terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A importância da honradez e integridade no ambiente e nas relações de trabalho

Quais valores humanos você mais valoriza no trabalho ou em um profissional? Para mim, não é surpresa nenhuma que honradez e integridade estejam no topo das qualidades ou características mais citadas e estimadas no empreendedorismo corporativo.

Orientar nossas decisões e nossa trajetória profissional por meio de princípios éticos certamente é um ideal que buscamos e valorizamos, mas, infelizmente, isso não vale para todos. Para alguns, não é assim que a banda toca e, como consequência, profissionais idôneos e corretos precisam lidar com situações de desonestidade e eventuais puxadas de tapete por parte de alguns “colegas” de trabalho.

É de fato frustrante, para não dizer decepcionante, estar cercado por gente que só quer levar vantagem, que não assume os erros e que não age com ética e coerência. Por isso, criar um ambiente em que as relações sejam baseadas na honestidade, no respeito, na transparência, na cooperação e na confiança é extremamente importante para o desenvolvimento do trabalho como um todo.

Veja a seguir como reconhecer esses valores nas pessoas e estimulá-las a agir com honradez e integridade no dia a dia de trabalho.

O que significam o valor da honradez e integridade no contexto profissional


“Os fins justificam os meios”. Você certamente já ouviu essa frase. Para muitos ela serve de justificativa para a tomada de atitudes controversas ou duvidosas, para aquilo que chamamos de “jeitinho”, para o que sabemos que não é certo e que de alguma forma pode prejudicar algo ou alguém direta ou indiretamente. 


Nesse sentido, a honradez e a integridade entram como atributos de conduta que se contrapõem a esse tipo de postura. O indivíduo que é íntegro age com honestidade e coerência e é sempre orientado pela ética, mesmo em situações em que poderia tirar algum proveito ou vantagem. Assim, seja na vida ou no ambiente profissional, esses valores são traduzidos diariamente em suas atitudes e ações. Desse modo, geralmente essas pessoas são responsáveis, inspiram confiança em toda a equipe e tratam a todos com respeito. 

Como esses valores se manifestam e podem ser identificados nos colaboradores

Como mencionei, apesar de considerarmos a honradez e integridade valores importantes e fundamentais, algumas pessoas não entendem o conceito e não estão nem um pouco preocupadas como suas ações, e, comportamento podem impactar os outros ou o mundo. Por essa razão, é preciso desenvolver meios de identificar sinais de que pessoas estão agindo com ética e assim reconhecer a sua integridade profissional. Entenda que atitudes podem indicar comportamentos que denotam honradez e integridade:


  • Demonstrar empatia e preocupação com o outro;

  • Tratar todos com respeito e educação, independentemente do nível hierárquico;

  • Agir com coerência (discurso e comportamento convergentes);

  • Honrar compromissos e ter comprometimento com qualidade e resultados;

  • Compartilhar ideias e colaborar com o grupo;

  • Agir com ética e transparência;

  • Assumir e reconhecer os próprios erros;

  • Ter disposição e disponibilidade em ajudar, quando necessário;

  • Demonstrar competências assumidas previamente e conquistar objetivos conforme mérito e esforço próprios.

Vantagens de priorizar a honradez e a integridade em sua empresa

O reconhecimento e o favorecimento de profissionais e relações pautadas na integridade no processo de recrutamento e contratação é uma maneira de construir um negócio que tem esse valor como prioridade. No entanto, é importante também sempre incentivar esse comportamento entre os colaboradores. 


Os benefícios de trabalhar em um ambiente de confiança, em que a convivência é saudável são inúmeros, vão desde um maior comprometimento à melhora de satisfação e indicadores, além de estimular e favorecer o compartilhamento de ideias e processos de inovação, já que as pessoas se sentem respeitadas e não têm medo de alguém querer levar vantagem. Veja a seguir mais algumas vantagens:

  • Confiança de um melhor desempenho;

  • Maior cooperação entre os funcionários e equipe mais integrada;

  • Proposta de soluções e ideias inovadoras

  • Melhor reputação da empresa;

  • Ambiente de trabalho mais saudável e agradável. 

Honradez, integridade e o papel de liderança

Nesse contexto de construção de um local de trabalho mais íntegro, os profissionais que exercem cargos de liderança têm um papel essencial. Afinal, a conduta ética dos líderes serve de espelho para os demais subordinados. 


Eles são capazes de inspirar e criar uma relação de confiança com suas equipes, baseada no respeito e na honestidade e o sucesso ou fracasso nesse quesito pode afetar todo o clima organizacional. É importante que os liderados enxerguem esse alinhamento de valores em seus líderes para se sentirem persuadidos e encorajados a buscar os resultados almejados. Se não há confiança, dificilmente os funcionários se engajarão verdadeiramente com os objetivos propostos. 

Como estimular uma cultura de ética e integridade no trabalho

E como fazer isso, na prática? Criar uma cultura organizacional que tem como base condutas éticas e valores-chave como honradez e integridade não é simples, é algo que precisa ser incentivado e alimentado no dia a dia, nas pequenas atitudes. Esses valores precisam transparecer em situações rotineiras para que não haja dúvida dos princípios que guiam as decisões da empresa. Gostaria de elencar alguns exemplos de como agir em determinadas situações para estimular essa cultura.

Não tenha medo de reconhecer seus erros e não coloque a culpa nos outros

Essa é uma conduta comum de pessoas sem idoneidade. Culpabilizar outras pessoas e não assumir os erros não representa uma atitude de quem é íntegro.

Aja com transparência e evite incentivar situações de trapaça

As famosas “puxadas de tapete” não devem ser toleradas jamais. Isso só estimula o desenvolvimento de um espaço de competição e desconfiança entre colegas. 

Não permita atitudes desonestas e antiéticas perto de você

Da mesma maneira, não seja omisso e complacente quando notar algo de errado ocorrendo em seu ambiente de trabalho. 

Invista em relações de confiança e colaboração entre membros de uma equipe

Quanto uma rede de pessoas íntegras é formada e é estabelecido um relacionamento amparado em colaboração, confiança e convivência saudável, maiores são as chances de se atingir os resultados desejados. 


Por último, quero destacar que acredito que, para a maioria das pessoas, o caminho de honradez e integridade é o mais natural (prefiro continuar otimista). Porém, é importante termos a consciência que no competitivo mercado de trabalho — nas mais diversas áreas — podemos encontrar pessoas que não têm a ética profissional como prioridade. Cabe a nós direcionarmos nossas ações para a construção de um mundo de empreendedorismo corporativo mais íntegro e honesto.


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio





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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Marsílio Ficino, o homem que fez a Europa renascer

Na série de artigos sobre 'Grandes Empreendedores da História' acostumo a retratar grandes ícones do empreendedorismo, administração, inovação e invenções, não é mesmo? E, de certo modo, ser empreendedor tornou-se sinônimo de alguém focado em estratégias para ter seus negócios bem sucedidos, economicamente falando.

Entretanto, ao retornarmos à raiz desta palavra encontraremos o seguinte significado: tentar executar uma tarefa. Advinda do latim, ela remete-se a realizar algo. No mundo empresarial isso tornou-se uma qualidade para as pessoas que enxergam oportunidades e criam novos cenários a partir de suas percepções. Porém, será que existe empreendedorismo fora de uma lógica de mercado? 

Se expandirmos nossa visão sobre o que é ser de fato empreendedor, a resposta é sim. Ao longo da História, como é a proposta da nossa série, uma grande parcela de pessoas buscaram inovar e, em alguns casos, resgatar antigos valores humanos, ideias e técnicas que estavam perdidas no tempo. Graças a esses homens e mulheres do passado, ainda hoje não apenas podemos estudar acerca destes aspectos, mas, em alguns casos, a forma de pensarmos e gerirmos nossas vidas foram alteradas a partir destes resgates. Esse é o caso do nosso personagem de hoje: Marsílio Ficino, o homem que fez a filosofia antiga renascer na europa medieval.

O homem por trás do Mecenas e o mundo medieval 

Nascido na região da Toscana em 1433, Marsílio Ficino foi, antes de tudo, um homem de visão. Como profissão foi banqueiro, pintor, filósofo e, principalmente, empreendedor. Porém, para entendermos a contribuição de Ficino para o mundo e seu lugar nessa série é necessário, antes de tudo, conhecermos um pouco do contexto histórico em que o rico filósofo florentino viveu: a Europa do século XV. 

Como sabemos, esse foi um período marcado por diversas mudanças na sociedade medieval: As cidades e o comércio voltaram a prosperar após séculos presos no sistema feudal; no campo científico novas descobertas passaram a colocar em xeque os dogmas da Igreja Católica; na arte o Renascimento passou a ser um fator de mudança de estilo e paradigmas, tendo novos temas a serem desenvolvidos e técnicas de pintura e escultura a serem testadas. Aproveitando desse novo momento, uma série de indivíduos passaram a financiar artistas, das mais variadas artes, para que estes pudessem demarcar definitivamente a mudança de mentalidade na Europa. Um destes mecenas foi Marsílio Ficino, um rico banqueiro da cidade de Florença. 

O diferencial de Ficino no mundo repleto de mudanças em que viveu foi o de ter resgatado centenas de obras filosóficas, até então perdidas para a Europa. Durante o início da Idade Média autores como Platão, Aristóteles e tantos outros pensadores da antiguidade tiveram grande parte de suas obras destruídas. Entretanto, ainda na antiguidade seus livros e ideias tinham chegado até o Oriente, principalmente pelas rotas comerciais que existiam entre os dois “mundos” desde os tempos antigos. Os tratados desses grandes pensadores foram traduzidos, na antiguidade, para as línguas árabe e persa e lá foram bem disseminadas, enquanto na Europa, ao longo de quase um milênio, elas foram sistematicamente destruídas. 

Assim, após o fechamento das escolas de filosofia e destruição das bibliotecas que continham o conhecimento “pagão” dos gregos e romanos, quase nada restara no campo filosófico na época medieval. As poucas obras restantes, em geral fragmentos de livros e obras de filósofos cristãos, eram a base de estudo para o clero medieval. Observando a carência nesse campo, Marsílio resolveu dedicar sua vida ao resgate dessas obras clássicas. Diferente de um mecenas comum da época, ele não financiou artistas, mas grande parte da sua fortuna foi direcionada para a compra desses tratados de filosofia que estavam no Oriente. 

Os desafios e recompensas de Ficino 

O primeiro desafio enfrentado por Marsílio foi conseguir encontrar as obras. Não bastava apenas comprar um manuscrito em árabe, mas sim o mais antigo dentre os existentes, pois o banqueiro florentino sabia que um livro copiado diversas vezes teria diversas alterações quando comparado ao original. Dessa maneira, o próprio Marsílio financiou uma série de tradutores e mercadores à procurarem em todo o império árabe por estes antigos escritos. 

Após a aquisição a peso de ouro - algumas obras chegaram a custar o preço de pequenas fortunas - o próximo passo foi o de traduzir tais obras para o latim, grego e demais línguas faladas na europa renascentista. As principais traduções foram, naturalmente, para o latim, uma vez que era a língua ainda mais difundida por todo o continente. Desse modo, uma equipe com dezenas de tradutores foi contratada e supervisionada por Marsílio para conseguir transpor o conhecimento. 

Pensando sobre isso, devemos destacar a persistência de Ficino com o seu objetivo, uma característica intrínseca para um empreendedor. Persistir em um empreendimento, seja de que natureza for, é saber que a semente que foi plantada dará seus frutos, mesmo que a colheita seja demorada. No caso do banqueiro, da aquisição de uma obra até sua tradução levou-se anos, em alguns casos décadas, para que seu objetivo fosse realizado. O mais interessante, e que para os dias atuais não faz o menor sentido, é que, no fim, ele não obteve absolutamente nenhum retorno financeiro com isso. 

As suas traduções, em grande parte, foram destinadas à bibliotecas particulares e públicas, e não foram vendidas de modo a obter lucro. A recompensa de Marsílio foi dar a oportunidade das ideias dos grandes filósofos serem novamente estudadas pelas gerações de europeus que estavam por vir. Graças ao seu esforço hoje é possível estudarmos sobre as ideias de Platão, Plotino, Sócrates e tantos outros pensadores. Para além disso, as obras de Ficino garantiram, durante os séculos seguintes, o desenvolvimento de grandes obras nas mais distintas áreas do conhecimento.

Portanto, o grande valor do empreendimento desenvolvido por Ficino não está no lucro monetário, mas sim em algo ainda mais valioso e que têm-se pouco reconhecimento nos dias atuais: o conhecimento. Suas traduções tiraram de vez a Europa da “Idade das trevas”, impulsionando novas gerações de pensadores a se desafiarem e irem além do que já se sabia. Talvez, no fundo, esse seja o nosso grande papel enquanto empreendedores: possibilitar que as novas gerações possam chegar mais longe, abrindo novos caminhos para avançarmos ainda mais enquanto civilização. 

Bom trabalho e Grande abraço! 

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Aumente a produtividade com a Técnica Pomodoro


A Técnica Pomodoro é uma estratégia para gerenciar o seu tempo, diminuir a procrastinação e aumentar a produtividade. Para saber como colocá-la em prática, continue a leitura.

Aumente a produtividade com a Técnica Pomodoro

Se para você nada supera a sensação de dever cumprido depois de um longo dia de trabalho, a Técnica Pomodoro pode ser sua melhor aliada.

Descubra como ela funciona e como aplicá-la neste texto.

Como surgiu a Técnica Pomodoro?

A Técnica Pomodoro é um sistema de organização de tempo criado pelo italiano Francesco Cirillo, no início da sua faculdade em 1987.

Como ele tinha problemas para prosseguir na leitura de um texto de Sociologia, matéria que teria prova em poucas semanas, decidiu estudar por um período limitado e depois fazer uma pausa.

Para cronometrar o tempo ele usou um relógio de cozinha em formato de pomodoro (tomate em italiano), por isso o nome.

Como funciona o método?

A Técnica Pomodoro tem 6 objetivos que atuam como etapas:

1.   Descubra quanto esforço uma atividade exige

No começo do dia você faz uma lista com quais serão as tarefas a serem realizadas e o grau de importância de cada uma.

2.   Diminua as interrupções

Mesmo que os períodos de trabalho sejam curtos (25 minutos) eles não estão livres de interrupções, que podem ser internas ou externas.

As internas vêm da nossa mente, como uma atividade que você esqueceu de incluir na planilha de atividades. Nesta situação basta colocar a atividade na lista e continuar o que estava fazendo.

Já as externas, como o nome já diz, são movidas por algo que acontece no ambiente, por exemplo, um colega de trabalho te faz uma pergunta. Neste caso você informa que não pode atender no momento, mas daqui a uns minutos irá falar com ele.

Assim você prossegue com a atividade sem precisar recomeçar o pomodoro.

3.   Estimule o esforço exigido pelas atividades

Quando você já estiver acostumado com o uso da Técnica de Pomodoro, pode calcular o tempo necessário para a realização das tarefas (número de pomodoros) que você estipulou para aquele dia.

Se uma atividade exigir muitos pomodoros (mais que 5 pomodoros) o ideal é distribuí-la em tarefas menores.

Se há tarefas que consomem menos de um pomodoro você pode acrescentar outras similares. Por exemplo: fazer uma ligação e responder e-mails.

4.   Torne o pomodoro mais eficiente

Quando você começar a dominar o método é hora de aprimorá-lo. Desta maneira, você usa o começo de um pomodoro (3 a 5 minutos) para repassar o que você já aprendeu até ali. Depois ao final faça uma revisão (3 a 5 minutos).

Estas atividades reforçam para o seu cérebro o que você já aprendeu ou realizou, abrindo espaço para os novos conhecimentos.

Você também pode reservar o último pomodoro do dia, ou parte dele para revisões e correções.

5.   Crie um cronograma

Além dos pomodoros é fundamental que você tenha um horário delimitado, por exemplo: 8:00 às 12:00 e 14:00 até às 18:00 horas.

Este cronograma deve ser respeitado, afinal se você trabalhar das 08:00 até as 20:00, é bem provável que a produtividade caia e você não tenha disposição para encarar o próximo dia.

Logo, o cronograma se sobrepõe ao pomodoro, então se você agendou 8 pomodoros para aquele dia, mas só conseguiu fazer 6 e chegou no fim do expediente. Se não for nada urgente, o melhor é parar.

6.   Defina seu objetivo pessoal de aprimoramento

Esta metodologia pode ser muito mais que uma ferramenta de gerenciamento de tempo, você pode usá-la como um aliado para atingir os seus objetivos. Mas para conseguir isso é importante ficar atento aos resultados obtidos.

Por exemplo: você identifica que está gastando 4 pomodoros em atividades de escritório e 1 pomodoro para a gestão da equipe. Se este cenário não te agrada, você pode modificá-lo.

1,2,3 Pomodoros...

Na prática, Técnica Pomodoro funciona dentro neste passo a passo:

  • 1.º: Você trabalha 25 minutos seguidos (um pomodoro) em uma atividade.

  • 2.º: Faz uma pausa de 5 minutos.

  • 3.º: Faça mais um pomodoro.

  • 4.º Após 4 pomodoros você faz uma pausa maior, de 10 a 20 minutos.

Para que o método traga resultados durante o período de trabalho não deve haver nenhuma interrupção, mas caso aconteça uma emergência, você precisa voltar o cronômetro e recomeçar o pomodoro.

Os períodos das pausas são para você fazer uma atividade que não esteja relacionada ao trabalho que está desenvolvendo. Por exemplo: tomar um café, se alongar ou relaxar.

Para evitar distrações, o autor da técnica recomenda o uso de uma folha de papel, uma caneta e um cronômetro manual.  No entanto, se for para facilitar, existe o site https://tomato-timer.com/ programa o tempo e as pausas.

Também há o aplicativo Pomodoro Timer Lite que controla os tempos e intervalos e também disponibiliza um espaço para escrever que tarefas serão realizadas.

Outro ponto importante para que a Técnica Pomodoro funcione é cumprir à risca o planejamento.

Por exemplo, se você estabeleceu 1 pomodoro para ler 10 páginas de um livro, caso após este tempo você não tenha concluído, deixe para depois e passe para a outra atividade programada.

Esta regra só pode ser quebrada no caso de atividades urgentes ou que tenham alta prioridade. Ainda, se surgir uma tarefa não planejada e inadiável, basta incluí-la na lista de tarefas e priorizá-la.

Lembre-se: propósito não é fazer vários pomodoros, mas sim usá-lo para gerenciar as suas tarefas e trazer a satisfação do dever cumprido. 

3 dicas para aproveitar a Técnica Pomodoro

Além de seguir os objetivos e respeitar o passo a passo, existem táticas para você melhorar o desempenho, seguem 3 delas:

Não tente competir com o tempo

A ideia do método não é que você acelere as suas tarefas para “caber nos 25 minutos”, mas sim que você consiga manter o foco e ter um bom desempenho sem se desgastar mentalmente.

Adapte a técnica a sua realidade

Embora o  Francesco Cirillo tenha estimulado os 25 minutos com pausas de 5 minutos, se para você este tempo é muito curto ou longo é possível sim, adaptar à realidade como 40 minutos e pausas de 10 minutos, por exemplo.

O essencial é manter os períodos de concentração e as pausas.

Retire os meios de distração

Para evitar que você perca atenção é importante evitar o que te desconcentra. Por exemplo: bloqueie as notificações de e-mail e do celular.


O que achou da Técnica Pomodoro? Será que vale a pena aplicá-la no dia-a-dia?

Bom trabalho e grande abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 23 de novembro de 2021

10 razões para sair da zona de conforto e exercitar a resiliência


Já dizia o ditado, “mar calmo nunca fez bom marinheiro”. Para fazer mudanças na vida e alcançar objetivos e metas, portanto, é necessário explorar novos limites e sair da zona de conforto. 

Essa zona de conforto que, muitas vezes, está disfarçada de estabilidade e gera a falsa sensação de segurança, mas que, na realidade, faz com que movamos por inércia e alimentemos o círculo vicioso do medo de tentar coisas novas e de quebrar padrões estabelecidos em nossa rotina.

A zona de conforto cristaliza a mente e impede o crescimento.

Pensando nisso, quero fazer uma provocação e te desafiar a sair desse território, que pode ser um lugar de comodidade e controle, mas que também pode estar o impedindo de avançar e crescer, seja no âmbito pessoal ou profissional. Neste artigo, listo 10 motivos para você deixar de vez a zona de conforto. Você está pronto?

O que é, afinal, a zona de conforto?

Ao contrário do que muitos imaginam, a zona de conforto, apesar da sensação de segurança e de ser um ambiente familiar, não é um lugar repleto de situações agradáveis e prazerosas. Em muitos casos, pode ser, inclusive, insuportável, mas seguimos nela por hábito ou medo de mudar, ou do desconhecido.  


Isso porque temos a tendência de evitar desgastes, além de sensações de medo e ansiedade. Assim, ficamos presos a hábitos e padrões adquiridos ao longo da vida e que, em certo ponto, tornam-se inconscientes. O problema é que, dessa maneira, perdemos oportunidades de crescimento e podemos até renunciar a vida pela falta de coragem em sair da inércia. 

As consequências de se manter em um estado de letargia e comodidade:

  • Autossabotagem;

  • Estagnação;

  • Prejuízos à saúde, intelecto e espiritualidade;

  • Pouco esforço para evoluir e investir no autodesenvolvimento.

Motivos para sair da zona de conforto e encarar a vida de frente

1. Nenhum resultado será diferente se continuar fazendo sempre as mesmas coisas

Para conquistar objetivos e promover mudanças é necessário encarar incertezas e começar a fazer algo diferente. Não adianta reclamar que as coisas não dão certo se você permanece no mesmo caminho. 


Mas, apesar de ter que lidar com inseguranças e com o risco de falhas, mudar o ponto de vista pode ser extremamente valioso para o crescimento. Afinal, quando enxergamos o mundo a partir de um único ângulo, deixamos de lado outros pontos da realidade, sem nos darmos conta disso. 

2. É uma oportunidade de conhecer as suas potencialidades

Somos capazes de muito mais que imaginamos ser. E sair da zona de conforto proporciona a possibilidade de conhecermos habilidades e competências que possuímos e que estão adormecidas, já que a rotina a qual estamos habituados impõe a lei do menor esforço. Portanto, de que forma elas iriam se manifestar senão diante de uma situação desafiadora, que exige que a gente extrapole os nossos limites? 

3. Possibilidade de expandir a criatividade 

Para desenvolvermos a criatividade, precisamos ser estimulados constantemente. Por isso, para expandirmos a mente, precisamos sair da rotina e do que é habitual e que não exige muita capacidade analítica e intelectual do nosso cérebro, para começar a lidar com situações e estímulos diferentes e, assim, fomentar novas soluções e formular novas ideias. 

4. É uma maneira de eliminar medos e receios que te paralisam

O medo e a insegurança nos impedem de agir. Não agimos porque temos medo e insegurança, que crescem a cada dia e nos paralisam. É um círculo vicioso, já reparou? Quando eu disse que a zona de conforto pode ser insuportável era sobre isso que eu me referia. Por isso, dar o primeiro passo para sair desse território, mesmo que ele seja pequeno e de forma controlada, é a solução para esse medo se dissipar e os receios diminuírem. Muitas vezes, os temores estão apenas na nossa cabeça. 

5. Você conseguirá ser uma pessoa mais flexível

Lidar com situações, pessoas, ideias, lugares diferentes e sair do que é familiar e cômodo para você fará com que você seja uma pessoa mais flexível e adaptável às adversidades e aos diferentes pontos de vista. Isso se reflete ainda no desenvolvimento da habilidade de lidar com circunstâncias mais desafiadoras. 

6. Fortalecimento da autoconfiança

A medida em que a zona de conforto fica para trás e você supera desafios, medos e a própria insegurança, mais fortalecida ficará a confiança em si mesmo. Você passa de fato a acreditar que é capaz de superar limites e a sua autoconfiança se desenvolve gradualmente. É um caminho sem volta!

7. Aumento da vontade de viver 

A vida passa a ser mais interessante quando você enxerga além da sua zona de conforto. Isso porque esse lugar, que no imaginário coletivo pode ser um local de comodidade e estabilidade, na verdade, pode limitar o potencial a ser vivido e fazer com que as pessoas renunciem o crescimento pessoal, profissional e, até a vida.  

8. Possibilidade de melhorar relacionamentos interpessoais

Nesse mesmo contexto de ver o mundo de maneira mais abrangente, essa atitude de mudar o modo de pensar e sair do que é habitual pode ajudar a melhorar relacionamentos — tanto pessoais, quanto no trabalho. Isso é muito importante para quem empreende ou tem um cargo de liderança, por exemplo. 

9. É uma maneira de aprimorar a inteligência emocional

A inteligência emocional é uma das habilidades mais importantes de desenvolver no contexto atual. Nesse sentido, tomar as rédeas da própria vida ao sair da zona de conforto fortalece a capacidade de dominar emoções e se automotivar na busca pelos seus objetivos. 

10. Oportunidade de desenvolver a resiliência

Quando você entende que é capaz de encarar incertezas e desafios, fora da sua zona de comodidade, mesmo com os obstáculos, a sua confiança não será perdida ou abalada. A tendência é o desenvolvimento de uma postura resiliente, em que você se adaptará as situações e encontrará maneiras de superar os percalços e continuar firme em seu propósito.



Em conclusão, gostaria de destacar que, por mais atrativas que sejam as razões para sair da zona de conforto, eu tenho consciência que esta não é uma missão fácil. O nome, certamente, não é por acaso, e deixar um ambiente confortável, que você já está há tempos acostumado é um desafio enorme. Porém, o esforço é necessário se você deseja alcançar suas metas almejadas, evoluir e viver uma vida com mais significado.


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Henrique Dumont, O rei do café

Ninguém nasce pronto para exercer uma profissão, mas forma-se. Apesar de parecer uma frase óbvia, raramente a entendemos com precisão. Do mesmo modo que passamos décadas em escolas e faculdades para desenvolvermos o nosso intelecto e conhecer as técnicas de nossos ofícios, também necessitamos de tempo para entendermos e colhermos os frutos dos nossos negócios. 

Em um mundo dinâmico e competitivo que vivemos, as pessoas desejam que seus resultados sejam prósperos e rápidos, além de acreditar que aprenderão “de primeira” a tornar suas empresas lucrativas. 

O fato é que o sucesso de um empreendedor está no longo prazo, na sua capacidade de reinventar-se e adaptar-se às mais distintas situações. Para conseguir essas habilidades é quase inevitável a experiência do fracasso. Gostemos ou não, quase todos os grandes empreendedores erram demasiadamente antes de começar a acertar em seus negócios. Desse modo, o fracasso comercial é uma das provas que precisamos enfrentar ao longo da nossa vida enquanto empreendedores. 

Frente a isso, uma característica fundamental para todo empreendedor é ser capaz de mudar de ramo e não apegar-se apenas a um tipo de negócio. A adaptação, seja natural ou social, é uma realidade para quem vive no mar do mercado e, eventualmente, faz-se ser justo um ajuste nas velas. 

Hoje falarei de um empreendedor nascido no século XIX que conseguiu navegar de maneira maestral nesses revoltosos mares: Henrique Dumont, o rei do café. Para além do “pai de Santos Dumont” Infelizmente Henrique Dumont é um personagem da nossa história que poucos conhecem. Recorrentemente os historiadores o relegam apenas ao título de ser pai do imortal Alberto Santos Dumont, o nosso inventor do avião. Porém, jamais existiria o 14-bis se não fosse o Rei do café e sua forte influência sobre o filho. Muito mais do que um pai, Henrique Dumont empreendeu em diversos negócios no Brasil Imperial, muitos deles atendendo a necessidade de D. Pedro II e ao Estado brasileiro. 

Nascido em 1832 na cidade de Diamantina, Henrique Dumont foi descendente de um casal francês que veio ao Brasil explorar pedras preciosas. Nesse período, porém, pouco restara do lucrativo extrativismo mineral no Brasil. Ademais, com a exploração de diamantes na África, o comércio de pedras preciosas viu seus valores despencarem devido a oferta existente no momento. Esse contexto desfavorável fez com que o negócio dos Dumont fosse à falência. Com a economia da família colapsada, os primeiros anos de Henrique foram difíceis. 

O jovem, contudo, foi ajudado por seu padrinho que, entre outras assistências, o patrocinou em seus estudos. Mostrando-se hábil com números e com certa criatividade, Henrique dedicou-se a estudar Engenharia na França, formando-se com apenas 21 anos, o que até os dias atuais é um feito impressionante. Após ganhar seu diploma, o então engenheiro Henrique Dumont voltou para as terras brasileiras, mais precisamente para Ouro Preto, capital da província de Minas Gerais, e lá trabalhou por muitos anos prestando serviço ao município. Foi lá que também que se casou e começou a criar sua família, mas a vida de Henrique ainda saltaria para outros patamares. 

Em 1871, com então 39 anos, Henrique Dumont recebeu a proposta de construir um barco a vapor. Nessa época, esse tipo de embarcação era o que havia de mais moderno em termos náuticos, o que representava um grande desafio para um engenheiro. Dumont não pestanejou e aceitou construir a embarcação, de nome Saldanha Marinho. O barco navegou por décadas no Rio São Francisco, transportando pessoas e produtos pelo nordeste brasileiro. 

Esse feito lançou o nome de Henrique Dumont até a Corte brasileira. No ano seguinte, em 1872, o engenheiro foi convidado por D. Pedro II a construir uma linha férrea na região de Minas Gerais, ligando-se às principais ferrovias do Brasil. Essa linha seria, mais tarde, uma parte importante da Central do Brasil. Aceitado mais uma vez o desafio, Henrique Dumont mudou-se para a Cabangu (atual Santos Dumont - MG) para construir a ferrovia. Ao seu favor foi cedido uma grande fazenda por parte do Estado, o que seria o primeiro contato de Henrique Dumont com o cultivo do café.

Esses detalhes da biografia de Henrique Dumont nos revela como cada trabalho, cada atividade exercida pelo engenheiro o fez caminhar até o que seria o seu negócio mais próspero. Além disso, como veremos, é graças a sua experiência com máquinas e o desenvolvimento de motores e outros instrumentos que ele conseguirá tornar sua fazenda a mais moderna das Américas. 

Cabe a nós, portanto, refletirmos sobre como as experiências que vivemos em nossa vida, quando bem assimiladas, podem nos impulsionar ao longo da nossa vida. Tal qual um quebra-cabeça, cada momento vivido é uma peça que, juntas, formam uma bela imagem, a obra-prima de nossas vidas. 

Sendo assim, nossa verdadeira habilidade estaria em reunir essas peças e manejá-las da melhor maneira. Do ponto de vista de um verdadeiro empreendedor, ser capaz de adquirir habilidades diversas e reuni-las em seus negócios torna-o não apenas capaz de adaptar-se aos contextos que estão fora do nosso controle, mas também lhe dá a chance de inovar a partir do aprendizado acumulado ao longo da vida. 

O empreendedor rei do café 

Após a conclusão da ferrovia, Henrique Dumont enamorou-se da arte empreendedorial de fazendeiro. Certamente, pensando sob seu ponto de vista, mudar de ofício após vinte anos como engenheiro não deve ter sido algo simples. De fato, ao pensarmos sobre isso, nunca é fácil tomar decisões desse porte, mas foi graças a essa “virada” em sua carreira que Henrique pôde colocar seu nome na História. 

A sua primeira decisão foi mudar-se para Ribeirão Preto, pois rapidamente percebeu que o solo da região era mais propício para o café do que na região em que estava estabelecido. Depois, e essa sem dúvida foi o seu diferencial, Henrique Dumont passou a investir em maquinário para sua fazenda, algo que para a época era quase impensável. 

Enquanto a produção de café - e demais produtos agrícolas - eram feitos a base de mão de obra escrava, a fazenda Arindeúva sob o comando do engenheiro Dumont focava na utilização de máquinas para atividades como plantio e colheita, além de um inteligente sistema de irrigação. 

Todas essas inovações fizeram com que a produção aumentasse de maneira muito superior às demais. A partir disso, Henrique Dumont não era mais um engenheiro, mas sim o rei do café. Sua fazenda chegou a ter 96 km de ferrovia, além de possuir seis locomotivas para escoar toda produção. Ademais, Henrique Dumont foi um dos primeiros fazendeiros a substituir a mão de obra escrava, que àquela altura já era pouco aceita no mundo, pelos trabalhadores assalariados, principalmente imigrantes italianos, pois Ele era uma abolicionista com grandes convicções humanitárias.

Desse modo, Henrique Dumont conseguiu inovar não apenas no aspecto técnico na produção agrícola - o que até os dias atuais é amplamente utilizado - mas também no aspecto humano, dando dignidade aos seus trabalhadores. 

Essa prosperidade garantiu a base necessária, anos mais tarde, para que Santos Dumont ganhasse os céus de Paris e mostrasse ao mundo que voar não era um sonho, mas uma possibilidade. O gênio inventivo pela engenharia certamente foi herdado do seu pai, que décadas antes revolucionou a economia brasileira e o modo de produzir em nosso país. Por essa capacidade de determinação Henrique Dumont consta em nossa série de Grandes Empreendedores da História. 

Bom trabalho e grande abraço! 

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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