Segundo Serafim (2011),
para as organizações, a inovação é o objetivo final de qualquer
processo, entretanto, existem dois outros fatores importantes a serem
considerados: criatividade e invenção. Se fôssemos fazer uma analogia
com um conto ou uma história, esses fatores estruturar-se-iam por:
começo, meio e fim, que seriam: criatividade, invenção e inovação.
Segundo o autor, é o poder criativo que dá início ao processo de
inovação; mas veja: a inovação é o estágio final, primeiro, surge uma
ideia, que se colocada no papel, depois, deixa de ser ideia e passa a se
chamar invenção e esta só poderá ser chamada de inovação se for
utilizada, caso contrário, não será considerada inovação.
A criatividade vem sendo cada vez mais estudada e pesquisada. Como
reflexo das necessidades da era de gestão da informação e comunicação,
ser um profissional criativo e flexível se tornou descritivo potencial
na carreira. Mas cada indivíduo tem uma capacidade ou uma facilidade
desenvolvida a partir de suas aptidões. É impossível ser bom e criativo
em tudo. Por isso, é importante conhecer a fundo as necessidades e os
objetivos da organização, para que seja possível escolher o profissional
adequado para cada setor, cada objetivo e cada fase da organização.
Gardner, psicólogo norte-americano, ficou conhecido por sua teoria das
múltiplas inteligências:
...existem evidências persuasivas para a existência de diversas
competências intelectuais humana relativamente autônomas (...). A exata
natureza e extensão de cada ‘estrutura’ individual não é até o momento
satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi
estabelecido. Parece-me, porém, estar cada vez mais difícil negar a
convicção de que há pelo menos algumas inteligências, que estas são
relativamente independentes umas das outras e que podem ser modeladas e
combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por indivíduos e
culturas. (GARDNER, 1994, p. 7).
Os estudos de Gardner apontaram sete inteligências:
1) inteligência
linguística;
2) inteligência interpessoal;
3) inteligência
intrapessoal;
4) inteligência lógico-matemática;
5) inteligência
musical;
6) inteligência espacial;
7) inteligência corporal
sinestésica.
Cada uma delas tem suas particularidades, mas, basicamente,
o autor defende que as inteligências mapeadas acabam justificando
talentos e facilidades na personalidade dos indivíduos. A definição das
Múltiplas inteligências justificaria, por exemplo, talentos como
Leonardo da Vinci, na área da pintura; Montserrat Caballe, na área da
música; Oscar Niemeyer, na área da arquitetura e assim por diante.
A
teoria de Gardner influenciou (e muito) um setor estratégico da
organização: a gestão de pessoas para criatividade, invenção e inovação.
As descobertas por mapeamento e pesquisas dar-se-á em três níveis:
-A Competência indica aptidão, conhecimento ou capacidade em alguma área específica. A palavra “competência” está associada à qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver determinado assunto ou realizar determinada tarefa.
-A Habilidade indica a qualidade de uma pessoa hábil, que revela capacidade para fazer alguma coisa. O conceito de habilidade está intimamente relacionado com a aptidão para cumprir uma tarefa específica com um determinado nível de destreza.
-Os Dons são virtudes e faculdades, é qualidade inata, natural, aptidão, é o talento, ex: "tem o dom da pintura". Os três níveis são necessários, mas descobrir os dons esta a grande descoberta para a organização e aumentará a força da equipe para criar, inovar e inventar.
Tópico fundamental de atenção dentro
da gestão de pessoas é a gestão de talentos.
Segundo Tarique e Schuler (2010),
gestão de talentos é fazer uso sistemático das estratégias de gestão de
pessoas devidamente dispostas a partir das diretrizes da organização,
com o objetivo de atrair, desenvolver e reter colaboradores de alta
capacidade.
Collins e Mellahi (2009),
completam que a gestão de talentos é fator decisório para o sucesso da
gestão estratégica de pessoas. A gestão de talentos devidamente
articulada e potencializada contribui para a manutenção de competências e
elevado potencial de alta performance, assim como para a
sustentabilidade e a vantagem competitiva organizacional.
Sustentabilidade e vantagem competitiva? Isso
mesmo! Quem faz a diferença no negócio são as pessoas, quem cria,
inventa e inova também são as pessoas, logo, podemos entender que
valorizar, potencializar e saber desenvolver as pessoas dentro da
organização é premissa essencial para a inovação, os modelos de negócio.
Saber escolher o profissional certo para a função certa é um grande
desafio, mas é algo que precisa ser encarado, pois a estratégia de cada negócio começa na escolha dos profissionais que serão responsáveis por
desenvolver e manter a sustentabilidade da organização no mercado.
Bom trabalho e grande abraço.
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 17 de abril de 2019
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/criatividade-invencao-e-inovacao-a-quem-recorrer
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