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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

O dia do Fico: a semente da independência

O dia 09 de Janeiro marca uma data fundamental para a história do Brasil. Há 202 anos D. Pedro I, o primeiro imperador do Brasil, escreveu uma carta para Portugal que mudaria os rumos do nosso país. Nela está contida a famosa frase “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”, que eternizou essa data conhecida como “o dia do fico”. 

Mais do que um ato de rebeldia contra a coroa portuguesa, a posição de D. Pedro I se mostrou como o mais contundente ato em prol da independência do Brasil, fomentado por alguns setores da sociedade brasileira, mas uma realidade muito distante até aquele momento. Apesar de parecer um sonho distante, entre a carta de D. Pedro I e a proclamação da independência, ocorrida em 7 de setembro de 1822, passaram-se apenas nove meses, um tempo extremamente curto considerando o contexto histórico do século XIX. Logo, é inegável que o “dia do fico” foi uma peça importante na construção da independência do Brasil. 

Apesar de sua importância, poucos brasileiros conhecem ou mesmo lembram desta data. Notadamente ao longo do tempo, a memória coletiva fixou-se no ato de independência e, como consequência, o dia 09 de janeiro não ganhou a mesma projeção, apesar de lembrado e marcado nos livros de história. Um fato que atesta o esquecimento desta data é de que esse dia não é um feriado nacional ou mesmo uma data cívica, diferentemente do 7 de setembro e até mesmo do 15 de novembro, data da proclamação da república. 

Visto isso, será que não deveríamos refletir sobre o valor histórico do Dia do Fico? Não se trata apenas de relembrar os fatos, mas projetar essas ações no tempo e perceber sua importância para a construção da nação que chamamos de Brasil. Também se faz urgente resgatar o valor dos personagens envolvidos nessa trama que, apesar de esquecidos ou diminuídos, cumpriram um importante papel para que o dia 09 de janeiro de 1822 - não fosse apenas mais um dia qualquer.

Um mundo em transformação 

Para entendermos o significado do Dia do Fico é essencial compreender o contexto histórico vivido no Brasil. Como sabemos, devido às guerras napoleônicas do início do século XIX a família real foi obrigada a sair de Portugal, mudando a corte para o Rio de Janeiro. A vinda da família real em 1808 alterou completamente a dinâmica social exercida em nosso país. Não apenas pela transferência da corte, mas também pelas novas possibilidades dentro da política interna e externa do Brasil. A abertura dos portos em 1808 fez com que novos parceiros comerciais fossem estabelecidos, como a Inglaterra. Vale lembrar que até então devido ao pacto colonial, o Brasil estava autorizado a comercializar apenas com Portugal. 

O Rio de Janeiro foi modernizado ao longo dos anos subsequentes, com a construção do Banco do Brasil, Jardim Botânico e demais reformas necessárias na cidade para comportar os mais de 20 mil portugueses que atracaram na Baía de Guanabara. Porém, apesar de toda importância exercida na colônia, até 1815 o Brasil mantinha-se como uma colônia portuguesa, ou seja, estava completamente subordinada aos interesses lusitanos. D. João VI, imperador de Portugal, vivia no Rio de Janeiro mas com sua mente voltada para Europa, principalmente o seu país, até então dominado por Portugal. 

Em 1815 o Brasil é alçado à condição de Reino Unido. Graças a pressão política brasileira e a condição favorável em que a corte encontrava-se no Rio fomos capazes de sair da condição de colonizados e passamos a integrar o império português. Apesar de parecer apenas um título diplomático, a quebra da relação metrópole - colônia deu mais autonomia para o nosso país que gestava, aos poucos, o desejo de tornar-se independente. 

Porém, em 1820 ocorreu a revolução do Porto que conseguiu expulsar as tropas francesas do território português e retomar a autonomia portuguesa. Como consequência, os revolucionários exigiam o retorno da família real para Portugal e rebaixar o Brasil para a condição de colônia. Além disso, Portugal deixou de ser uma monarquia absolutista, em que o rei detém praticamente todos os poderes, e passou a ser uma monarquia constitucional. Todas essas mudanças ocorridas em Portugal afetaram o império e, consequentemente, o Brasil. Dom João VI, que até então comandava o império a partir do Rio de Janeiro, teve sua presença exigida em Portugal, desembarcando em Lisboa em abril de 1821. Porém, o monarca deixou seu filho D. Pedro I como príncipe - regente no Brasil, pois para a família real naquele momento era estratégico manter-se separada. Enquanto D. João VI administrava a situação na Europa, D. Pedro I seguiu comandando o Brasil. 

Sobre esse ponto, a separação da família real pode ser entendida como uma forma de assegurar a sobrevivência da sua dinastia, pois apesar da revolução do Porto não ter um caráter republicano a princípio, o exemplo da revolução francesa e a decapitação da família de Luís XVI certamente estava na memória de qualquer monarca europeu. Assim, deixar parte da corte no Brasil era uma garantia de que a família portuguesa não seria destronada de forma tão brutal como a do Palácio de Versalhes. 

Mesmo assim, a pressão para exigir o retorno de D. Pedro I continuou ao longo de todo o ano de 1821. A ideia por trás da volta de D. Pedro I é o fato de manter a corte centralizada, o que mudaria o jogo de poder administrativo do império português e faria com que o Brasil voltasse ao status de colônia. O impasse entre a corte portuguesa e o Brasil escalou para uma crise que quase desencadeou um confronto militar, uma vez que Portugal chegou a enviar soldados até o Brasil para forçar a vinda de D. Pedro I. Frente a esse cenário, era necessário uma postura sólida e contundente. 

Para além do dia do Fico 

O Dia do Fico não foi uma conquista unicamente do príncipe-regente. Apesar de darmos grande parte dos créditos ao filho de D. João VI, é fato que alguns setores da sociedade brasileira, principalmente a classe política, os empresários e comerciantes, enxergavam a necessidade da independência do Brasil. Os anos vindouros de 1808 até aquele momento tinham gerado doces frutos como a possibilidade de novas rotas comerciais, com novos produtos e parceiros, além da autonomia política. Esses avanços não seriam entregues “de mãos beijadas”, logo, não era aceitável o Brasil voltar para a condição de colônia de Portugal.

Frente a isso, nos primeiros dias de janeiro de 1822 a classe política brasileira começou a pressionar D. Pedro I para tomar uma posição assertiva frente às ameaças portuguesas. Assim se mostrava o desejo da sociedade brasileira em seguir avançando até a independência. Dom Pedro I, por sua vez, percebendo a oportunidade de continuar reinando no Brasil - caso voltasse para Portugal seguiria como príncipe apenas. Entretanto, é inegável que os motivos de D. Pedro I perpassa a questão política ou mesmo de exercer o poder. 

O que se mostrava em jogo era o futuro da nação crescente, que avançava a passos largos naquele momento. Nas mãos de D. Pedro I. estava a decisão de frear esse crescimento ou impulsioná-lo. Nesse sentido, o Dia do Fico foi um dos momentos cruciais de nossa história enquanto nação, pois é nele que surge a semente do patriotismo, afinal, até então o Brasil era apenas uma peça no tabuleiro político-econômico do império português e nunca fora vista como uma nação propriamente dita. O que se clamava por parte da sociedade - e Dom Pedro I sabia disso - era ter a chance de ser um país.

Assim, a carta de D. Pedro I referente a ficar no país representa muito mais do que um ato de poder frente ao seu pai e superior, D. João VI. Também representa muito mais do que um ato de rebeldia, como um filho que se volta contra o seu progenitor. A ação do monarca é, de fato, a postura de um rei perante o seu povo. O Dia do Fico é, acima de tudo, um ato de amor pela pátria que estava sendo gestada. 

Conclusão 

Conhecendo um pouco mais sobre o Dia do Fico somos levados a nos perguntar: não deveríamos dar mais valor a esse momento tão importante da nossa história? Em 1922, quando se comemorou o centenário da independência - e do Dia do Fico - o 09 de janeiro tornou-se feriado nacional, mas somente naquele ano e de forma emblemática.

Essa é uma condecoração limitada frente à magnitude do ato de D. Pedro I em consonância com a sociedade brasileira. Enfrentar o império português, determinar os limites entre as duas nações e estabelecer as bases de nossa identidade nacional a partir de um ato de imposição de sua soberania é um marco para o nosso país. É evidente que não estavam em jogo apenas interesses de cunho nacional, assim como em qualquer dinâmica social cada pessoa está inclinada a interesses particulares, porém, a composição e resultado do Dia do Fico foi o estopim para os eventos que culminaram em nossa independência política, escapando assim das amarras portuguesas. 

Dito isso, é imperioso que neste 9 de janeiro de 2024 possamos colocar nossa consciência em ação para firmarmos, mais uma vez, um sentimento a favor da nação brasileira. A história, enfim, continua a nos ensinar com os bons e belos exemplos como podemos ser, mesmo diante das pressões e adversidades, melhores em nossas decisões quando pensamos no bem comum, na coletividade, em todos.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 08 de janeiro de 2024
Especial: artigos no Jornal da Tribuna
Link fonte: 
https://jornaltribuna.com.br/2024/01/o-dia-do-fico-a-semente-da-independencia/



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        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Carta de Capacidade de Processo: Uma Ferramenta de Excelência para a Gestão da Qualidade

A Carta de Capacidade de Processo, também conhecida como Gráfico de Capacidade de Processo ou simplesmente Cp/Cpk Chart, é uma ferramenta crucial na gestão da qualidade que ajuda as organizações a monitorarem e controlarem a variabilidade dos processos produtivos. Essa ferramenta é valiosa para assegurar que os processos estejam operando dentro de limites aceitáveis e produzindo resultados consistentes e de alta qualidade. Neste artigo, vamos explorar o que é uma Carta de Capacidade de Processo, como ela funciona, e como pode ser aplicada na prática para melhorar a eficiência e a qualidade dos processos empresariais.


  1. O que é a Carta de Capacidade de Processo?

A Carta de Capacidade de Processo é uma representação gráfica que mostra a capacidade de um processo de produzir resultados dentro de especificações predefinidas. Ela utiliza índices de capacidade do processo, como Cp e Cpk, para avaliar a performance do processo. O índice Cp mede a capacidade potencial do processo, enquanto o índice Cpk mede a capacidade real, levando em consideração o desvio do processo em relação ao alvo especificado.


  1. Como Funciona a Carta de Capacidade de Processo?

  • Coleta de Dados: a primeira etapa para criar uma Carta de Capacidade de Processo é coletar dados do processo em questão. Isso pode incluir medições de variáveis críticas, como dimensões de produtos, tempo de ciclo, temperatura etc.

  • Cálculo dos Índices Cp e Cpk: utilizando os dados coletados, calcula-se os índices Cp e Cpk. O índice Cp é calculado dividindo a largura do intervalo de especificação pelo dobro da variação padrão do processo (6σ). O índice Cpk, por sua vez, leva em consideração o desvio médio do processo em relação ao valor nominal ou alvo.

  • Interpretação dos Índices: um valor de Cp ou Cpk maior que 1 indica que o processo é capaz de produzir dentro das especificações. Valores menores que 1 indicam que o processo não está atendendo aos requisitos de qualidade.

  • Análise Gráfica: a Carta de Capacidade de Processo apresenta esses índices de forma visual, geralmente com gráficos de barras ou linhas que facilitam a interpretação dos dados e a identificação de tendências ou problemas.


Fonte: Citisystems


  1. Como a Carta de Capacidade de Processo pode ser aplicada na prática?

  • Manufatura: utilizada para monitorar e controlar a variabilidade na produção, garantindo que os produtos atendam às especificações de qualidade.

  • Serviços: aplicada para avaliar a capacidade de processos de serviços, como tempos de resposta ao cliente, precisão de entregas e consistência de serviço.

  • Desenvolvimento de produtos: utilizada para validar novos processos de produção durante o desenvolvimento de produtos, garantindo que eles sejam capazes de produzir consistentemente dentro das especificações.


Adotando a Carta de Capacidade de Processo como ferramenta administrativa, a organização melhora sua qualidade e a eficiência de seus processos. Ao monitorar e controlar a variabilidade dos processos, essa ferramenta não apenas assegura que os produtos e serviços atendam às especificações, mas também contribui para a redução de custos e o aumento da satisfação do cliente. Em um ambiente empresarial cada vez mais competitivo, a capacidade de entregar consistentemente produtos de alta qualidade é um diferencial crucial, e a Carta de Capacidade de Processo é uma aliada poderosa nessa busca por excelência. Bom trabalho e grande abraço.
Autor: Rafael José Pôncio, PROF. ADM.
Publicado em: 02 de junho de 2024 Especial: artigos no Jornal Tribuna
Link fonte: https://jornaltribuna.com.br/2024/06/carta-de-capacidade-de-processo-uma-ferramenta-de-excelencia-para-a-gestao-da-qualidade/


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domingo, 31 de dezembro de 2023

Passo a passo para fazer um Diagrama de Árvore

Deseja tomar decisões mais assertivas para o seu negócio? Conheça o Diagrama de Árvore, suas vantagens e como colocá-lo em prática.

Em um mundo em constante transformação, muitas vezes temos que tomar decisões cada vez mais complexas em um curto espaço de tempo, neste sentido o Diagrama de Árvore pode ser um grande aliado.

Com essa ferramenta é possível analisar a fundo problemas e possibilidades, e assim tomar as melhores decisões para o seu negócio. Continue a leitura, descubra como funciona o Diagrama de Árvore e como colocá-lo em prática.

Boa leitura!

O que é o Diagrama de Árvore?

O Diagrama de Árvore é uma ferramenta de gestão da qualidade que auxilia na tomada de decisões. Para isso ele vai desmembrando um problema ou os objetivos sistematicamente até chegar na melhor solução.

Esses desdobramentos vão até a “raiz do problema” ou de uma ideia e lembram as ramificações de uma árvore, o que explica a origem do nome, conforme ilustrado abaixo:


Fonte: Professor Annibal Affonso

Para facilitar a compreensão segue um exemplo prático. Uma fábrica de roupas está com um alto índice de defeitos nas camisetas, para identificar o motivo deste problema é utilizado o Diagrama de Árvore.

Ao se aprofundar no problema passando por cada uma das etapas foi constatado que havia uma falha em uma das máquinas de costura da fábrica, logo a solução seria fazer a manutenção da máquina.

O Diagrama de Árvore faz parte da estratégia criada por Jiro Kawakita, um naturalista japonês que criou esta técnica para resumir e organizar os dados obtidos em sua pesquisa de campo e a partir disso estudar o comportamento dos povos.

Por que utilizar essa ferramenta?

Confira agora as vantagens que utilizar o Diagrama de Árvore trarão para o seu negócio.

  • Identificar problemas: para saber quais tipos de adversidades podem surgir ao longo de um projeto ou atividade da empresa, facilitando a antecipação e a resolução das falhas.

  • Escolhas mais assertivas: o modelo permite analisar para quais rumos cada decisão levará, do que traz mais embasamento para a escolha correta.

  • Facilidade de apresentação: o formato é muito simples e fácil de visualizar então todos os membros da equipe podem utilizá-los e expor as suas considerações.

  • Trabalho dividido em etapas: depois do diagrama montado, há várias ações que podem ser tomadas, então a empresa pode escolher a que faz mais sentido para aquele momento.

Tipos de Diagrama de Árvore

Esta ferramenta pode ser utilizada em diferentes situações, necessitando apenas de algumas adaptações. Separei os 3 principais tipos de diagrama e como desenvolver cada um deles.

Diagrama de Análise

Este modelo é utilizado para analisar problemas ou para auxiliar em decisões, pois através dele são montados possíveis cenários para encontrar as melhores ações para o seu negócio.

Por exemplo, se você está em dúvida se lança ou não um novo produto para o seu negócio pode utilizar essa ferramenta para montar os possíveis cenários, incluindo tanto a melhor situação, que seria o produto ser um sucesso, quanto o pior, sendo um fracasso.

Com essas duas opções em mãos você pode avaliar a viabilidade do projeto e além disso, se preparar para eventuais falhas e problemas que possam surgir durante o percurso.

Diagrama para Solução de Problemas

Uma das aplicações mais utilizadas para o Diagrama de Árvore, como o nome já indica, é para resolver ou se preparar para as adversidades que acontecerem na empresa.

Neste caso, na base da árvore será o problema, vale destacar que mesmo que a empresa tenha várias dificuldades a serem resolvidas é importante tratar cada problema de forma singular.

Por exemplo: se uma empresa está com dificuldades nas vendas, a princípio pressupõe-se que seja uma falha da equipe de vendas, no entanto, analisando com o Diagrama de Árvore é possível verificar que podem haver outras causas como: atrasos nas entregas, baixa qualidade de produtos, poucas opções de pagamentos, etc.

Diagrama de Planejamento

Este modelo é aplicado quando a empresa já planeja fazer uma ação e precisa analisar quais ações serão necessárias para colocá-la em prática.

Fazendo um paralelo com o exemplo citado no diagrama de análise, caso a decisão tomada for criar o novo produto, a próxima etapa seria o diagrama de planejamento para definir as ações necessárias.

Como montar o seu diagrama

Após definir o tipo de Diagrama de Árvore que melhor se adequa às necessidades da sua empresa, é hora de reunir a equipe e elaborar o seu através dos 3 passos a seguir:

1. Definir o problema ou objetivo

Quando pensamos em qual será o objeto de análise do diagrama é muito importante saber delimitá-lo para assim chegar aos melhores resultados, afinal se o problema ou objetivo for muito abrangente não será possível chegar a lugar algum.

Por exemplo: se o problema for a “insatisfação dos clientes”, em vez de deixá-lo apenas desta forma, é possível focar em apenas um segmento como “insatisfação dos clientes com o tempo de resposta nos e-mails”. Assim, será muito mais fácil criar ações para solucionar aquele problema em específico.

2. Identifique as causas primárias e secundárias

Depois de definir o problema é hora de pensar nas causas mais prováveis para que ele esteja acontecendo, para facilitar o raciocínio uma dica é perguntar “por quê?” e quando se trata do Diagrama de Árvore do tipo planejamento “como?”.

Seguindo o exemplo dos clientes insatisfeitos com o tempo de resposta nos e-mails algumas possíveis causas primárias seriam:

  • Atendentes sobrecarregados;

  • Falta de um sistema de atendimento adequado.

Desmembrando a primeira causa citadas possíveis respostas para os porquês seriam:

  • Falta de uma política clara de priorização;

  • Falta de treinamento adequado para equipe;

  • Poucos membros na equipe.

Vale destacar que dependendo da complexidade da situação pode ser necessário incluir também uma causa terciária ao Diagrama de Árvore e assim, chegar às tarefas necessárias para a execução.

3. Estabelecer as tarefas e tomar as decisões

Com o problema bem desdobrado fica mais fácil pensar em quais ações serão tomadas a partir dos resultados objetivos, conforme exemplo:

  • Falta de uma política clara de priorização – Criar uma política de priorização dos e-mails pela hora de chegada e pelo tipo de cliente.

  • Falta de treinamento adequado para equipe – Fazer um treinamento com todos os colaboradores do setor de atendimento para que eles aprendam a utilizar o sistema de relacionamento da empresa.

  • Poucos membros na equipe – Contratar mais uma pessoa para compor o time de atendimento.

Com as possíveis ações pré-definidas é possível tomar a melhor decisão, afinal pode ser que a empresa não tenha condições de contratar um novo colaborador.

Contudo, criar uma política clara de priorização não é algo que demandará um alto custo financeiro e poderá ser uma solução mais fácil de ser aplicada para resolver o problema.

Agora que você já conhece todos os benefícios de utilizar o Diagrama de Árvore para tomar as melhores decisões para o seu negócio.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 23 de setembro de 2023
Especial: artigos no Jornal da Tribuna
Link fonte: 
https://jornaltribuna.com.br/2023/10/passo-a-passo-para-fazer-um-diagrama-de-arvore/



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Como criar uma estratégia de Benchmarking


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Conheça 11 Tipos de KPIs

Tipos de KPIs

As métricas são fundamentais para avaliar o sucesso de uma empresa. Contudo é importante saber quais resultados você deve buscar.  Por isso, montei este conteúdo com os principais tipos de KPI (indicadores-chave de desempenho) e como eles podem ajudar no seu negócio.

Neste texto apresento o que são KPI, os principais tipos de indicadores e como escolher KPI para aplicar no seu negócio.

O que são os KPIs?

KPI é a sigla em inglês para “Key Performance Indicator”, também conhecidos como KSI, “Key Success Indicator”, em português, indicadores-chave de desempenho. Na prática, são critérios utilizados pelas empresas para avaliar as ações e atividades realizadas. 

Por exemplo: uma empresa deseja saber se o dinheiro investido em propagandas no Google Ads trouxe o resultado esperado. Para isso, eles usam como critério de KPI o número de visitantes que acessaram o site após a implementação da campanha. 

Como pode ser utilizado em várias situações, existem diferentes tipos de KPIs. Mas eles vão sempre trazer um resultado concreto, por isso, são números ou porcentagens.

Eles são criados justamente para facilitar a visualização e compreensão dos resultados.

Afinal, um relatório trimestral de vendas, traz várias planilhas, gráficos, análises importantes para o setor financeiro, mas que talvez não façam sentido para o gerente de vendas. Sendo que o mais relevante para ele é a porcentagem de lucro obtido através das vendas.=

Assim os KPIs também facilitam a comunicação dentro da empresa, uma vez que qualquer colaborador consegue compreender os indicadores-chave, todos falarão a mesma língua.

Aprenda os tipos de KPIs

Veja 11 dos indicadores de desempenho mais utilizado pelas empresas:

1.           KPI de Eficácia

Este indicador é focado em comparar os resultados obtidos com os resultados pretendidos. Logo, se a resolução alcançada com a ação foi igual, ou melhor do que o esperado, a eficácia foi alcançada.

2.           KPI de Eficiência

Embora seja muito confundida com a eficácia, essa métrica está relacionada à execução para atingir os resultados obtidos. A eficiência não consiste em só atingir os resultados, mas sim chegar a eles da melhor maneira possível.

Então, além de atingir a meta, quando este tipo de KPI é empregado você também analisa a quantidade de recursos utilizados para chegar ao objetivo. E quanto menos recursos, melhor.

3.         KPI da Efetividade

Este indicador faz a junção de dois tipos de KPIs, a eficácia e a eficiência. Ou seja, analisa se os resultados foram atingidos da melhor maneira possível, com o menor custo.

4.         KPI de Capacidade 

Este é um dos tipos de KPI que estão relacionados à capacidade produtiva de uma empresa. Por exemplo: uma fábrica de calçados consegue confeccionar 100 pares de sapatos por hora.

5.         KPI de Produtividade

Muito ligado ao indicador de desempenho de capacidade, o KPI de produtividade é referente a quantidade de produção obtida em um determinado tempo.

Ele pode estar associado aos recursos físicos ou à performance dos colaboradores. Por exemplo: uma máquina embala 200 caixas por hora, já o colaborador entrega 5 caixas por hora. 

6.           KPI de Qualidade

Antes de chegar ao cliente é preciso que o produto esteja perfeito, para cumprir esta missão existe este índice.

Ele mede a relação do que foi produzido e o que estava adequado para o uso. Por exemplo: uma confeitaria assou 50 bolos, no entanto, 2 deles queimaram e foram descartados.

A diferença entre a produção e entrega é o objeto de análise no KPI de qualidade.

7.           KPI de Lucratividade

Este é um dos tipos de KPIs que a maioria das empresas já utiliza mesmo sem conhecer a métrica. Como o nome já mostra, ele avalia o percentual de lucro que a empresa atingiu em um determinado período.

8.         KPI de Rentabilidade

Parecido com a lucratividade, a rentabilidade mede o percentual entre o lucro e o investimento. Por exemplo: uma empresa investiu 500 mil em uma ação de marketing e conseguiu um lucro de 50 mil, logo a rentabilidade foi de 10%.

9.         KPI da Competitividade

Para aplicar este indicador você compara a sua empresa com relação à concorrência. Esta prática é muito comum entre os negócios sendo chamada de benchmarking.

10.        KPI de Valor

Está relacionado ao valor que o cliente precisa investir para comprar o seu produto ou serviço e o valor emocional atrelado a ele. Por exemplo: os ovos de Páscoa são mais caros que os chocolates tradicionais, porque só são comercializados durante esta festividade.

11.        KPI de Processos Específicos

Além dos tipos de KPI já citados existem outros índices mais específicos que você pode implementar na sua empresa, são eles:

  • Time to Market: mensura o tempo necessário para o lançamento de um produto.

  • Lead Time: avalia o tempo entre a chegada de um pedido feito pelo cliente e a entrega do produto.

  • Stock out: indica quantas vezes um produto ficou em falta no estoque.

  • Turnover: calcula a rotatividade dos empregados.

  • Ticket médio: este KPI já é bastante popular, ele indica o valor médio das compras por cliente ou por vendedor.

Como definir os KPIs

A principal função dos KPIs é medir o desempenho de uma tarefa segundo os objetivos estipulados. Por isso, antes de pensar quais tipos de KPIs implementar é importante ter em mente 3 pontos:

  • Índices: a quantidade que representa o desempenho (porcentagem ou números).

  • Meta: o valor que deverá ser atingido conforme a estratégia.

  • Tolerância: quando a meta não é alcançada, qual a margem de flexibilidade aceita que não traga prejuízos para o negócio.

Além destes elementos, outros fatores vão te ajudar a estabelecer os indicadores mais importantes para a sua empresa.

Deve ter relevância para o cumprimento dos objetivos

É natural que ao vermos resultados positivos acreditarmos que eles devem ser os KPIs, no entanto, não são todas as métricas favoráveis que representam bons resultados.

Por exemplo: em uma estratégia de marketing digital, muitas pessoas acreditam que o número de likes e visualizações é um resultado relevante. Porém, na maioria dos casos, eles não estão diretamente relacionados a vendas da empresa, por isso não funcionam como indicadores-chave.

Precisa auxiliar na tomada de decisões 

Os tipos de KPI escolhidos devem contribuir para que o gestor acerte nas suas decisões. Afinal, se um indicador mostrar que os resultados estão longe do esperado é hora de modificar a estratégia.

Por exemplo: uma empresa identifica uma alta rotatividade no quadro de funcionários, a equipe acredita que a causa é a falta de benefícios como plano de saúde e vale-refeição. Mas após 3 meses de aplicação deste benefício os funcionários continuam pedindo demissão. Logo é hora de mudar a estratégia.

Ser fácil de medir

Como os KPIs são informações utilizadas constantemente eles precisam ser obtidos com periodicidade e frequência, logo análises complexas, que necessitam de muito tempo para serem medidas não são as mais aconselhadas.

Agora, conte para mim, o que você achou dos tipos de KPIs? Já conhecia algum?

Bom trabalho e grande abraço.


Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 11 de julho de 2023 Especial: artigos no Jornal Tribuna
Link fonte: https://jornaltribuna.com.br/2023/07/conheca-11-tipos-de-kpis




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