Mostrando postagens com marcador Os Pais da Administração. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Os Pais da Administração. Mostrar todas as postagens

sábado, 23 de dezembro de 2023

Os Pais da Administração


Os Pais da Administração é uma série do Blog Empreender e Gerir, composto de pequenas sínteses biográficas das pessoas que são consideradas os ícones das Ciências da Administração, portanto, preservar a memória e história destes baluartes da gestão é necessário, são nomes de alta relevância, em parte alguns: 


Coimbatore Krishnarao Prahalad e a nova era da inovação
Paul R. Lawrence, o gigante do comportamento organizacional
Max Weber e a sociologia moderna
Daniel A. Wren o professor por excelência

Chester Barnard e a autoridade do líder

Clayton Christensen, o gigante da Inovação Disruptiva

Alfred Sloan e o case de sucesso da General Motors

Joseph Schumpeter, e a criação pela inovação

Henry Schultz, o pai da econometria

Friedrich Hayek, o pai do liberalismo e muitos saberes
George Elton Mayo, o humanista da administração
Lawrence A. Appley e a boa convivência como fórmula de uma grande administração

"Jim Collins" (James C. Collins) e a escalada para o sucesso

Jack Welch ou ‘Jack Neutron’: o gestor incansável de sucesso

Robert Cialdini, o pai da persuasão e influência

Daniel Goleman é o pai da inteligência emocional
Philip Kotler, o pai do marketing
Henry Mintzberg, o pai da teoria do processo não linear e desestruturado
Douglas McGregor, é o pai da Teoria X e Y
Abraham Maslow e a psicologia humanista
Joseph Juran, o pai da produção de qualidade
Mary Parker Follet, a grande dama da administração
Lyndall Fownes Urwick, o homem que firmou os princípios da administração
Fritz Jules Roethlisberger, o homem que fez da fábrica um sistema social
Padre Saboia de Medeiros, o homem que trouxe a administração para o Brasil
Peter Drucker, o pai da administração moderna
Luther Halsey Gulick, o homem que tentou unir a política com a Administração
Frank e Lilian Gilbreth, o casal que reinventou a eficiência na indústria
Henry Gantt e o gerenciamento de projetos
Hugo Münsterberg, o pai da psicologia industrial
Frederick Winslow Taylor e a administração científica
Jules Henri Fayol, o criador da gestão administrativa

Linda Hill e a genialidade coletiva

Herbert Simon, o cientista social matemático

William Edwards Deming, é o pai da Estatística e Qualidade

Michael Porter, o pai da Estratégia Competitiva

Ernest Dale, o pai da teoria empírica da administração

Frederick Herzberg, é o pai da Teoria dos Dois Fatores

Stephen Covey e a vida em alto desempenho


Caso queira escreverei sobre outros nomes (Pais da ADM), então, envie-me um e-mail descrevendo a sugestão do pai da administração a ser descrito e terei o maior prazer em publicar o artigo.


Bom trabalho e grande abraço.


Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Daniel A. Wren o professor por excelência

Daniel Wren foi um professor por excelência o qual teremos a honra de conhecer melhor agora. Diferente de outros perfis que já passaram por aqui, Wren talvez seja menos conhecido para o público geral, em função da sua atuação dentro das universidades. Da sua atuação profissional, destaca-se o seu perfil eminentemente acadêmico e teórico, focando seus estudos sobre as bases da administração e da gestão dos negócios.

Praticamente toda vida profissional de Wren foi dedicada à academia, em especial na Universidade de Oklahoma, o que contrasta com outros estudiosos que também atuam como consultores de negócios em grandes empresas. Não foi o caso de Wren, que foi um estudioso fervoroso a maior parte do tempo, produzindo muitos artigos e livros. 

Os seus estudos e obras ganharam muito destaque e seguem orientando estudantes e gestores em cursos de graduação, MBA e afins ao redor do mundo. Hoje teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre Daniel Alan Wren, professor emérito da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. 

Quem é e o que faz Daniel Wren? 

Daniel Alan Wren é o nome completo de Daniel Wren, como é mais conhecido. Wren nasceu no dia 8 de janeiro de 1932, na cidade de Columbia, no Missouri, Estados Unidos. O seu pai era proprietário de um comércio de produtos gerais. Acreditamos que esse primeiro contato com o mundo dos negócios tenha sido o despertar para a sua carreira como professor de administração e gestão. 

O começo da carreira acadêmica de Wren foi no seu estado de nascimento, ele concluiu em 1954 o bacharelado em Gestão Industrial e de Pessoas na Universidade do Missouri. Após a graduação as atividades acadêmicas deram pausa pois Wren participou de programas da Força Aérea Americana, na Alemanha. 

Após esse período em que atuou na Força Aérea, Wren retornou à academia e no ano de 1960 concluiu o mestrado em administração, também na Universidade do Missouri. O título de Ph.D. veio no ano de 1964 quando finalizou o programa de doutorado da Universidade de Illinois em Filosofia e Negócios. 

Como professor, Wren iniciou sua carreira na Universidade da Flórida. Após alguns anos, em 1973, Wren começa a lecionar na Universidade de Oklahoma onde desenvolve a maior parte do seu trabalho como professor e pesquisador. Como reconhecimento ao seu trabalho, Wren é

nomeado David Ross Boyd Professor of Management, em 1989 e entre os anos de 1994 e 1999 torna-se professor da Fundação McCasland de educação. 

Ao longo da sua longa carreira, foram muitos os prêmios, medalhas e menções honrosas destinadas a Daniel Wren. Acerca do seu estudo, destaca-se a atuação na busca por melhor compreender o espírito da administração e gestão dos negócios. 

A obra de Wren se concentrou em especial à estudar os fundamentos da administração e da gestão dos negócios, dessa forma, dedicou-se com maior afinco ao estudo de teóricos que antecederam à sua geração e contribuíram para fundamentar as bases da administração, como a conhecemos hoje. Assim, Wren dedicou-se a estudar as obras de Frederick Taylor e Henri Fayol. Para Wren, a acadêmia de administração está voltada a mais ou a menos para um dos dois lados, Taylor ou Fayol. 

Como consequência dos seus estudos, Wren, juntamente com Arthur G. Bedeian, publicaram um destacado artigo, em 2001, quando listaram os vinte e cinco livros que mais influenciaram a administração no século XX, vejamos os 10 primeiros livros da lista, começando por Os Princípios da Administração Científica, publicado em 1911, por Frederik Winlow Taylor. 

Frederick Winslow Taylor (1911), Os Princípios da Administração Científica; ● Chester I. Barnard (1938), As Funções do Executivo; 

● Peter F. Drucker (1954), A prática da Administração; 

● Douglas McGregor (1960), O lado humano da empresa; 

● Herbert A. Simon (1947), Comportamento Administrativo: Um Estudo dos Processos de Tomada de Decisão na Organização Administrativa . Com prefácio de Chester I. Barnard; ● Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch (1967), Organização e ambiente: Gerenciando diferenciação e integração; 

● James G. March e Herbert A. Simon (1958), Organizações; 

● Abraham H. Maslow (1954), Motivação e Personalidade; 

● Michael E. Porter (1980), Estratégia competitiva: Técnicas para analisar indústrias e concorrentes; 

● Fritz J. Roethlisberger e William J. Dickson (1939), Management and the Worker. 

No aspecto pessoal, Daniel Wren se casou em 1962 com Karen Lynn Tower, a qual faleceu em 1979, juntos eles tiveram 3 filhos. 

Legado de Daniel Wren 

Daniel produziu bastante ao longo da sua carreira, em especial pelo seu perfil acadêmico e teórico. Muitas das suas obras foram premiadas e receberam condecorações. Vejamos alguns momentos da carreira de Wren que merecem destaque: 

- 43 artigos publicados em periódicos; 

- 9 livros publicados; 

- O livro Evolution of Management Thought foi editado 5 vezes; 

- Desde 2000 ele é David Ross Boyd Professor Emérito;

- Foi nomeado Curador da Harry W. Bass Business History Collection, em 1973;

- Foi presidente da Southern Management Association no ano de 1973-74; - Foi Reitor Interino e Presidente Fred E. Brown do Price College of negócios nos anos 2005/06; 

- Na Academy of Management, Wren presidiu a Divisão de História da Administração; - Ganhou o prêmio Educador de Destaque duas vezes ,e recebeu o prêmio de Educador Distinto do Ano da Academy of Management, em reconhecimento por ser "o historiador de administração mais destacado de sua geração". 

Daniel Wren inspirou centenas de alunos que o tiveram como professor, em especial na Universidade de Oklahoma, a qual dedicou a maior parte da sua carreira como professor e pesquisador, vindo a se aposentar em 2000. Mesmo aposentado, Wren não parou de produzir sendo curador da Bass History Collection. O exemplo de Daniel Wren como professor e pesquisador segue inspirando todos aqueles que estão na busca pela excelência na administração dos negócios.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:


Dia 23 de janeiro será publicado Max Weber


  Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Chester Barnard e a autoridade do líder

No atual momento histórico as empresas sofrem com a chamada crise de autoridade, que consiste na dificuldade dos administradores em liderar suas equipes. Chester Barnard, nosso “pai da administração” de hoje, por meio do seu trabalho, desenvolveu importantes teorias acerca do comportamento humano e das relações entre líderes e subordinados nos ambientes de trabalho. Antes da metade do século XX, em 1938, Barnard lançou sua obra mais famosa: As Funções do Executivo, como resultado de uma série de palestras ministradas na Universidade de Harvard, quando abordou ideias que ainda hoje se mostram atuais. Por exemplo, a necessidade em buscar a justiça entre dar ordens e a sua aceitação, bem como sobre a importância de enxergar as empresas como organismos em constante mudanças. A carreira de Barnard se concentrou na prática uma vez que atuou em cargos de lideranças ao longo da carreira e, apesar de ter desenvolvido teorias, não foi um profissional acadêmico. Barnard nos deixou um legado de compromisso profissional e mostrou por meio da sua atuação que é possível desenvolver empresas, com novas formas de gerir pessoas para alcançar melhores resultados. Conheceremos agora um pouco mais da sua vida e obra de Chester Barnard.

A trajetória de Chester Barnard


Nascido Chester Irving Barnard, em 7 de novembro de 1886, em Malden, estado de Massachusetts, Estados Unidos, Barnard se destacou por seus trabalhos pioneiros sobre estudos comportamentais das organizações e a gestão de pessoas.

Barnard começou a trabalhar desde muito cedo em uma fazenda, um pouco mais velho, trabalhou como afinador de pianos. É bem provável que as experiências de trabalho ainda na juventude tenham sido determinantes por moldar uma carreira como executivo e não voltada para a academia.

Em relação à sua vida acadêmica, um fato curioso é que ele começou a graduação de Economia na Universidade de Harvard, porém o curso não foi concluído porque ele não finalizou a grade curricular no tempo adequado. Em paralelo aos estudos, o ‘pai da administração’ chegou a trabalhar com a venda de pianos para ajudar no custeio da faculdade.

Apesar de não ter finalizado a graduação, Barnard foi homenageado com o título de Doutor Honoris causa por várias universidades, que viam nas suas teorias ensinamentos valiosos para todos os estudantes. Chester Barnard começou a sua carreira profissional na American Telephone and Telegraph, no departamento de estatística. Já em 1909 chegou a vice-presidência da companhia com apenas 23 anos de idade.

Nos anos seguintes Barnard trabalhou na Bell Telephone, em 1922, e chegou a presidência da New Jersey Bell Telephone, em 1927. Como já mencionado, a trajetória de Barnard se deu dentro das companhias, aprendendo na prática como gerir equipes colaborativas eficazes e eficientes.

No final da década de 20 os Estados Unidos enfrentaram uma de suas maiores crises econômicas, que ficou conhecida como a Grande Depressão. Na ocasião, Barnard desenvolveu um sistema de ajuda ao estado de Nova Jersey para enfrentar os efeitos da crise.

Principais teorias de Chester Barnard


Um dos ensinamentos basilares de Barnard foi ter desenvolvido a teoria que as organizações se assemelhavam a seres vivos e, portanto, passam por constantes mudanças. Esse entendimento é relevante pois segundo Barnard, uma das causas de extinção das empresas é justamente não conseguir manter a eficiência e eficácia ao longo dos anos, ou seja, morrem por falta de ajustes, por caírem no comodismo.

Vejamos abaixo algumas das ideias de Chester Barnard e como elas continuam atuais.

Estímulo à Cooperação


De acordo com Barnard, os gestores devem estimular a cooperação dentro de uma equipe, por entender que cada indivíduo tem a capacidade de somar positivamente com o tempo. Um bom gestor assumiria o papel de coordenar a relação de cooperação entre a empresa e os colaboradores, extraindo o melhor de cada parte, direcionando para o interesse do todo.

Ao estabelecer uma cooperação, empresas e colaboradores podem, juntos, chegar aos seus objetivos. Barnard foi um dos pioneiros em enxergar os colaboradores como um recurso essencial para as empresas se desenvolverem de forma sustentável, por meio da cooperação.

Essa teoria de Barnard se comunica com seus ensinamentos sobre eficácia e eficiência, diferentemente do que se entende por padrão, para ele, uma empresa atinge a eficiência quando é capaz de atender satisfatoriamente às necessidades dos colaboradores, como consequência, esses farão o mesmo pela empresa, havendo a perfeita cooperação entre ambos.

A Aceitação da Autoridade


Uma das ideias mais inovadoras de Barnard para a época diz respeito à autoridade de gestão. Até Barnard, o entendimento comum é que os gestores exerciam uma autoridade natural, sem reservas ou empecilhos.

Em resposta, Barnard ensina que a autoridade é uma via de mão dupla, ou seja, se não for acatada por quem recebe as ordens, a autoridade na prática não existe. Da observação do seu trabalho, ele observou que as ordens dos líderes são constantemente desobedecidas por não terem sido acatadas pelos colaboradores, ainda que não sejam explicitamente rejeitadas.

Para contornar a problemática, Barnard sugere a reformulação da comunicação entre empresa e colaboradores, e traz como aspecto mais relevante a observação se o gestor que dita a ordem demonstra habilidades técnicas para dar as ordens, ele quer dizer que apenas aqueles que podem mostrar pelo exemplo como se faz determinada manobra podem ordenar que a manobra seja feita.

Dessa forma, o gestor garantia a sua autoridade pelo exemplo e persuasão, e não simplesmente pela posição hierárquica que ocupa.

O notório legado de Chester Barnard


Chester Barnard deixou sua marca como “pai da administração” por sua atuação presente dentro das indústrias e, especialmente, por formular teorias ainda hoje estudadas, como a aceitação da Autoridade, reflexões sobre os conceitos de eficácia e eficiência e cooperação.

Ao longo da sua carreira, Chester Barnard assumiu cargos de direção e presidência em importantes instituições, como a Fundação Rockefeller e a Fundação Nacional de Ciência e assistente do Secretário do Tesouro americano.

Chester Barnard certamente será estudado pelas próximas gerações de administradores que buscam encontrar o ponto de equilíbrio e eficiência na relação entre empresas e colaboradores.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

Daniel A. Wren o professor por excelência



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Herbert Simon, o cientista social matemático

O personagem da vez é considerado um polímata, ou seja, alguém cujos conhecimentos abrangem vários campos de estudo e foi premiado com o Nobel de Economia no ano de 1978. Estou falando de Herbert Simon, estudioso americano que desenvolveu teorias importantes sobre o comportamento organizacional e os limites da racionalidade já na metade do século XX.

Simon se destacou por unir áreas do conhecimento que até então pareciam estar em lados opostos, como a psicologia e a economia. Como lhe disse, ele não limitou seus estudos em uma única vertente, e assim tratou de expandir seus saberes em diferentes áreas.

Apesar da sua genialidade em caminhar por tantas áreas do saber, o carro chefe dos seus estudos e análises se deram sobre o comportamento humano para tomada de decisões nas organizações. Ao longo da sua carreira, Simon buscou desenvolver uma teoria para solução dos conflitos entre as pessoas, buscando entender como as decisões são tomadas. 

Apresento-vos para apresentar um pouco da vida e obra de Herbert Simon, que além do Nobel de Economia foi agraciado com outros títulos importantes e deixou um legado valioso para toda comunidade acadêmica, em especial para os administradores. 

O começo de Herbert Simon 

Herbert Alexander Simon é filho de imigrantes europeus. Nascido em 15 de junho de 1916 em Milwaukee, Wisconsin, Estados Unidos, o polímata teve uma longa vida, vindo a falecer em 9 de fevereiro de 2001, em função de uma parada cardiorrespiratória, aos 84 anos de idade. 

Seu pai foi um inventor e designer de equipamentos eletrônicos, já sua mãe foi uma pianista talentosa. A infância e juventude de Simon em família foram marcadas por um ambiente rico e criativo, bastante propício para o florescimento intelectual e educativo, com discussões saudáveis ao redor da mesa sobre política e às vezes com caráter científico.

Sendo assim, desde muito novo Simon já demonstrava bom desenvolvimento acadêmico e lidava com facilidade com as matérias estudadas na escola, segundo o próprio, a escola não lhe exigia muito, de modo que tinha tempo suficiente para atender os estudos e jogar beisebol e futebol americano. 

Simon sempre teve inclinação pelo desenvolvimento da ciência, e apesar do seu interesse pelas diversas áreas do conhecimento, seus passos o direcionaram para os estudos das teorias do comportamento organizacional.

O seu tio materno, Harold Merkel, o influenciou positivamente quando estudava economia da Universidade de Wisconsin. Foi a partir do seu tio que Simon conheceu as ciências sociais e teve os primeiros contatos com a psicologia e economia.

A jornada de Simon na academia começou em 1933 na Universidade de Chicago, com a graduação de Economia. O seu interesse pela área comportamental e psicológica ganhou força durante a graduação. O seu trabalho de conclusão de curso se deu sobre a tomada de decisões nas organizações. 

Herbert Simon tinha um objetivo claro: dar às ciências sociais o mesmo rigor dos fundamentos matemáticos, ele queria ser reconhecido por ser um cientista social matemático. O PhD pela Universidade de Chicago foi autorizado por correspondência, pois na época, em 1942, Simon se encontrava na Universidade de Berkeley, na Califórnia. 

No decorrer da sua trajetória, passou por diferentes universidades de prestígio e desenvolveu projetos nas áreas de economia e psicologia comportamental. Para além destas questões, Simon colaborou com a fundação de cursos de pós-graduação, como aconteceu em 1949, quando abriu o curso de pós-graduação em Administração Industrial, no Carnegie Institute Of Technology.

Graças ao seu empenho, o ponto alto da carreira aconteceu com o reconhecimento do Nobel de Economia, em 1978, por sua pesquisa precursora no processo de tomada de decisões dentro das organizações econômicas.

Simon e a teoria da Racionalidade Limitada 

Já mencionei que o foco dos estudos de Simon se deu na análise matemática do comportamento das pessoas e a tomada de decisões dentro das organizações, porém, é importante ressaltar a sua teoria sobre a racionalidade limitada. 

Para Simon, nós, os seres humanos, usamos apenas parcialmente a faculdade da razão e que a maior parte das nossas decisões são fortemente influenciadas pelas emoções. Além disso, a teoria se chama racionalidade limitada, pois, diante de um problema a ser resolvido, a maioria das pessoas se contenta em apenas absorver um reduzido número de informações, suficientes para a tomada de decisão naquele momento imediato. 

Simon explica que da análise superficial e rápida dos fatos o indivíduo não conseguirá uma resposta ideal para a sua questão, mas apenas uma resposta imediata. A partir do uso parcial da racionalidade, desenvolvem-se indivíduos com pouca capacidade reflexiva e incapazes de refletir sobre questões que requerem mais aprofundamento. 

Na teoria de Simon, a racionalidade das pessoas está limitada por três dimensões, que influenciam na tomada das decisões, são elas: 

● A informação disponível no momento da questão; 

● A limitação cognitiva da pessoa que analisa a questão; 

● O tempo disponível para a tomada de decisão. 

A solução para melhores decisões passa pela análise dos pontos acima, sem esquecer da influência dos fatores emocionais.


Prêmios recebido por Herbert Simon 

A carreira de Simon jogou luz sobre as teorias organizacionais e tinham como objetivo entender as motivações dos colaboradores junto às empresas. 

Entre os anos de 1937 e 2001, foram mais de 800 trabalhos realizados, entre artigos e livros, os quais levaram a Simon a ser reconhecido como um dos principais nomes quando se fala em teorias comportamentais dentro das organizações. 

Por fim, a trajetória de Herbert Simon foi marcada pelo recebimento de diversos prêmios por toda sua contribuição, entre eles, o já citado Prêmio Nobel de Economia em 1978 e o Prêmio Turing de Computação, em 1975, frutos do seu empenho em mais de 60 anos dedicados à desenvolver a ciência da administração. 

Bom trabalho e grande abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.