas cardiovasculares", diz Turney. "Foi aí que este estudo começou. Para tentar entender o que é essa experiência momentânea de pressão de conformidade".

Ao medir as respostas cardiovasculares, Turney e os outros pesquisadores - a colega da UB, Michael Gabriel, Sharon Sviesk da Universidade Daemen e o Tomio Kawatta da Universidade do Sul da Illinois - têm uma ideia de como as pessoas estão avaliando recursos pessoais versus as demandas da situação enquanto estão em ação de conformidade potencial.

Ao tentar atingir um objetivo, a avaliação de recursos elevados e baixas exigências leva a uma experiência principalmente positiva e revigorante chamada desafio, o que corresponde com o sentimento de confiança. Baixos recursos e altas exigências levam a um estado muito menos confiante chamado ameaça, o que pode provocar sentimentos de ansiedade.

Os pesquisadores atribuíram as participantes a uma das quatro condições experimentais, cada uma com o objetivo de se encaixar na opinião política de um grupo ou afirmar sua individualidade, e com um grupo que concordou ou não concordou com a opinião dos participantes sobre a questão.

"Quando o objetivo dos participantes era se encaixar com um grupo (do tipo: "Maria vai com as outras") de pessoas que discordavam deles, suas respostas cardiovasculares eram consistentes com um estado de ameaça psicológica", diz Turney. "Em contraste, quando o objetivo era ser um indivíduo entre um grupo de pessoas que discordavam deles, suas respostas cardiovasculares eram consistentes com o desafio".

"Você pode ter que trabalhar para alcançar um objetivo, mas quando você enfrentar desafio, é mais como sentir-se revigorado do que sobrecarregado. É consistente em ver algo para ganhar em vez de se concentrar no que pode ser perdido", diz ele.

Os resultados têm implicações interessantes, especialmente em um ano de eleições, quando alguém pode ser cercado por membros da família, colegas de trabalho ou até mesmo sinais do cotidiano doméstico de vizinhança que são contrários a opiniões pessoais.

Quando acreditamos apaixonadamente em algo, devemos deixar as pessoas saberem por que defendemos esses ideais. Não podemos mudar a mentalidade dos outros, mas podemos mudar a conversa. Em seguida, leva a diferentes direções de consciência e as pessoas começam a reconhecer por que somos tão inflexíveis e apaixonados por opiniões, mesmo que outros discordem deles.

A raiva é muitas vezes o indicador emocional do desrespeito e da injustiça. Esconder a raiva, por sua vez, é o sinal emocional de que você permitirá que isso aconteça. Muitos confundem o ato defensivo de usar esse pouco de raiva, com a postura de ataque expansiva de buscar ganho egoísta à custa dos outros. Eles confundem a autodefesa com a intenção malévola.

Então, as pessoas permanecerão em silêncio e fingirão que não são afetadas quando são divertidas, abatidas ou tratadas abaixo do seu verdadeiro valor por parte de outros, incluindo a família, inclusive "amadas". Mas, em nome da compaixão e do amor, em nome de manter a energia elevada, não se trata de permitir que os perpetradores percebidos funcionem desenfreadamente às suas custas, mas deixando todos os outros entenderem que você aceita a perspectiva dos outros, mesmo que eles não concordem com você.

Muitas vezes, não é possível ganhar no confronto de ideias, especialmente o que é antagônico. Não procure ganhar, mas sim gentileza. Não procure conquistar, mas compaixão. Às vezes, as situações não são lineares, cristalinas, preto e branco. É seu discernimento saber quando é hora de se levantar e aplicar o seu raciocínio ou quando é melhor deixar ir. No entanto, ambos podem ser feitos através de uma intenção sentida pelo coração e entender a perspectiva dos outros e isso, por sua vez, reduz seu próprio emaranhamento emocional ao longo de cada experiência.

Poderia ser facilmente irresistível enfrentar um grupo do outro lado de um problema ou candidato, mas este estudo sugere que lembrar-se de querer ser um indivíduo pode torná-lo uma experiência melhor, desafiadora em vez de treinar, revigorante em vez de esmagadora.


Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 17 de abril de 2019
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link: https://administradores.com.br/artigos/ter-postura-por-suas-crencas-em-meio-a-divergencias-generalizadas-e-o-que-muda-nosso-mundo



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

sábado, 4 de abril de 2020

Teoria dos Três Fatores de Sirota



Mantendo os funcionários entusiastas

O alto entusiasmo no trabalho geralmente significa disposição, para trabalhar afinco.

Então você viu pessoas começarem novos trabalhos com muito entusiasmo, prontas para começar a contribuir, mas depois observaram enquanto perdiam essa motivação constantemente?

Infelizmente, isso é comum. E isso pode levar a sérios problemas para os gerentes, pois eles lutam para motivar membros da equipe frustrados, indiferentes, não cooperativos e improdutivos. Supervisão rigorosa, discursos motivacionais, programas de recompensa, disciplina progressiva e transferências de departamento - tudo isso faz parte da caixa de ferramentas do gerente. No entanto, essas estratégias geralmente não são eficazes.

O Dr. David Sirota, pesquisador e consultor organizacional, conduziu uma pesquisa sobre formas de motivar funcionários. Seu trabalho foi baseado em pesquisas de mais de quatro milhões de trabalhadores em todo o mundo - assim como grupos focais, entrevistas, estudos de caso e observações informais. Mais proeminentemente exposto em seu livro de 2005 denominado The Enthusiastic Employee, ele concluiu que a maneira de entusiasmar os trabalhadores é dar a eles o que eles querem.

A Teoria dos Três Fatores de Sirota da Motivação Humana no Local de Trabalho baseia-se em três princípios fundamentais:
  1. Os objetivos da organização não estão em conflito com os objetivos dos colaboradores. 
  2. Os colaboradores têm necessidades básicas que as organizações devem tentar atender. 
  3. O entusiasmo da equipe é uma fonte de vantagem competitiva.
Para entender e apreciar a teoria de Sirota, é importante reconhecer o ponto de partida: que a maioria das pessoas inicia um novo trabalho com altos níveis de motivação e entusiasmo e que geralmente querem aproveitar o que fazem. Ele argumenta que esse estado natural de motivação é então reduzido, ao longo do tempo, por más práticas e más condições dentro da empresa. 

Os três fatores, que juntos constroem entusiasmo, são os seguintes:
  1. Equidade/Justiça - As pessoas querem ser tratadas de forma justa no trabalho. 
  2. Realização - As pessoas querem fazer um trabalho importante e útil e serem reconhecidas por isso. 
  3. Camaradagem - As pessoas querem ter bons relacionamentos com seus colegas de trabalho.
Vamos analisar cada um destes fatores:

Fator Um: Equidade/Justiça

As pessoas são motivadas por um tratamento justo e querem que sua empresa ofereça condições básicas que respeitem suas necessidades fisiológicas, econômicas e psicológicas.

As pesquisas de Sirota incluíam questões sobre condições físicas de trabalho, segurança no trabalho, a quantidade de trabalho esperado, remuneração, comunicação, favoritismo e a consistência das ações e comunicação da administração.

De acordo com Sirota, para garantir que sua organização demonstre equidade, você precisa abordar todos os três elementos de justiça:

Segurança fisiológica
  • Garantir a segurança física dos trabalhadores. 
  • Crie condições de trabalho seguras.
  • Estabeleça expectativas que dêem à sua equipe um equilíbrio razoável entre trabalho e vida pessoal.
  • Certifique-se de atender a todos os requisitos de segurança no local de trabalho.
  • Fornecer treinamento de segurança regularmente.
Segurança Econômica
  • Fornecer um nível razoável de segurança no trabalho.
  • Considere todas as alternativas possíveis antes de demitir colaboradores.
  • Peça demissões voluntárias quando uma dispensa for inevitável.
  • Comunique-se aberta e honestamente sobre a demissão.
  • Fornecer recolocação e apoio financeiro para os colaboradores que perderam seus empregos.
  • Manter as necessidades de justiça dos colaboradores. que permanecem.
Fornecer compensação justa
  • Pague salários competitivos e acompanhe a inflação.
  • Inclua algum pagamento variável (bônus) por desempenho.
  • Permitir que os colaboradores compartilhem o sucesso da empresa por meio da participação acionária ou de outros programas de participação nos lucros. 
A teoria de Sirota é forte em compensação. Ele não acredita (como alguns fazem) que o dinheiro está abaixo na lista de fatores motivadores. Sua teoria diz que o pagamento representa respeito e realização, não apenas a capacidade de comprar as necessidades da vida.
 
Saúde psicológica
  • Crie um ambiente de respeito.
  • Trate todos os colaboradores. da mesma forma, independentemente de quanto poder eles têm.
  • Use o poder de forma justa.
  • Minimize as distinções de status no local de trabalho - por exemplo, evitando estacionamentos separados ou áreas de alimentação.
  • Fornecer autonomia suficiente e apropriada e trabalho independente.
  • Preste atenção ao que os colaboradores dizem, o que querem e precisam.
  • Forneça feedback e reconhecimento positivos.
  • Mostrar interesse nos colaboradores e insistir na cortesia comum.


Fator Dois: Realização

As pessoas querem ter orgulho de seu trabalho e querem que suas conquistas sejam reconhecidas. Eles também querem se sentir orgulhosos do que a organização como um todo alcança.

Sirota fez perguntas aos colaboradores sobre a quantidade e o tipo de feedback que receberam, sobre como o ambiente de trabalho era participativo, se os recursos adequados eram fornecidos e como estavam orgulhosos de sua empresa.

Para ajudar as pessoas a sentir esse sentimento, uma organização precisa fazer quatro coisas:

1. Fornecer um ambiente de trabalho capacitador:
  •  Dê às pessoas o que elas precisam para fazer bem o trabalho.
  • Use equipes de forma eficaz.
  • Use liderança participativa prática.
  • Torne a organização o mais plana possível - em outras palavras, elimine a burocracia e a hierarquia onde você puder.
  • Delegar efetivamente, e evitar o microgerenciamento.
2. Fornecer um trabalho desafiador:
  • Permitir que as pessoas façam um trabalho interessante e que use suas habilidades e competências.
  • Contrate pessoas com base no ajuste.
  • Trabalhos com possibilidade da criatividade para enriquecimento e satisfação.
  • Comunique como cada trabalho contribui para a empresa como um todo.
  • Fornecer treinamento e oportunidades para as pessoas aprenderem novas habilidades.
3. Use Feedback, Reconhecimento e Recompensa:
  • Deixe as pessoas saberem como estão se saindo.
  • Comunique expectativas claras.
  • Estabelecer e concordar com prioridades.
  • Use recompensas tangíveis para reconhecer conquistas.
  • Balanço de críticas com muitos elogios.
  • Promover de dentro, sempre que possível.
  • Leia mais sobre como dar feedback.
4. Seja uma Organização de Propósito e Princípios:
  • As pessoas querem trabalhar para empresas confiáveis ​​de que possam se orgulhar. 
  • Crie uma visão, isso pode deixar os colaboradores orgulhosos.
  • Comunique os princípios da empresa.
  • "Fale do seu negócio com paixão." 
  •  Adote e aplique a liderança ética.
  • Fornecer um produto ou serviço de qualidade e usar práticas de gerenciamento de qualidade.


Fator Três: Camaradagem

Quando as pessoas vão trabalhar, elas querem se divertir. Isso faz com que as relações interpessoais sejam muito importantes. Uma cultura que apoia e incentiva a cooperação, a comunicação, a amizade, a aceitação e o trabalho em equipe é fundamental para manter o entusiasmo. Como tal, a parceria precisa ser uma parte importante da cultura da empresa.

Cultura de Parceria
  • Os colaboradores querem sentir um senso de comunidade e trabalho em equipe.
  • Faça das "habilidades das pessoas" uma prioridade. Demonstre empatia, consideração e respeito - e espere o mesmo de todo colaborador.
  • Incentive as interações e forneça oportunidades sociais.
  • Recompense os comportamentos positivos da equipe.
  • Incentivar a interação interfuncional e o trabalho em equipe.
  • Revise os mandatos e práticas do departamento regularmente para garantir a consistência na abordagem e na mensagem.
  • Use normas por consenso de equipe para desenvolver regras básicas.
  • Use a resolução colaborativa de conflitos negociação ganha-ganha técnicas para resolver diferenças.
Ao criar um ambiente que atenda a todos os três fatores de entusiasmo, você pode garantir melhor a satisfação, a motivação e a produtividade do colaborador. No entanto, esses fatores não são independentes um do outro: você não pode ignorar as necessidades de compensação e esperar compensá-lo com maior camaradagem.

Da mesma forma, você não pode permitir que um gerente trate mal sua equipe, mesmo que você forneça elementos de alta realização.

Importante: Uma das descobertas de Sirota é que os elementos de equidade são mais fundamentais, e você deve abordá-los antes de acrescentar outros fatores de entusiasmo.

Pontos chave

O entusiasmo, como uma medida da motivação e produtividade do trabalhador, é o ponto central para a Teoria dos Três Fatores de Sirota.

Ao invés de acreditar que você de alguma forma tem que motivar as pessoas a fazerem o trabalho, essa teoria assume que todos começam motivados - mas então outras coisas acontecem, ou não acontecem, que reduzem essa motivação natural.

Para reconstruir o entusiasmo dos colaboradores, os líderes e gerentes devem criar um ambiente e práticas de apoio que ofereçam altos níveis de equidade, conquistas e camaradagem. Quando as pessoas são tratadas de forma justa, orgulham-se do trabalho que fazem, e fazem isso com as pessoas de quem gostam, então o entusiasmo aumenta - juntamente com o moral e a produtividade.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 02 de fevereiro de 2019
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/a-teoria-dos-tres-fatores-de-sirota



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