Grandes Empreendedores da História é uma série aqui no Blog Empreender e Gerir de pequenas sínteses biográficas das pessoas empreendedoras que marcaram a história no mundo dos negócios com maestria e sucesso, são alguns deles:
Empreender tem mais chances de sucesso através das melhores práticas de Gestão, quer dizer, está além do gosto por assumir riscos calculados, é importante um comportamento de Empreendedor + Gestor, que é visionário, apaixonado por realizar, organiza, planeja e estuda profundamente o assunto, para ter uma atividade consistente com sucesso pleno.
terça-feira, 13 de junho de 2023
Grandes Empreendedores da História
Frederic Tudor e uma nova Era do Gelo
Larry Ellison, o gigante da internet
William Colgate e sua fantástica fábrica de sorrisos
Kiichiro Toyoda, a inovação em primeiro lugar
Soichiro Honda, o empreendedor invencível
Adolph Zukor, o vendedor de peles que mudou o cinema mundial
Ferruccio Lamborghini, dos tratores aos carros de luxo
Enzo Ferrari, O homem que mudou o automobilismo
Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent, O rei da moda
Christian Dior, O homem que vestiu a Europa Pós-Guerra
Carlos Slim Helú, o homem em que tudo que toca torna-se ouro
Willem Usselincx, o holandês que navegou pelos mares do livre comércio
Sam Walton, o homem que dominou o varejo
Arthur Davidson e William S. Harley, os jovens que inventaram uma lenda sobre rodas
Louis Vuitton, o aprendiz que construiu um Império
Madam C. J. Walker, a primeira milionária dos Estados Unidos
Barbe-Nicole Clicquot-Ponsardin, a rainha do Champagne
Cornelius Vanderbilt, o empreendedor da marinha mercante americana
Andrew Carnegie, o empresário do aço
Asa Griggs Candler, o homem que fez o mundo beber coca-cola
Walt Disney, tornando a magia um negócio
Marsílio Ficino, o homem que fez a Europa renascer
Henrique Dumont, O rei do café
Henry Ford, o homem que revolucionou o modo de produção
John Davison Rockefeller, o homem mais rico da História
Alexander Graham Bell e a invenção do telefone
Marco Polo, o Mercador de Veneza
terça-feira, 6 de junho de 2023
Um guia prático da ferramenta 5W2H
A ferramenta 5W2H é mais um dos instrumentos criados pela indústria de automóveis japonesa para auxiliar no planejamento estratégico. Ela é utilizada como um guia para facilitar o desenvolvimento das ações.
Continue a leitura e descubra como colocar o 5W2H em prática.
O que significa 5W2H?
Embora esta sigla pareça estranha, quando entendemos o seu significado ela passa a fazer todo o sentido. A ferramenta 5W2H ter origem no inglês e se baseia em 7 perguntas:
1. What / O quê?
Este primeiro questionamento responde o objetivo do projeto, o que será feito?
O ideal é que seja o mais preciso o possível.
Por exemplo: uma empresa busca aumentar o seu faturamento, este é um desejo muito vago, ou seja, difícil de ser acompanhado e avaliado. Então seria mais interessante especificar o que a empresa deseja. Uma solução seria modificar para aumentar o faturamento em 20%.
2. Why/Por quê?
Nesta pergunta existe para encontrar a motivação para uma ação. O propósito deve justificar o projeto e estimular os funcionários a participar.
Por exemplo: aumentar o número de vendas em 25% pode fazer sentido para a diretoria. No entanto, se os colaboradores não enxergam um benefício claro nisso, como mais comissões, talvez não se empenhem tanto.
3. Where/Onde?
Aqui é definido local onde o projeto será desenvolvido, pode ser em um setor da empresa, no escritório, na loja ou até no meio virtual, no caso de uma ação de marketing, por exemplo.
4. When/Quanto?
Neste tópico da ferramenta 5W2H é definido o tempo de realização da ação, ou seja, os prazos de entrega e finalização das tarefas.
É muito importante utilizar datas específicas como: 20/06/22 à 20/07/22 para que o responsável possa se programar e evitar atrasos na execução do projeto.
5. Who/Quem?
É o momento de nomear quem será a pessoa responsável por aquela ação, desta maneira é mais simples fazer o acompanhamento.
Mesmo que a tarefa seja de toda a equipe, como realizar um treinamento de atendimento, é importante deixar uma pessoa como líder.
6. How/Como?
Agora entramos nos 2H da metodologia, nesta etapa é descrito de qual maneira as atividades serão executadas.
Como a ideia do 5W2H é ser uma ferramenta de fácil visualização, os passos devem ser escritos de forma resumida.
Por exemplo: para criar um produto existem várias etapas como geração de ideias, pesquisa, criação do protótipo, testes, etc. Porém, você deve colocar apenas o que é mais relevante.
7. How Much/Quanto?
Esta última pergunta responde o quanto será investido naquele projeto, caso ainda não tenha o valor definitivo é importante colocar uma estimativa.
Por que aplicar a ferramenta 5W2H?
Conheça os principais motivos para colocar esta metodologia em prática:
Versatilidade: o 5W2H pode ser utilizado em praticamente qualquer empresa e até na sua vida pessoal, para planejar uma viagem, por exemplo.
Facilidade: depois que você conhece o significado de cada uma das siglas, fazer a análise se torna algo simples e prático.
Eficiência: aplicando a metodologia você terá um plano de ação completo.
Quando fazer o 5W2H
Como já comentei a ferramenta 5W2H pode ser usada em diversas situações, entretanto, no meio empresarial existem atividades em que ela é mais aplicada:
Desenvolvimento de um plano de ação: como o 5W2H é voltado para a execução, ele funciona bem para resolver a raiz de um problema.
Implementar um novo processo ou projeto: com esta ferramenta é fácil definir as atividades e quem serão os responsáveis.
Elaborar o planejamento estratégico: ele funciona como um guia para as ações necessárias para atingir as metas.
Otimização de equipamentos: a ferramenta 5W2H ajuda a encontrar e corrigir os problemas que atrapalham o funcionamento da operação.
Redução de custo: com a maior fluidez dos planos de ação, a diminuição dos custos acontecerá de forma natural.
Como colocar ferramenta 5W2H em prática
A maneira mais simples de desenvolver o 5W2H é através de uma planilha no Excel em que você coloca as 7 perguntas e anota as respostas. Conforme o exemplo abaixo:
Para facilitar a compreensão, segue um exemplo:
Uma escola de idiomas deseja criar uma turma de língua inglesa. Aplicando o 5W2H seria:
What: abrir nova turma de língua inglesa.
Why: surge uma alta demanda de alunos que as turmas atuais não conseguem cumprir.
When: em fevereiro de 2024.
Who: Lucas, chefe do departamento de língua inglesa.
Where: Na própria escola.
How: contratação de um novo professor e abertura da turma.
How much: R$5 mil.
O ideal é que as respostas sejam curtas e objetivas
Mas antes de preencher a planilha, fazer uma preparação irá agilizar o processo e trazer melhores resultados. Por isso, antes de começar levante as seguintes informações:
Por que você está utilizando o método?
Antes de começar é fundamental entender o motivo que fez você escolher a ferramenta 5W2H e como ela irá ajudar na sua empresa.
Desta maneira, além de justificar a mudança de estratégia para os demais colaboradores, você conseguirá avaliar se a troca de metodologia atingiu os resultados esperados.
Qual a situação da empresa
Dar uma olhada para trás e fazer um diagnóstico de como está a situação da empresa hoje é uma ótima tática para planejar o futuro.
Por exemplo: o objetivo da empresa é reduzir as despesas, logo é fundamental saber quais são os gastos de hoje e onde estão os principais custos. Pois, só desta forma será possível desenvolver ações efetivas.
Como está a situação externa (mercado, concorrência e clientes)
Para traçar um plano de ação eficaz é importante fazer uma análise externa e compreender a realidade em que a empresa está inserida.
Por exemplo: se os consumidores estão cada vez mais buscando serviços, talvez faça sentido implementar um chatbot (programa que faz atendimento virtual) em seu site.
Como será o acompanhamento das ações
A fim de conseguir avaliar os resultados é preciso estabelecer uma forma de medir e acompanhar as ações, isso pode ser feito através de um software ou um check-list manual, por exemplo.
Com o monitoramento é possível saber se a equipe está conseguindo atingir os objetivos ou se há algum problema.
Por exemplo: se estabeleceu uma meta de 150 vendas no mês, porém, até dia 25 só foram feitas 100 vendas. Ao visualizar esta situação o gestor pode intervir e buscar uma alternativa para alcançar os resultados esperados.
Calcule a capacidade produtiva
De nada adianta definir uma ação cuja execução é quase impossível. Por exemplo: não faz sentido querer diminuir o tempo de espera nos atendimentos se não há colaboradores o suficiente para cumprir a meta.
Logo, antes de pensar na estratégia é importante fazer um diagnóstico de quanto a empresa consegue atingir.
Promova melhorias
Mesmo depois que a metodologia é implementada o trabalho não para, pois conforme a realidade da empresa muda é natural que as ações e a forma de trabalho também se modifiquem.
Desta maneira você conseguirá melhores resultados ao utilizar a ferramenta 5W2H.
Então, gostou desta metodologia? Diga nos comentários.
Bom trabalho e grande abraço.
Prof. Adm. Rafael José Pôncio
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Plano de ação: porque é fundamental ter um
terça-feira, 23 de maio de 2023
27 de maio: O Dia do Profissional Liberal
Introdução
Max Weber, um dos maiores sociólogos do século XX, escreveu certa vez que o trabalho dignifica o ser humano. Isso significa, em poucas palavras, que não deve-se encarar o labor como um sacrifício ou mesmo um castigo, mas sim como uma ferramenta que pode nos levar ao auto aperfeiçoamento. Podemos admitir que essa visão seja um tanto quanto otimista para os dias atuais, afinal, o senso comum nos diz que trabalhar é sinônimo de desgaste, obrigações e, em síntese, de infelicidade.
Não acreditamos nisso. É fundamental compreender a verdadeira natureza do trabalho e seu caráter libertador. Seja através de um ofício manual, de um exercício intelectual ou mesmo a partir de uma técnica rebuscada, é graças ao trabalho que podemos desenvolver habilidades, conexões e produzir algo único para o mundo. Pensando por esse ponto de vista, o trabalho é capaz de dignificar por revelar a natureza única do ser humano, que é a capacidade de exercitar a razão e inovar, construindo para si e para seus semelhantes uma nova realidade.
Acreditando nessa perspectiva mais profunda sobre o trabalho, dedico-vos um texto para refletir sobre um tipo especial de trabalhador: o profissional liberal.
O que é um profissional liberal?
Apesar de ser um conceito “jovem”, criado a partir da lógica fabril do século XVIII, a história do trabalho está diretamente ligada a esses tipos de trabalhadores. Ao longo da história da humanidade diversas civilizações chegaram ao seu auge e declínio a partir do esforço conjunto de seus cidadãos. Nesse contexto, existiram diversos modelos de trabalho: desde o escravo, baseado no trabalho compulsório e obrigatório, até aqueles associados diretamente ao Estado e suas diferentes necessidades. Porém, ainda havia aqueles que por conta própria resolveram empreender e aventurar-se no mundo do trabalho por conta própria. Esses, nos tempos idos, foram caixeiros viajantes, comerciantes, artesãos, ferreiros, médicos e tantos outros ofícios importantes para o desenvolvimento de uma sociedade.
Todos esses profissionais foram chamados de “trabalhadores livres”, afinal, não eram escravos, mas também não estavam ligados diretamente com a função do Estado e não eram pagos pelos governantes. Salvaguardando todas as diferenças entre o nosso mundo atual e a antiguidade, é importante perceber que esse tipo de função sempre foi comum e natural, pois o trabalho é a maneira mais antiga de garantir a sobrevivência humana.
Como sabemos, somos seres associativos e por conta disso somos dependentes do trabalho alheio. Não precisamos ir tão longe para notar a cadeia produtiva que cerca o trabalho.
Desde o mais humilde agricultor até o executivo de uma multinacional, todos os ofícios são relevantes e impactam diretamente no bem-estar da nossa sociedade moderna. Dentro dessa perspectiva, o profissional liberal também é um agente que contribui para a melhoria de serviços e produtos. Ainda assim, o que o diferencia dos trabalhos comuns?
Trazendo a discussão para os tempos atuais, chamamos de “profissionais liberais” aqueles indivíduos que desempenham funções para pessoas físicas ou jurídicas de maneira independente, ou seja, sem estar diretamente ligados ao quadro de funcionários de um empreendimento. Por não estarem “ligados” a uma empresa, podendo assim oferecer seus serviços para diversos clientes, esses profissionais são chamados de liberais. Outro ponto que devemos ressaltar ao tratar de profissionais liberais é o fato destes prestarem serviços técnicos ou intelectuais em sua área de atuação. Dessa maneira, médicos, advogados, professores, jornalistas, e, enfim, praticamente todas as profissões podem exercer seus ofícios de forma liberal.
27 de maio: o dia do profissional liberal
A data estabelecida para comemorar o dia do profissional liberal não é fruto do acaso. Em 1954, em plena crise do governo Getúlio Vargas, foi sancionada o Decreto de Lei nº 35.575 no qual reconhecia a Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, a CNPL. Desse modo se institucionaliza e cria-se uma regulação própria para esses profissionais, separando-os do trabalho informal.
Graças às novas dinâmicas de trabalho, os profissionais liberais ganharam mais espaço no mundo corporativo. Se até meados do século XX pensava-se que o futuro era um emprego fixo fazendo parte do quadro de funcionários de uma empresa, seja ela estatal ou privada, nos dias atuais vemos um fenômeno de cada vez mais abertura para a atuação de profissionais liberais junto a equipes fixas. Isso porque com modelos de contratação mais flexíveis é possível dinamizar as relações de trabalho à medida que novos cenários vão acontecendo. Desse modo, por exemplo, uma empresa que recebe uma alta demanda pode recorrer ao uso de profissionais liberais para ajustar a carga de trabalho com sua equipe regular, fazendo assim com que a demanda seja cumprida.
Além de importantes nesses momentos de sobrecarga, profissionais liberais muitas vezes são requisitados em demandas pontuais como consultorias e produção de laudos ou outro tipo de material para empresas ou pessoas físicas. Trata-se, nesses casos, do desenvolvimento de projetos que não estão atrelados diretamente com o dia a dia da empresa, dando assim liberdade para a inovação e criação. Observando esses aspectos é possível entender que, de fato, a liberdade dessa modalidade de trabalho permite com que novas dinâmicas sejam produzidas dentro dos mais diversos setores da economia. As possibilidades, nesse caso, são inúmeras a depender da capacidade de produção do profissional em questão.
Visto isso, é comum elencar uma série de vantagens e desvantagens sobre o profissional liberal. Há quem argumente, por exemplo, sobre as poucas leis que favorecem essas pessoas quando comparadas aos empregos do tipo “CLT”. De fato, as proteções e garantias da CLT são vastas frente aos benefícios legais do trabalho liberal, entretanto, os deveres e obrigações do trabalho liberal também são vantagens interessantes em um mundo cada vez mais dinâmico e móvel, em que a todo momento as pessoas precisam estar em mais lugares. Com o avanço do “home office”, por exemplo, o estilo de vida de um profissional liberal tem atraído cada vez mais pessoas, principalmente os jovens em começo de carreira, pelas oportunidades ao seu redor e pelas experiências que podem ser adquiridas nesse processo.
O avanço, no Brasil, dos microempreendedores individuais, os MEI, é uma prova desse fenômeno. É evidente que em um cenário em que não é possível uma empresa custear todos os trabalhadores em uma formato CLT, empreender se torna uma solução necessária e que pode despertar o interesse em diversas habilidades. Dito isso, o profissional liberal certamente não nasce pronto e percorre uma trilha de evolução dentro de suas áreas ao longo de anos, podendo chegar a montar um empreendimento robusto. Contudo e conhecendo a realidade trabalhista do Brasil, é fato que uma das alternativas encontradas por aqueles que estão sem um emprego formal é criar sua nova carreira e criando assim sua própria micro empresa.
Conclusão
Ser um profissional liberal, portanto, é desfrutar dos prazeres e das tarefas do trabalho em sua mais franca realidade. Nesses casos o empreendedorismo é uma chave mestra que possibilita abrir várias portas, pois um grande empreendedor jamais deixa-se perder a liberdade em troca de benefícios. Ao contrário desse pensamento, quem ama empreender entende os riscos de sua profissão e não se deixa levar pela comodidade, características que um verdadeiro profissional liberal jamais terá.
Ser livre, afinal, é escolher realizar seus deveres, mesmo que o cansaço, a preguiça ou qualquer outro desejo tente lhe impedir. Só pode ser verdadeiramente livre aquele que age conforme sua vontade mais sublime e atemporal. Desse modo, devemos celebrar o dia do profissional liberal entendendo que o trabalho não é uma questão somente de sobrevivência, muito menos um fardo a ser carregado, mas sim uma das mais perfeitas ferramentas que a vida proporcionou para a nossa espécie. Que possamos viver plenamente este dia com este pensamento.
Bom trabalho e grande abraço!
Prof. Adm. Rafael José Pôncio
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Sobre Virtudes e Empreendedores
terça-feira, 16 de maio de 2023
Soichiro Honda, o empreendedor invencível
“Sucesso é 99% fracasso.” Essa famosa frase dita por Soichiro Honda deveria ecoar na mente e coração de todos aqueles que pretendem seguir o caminho do empreendedorismo, pois sintetiza grande parte da vida empresarial. Sabemos que o conhecimento e a capacitação são vitais em qualquer segmento, porém, nada disso importa sem estarmos dispostos a realizar esforços desmedidos, a ter uma disciplina inquebrantável e a ser capaz de resistir quando a maioria desiste. São exatamente essas características, que só podem ser adquiridas com vivência das experiências, que forjam o espírito dos grandes empreendedores, pois não há escolas que formam pessoas disciplinadas ou resistentes a não ser a própria vida.
Por isso, hoje no “Grandes empreendedores da História” vamos conhecer um pouco mais sobre Soichiro Honda, o homem que saiu de um pequeno vilarejo no Japão para fundar a maior multinacional de motocicletas do mundo.
Os primeiros passos do jovem Honda
Soichiro nasceu no povoado de Komyo, no Japão, em 1906. Na pequena aldeia seus pais trabalhavam prestando serviços: enquanto sua mãe era uma habilidosa tecelã, seu pai consertava bicicletas atuando como ferreiro. Desde cedo Honda passou a ajudar nas forjas, além de seguir os estudos formais. Entretanto, o caminho das letras não parecia agradar o jovem, que não tirava notas boas e até chegou a burlar o sistema escolar falsificando o carimbo da sua família para esconder dos pais o boletim.
A vivência do trabalho lhe parecia um caminho mais adequado. Tanto que, anos mais tarde, já reconhecido como um grande empresário, Soichiro revelou que pouco importava-se com a formação intelectual dos seus funcionários, mas sim com os conhecimentos que cada um possuía, seja advindo da universidade ou da vida prática. Tal opinião não era por acaso, uma vez que o próprio Soichiro começou a dar seus primeiros passos no mundo do trabalho desta maneira.
Aos 15 anos de idade, sem ter concluído a etapa escolar, o jovem partiu da sua aldeia para arriscar-se em Tokyo, a capital do país. Lá, Soichiro conseguiu um emprego de aprendiz em uma oficina mecânica. O que o levou a buscar aprender o ofício de mecânico foi, porém, uma memória afetiva da primeira vez que viu um automóvel circular em sua aldeia. O próprio Soichiro afirmava que nunca esqueceu o cheiro de óleo que o carro exalava e que isso o fez apaixonar-se pela mecânica e suas invenções.
Honda passou seis anos atuando como mecânico em Tokyo, de 1922 a 1928. Nesse período ele chegou a desenvolver um carro de corrida que bateu recordes nacionais de velocidade, o que lhe projetou não somente como um hábil construtor, mas também piloto. O gosto pela velocidade dos automóveis fez com que Honda buscasse, inicialmente, uma vida de piloto, mas tal carreira se mostrou bem curta para o empreendedor japonês. Até 1936 ele ainda competiu em algumas corridas, mas um grave acidente o fez abandonar o volante, levando-o para um outro momento da vida: o de construir sua própria empresa.
Os percalços do empreendedor Honda
Em 1937 Soichiro, então com 31 anos, decidiu começar sua própria empresa: a Tokai Seiki. Essa empresa tinha como finalidade construir anéis de pistão, que são responsáveis por vedar os cilindros dos motores e evitar que o óleo escorra para outras partes do veículo. Inicialmente a empresa de Soichiro tentou vender seus pistões para a Toyota, que na época era a líder do segmento no Japão. Porém, a empresa rejeitou os produtos da Tokai Seiki devido considerar que não atendiam ao padrão da Toyota.
O que fazer frente a isso?
Homem de ação, Soichiro não deixou-se abalar pela recusa inicial e passou cerca de quatro anos (entre 1937 a 1941) aperfeiçoando seus anéis. Soichiro visitou fábricas, conversou com engenheiros, chegou a assistir aulas em universidades para tentar compreender a melhor maneira de fabricar o seu produto. Melhorando ao longo dos anos, acabou conseguindo o contrato com a Toyota, porém o sucesso ainda estaria longe.
Como sabemos, em 1939 iniciou o maior conflito bélico da história: a II Guerra Mundial (1939 - 1945). O Japão, assim como as demais nações que entraram no conflito, começaram um esforço de guerra e praticamente todos os recursos financeiros e naturais foram destinados para a construção de armas e equipamentos para o confronto. Visto isso, Soichiro não conseguia matéria-prima para fazer seus anéis de pistão, muito menos cimento para a ampliação da sua fábrica.
Mais uma vez o destino impunha um obstáculo no sonho do fundador da Honda. Soichiro não ficou à mercê das circunstâncias e criou seu próprio cimento, gerando assim seus próprios recursos de maneira que não impactasse a produção bélica do país. Porém, ainda não seria esse o sucesso de Soichiro, pois em 1944, pouco tempo após ampliar seus negócios, a fábrica foi bombardeada e destruída. Ainda restaria uma outra fábrica, mas essa, em 1945, também foi ao solo devido um terremoto.
Imaginem assistir seu negócio ruir por tais circunstâncias. O que faríamos? É muito provável que desistiríamos dos nossos sonhos e nos renderíamos ao contexto em que estávamos vivenciando, mas Soichiro não seria vencido assim. Mesmo sob condições tão adversas, a resiliência de Honda conseguiu mantê-lo firme em seu sonho de empreender
O nascimento da Honda
As cinzas e escombros das duas fábricas de Soichiro foram a semente do maior dos seus empreendimentos: a Honda. Precisando reestruturar-se, Soichiro vendeu o que tinha restado de material para Toyota, assim como a própria empresa Tokai Seiki. Em 1946, vislumbrando um futuro sem guerras, Soichiro fundou o instituto de pesquisas Honda, no qual foi responsável por criar protótipos de uma bicicleta motorizada, capaz de transportar as pessoas de forma econômica. Em um país arrasado pela guerra, uma solução eficaz e barata era ideal para começar o longo processo de restauração da economia nacional.
A Honda começou a fabricar suas bicicletas motorizadas em 1948, chamadas de Tipo A. O sucesso do novo meio de transporte foi um sinal de que aquela era a oportunidade tão esperada por Soichiro. Em 1949 ele fechou seu instituto de pesquisa para lançar em definitivo a “Honda Motor Company”, ou simplesmente Honda. Com o tempo, Soichiro passou a fabricar motores melhores, mais silenciosos e mudar o design do seu produto, pois a aparência de uma bicicleta tornava pouco atrativa as motos Honda.
Para auxiliá-lo nessa empreitada, Soichiro tornou-se sócio de Takeo Fujisawa, um grande administrador japonês que pouco entendia de motos, mas muito de negócios. Fujisawa foi o braço direito de Soichiro e é graças a ele que a Honda conseguiu expandir-se rapidamente para outros países. Enquanto Soichiro cuidava da parte mecânica dos modelos, fazendo-os mais rápidos e eficazes, Fujisawa trabalhava na parte financeira e na publicidade da Honda.
A união dessas duas habilidades fizeram com que a Honda fosse ao sucesso de forma extremamente rápida. Em 1958, somente dez anos após o lançamento do seu primeiro protótipo, a empresa já era a maior fabricante de motos do Japão. Seu sucesso foi graças a qualidade das motos, com motores velozes e também pela publicidade da empresa, fazendo-a cair no gosto popular.
Os últimos anos de Soichiro Honda
A Honda continuou a expandir seus negócios. Hoje, presente em mais de 20 países, a empresa não fabrica apenas motos, mas também carros. Soichiro ficou à frente da Honda até 1973, ano em que se aposentou. Entretanto, até seu último dia estava presente na empresa. Em 1983, por exemplo, o fundador da empresa recebeu o “cargo” de “conselheiro supremo”, no qual estava sempre à disposição para apresentar sua visão de negócios e os caminhos que a Honda poderia seguir.
O “Henry Ford Japonês”, como também foi apelidado, chegou ao fim da vida no ano de 1991, aos 84 anos. Como o mesmo disse: "O dia em que paro de sonhar é o dia que eu morrer." No fim, talvez essa seja a maior lição a ser aprendida com o fundador da Honda: o valor de continuarmos sonhando para nos mantermos invencíveis frente às adversidades.
Bom trabalho e grande abraço.
Prof. Adm. Rafael José Pôncio
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