terça-feira, 9 de novembro de 2021

Pontualidade e liderança: por que o bom líder deve ser pontual


Qual a importância da pontualidade para você? Você se considera comprometido com horários e prazos? Como essa questão afeta a sua vida e impacta as suas relações?


É importante fazer essa reflexão, pois quando abordamos a questão da pontualidade no âmbito do trabalho, nos referimos a uma das características essenciais de um bom líder, que, para cobrar seus liderados, precisa estar sempre atento em ser exemplo e agir com coerência nesse quesito. 


Sabemos que a pontualidade, culturalmente, não é o forte do brasileiro. A nossa fama em respeitar horários não é das melhores. Atrasos de 15, 20, 30 minutos já foram praticamente normalizados em nossa cultura e ninguém de fato espera que as pessoas cheguem no horário para uma festa, reunião ou consulta médica. Estamos habituados a tolerar atrasos, mas será que isso está certo?


Neste artigo, quero mostrar por que a pontualidade é um pilar importante para a imagem profissional e também para quem exerce um papel de liderança. Afinal, ser pontual e respeitar prazos e horários demonstra responsabilidade com o seu tempo e o de outras pessoas. E, mais do que nunca, precisamos ter em mente que tempo é um recurso escasso. Portanto, se pontualidade é um problema para você, está mais que na hora de resolver essa questão. Veja a razão nas próximas linhas!  

O valor da pontualidade no ambiente de trabalho

A pontualidade é um valor que deve ser cultivado em todas as esferas da vida, mas no campo profissional seu impacto pode ser ainda maior, caso não seja respeitado. Imagine que o seu atraso, ou o não cumprimento de prazos, influenciará no trabalho de outras pessoas, de uma equipe, que depende do comprometimento de todos. 


Portanto, a falta de pontualidade pode trazer danos a sua reputação e imagem profissional. Quem não respeita prazos e horários de maneira recorrente perde a credibilidade, que uma vez perdida é difícil de recuperar. Valorizar o seu tempo e respeitar o dos outros no trabalho demonstra cuidado, humildade e responsabilidade, além de evitar situações de ansiedade e nervosismo decorrentes de atrasos. 

As vantagens de ser pontual

  • Transmite confiança e boa imagem profissional;

  • Demonstra interesse, organização e disciplina;

  • Indica respeito e responsabilidade com o tempo dos outros;

  • Reduz situações de ansiedade e estresse.

O impacto na pontualidade no papel de um líder

Pense comigo: de que maneira alguém que tem um cargo de liderança, mas que não é pontual, pode cobrar seus liderados? Soa incoerente, não é mesmo? O líder precisa ser o primeiro a dar o exemplo e ser consistente quando falamos de horários e prazos. 


Que equipe se comprometerá com a pontualidade quando o próprio chefe não faz questão de ser pontual? Saiba que esse comportamento refletirá a sua gestão e afetará o trabalho de todos. Por isso, dedique-se em firmar um compromisso com a pontualidade e fazer dela um dos pilares de sua gestão.  

Como a falta de pontualidade afeta a produtividade de uma equipe

O trabalho em equipe presume a colaboração de um grupo de pessoas, que precisam estar alinhadas e igualmente dedicadas para atingirem determinado resultado, certo? Porém, se algum membro desse time não está comprometido — está sempre atrasado ou não cumpre prazos de entrega —, o desempenho da equipe inteira pode ser afetado, assim como a produtividade. 


Isso impacta a dinâmica de trabalho e pode gerar desmotivação — e colaboradores desmotivados tendem a ser menos produtivos. Entende como as consequências da falta de pontualidade podem ser abrangentes e prejudicar várias áreas e fatores?

Dicas para ser mais pontual

Caso você esteja sempre atrasado, reconhecer essa dificuldade com a pontualidade é o primeiro passo. Deixo a seguir algumas sugestões que podem ajudá-lo a melhorar. 

Calcule o tempo demandado pelas atividades

Se o seu problema é com prazos e entregas, uma solução é calcular o tempo que gasta para executar determinada atividade ou tarefa. Isso vai ajudá-lo a ter uma visão mais clara e concreta para estimar limites de tempo e para que você se programe conforme o seu ritmo de trabalho.

Programe para chegar nos eventos antes, não no horário exato

Quem tem dificuldades com horários, não deve se ater ao limite. Ou seja, o ideal é se programar para chegar antes, e não na hora marcada para o compromisso. Assim, caso haja algum imprevisto, existe uma margem de tempo para lidar com ele e ainda assim chegar no horário. 

Não marque compromissos em excesso em um único dia

Seguindo o mesmo raciocínio do tópico acima, uma agenda lotada, sem janelas para imprevistos, é chamariz para atrasos e afobação. Portanto, não marque, por exemplo, uma reunião seguida da outra, sem respeitar tempos de deslocamento, interrupções, intervalos e surpresas do dia a dia. 

Divida uma tarefa em pequenas etapas e não deixe tudo para a última hora

Uma dica para lidar com prazos é quebrar uma tarefa grande em pequenas etapas. Isso ajuda a lidar com a procrastinação e aquela tendência de deixar para a última hora (o que é um convite para perder o prazo de entrega). Fazer aos poucos tira o peso que um trabalho ou tarefa de grande responsabilidade pode causar. 

Avance o seu relógio em alguns minutos

Essa parece uma recomendação boba, mas funciona. Mesmo que você se engane a princípio, a percepção de chegar sempre no horário com o relógio avançado pode ser um incentivo. 

Diga não quando for necessário

Muitas vezes, a dificuldade com a pontualidade é devido ao excesso de demandas e compromissos. Faça uma reflexão: será que não está assumindo coisas demais? Talvez seja o momento de dizer não para algumas delas.  

Aproveite os momentos de espera

Chegar adiantado para um compromisso pode ser uma vantagem. Em vez de chegar na correria, com todo o estresse e afobação característicos de um atraso, esperar pode ser um momento para colocar a leitura em dia, fazer uma ligação, ou mesmo respirar e fazer uma pausa. Nessa rotina atribulada que vivemos, pausas são necessárias. 


Espero que tenha compreendido a razão pela qual a pontualidade é um valor tão importante. E não digo só no ambiente de trabalho. Esqueça aquela ideia de que pessoas bem-sucedidas estão sempre atrasadas, pois são muito atarefadas e não tem tempo para nada. Isso é a maior besteira! 


Pontualidade é sinal de integridade e respeito ao próximo. A realidade é que pessoas que são pontuais e respeitam prazos e horários, independentemente do cargo que ocupam, fazem uma melhor gestão do próprio tempo e sabem a melhor maneira de aproveitá-lo. Já sabe de qual lado você quer estar?


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

O que leva ao empreendedorismo? Entenda a motivação para empreender



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Como fazer uma Matriz de Eisenhower em 5 passos

Você conhece a Matriz de Eisenhower? Ela é uma ferramenta para te ajudar a priorizar e organizar tarefas. Descubra como usá-la neste texto.

Como fazer uma Matriz de Eisenhower em 5 passos

“Tenho dois tipos de problemas, os urgentes e os importantes. O urgente não é importante, e o importante nunca é urgente”.  Esta frase é de Dwight Eisenhower, ex-general e 34º presidente dos Estados Unidos, a inspiração para a Matriz de Eisenhower.

Para saber o que é essa ferramenta e como incluí-la na sua rotina, continue a leitura.

O que é a Matriz de Eisenhower?

A Matriz de Eisenhower também chamada Matriz de Gerenciamento de Tempo é uma ferramenta prática que estabelece a prioridade das tarefas.

Embora seja baseada na citação de Dwight Eisenhower, ela apareceu pela primeira vez no livro de Stephen Covey: Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes.

Esta ferramenta é apoiada em dois critérios: importante e urgente.

As ações urgentes são as que precisam ser realizadas naquele momento, ou tem um prazo definido. Por exemplo: atender ao telefone, enviar o contrato para o cliente.

Já as ações importantes exigem planejamento e metas a longo prazo. Por exemplo: o relatório de gastos mensais.

Como fazer uma matriz?

Veja o passo a passo para fazer uma Matriz de Eisenhower:

Passo 1: Desenhe as linhas

Você deve desenhar uma linha vertical (importante) e uma linha horizontal (urgente).

Passo 2: Divida em quatro partes

A matriz é separada em quadrantes segundo a urgência e importância das tarefas:

  • Importante e urgente: canto superior direito.

  • Importante, mas não urgente: canto superior esquerdo.   

  • Urgente, mas não importante: canto inferior esquerdo.

  • Não é urgente nem importante: canto inferior direito.

Passo 3: Defina as prioridades 

1) Importante e urgente: são as tarefas com a prioridade mais alta, que devem ser executadas imediatamente. A regra neste quadrante é faça agora! Exemplo: atendimento ao cliente.

2) Importante, mas não urgente: ações que devem ser realizadas no longo e médio prazo. Neste bloco a ordem é programe. Exemplo: avaliação dos resultados.

3) Urgente, mas não importante: são atividades que merecem atenção por estarem próximas do prazo, mas não precisam ser feitas imediatamente. Elas podem ser realizadas por outras pessoas ou feitas após terminar as demais. Exemplo: responder e-mails.

4) Não é urgente nem importante: tarefas que podem ser deixadas para depois ou eliminadas, nesta parte é importante não perder tempo definindo as ações. Exemplo: pausa para o café.

Para facilitar o entendimento, segue um exemplo:

 Passo 4: Aplicação

 A ideia da Matriz de Eisenhower é que haja um fluxo constante das atividades, pois quando são solucionadas as tarefas importantes e urgentes elas abrem espaço para as novas.

Também conforme os prazos vão se aproximando é natural que as ações mudem de quadrante.

Passo 5: Adapte a sua realidade

Mesmo que este modelo funcione para todo o tipo de negócio, o conceito do que é urgente e importante varia conforme as características da empresa. Por isso, pense além dos exemplos que citei.

Quais as vantagens e desvantagens da Ferramenta Eisenhower?

As principais vantagens da aplicação da Matriz de Eisenhower são:

A fácil implementação

Como o modelo é simples, qualquer pessoa pode usá-lo para priorizar as tarefas. Para isso, você só vai precisar de um papel e caneta.

Otimização do tempo

Definindo a ordem das ações, você irá focar nas atividades que realmente importam, não perdendo tempo com distrações, o que aumentará a produtividade.

Reduz a ansiedade

Muitas pessoas ficam extremamente estressadas quando percebem que há muita coisa para ser feita. Mas com a ferramenta é mais fácil se organizar e manter um equilíbrio nas tarefas.

Já as desvantagens deste modelo são:

Dificuldade em determinar a relevância da tarefa

Para os iniciantes pode ser difícil incluir as ações no quadrante correto, diminuindo a eficácia da ferramenta.

Várias tarefas urgentes

Quando há muitas atividades urgentes, elas exigem bastante tempo  ou a participação de outras pessoas para serem solucionadas, pode gerar conflitos e dificultar a implementação da matriz.

Dicas para ter uma rotina proveitosa

Além de aplicar a Matriz de Eisenhower existem outras estratégias para você ter um ótimo aproveitamento das  horas de trabalho, seguem 7 dicas:

1.   Utilize a tecnologia a seu favor

Atualmente existem aplicativos como o Trello que permitem uma fácil organização das tarefas.

Nele você consegue compartilhar as atividades com os membros da equipe e estipular datas para entrega das tarefas.

2.   Faça as atividades importantes e urgentes, mas não se esqueça das outras

Muitas pessoas focam apenas nas atividades do primeiro quadrante, contudo,, se esquecem dos demais. Mesmo que não sejam atividades urgentes, elas precisam ser solucionadas.

Afinal, o que é importante acaba se tornando urgente e parece que todo o dia tem um incêndio para apagar.

 3.   Seja realista na definição das tarefas

Todo mundo tem um limite de ações que pode realizar durante um dia, por isso tenha ciência das suas capacidades e não exagere no número de atividades.

Assim você não se sentirá frustrado por não conseguir fazer todas as tarefas e perceberá que o dia foi proveitoso.

4.   Contenha a procrastinação

Do que adianta colocar as tarefas na Matriz de Eisenhower se elas não são cumpridas?

Por isso, descubra os gatilhos que te levam à procrastinação e os evite. Por exemplo: se são as redes sociais, desative as notificações e deixe o celular guardado durante o trabalho.

5.   Gerencie as suas emoções

Muitas vezes a falta de produtividade não é só culpa da desorganização, outros fatores emocionais podem te impedir de realizar uma tarefa.

Como montar uma apresentação para um novo cliente, você está com medo que algo dê errado, por isso, prioriza outras atividades e deixa para depois o que é importante.

Sendo assim, é fundamental reconhecer os sentimentos envolvidos e não ficar refém deles.

6.   Evite o excesso de trabalho

Lembre-se: ser produtivo não é trabalhar 16 horas por dia, mas sim aproveitar o tempo disponível da melhor forma possível.

Turnos prolongados causam estresse,  exaustão mental e física. Logo,  é importante incluir momentos de descanso e lazer na rotina.

 7.   Cuide de você

Manter uma rotina de atividades físicas, dormir bem e se alimentar de forma saudável também aumenta a produtividade diária.


Então, o que achou da Matriz de Eisenhower? Vai aplicá-la no seu dia a dia?

Bom trabalho e forte abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Henry Ford, o homem que revolucionou o modo de produção

Aqui na série Grandes Empreendedores da História, os leitores estão acostumados com artigos que contam sobre empreendedores que mudaram a história, são são verdadeiros cases de sucesso. Ao observarmos os negócios que mudaram o rumo da nossa civilização podemos perceber algumas características em comum: Visão, criatividade e perseverança, por exemplo, são alguns atributos inerentes na vida de um empreendedor. Nem sempre é preciso “descobrir” algo, tal qual um cientista ou inventor, mas sim enxergar as possibilidades que as descobertas trazem. Considerando isso, por vezes é mais inteligente fazer “o mesmo” de maneira distinta do que apostar sempre em novos produtos e serviços.

Hoje trago um ótimo exemplo de como podemos revolucionar o mercado sem necessariamente criarmos algo novo. Estou falando de Henry Ford, um dos maiores empresários do ramo do automobilismo. Sua influência foi tão grande e sua inovação no modo de produção fabril que o 'fordismo' tornou-se um modelo para fábricas dos mais variados tipos, lançando assim uma nova forma de construir equipamentos.

Quem foi Henry Ford?


Antes de entendermos os feitos realizados por Henry Ford é fundamental conhecermos um pouco de sua história. Voltemos então ao século XIX, mais precisamente em 1863, nos Estados Unidos. Em uma pequena fazenda perto de Detroit nasceu Ford. Seus pais eram imigrantes e detinham uma pequena propriedade rural em que viviam, assim, os primeiros 15 anos de vida de Ford foram dedicados à agricultura. Mesmo não gostando da vida no campo, as máquinas faziam parte da vida de Henry desde sempre e cedo ele percebeu as vantagens de utilizá-las para reduzir o trabalho braçal nas lavouras. 

Seu pai, William Ford, percebeu a perícia do filho para lidar com as máquinas e o designou como responsável pela manutenção e utilização das ferramentas. Apesar de não ser afeito ao trabalho manual, Ford ajudou na fazenda dos seus pais até a morte de sua mãe, em 1875. O amor pela mãe o fazia resistir às adversidades da vida rural e quando ela faleceu foi como, segundo alguns dos seus biógrafos, o mastro que o sustentava fosse arrancado. Naturalmente, Ford foi se afastando da vida no campo e passou a dedicar-se ainda mais na manutenção de objetos.

Ainda em sua adolescência consertava relógios e pequenos objetos para amigos e conhecidos, o que alimentava sua paixão pelas engrenagens e máquinas. O jovem Henry, motivado pelas suas habilidades, foi entrando mais a fundo no mundo das máquinas. Primeiro tornou-se aprendiz de operador de máquinas, depois voltou a operar as máquinas da fazenda do seu pai. Ainda seguiu a carreira como mecânico e, mais tarde, assumiu cargos de engenheiro em algumas empresas de Detroit, então com 30 anos. Ainda assim, levaria mais dez anos para que Ford começasse o seu primeiro negócio: a Henry Ford Company.

Esses aspectos da vida de Ford revelam algo muito interessante sobre a razão pela qual seus carros, nos anos XX, foram tão bem sucedidos quanto à performance. A experiência e, acima disso, a paixão de Henry Ford pelo desejo de descobrir como as máquinas funcionavam e encontrar meios para que elas fossem ainda mais longe definiu o modo como ele iria gerenciar suas empresas. Sendo um clássico “self-made man”, Ford precisou de anos de experiência até finalmente lançar sua primeira empresa e isso é importante que entendamos: a vida não dá saltos, ou seja, não iremos progredir rapidamente e a única garantia do nosso sucesso será, invariavelmente, o trabalho com determinação e constância.

Da primeira empresa ao 'fordismo'


Em 1903 Henry Ford funda sua primeira empresa, voltada para a montagem de automóveis. O carro, como popularmente conhecemos, já havia sido inventado em 1886, por Karl Benz, porém, mais de quinze anos após a sua patente, ainda não haviam fábricas para fabricação do produto. Parte da dificuldade estava nos custos para construção do veículo, além da lentidão no processo de montagem do carro.

Ford, porém, tinha a solução para esses empecilhos. Ele desenvolveu o que hoje chamamos de “linha de montagem”, na qual cada operário fica responsável por uma parte da máquina. Assim, a fábrica de Ford era capaz, na época, de fazer dezenas de carros em um único dia, um feito inimaginável para o seu contexto histórico. Hoje, utilizando robôs e uma linha de montagem ainda mais especializada, somos capazes de produzir seis mil carros por dia, quase 1 a cada 10 segundos. Porém, no final do século XIX levava-se semanas para finalizar um único modelo.

O nome desse modo de produção em fábrica popularizou-se para todos os tipos de montagem e chamamos de 'fordismo'. A grande vantagem desse método está na agilidade em que se monta um produto, uma vez que cada operário só precisa saber de uma pequena parte do processo, o que lhe dá mais celeridade na produção. Além disso, por conseguir fabricar dezenas de produtos em um único dia, com o 'fordismo' atende-se a uma grande demanda, dando vazão a produtos e podendo gerar estoque. Todos esses fatores contribuem positivamente para a logística de uma fábrica e toda a cadeia de consumo.

Assim, Henry Ford não apenas desenvolveu motores e carros de excelente qualidade, mas também conseguiu revolucionar o modo de produção fabril a nível mundial, criando um novo padrão.

A nível de comparação, o primeiro carro criado por Benz alcançava apenas 8 km/h. Já o Ford modelo “999”, o primeiro fabricado pela empresa de Henry Ford, ainda em 1903, alcançou a incrível marca de 147 km/h, graças às melhorias do motor e do design do automóvel. A apresentação do primeiro modelo do automóvel fabricado por Ford foi tão impactante que tornou-se notória, o que fez a marca Ford popularizar-se rapidamente nos Estados Unidos.

A Ford Company ainda criou diversos modelos de automóveis. Seus modelos “T” e “A” fizeram grande sucesso durante a primeira metade do século XX. Com o tempo Ford ainda expandiu seus negócios para a aviação e para os carros de corrida. Mesmo assim, seu grande e mais acabado projeto foi, sem dúvida, os carros convencionais, que até hoje passeiam pelas nossas estradas.

Considerando tais aspectos, não resta dúvidas que o sucesso do empreendimento de Ford está na sua duração, contribuindo para uma das máquinas mais populares da nossa sociedade. A História jamais o esquecerá, pois entre erros e acertos ele tornou-se uma invenção até então pouco reconhecida em um dos produtos mais consumidos ao redor do mundo.
 
De fato, Henry Ford foi um Grande Empreendedor da História, mas, também um ícone para a Administração Moderna, pois, com seus processos avançados de administração naquela época conseguia pagar maiores salários aos seus funcionários do que a concorrência sem perder o lucro da companhia.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Nomofobia: Empreendedor, saiba se você está viciado no seu smartphone

Você sente medo quando vê aquele último risquinho de bateria do seu celular? Acorda e a primeira coisa que faz é checar as redes sociais? Fica irritado se está longe do celular? Se você respondeu "sim'' a algumas dessas perguntas, você pode estar sofrendo de nomofobia. Nomofobia é o medo extremo de ficar sem o celular. A fobia vem crescendo nos últimos tempos sem dar sinal de desaceleração, pelo contrário. A maioria dos empreendedores depende de dispositivos para o trabalho para tratar com colaboradores, clientes e fornecedores, contato com a família e amigos, e armazenar documentos e fotos, por isso, é normal se preocupar em perdê-los.  Entretanto, quando esse medo fica excessivo a ponto de atrapalhar sua rotina, aí é hora de ficar atento. Se você quer saber mais sobre a nomofobia e como ela pode prejudicar nossa qualidade de vida, continue lendo esse artigo.

O que é nomofobia?

Nomofobia tem origem em palavras inglesas: no + mobile + phone + phobia. O termo foi criado pela YouGov, uma instituição de pesquisa britânica para descrever o medo extremo de não ter o celular por perto ou de não poder usá-lo.

Em pesquisa realizada pela instituição para avaliar a possibilidade de ocorrência de transtornos de ansiedade devido ao uso excessivo de telefones celulares, descobriu que quase 53% dos britânicos que usaram telefones celulares se sentiam ansiosos quando “perdem o celular, ficam sem bateria ou sem crédito, ou não têm cobertura de rede”.

Esse estudo também revelou que aproximadamente 58% dos homens e 47% das mulheres sofriam de ansiedade pelo telefone celular e, além disso, 9% se sentiam tensos quando seus telefones celulares eram desligados. 

O Brasil está em terceiro lugar do mundo no tempo de uso de internet diário: são 9 horas e 17 minutos, atrás apenas da Tailândia e África do Sul. Se for considerado apenas o acesso nas redes sociais, o Brasil ocupa também a terceira colocação, com 3h21m. Os números são do relatório da Hootsuite do We Are Social.

"A cada cem pessoas, cerca de 15 são consideradas nomofóbicas, com transtornos associados" diz a psicóloga Anna Lucia Spear King, coordenadora do núcleo Delete, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e uma das organizadoras do livro "Nomofobia - Dependência do Computador, Internet, Redes Sociais? Dependência do Telefone Celular?".

A complexidade desta condição é muito desafiadora uma vez que a nomofobia compartilha sintomas clínicos comuns com outras doenças como a ansiedade, por exemplo. É por isso que o paciente deve ser diagnosticado por um profissional que irá olhar para as suas especificidades. 

Qual é a causa?

Os especialistas ainda não descobriram uma causa específica para a nomofobia. Em vez disso, eles acreditam que vários fatores podem contribuir.

O medo do isolamento pode, compreensivelmente, desempenhar um papel no desenvolvimento da nomofobia. Se o seu telefone serve como seu principal método de contato com as pessoas de quem você gosta, provavelmente você se sentiria muito sozinho sem ele.

Outra causa pode ser o medo de não estar disponível caso alguém precise falar conosco. 

Nem todo uso com frequência do celular pode ser caracterizado como nomofobia. Para o professor Rafael Sanches, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP “A tecnologia faz parte da nossa rotina, não dá para dizer que, só pelo fato da pessoa ficar horas na internet, ela está doente e precisa de tratamento”.

Entretanto, existem alguns sinais que podem indicar se você está sofrendo com a fobia da modernidade:

  • Prejudica seu trabalho ou relacionamentos;

  • Atrapalha o sono;

  • Causa problemas em suas atividades do dia a dia;

  • Dificuldade de se desconectar completamente.

Se você reconhece algum desses sintomas, o ideal é procurar um profissional para auxiliá-lo a aprender a lidar com os sintomas de uma forma produtiva para ajudá-lo a superar seus efeitos.

"É horrível conviver com pessoas assim, e o tratamento muitas vezes só acontece quando a pessoa cai na real e resolve buscar ajuda. Se as pessoas se afastam, é sinal de que alguma coisa está errada", explica a psicóloga Anna Lucia Spear King.

O que pode ser feito?

A terapia possivelmente pode ajudar no caso de nomofobia. 

No caso da abordagem da terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, ela pode auxiliá-lo a trabalhar os pensamentos e sentimentos negativos quando você estiver sem o seu telefone. Além da terapia, um psiquiatra pode indicar medicamentos que serão bons aliados ao tratamento psicoterapêutico quando a fobia estiver em estágios mais graves.  Por isso, procure um profissional qualificado para tratá-lo da forma mais adequada conforme o seu caso. Não apenas a terapia pode auxiliá-lo. Você pode tomar algumas atitudes para lidar com a nomofobia no seu dia a dia:

  • Desligue o telefone à noite para ter um sono mais reparador. Se você precisa de um alarme para acordar, mantenha seu telefone à distância, longe o suficiente para que você não consiga verificá-lo facilmente durante a noite.

  • Experimente deixar o telefone em casa por curtos períodos de tempo, como quando vai ao supermercado, vai jantar ou dá uma caminhada.

  • Passe algum tempo todos os dias longe de toda tecnologia. Experimente sentar-se calmamente, escrever uma carta, dar um passeio ou explorar uma nova área ao ar livre.

A relação entre a nomofobia e o empreendedorismo, ela pode estar causando prejuízo nos seus negócios sem que você perceba. O celular nos dá a impressão de sermos multitarefas, mas isso não é verdade. Realizar várias tarefas ao mesmo tempo faz com que a nossa produtividade caia. Por isso, com menos produtividade, menor é a rentabilidade do seu empreendimento. É preciso estar atento se você está passando por isso. Muitas pessoas têm vergonha de assumir que estão em sofrimento psíquico e acabam não procurando ajuda profissional para lidar com isso. Se você se identificou com algum desses sintomas, não excite em procurar ajuda profissional. A nomofobia pode estar prejudicando a sua qualidade de vida. Bom trabalho e grande abraço. Prof. Adm. Rafael José Pôncio



Conheça também:

Você se torna competitivo quando é especialista no que faz, e isso o diferencia da concorrência



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.