terça-feira, 19 de outubro de 2021

Nomofobia: Empreendedor, saiba se você está viciado no seu smartphone

Você sente medo quando vê aquele último risquinho de bateria do seu celular? Acorda e a primeira coisa que faz é checar as redes sociais? Fica irritado se está longe do celular? Se você respondeu "sim'' a algumas dessas perguntas, você pode estar sofrendo de nomofobia. Nomofobia é o medo extremo de ficar sem o celular. A fobia vem crescendo nos últimos tempos sem dar sinal de desaceleração, pelo contrário. A maioria dos empreendedores depende de dispositivos para o trabalho para tratar com colaboradores, clientes e fornecedores, contato com a família e amigos, e armazenar documentos e fotos, por isso, é normal se preocupar em perdê-los.  Entretanto, quando esse medo fica excessivo a ponto de atrapalhar sua rotina, aí é hora de ficar atento. Se você quer saber mais sobre a nomofobia e como ela pode prejudicar nossa qualidade de vida, continue lendo esse artigo.

O que é nomofobia?

Nomofobia tem origem em palavras inglesas: no + mobile + phone + phobia. O termo foi criado pela YouGov, uma instituição de pesquisa britânica para descrever o medo extremo de não ter o celular por perto ou de não poder usá-lo.

Em pesquisa realizada pela instituição para avaliar a possibilidade de ocorrência de transtornos de ansiedade devido ao uso excessivo de telefones celulares, descobriu que quase 53% dos britânicos que usaram telefones celulares se sentiam ansiosos quando “perdem o celular, ficam sem bateria ou sem crédito, ou não têm cobertura de rede”.

Esse estudo também revelou que aproximadamente 58% dos homens e 47% das mulheres sofriam de ansiedade pelo telefone celular e, além disso, 9% se sentiam tensos quando seus telefones celulares eram desligados. 

O Brasil está em terceiro lugar do mundo no tempo de uso de internet diário: são 9 horas e 17 minutos, atrás apenas da Tailândia e África do Sul. Se for considerado apenas o acesso nas redes sociais, o Brasil ocupa também a terceira colocação, com 3h21m. Os números são do relatório da Hootsuite do We Are Social.

"A cada cem pessoas, cerca de 15 são consideradas nomofóbicas, com transtornos associados" diz a psicóloga Anna Lucia Spear King, coordenadora do núcleo Delete, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e uma das organizadoras do livro "Nomofobia - Dependência do Computador, Internet, Redes Sociais? Dependência do Telefone Celular?".

A complexidade desta condição é muito desafiadora uma vez que a nomofobia compartilha sintomas clínicos comuns com outras doenças como a ansiedade, por exemplo. É por isso que o paciente deve ser diagnosticado por um profissional que irá olhar para as suas especificidades. 

Qual é a causa?

Os especialistas ainda não descobriram uma causa específica para a nomofobia. Em vez disso, eles acreditam que vários fatores podem contribuir.

O medo do isolamento pode, compreensivelmente, desempenhar um papel no desenvolvimento da nomofobia. Se o seu telefone serve como seu principal método de contato com as pessoas de quem você gosta, provavelmente você se sentiria muito sozinho sem ele.

Outra causa pode ser o medo de não estar disponível caso alguém precise falar conosco. 

Nem todo uso com frequência do celular pode ser caracterizado como nomofobia. Para o professor Rafael Sanches, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP “A tecnologia faz parte da nossa rotina, não dá para dizer que, só pelo fato da pessoa ficar horas na internet, ela está doente e precisa de tratamento”.

Entretanto, existem alguns sinais que podem indicar se você está sofrendo com a fobia da modernidade:

  • Prejudica seu trabalho ou relacionamentos;

  • Atrapalha o sono;

  • Causa problemas em suas atividades do dia a dia;

  • Dificuldade de se desconectar completamente.

Se você reconhece algum desses sintomas, o ideal é procurar um profissional para auxiliá-lo a aprender a lidar com os sintomas de uma forma produtiva para ajudá-lo a superar seus efeitos.

"É horrível conviver com pessoas assim, e o tratamento muitas vezes só acontece quando a pessoa cai na real e resolve buscar ajuda. Se as pessoas se afastam, é sinal de que alguma coisa está errada", explica a psicóloga Anna Lucia Spear King.

O que pode ser feito?

A terapia possivelmente pode ajudar no caso de nomofobia. 

No caso da abordagem da terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, ela pode auxiliá-lo a trabalhar os pensamentos e sentimentos negativos quando você estiver sem o seu telefone. Além da terapia, um psiquiatra pode indicar medicamentos que serão bons aliados ao tratamento psicoterapêutico quando a fobia estiver em estágios mais graves.  Por isso, procure um profissional qualificado para tratá-lo da forma mais adequada conforme o seu caso. Não apenas a terapia pode auxiliá-lo. Você pode tomar algumas atitudes para lidar com a nomofobia no seu dia a dia:

  • Desligue o telefone à noite para ter um sono mais reparador. Se você precisa de um alarme para acordar, mantenha seu telefone à distância, longe o suficiente para que você não consiga verificá-lo facilmente durante a noite.

  • Experimente deixar o telefone em casa por curtos períodos de tempo, como quando vai ao supermercado, vai jantar ou dá uma caminhada.

  • Passe algum tempo todos os dias longe de toda tecnologia. Experimente sentar-se calmamente, escrever uma carta, dar um passeio ou explorar uma nova área ao ar livre.

A relação entre a nomofobia e o empreendedorismo, ela pode estar causando prejuízo nos seus negócios sem que você perceba. O celular nos dá a impressão de sermos multitarefas, mas isso não é verdade. Realizar várias tarefas ao mesmo tempo faz com que a nossa produtividade caia. Por isso, com menos produtividade, menor é a rentabilidade do seu empreendimento. É preciso estar atento se você está passando por isso. Muitas pessoas têm vergonha de assumir que estão em sofrimento psíquico e acabam não procurando ajuda profissional para lidar com isso. Se você se identificou com algum desses sintomas, não excite em procurar ajuda profissional. A nomofobia pode estar prejudicando a sua qualidade de vida. Bom trabalho e grande abraço. Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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