sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O Dia do Administrador - 09 de setembro: Homenagem a todos os administradores pelo DIA DO ADMINISTRADOR


Como ser um bom Administrador?


No dia 09 de setembro comemora-se o dia do administrador no Brasil. A data em questão refere-se ao dia em que a profissão do administrador foi regulamentada em nosso país, no dia 09 de setembro de 1965. Apesar de ser vista como uma profissão relativamente nova, fruto principalmente do final do século XIX e início do XX, o administrador é uma peça fundamental para qualquer negócio. Desde o mais simples dos empreendimentos até uma grande multinacional faz-se necessário gerir bem os recursos humanos, econômicos e lidar com diferentes áreas do conhecimento, a tudo isso cabe o administrador e sua equipe.

Mas como tornar-se um bom administrador? Para responder-lhe a essa pergunta é preciso saber as competências e o que espera-se que esta função execute no dia a dia de uma empresa. Por definição, o administrador é o responsável por sistematizar os processos que ocorrem dentro de uma empresa para que esta funcione de maneira eficaz. Partindo desta perspectiva é fundamental que um bom administrador domine não somente a teoria referente à administração, mas que também possua qualidades tal qual organização, gestão de conflitos e flexibilidade para adaptar-se a diferentes cenários que surgem ao longo da sua trajetória.

Para entendermos melhor como estas habilidades funcionam, pensemos em alguns aspectos que o administrador precisa lidar dentro de seu ofício. Inicialmente o administrador está, em geral, em uma posição de coordenação, uma vez que precisa gerir um ou mais setores dentro de uma empresa. Para isso é fundamental que este profissional seja capaz de lidar com pessoas dos mais diferentes tipos, afinal, grande parte do seu trabalho é desenvolvido junto com outros indivíduos. Por isso é imprescindível a qualquer administrador desenvolver não somente habilidades técnicas, mas principalmente habilidades sociais e humanas.

Saber comunicar-se de forma assertiva e respeitosa com superiores e funcionários, aprender a gerenciar conflitos e interesses dentro da própria instituição, desenvolver aspectos de liderança e tornar o ambiente de trabalho mais produtivo e harmonioso são algumas capacidades que um bom administrador precisa ter. Como podemos notar, para além dos recursos técnicos que são inerentes à sua profissão, o administrador tem por base uma série de habilidades sociais que precisam ser consideradas quando colocadas na vida prática deste profissional.

É por isso que ainda hoje é bastante comum existir uma divergência quanto à área do conhecimento ao qual encaixa-se a administração. Para alguns a administração estaria ligada à ciências humanas por desenvolver todos os aspectos que já citamos aqui. Por outro lado, é inegável que há na administração uma grande base das ciências exatas. Desde o uso de métodos de matemática financeira e contabilidade até mesmo a busca incessante de otimização dos processos para tornar uma empresa cada vez mais eficiente. Nesse sentido é nítida a influência de um pensamento puramente racional e que tende a eliminar variáveis.

Essa “divisão” da administração entre aspectos da área de Humanas e Exatas é tão viva que ao remontarmos ao início desta ciência notamos que alguns dos grandes pais da administração foram engenheiros, assim como outros importantes teóricos da administração eram psicólogos. Logo, podemos pensar que um bom administrador não é somente aquele que sabe lidar com números, planilhas e processos e muito menos aqueles que sabem perfeitamente gerenciar os desejos e expectativas dos seus funcionários e chefes.

Deixemos, por um instante, essa divisão entre “humanas” e “exatas” e passemos a pensar em um profissional completo, afinal, o bom administrador será justamente aquele que equilibra a balança de maneira a obter os resultados que necessita. Assim, por mais que busquemos encaixar essa profissão em uma ou outra área do conhecimento humano, devemos entender que somente podemos pensar na administração como uma área multidisciplinar, capaz de reunir diferentes saberes em torno de uma finalidade: a eficácia.

Todo administrador sonha em tornar sua empresa ou qualquer empreendimento que administre mais eficaz. Logo, todo conhecimento que adquire, seja na área que for, tem como finalidade sempre tornar-se melhor e mais competente em suas obrigações. Nesse aspecto, o administrador emula uma antiga frase dita por Sócrates, um dos maiores filósofos da humanidade, que nos ensina o seguinte: “só é útil o conhecimento que nos torna melhores”. Visto isso, talvez não seja por acaso que a formação em administração seja tão vasta ao ponto de existirem diversas pós-graduações nas mais diferentes ênfases da ciência da gestão. Nesse sentido, para um bom administrador é essencial nunca perder de vista a necessidade de aprimorar seus conhecimentos e nunca parar de buscá-lo.

Por fim, devemos entender que um administrador é muito mais do que um gestor de processos. Não se trata somente de tornar uma empresa eficaz, mas sim de formar pessoas para construção dessa eficácia. Por isso que o administrador nunca está só, pois ao seu redor orbitam tantas profissões e pessoas que seu trabalho, em grande parte do tempo, deixa de ser apenas burocrático e revela o valor humano dentro das relações de trabalho. No fundo o bom administrador será não somente aquele que tem todas essas competências e qualidades que citamos aqui, mas principalmente aquele que coloca-se enquanto Ser Humano em suas relações, buscando sempre tornar-se melhor, mais útil e necessário, tanto para sua empresa como para todas as pessoas ao seu redor. 

Sejamos, portanto, grandes gestores de nossa própria história! Feliz dia do administrador!

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Cálculo do Ebitda: um dado essencial para conseguir investimentos

Ebitda

O cálculo do Ebitda é um indicador utilizado na gestão financeira de um negócio, contribuindo nas decisões gerenciais. Além disso, ele é usado por investidores no mercado financeiro.

Saiba tudo o que você precisa para chegar ao Ebitda neste texto.

O que significa Ebitda?

Ebitda é a sigla para “earning before interest, taxes, depreciation and amortization” ou em português, Lajida “lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização”.

Este indicador surgiu nos anos 60/70 nos Estados Unidos. Nesta época os agentes do mercado financeiro buscavam uma maneira rápida e confiável de avaliar os negócios.

Neste cenário, a primeira métrica que surgiu foi o Ebit (earnings before interest and taxes) ou Lajir (lucro antes dos juros e impostos).

O Ebit calcula somente o lucro operacional da atividade fim de uma empresa, desconsiderando outras despesas como impostos ou receitas financeiras como juros sobre o capital próprio (JCP).

Por outro lado, o cálculo do Ebitda considera depreciação e amortização (vou explicar no próximo tópico) o que o torna mais preciso.

Assim o Ebitda é um indicador popular no mercado financeiro, sendo o primeiro dado analisado pelos investidores antes de decidir aplicar seu dinheiro em um negócio ou não.

Como fazer o cálculo do Ebitda?

O cálculo do Ebitda segue as normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2012.

As companhias podem fazer ajustes na contagem adequando a realidade do negócio, porém devem informar ambos os cálculos e como chegaram a este valor. 

A fórmula do Ebitda é:

EBITDA = lucro operacional líquido + depreciações + amortizações

Se você não sabe o que estes termos significam, fique tranquilo. Segue uma explicação sobre cada um deles:

Lucro operacional líquido

Como o nome já diz, o lucro operacional é o rendimento obtido através da operação de um negócio, ou como já citei, o Ebit.

Ele difere do lucro bruto porque este não considera despesas diretamente relacionadas às vendas e compras da empresa. A fórmula para descobrir o lucro bruto é:

Lucro bruto = receitas totais – custos

Já o custo operacional envolve outras variáveis como:

  • Despesas administrativas: salário dos funcionários; aluguel; compra de produtos.

  • Despesas comerciais: marketing e publicidade; manutenção dos pontos de venda.

  • Despesas diversas: que não se encaixam em nenhuma outra categoria.

Estas despesas são contabilizadas como despesas operacionais.

Outra variante que utilizada para chegar ao lucro operacional líquido são as receitas operacionais.

Para saber este valor basta somar todo o faturamento da empresa e subtrair os impostos, descontos e devoluções.

Assim é possível conseguir o resultado de um dos componentes do cálculo Ebitda:

Lucro operacional líquido = lucro bruto – despesas operacionais – receitas operacionais.

Depreciação

Tanto a depreciação quanto a amortização estão relacionados à desvalorização. Porém, o primeiro se refere a itens tangíveis e o segundo, intangíveis.

Na depreciação é avaliado o dano causado pelo tempo ou fim da vida útil.

Por exemplo: uma empresa compra 10 computadores por 10 mil reais, o tempo de vida destes equipamentos segundo o fabricante é de até 5 anos.

Devido à vida útil dos computadores, a Receita Federal não permite que o valor dos itens seja descontado totalmente no mesmo ano de aquisição, mas sim durante o período que estiver sendo utilizado, o que seria 2 mil reais por ano.

Vale destacar que a depreciação só cessa quando o ativo não apresenta condições de ser utilizado, isto é, se mesmo passado o tempo de vida o equipamento continua sendo usado, ele também continua depreciado.

Amortização

Como já dito a amortização também se refere à desvalorização de bens, mas que são imateriais.

Pode parecer meio confuso, mas é só lembrar que enquanto a depreciação está mais relacionada a perda pelo desgaste natural ou pelo uso,  a amortização tem a ver com a perda pela diminuição do tempo de um contrato ou concessão.

Por exemplo: uma empresa compra a licença para o uso de um software por 10 anos, no valor de 100 mil reais.

Assim como na depreciação este valor é diluído durante os 10 anos, logo durante cada ano serão considerados 10 mil reais de amortização pelo software.

Entendo estes conceitos o cálculo do Ebitda se tornará mais simples, afinal é basta contabilizar as variantes individualmente e depois aplicá-las na fórmula.

Segue exemplo:

Uma empresa chegou aos seguintes números:

  • Lucro bruto: R$4.000,00

  • Despesas operacionais: R$1.500,00

  • Receitas operacionais: R$1.000,00

  • Lucro operacional líquido = R$1.500,00

  • Depreciações: R$50,00

  • Amortizações: R$100,00

Aplicando no cálculo do Ebitda (lucro operacional líquido + depreciações + amortizações) seria:

R$1.500,00 + R$50,00 + R$100,00

Ebitda: R$1.650,00

 Imaginando que a receita operacional fosse R$10.000, 00 o Lajida representaria 16,5%.

Por que utilizar o Ebitda na minha empresa?

O principal objetivo do cálculo do Ebitda é medir o potencial de crescimento de um negócio. Por isso ele é calculado sem considerar impostos e financiamentos, fatores que pesam significativamente no orçamento.

Então, é uma forma simples de o empreendedor avaliar se mesmo com os encargos o seu negócio tem chances de crescer, pois, quando o Ebitda aumenta é um sinal que a empresa é produtiva e eficiente.

Mas mesmo quando os números não vão bem, o Ebitda é útil já que você pode compará-lo com outros dados da empresa e encontrar os gargalos.

Por exemplo: o seu Ebitda está alto, entretanto, o seu lucro real está abaixo do esperado.

Isso pode significar que alguns investimentos não trouxeram retorno ou uma mudança na legislação aumentou os tributos naquele ano.

Outra vantagem do Ebitda é que diferentes empresas o divulgam todos os anos, logo é possível comparar os seus resultados com os concorrentes, ou até negócios de outros países.

Também o cálculo do Ebitda dá uma ideia de como será o fluxo de caixa da empresa, permitindo que decisões estratégicas sejam tomadas com mais segurança e agilidade. 

Ainda você pode utilizar essa métrica para atrair novos investidores, já que é muito usada no mercado financeiro.

Cuidados ao utilizar o cálculo do Ebitda

Embora o Ebitda seja um dado confiável é fundamental entender as suas imperfeições.

A primeira delas é reconhecer que o cálculo Ebitda não representa o lucro real do negócio.

Por exemplo: uma farmácia faz um empréstimo para abrir mais uma filial. Com essa medida é natural que a receita aumente. 

No entanto, não podemos esquecer que o financiamento, mesmo não entrando no Ebitda, deve ser pago.

Também, ao comparar esta métrica com os dados de outras empresas, elementos como tempo de vida  e porte devem ser analisados, para não causar uma falsa impressão de que o negócio vai muito bem ou muito mal. 

Por essa razão, o cálculo Ebitda não pode ser usado como única medida para avaliar a sustentabilidade da sua empresa e sim, aliado a outros indicadores tão importantes quanto.

Mas mesmo que a sua empresa não esteja procurando novos acionistas, fazer o cálculo do Ebitda empresa é essencial para a saúde do negócio.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 30 de agosto de 2022

Arthur Davidson e William S. Harley, os jovens que inventaram uma lenda sobre rodas


Costuma-se dizer que é graças a necessidade que nos adaptamos às mais diferentes situações da vida. No caso dos empreendedores que menciono hoje isso é uma realidade inegável. Porém, a bem da verdade, basta analisarmos rapidamente qualquer grande empreendimento que perceberemos que estes são, de fato, filhos de uma necessidade do seu tempo. O empreendedor, em última instância, pode ser definido como alguém que enxerga essa lacuna em nossa vida e busca atuar sobre ela através do seu negócio, gerando solução para um problema antigo.

No caso de Arthur Davidson e William Harley, dois jovens americanos do início do século XX, foi a busca por uma comodidade que os fez criar uma das marcas mais lucrativas do mundo, símbolo de um estilo de vida próprio para os amantes de motocicletas: a Harley-Davidson.

A busca da comodidade dos jovens Harley e Davidson


Tudo começou em 1903, em Wisconsin, quando os amigos estavam cansados de pedalar até a universidade. Ambos eram estudantes de Artes, sendo um focado em escultura e o outro em desenho. Porém, a longa distância que percorriam diariamente tornava cansativa a vida de Davidson e Harley, até então com 20 e 21 anos respectivamente. Os jovens então tiveram uma ideia brilhante, mas que poderia ser igualmente inconsequente: decidiram instalar um motor em uma bicicleta para que não precisasse mais pedalar. De modo artesanal e com ajuda de Ole Evinrude, um motorista com experiência no mundo dos automóveis, os jovens artistas tentaram criar seu primeiro modelo de motocicleta.

Porém, não devemos confundir a criação dos amigos Harley e Davidson com a invenção da motocicleta. Esta fora inventada ainda no final do século XIX, em 1885, por GottliebDaimler, um inventor alemão que conseguiu fazer um motor a gasolina conectado a uma bicicleta de madeira. É provável que Harley e Davidson tenha criado seu protótipo baseado no princípio desenvolvido por Daimler, mas aí está uma grande diferença entre inventores e empreendedores.

Inventores geralmente buscam criar soluções para o nosso mundo, mas nem sempre conseguem reverter suas ideias brilhantes de modo a tornar-se comercial. No caso de Daimler, por exemplo, o inventor alemão não deu continuidade a fabricação de sua motocicleta, contentando-se apenas com o seu modelo inicial. 

Por outro lado, empreendedores conseguem tornar essas soluções ao alcance do público através da fabricação de produtos e/ou serviços. Assim, por mais que ambos estejam focados na resolução dos nossos pequenos dilemas cotidianos, sendo um agente facilitador da vida social, o empreendedor certamente atua com mais propriedade neste âmbito social. Para tanto, sabemos que fazer nascer e sustentar um negócio, seja em qual ramo for, exige desafios e muita persistência, pois os problemas e dificuldades sempre existirão.

Um exemplo claro dessa distinção está na forma de atuação dos jovens Harley e Davidson. O sucesso do primeiro modelo fabricado na garagem da família Davidson foi fruto de grande esforço e adaptações. A primeira delas foi a substituição do motor a ser utilizado, já que o primeiro não era potente o suficiente para fazer a moto andar. Assim, trocaram o motor e logo em seguida outro problema surgiu: a estrutura da moto não resistia à força gerada pelo motor e tornava a moto instável, impossível de guiar. Nada disso, como sabemos atualmente, impediu os jovens do seu objetivo. Ao fortalecer a estrutura da moto, fez com que harmonicamente funcionasse todas as peças da sua máquina.

Após a conclusão desse primeiro modelo, os universitários criaram três unidades iniciais para teste. Uma delas foi vendida para o irmão de Arthur Davidson, como teste para observar o desempenho da curiosa invenção. Quando ficou claro que o modelo funcionava, os jovens animaram-se em tentar vender o máximo possível das novas motocicletas, começando assim a Harley-Davidson Motor Company.

Da garagem de casa ao sonho americano


Mesmo com o sucesso inicial, os negócios da Harley-Davidson não deslancharam de início. Foi preciso ainda mais dois anos de trabalho para conseguir fazer com que o modelo dos jovens universitários alçasse novos voos. O fator diferencial foi um concurso realizado em Chicago no qual a moto dos empreendedores sagrou-se vencedora, tornando-a conhecida fora do estado de Wisconsin e aumentando a demanda. Naturalmente a garagem dos Davidsons precisou ser trocada por um armazém e aos poucos o aumento das vendas foi alcançando números interessantes.

Em 1907, quatro anos após a criação do primeiro modelo, mais de cem motocicletas eram vendidas por ano. Os empreendedores também conseguiram parcerias notáveis, como com o Estado de Detroit, fornecendo suas motos para a polícia local. Essa parceria dura até os dias atuais, um feito simplesmente notável.

Para além disso, a imagem criada pela Harley Davidson foi associada ao sonho americano, tornando-se muito mais do que um item de consumo, mas uma marca de valor. Após 1945, por exemplo, o uso dessas motos pelo exército e pela polícia davam um ar de masculinidade para seus pilotos, associando-os a imagem de virilidade. Com isso, a moto de Arthur Davidson e William Harley chegou a um patamar fundamental para qualquer marca de sucesso, que é o de estar no imaginário popular de toda a nação. A Harley-Davidson não era somente uma moto, mas sim um item de poder, que denota um valor social muito maior do que somente o seu uso comum, o de locomover-se. Esse valor social fez o faturamento da empresa elevar-se para um outro nível, muito além do esperado pelos jovens universitários de Wisconsin.

Um curiosidade hoje é que a marca Harley-Davidson é o logotipo empresarial mais tatuado do mundo, os amantes do clube dizem que é uma paixão e estilo de vida andar sobre rodas com esta marca e está muito além da aceitação ou status de poder.

Hoje a temos como a marca de motocicletas mais famosas que existe. Seu lucro, próximo da casa dos bilhões, é invejável por qualquer grande companhia, pois não trata-se apenas de números ou dinheiro, mas de se tornar um símbolo eternizado na cultura americana. Nesse sentido, o maior bem adquirido por Harley e Davidson está em serem eternizados graças ao seu experimento na garagem de uma casa. Desse modo, partindo de uma problemática individual, foram capazes de ganhar o mundo sob duas rodas e lançar-se na História.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Fé, metas e objetivos: entenda por que com essa combinação você está pronto para atingir o sucesso com o seu negócio

No empreendedorismo, em função dos percalços e dificuldades, muitas vezes somos estimulados a desacreditar no nosso propósito e a perder a fé nos nossos sonhos. Não é mesmo um caminho fácil, mas sem a observância para um melhor entendimento, a fé e a estratégia é mesmo muito provável que a conquista dos objetivos e o tão desejado sucesso fiquem cada vez mais distantes.

Na realidade, é a fé em si mesmo e no seu negócio que sustentam o sucesso, alimentando a resiliência diante dos desafios e de resultados desanimadores e a força para continuar o trabalho. 


Veja bem, geralmente só conhecemos as histórias de sucesso a partir da perspectiva de que tudo deu certo, sem termos acesso aos pequenos (e grandes!) fracassos que, porventura, também fizeram parte da trajetória. E, o que essas histórias têm em comum? Mesmo com as dificuldades, esses empreendedores de destaque acreditavam que poderiam dar a volta por cima e traçaram um plano para atingir seus objetivos. Isso é ter fé no seu propósito.


Com este artigo, quero contribuir para o seu entendimento de que ao alinhar fé, metas e objetivos é possível desenhar um caminho para se chegar aonde se espera e concretizar seus objetivos. Continue a leitura para saber mais!

A importância de empreender com fé, metas e objetivos


Pense comigo: ter uma boa ideia e um plano para tirá-la do papel é relevante se você deseja empreender. Porém, muitos fatores estão em jogo na hora de viabilizá-la. Um deles é a fé, ou seja, você precisa realmente acreditar na possibilidade de concretizar o seu negócio. Isso, claro, sempre com os pés no chão e um planejamento realista. Mas a questão é que somente um plano de negócio perfeito não vai garantir o sucesso da sua empresa.


Nesse sentido, é importante estabelecer metas e objetivos e confiar no processo, aprendendo também com a prática e adquirindo experiência. São elas, as descobertas práticas e a experiência, que guiam a nossa intuição e alimentam a nossa fé. Afinal, qual o sentido de trabalhar e batalhar por algo em que não se acredita que pode dar certo? Portanto, é essencial unir esses três pilares: planejamento, fé e ação – para aumentar as chances de ter sucesso.


Para acreditar, encontre o verdadeiro propósito do seu negócio


Seguindo esse raciocínio, acredito que para ter fé empreendendo é fundamental entender o propósito do seu negócio. Por qual razão você faz o que faz? Qual o motivo da sua empresa existir e do seu produto ou serviço ser criado? É uma motivação pessoal? Além do ganho financeiro, o seu negócio também tem o objetivo de contribuir para trazer soluções inovadoras para as demandas das pessoas e gerar um impacto na sociedade?


Para definir um propósito, é importante que você faça essas perguntas a si mesmo. Nesse contexto, o livro de Simon Sinek “Comece pelo porquê: como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agir”, é um bom ponto de partida para encontrar esse propósito ao empreender. Afinal, para elaborar e criar produtos e serviços com os quais as pessoas se identificam, é essencial descobrir por qual razão o seu negócio existe, para então estipular objetivos e pensar em qual caminho seguir.
 

Próximo passo: estabelecer objetivos e metas para alcançá-los


Após encontrar o propósito, é chegado o momento de estabelecer objetivos e fazer um planejamento estratégico para atingi-los por meio da definição de metas. São elas que irão ajudá-lo a chegar aonde deseja, a concretizar a sua ideia, o seu empreendimento.


Essa etapa de determinar as metas é importante para que você não se perca no meio do caminho e desanime diante do primeiro desafio. Assim, esse planejamento contribuirá para que você mantenha o foco, desenvolva um trabalho estratégico e promova um desenvolvimento gradual.

As 5 dicas para esse processo


1. Conheça bem o seu negócio

O processo de estabelecimento de metas passa pelo conhecimento que você tem do seu negócio, pois definir metas aleatórias e no escuro não vai te levar a lugar nenhum. Nesse sentido, compreenda o contexto em que o seu negócio está inserido, qual o posicionamento dele no mercado, entenda o público-alvo, analise os concorrentes e a proposta de valor.

2. Estipule metas realísticas

Essa questão de conhecer bem a sua empresa, produto ou serviço nos leva a outro ponto: é fundamental que as metas estabelecidas sejam reais e atingíveis. Entenda em que estágio o seu negócio está para não dar um passo maior que a perna e se frustrar, já que muito provavelmente, se as metas não forem possíveis de serem atingidas, você se desmotivará e perderá a fé no seu propósito.

3. Aprenda com as suas experiências e entenda o que pode ser melhorado

A partir dos resultados de ações implementadas você tem a oportunidade de fazer uma análise e, em caso de erro estratégico ou da identificação de que algo pode ser aprimorado, há a possibilidade de recalcular a rota e redefinir as metas.
 

4. Defina como irá monitorar suas metas

Um fator importante após o estabelecimento de metas é o acompanhamento das mesmas por meio de métricas e indicadores. Afinal, como você avaliará o desempenho do seu negócio e saberá se está próximo dos seus objetivos? O monitoramento de metas é interessante para trazer insights, identificar caminhos mais eficazes e evitar o desperdício de recursos.

5. Estabeleça prioridades e monte um plano de ação

É impossível fazer tudo ao mesmo tempo com o foco, a determinação e a disposição que cada meta demanda. Por isso, definir prioridades é essencial se você deseja ter sucesso em seu projeto. Não adianta atirar para todo lado. No fim, você acaba desmotivado sem conseguir finalizar e conquistar nada ou muito pouco. 


A partir desse entendimento do que é prioridade, monte um plano de ação, definindo as estratégias que irá utilizar para alcançar suas metas e assim visualizar de maneira mais clara a sua jornada rumo ao objetivo. 



Tirar uma ideia da cabeça e concretizá-la requer coragem, determinação, planejamento, trabalho árduo e uma dose extra de resiliência, ao não deixar de alimentar a confiança de que tudo dará certo. É preciso acreditar, ter fé no processo, ao mesmo tempo em que se mantém os pés no chão, traçando metas e objetivos possíveis.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio Publicado em: 24 de maio de 2022
Especial: artigos no Espaço Opinião CRA-RJ
Link fonte: https://espacoopiniao.adm.br/fe-metas-e-objetivos-entenda-por-que-com-essa-combinacao-voce-esta-pronto-para-atingir-o-sucesso-com-o-seu-negocio/


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terça-feira, 16 de agosto de 2022

Frederick Winslow Taylor e a administração científica

A razão é a maior arma do ser humano. Através dela fomos capazes de desenvolver nossa mais refinada tecnologia, além de produzir grandes obras, sejam elas intelectuais ou mesmo construções que desafiam a natureza. Essa importante característica nos legou uma grande vantagem sobre as outras espécies do planeta, nos tornando assim o ser dominante e mais bem sucedido na corrida evolucionista.

Não por acaso, especialistas apontam que nossa espécie, o homo sapiens, conseguiu superar as vantagens físicas dos homo neanderthalensis graças ao seu pensamento lógico, capaz de traçar estratégias melhores para a coleta de alimentos e otimizar sua sobrevivência no inóspito cenário pré-histórico.

O uso da razão continuou em alta desde então em nossa espécie. Desde os filósofos da antiguidade até o advento do método científico, nossa capacidade de compreender os processos da vida e construir uma civilização ordenada só vem aumentando. Assim, para qualquer área do conhecimento em que os humanos busquem aprofundar-se haverá, necessariamente, um uso contínuo da razão e seus atributos. 

Na administração isso não foi diferente, pois um dos seus principais teóricos clássicos teve como base a busca de uma otimização dos resultados a partir da racionalidade e capacitação dos operários. Estamos falando de Frederick Winslow Taylor, o pai da administração científica.

Quem foi Frederick Taylor?

A história de um dos principais teóricos da administração começa em 1856, na Filadélfia. Taylor nasceu em uma família abastada e viveu parte da sua infância vendo a Guerra de Secessão (1860 - 1865) dividir seu país em um conflito civil. Seus pais, favoráveis ao fim da escravidão, atuaram fortemente nesta causa e educaram seu filho de igual modo. 

Entretanto, por ter condições financeiras, a vida estudantil do infante Taylor foi bem diversa: estudou em alguns países como França e Alemanha, além de chegar a cursar direito em Harvard, por volta dos anos 1873, com apenas 17 anos.

Porém, o que parecia uma vida “fácil” e bem desenhada desde cedo mudou seu rumo em pouco tempo. Enquanto cursava sua faculdade em Harvard, Taylor descobriu um problema em sua visão que o impedia de continuar sua carreira em direito.

Precisando se reinventar, o pai da administração encontrou em uma profissão alternativa o ofício que mudaria sua vida para sempre. Assim, o jovem Taylor ingressou como aprendiz de industrial em uma fábrica na Filadélfia e nunca mais voltou-se ao direito, pois mergulhou fundo no seu novo trabalho. 

Com o tempo, sua experiência em fábricas o levou a diversos setores: começou aprendendo sobre bombas hidráulicas, depois foi atuar diretamente em uma metalúrgica até galgar o cargo de engenheiro-chefe, que obteve após a finalização do seu curso de engenharia mecânica. Foi nesse cargo em que o pai da administração moderna começou a enxergar um pouco de sua visão para um modelo de gestão eficiente.

Alguns anos depois Taylor ganhou novos ares ao trabalhar com consultoria e gestão, buscando expandir suas ideias e testá-las nas diversas empresas que prestavam seus serviços. Esses anos de experiência o tornaram um excelente administrador, pois ao aplicar os princípios do racionalismo em seu modo de gerir as empresas e os processos nas fábricas - Taylor tornou-as verdadeiras potências quanto à produção.

Para relembrarmos, o racionalismo foi um movimento científico-filosófico do século XVII que dizia, em síntese, que o Ser Humano deveria sempre agir de acordo com a razão, pois era esta característica que nos diferenciava dos demais animais. 

Assim, a base do racionalismo está em uma fria matemática em que considera apenas a lógica como solução para conflitos e problemas. Percebendo essa ideia, Taylor buscou implementar os princípios do racionalismo em sua gestão. 

Desse modo, ao sistematizar de maneira racional o modo de produção fabril, Taylor desenvolveu um método que aumentava a eficácia e eficiência dos operários e, naturalmente, produzia-se mais: o Taylorismo.

O Taylorismo na Administração

O método empregado por Taylor tornou-se conhecido ao redor do mundo após o lançamento do seu livro "Os princípios da administração científica'', em 1911.

É necessário destacar a obra de Taylor pela sua relevância a história da administração e sobre isto cabe alguns comentários. O primeiro deles é de que, para a época, gerir uma empresa (ou qualquer outro empreendimento) mais aparentava ser uma atitude “intuitiva”, em geral sem estratégia e com pouca sistematização de processos. Entretanto, se considerarmos que apenas no século XIX a revolução Industrial, que começou na segunda metade do século XVIII, foi consolidada em diferentes partes do globo, não é de se espantar com a proposta revolucionária de Taylor.

Desse modo, os princípios fundamentais de sua teoria, assim como o próprio livro, são um marco fundamental na história da administração. É através das obras de Taylor que outros grandes nomes como Henri Fayol e Henry Gantt impulsionam suas ideias e também tornam-se destaques nos estudos da administração.

Mas afinal, o que sugere o Taylorismo?

A grosso modo, a abordagem de Frederick Taylor versa por uma maior eficiência no trabalho. Desse modo, um das suas ideias-base seria a divisão do trabalho, tópico central que seria utilizado mais tarde por Henry Ford em larga escala. 

A lógica usada por Taylor era a de que trabalhadores bem instruídos em seus serviços e concentrados nele poderiam ser mais eficientes do que uma produção em que ele atuaria em diversos ramos. 

Assim, gerando mão de obra especializada e treinada para executar as tarefas necessárias, a indústria não ganharia apenas em agilidade, mas também na qualidade dos seus produtos. 

Desse modo, o Taylorismo trouxe uma série de benefícios para empregadores e empregados, garantindo o desenvolvimento da indústria.

O legado de Frederick Taylor

Infelizmente, por mais um trágico infortúnio, a vida de Taylor se foi ainda muito cedo. O pai da administração científica morreu com apenas 59 anos, em 1915, tempo em que atuava lecionando aulas e trabalhando como gestor. 

Apesar da brusca interrupção de sua existência, Frederick Taylor entrou para a história como um dos principais fundadores da teoria geral da administração, sendo colocado ao lado de Fayol e Ford como um dos principais nomes da administração clássica.

Seus livros influenciaram gerações e seu método, ora amado por alguns e muitas vezes criticado por tantos outros, continua a ser referência, por mais que para os dias atuais haja modificações necessárias a serem feitas. De qualquer maneira, é inegável a contribuição deste grande administrador, o que o torna merecedor de estar entre os pais da administração.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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