sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Chester Barnard e a autoridade do líder

No atual momento histórico as empresas sofrem com a chamada crise de autoridade, que consiste na dificuldade dos administradores em liderar suas equipes. Chester Barnard, nosso “pai da administração” de hoje, por meio do seu trabalho, desenvolveu importantes teorias acerca do comportamento humano e das relações entre líderes e subordinados nos ambientes de trabalho. Antes da metade do século XX, em 1938, Barnard lançou sua obra mais famosa: As Funções do Executivo, como resultado de uma série de palestras ministradas na Universidade de Harvard, quando abordou ideias que ainda hoje se mostram atuais. Por exemplo, a necessidade em buscar a justiça entre dar ordens e a sua aceitação, bem como sobre a importância de enxergar as empresas como organismos em constante mudanças. A carreira de Barnard se concentrou na prática uma vez que atuou em cargos de lideranças ao longo da carreira e, apesar de ter desenvolvido teorias, não foi um profissional acadêmico. Barnard nos deixou um legado de compromisso profissional e mostrou por meio da sua atuação que é possível desenvolver empresas, com novas formas de gerir pessoas para alcançar melhores resultados. Conheceremos agora um pouco mais da sua vida e obra de Chester Barnard.

A trajetória de Chester Barnard


Nascido Chester Irving Barnard, em 7 de novembro de 1886, em Malden, estado de Massachusetts, Estados Unidos, Barnard se destacou por seus trabalhos pioneiros sobre estudos comportamentais das organizações e a gestão de pessoas.

Barnard começou a trabalhar desde muito cedo em uma fazenda, um pouco mais velho, trabalhou como afinador de pianos. É bem provável que as experiências de trabalho ainda na juventude tenham sido determinantes por moldar uma carreira como executivo e não voltada para a academia.

Em relação à sua vida acadêmica, um fato curioso é que ele começou a graduação de Economia na Universidade de Harvard, porém o curso não foi concluído porque ele não finalizou a grade curricular no tempo adequado. Em paralelo aos estudos, o ‘pai da administração’ chegou a trabalhar com a venda de pianos para ajudar no custeio da faculdade.

Apesar de não ter finalizado a graduação, Barnard foi homenageado com o título de Doutor Honoris causa por várias universidades, que viam nas suas teorias ensinamentos valiosos para todos os estudantes. Chester Barnard começou a sua carreira profissional na American Telephone and Telegraph, no departamento de estatística. Já em 1909 chegou a vice-presidência da companhia com apenas 23 anos de idade.

Nos anos seguintes Barnard trabalhou na Bell Telephone, em 1922, e chegou a presidência da New Jersey Bell Telephone, em 1927. Como já mencionado, a trajetória de Barnard se deu dentro das companhias, aprendendo na prática como gerir equipes colaborativas eficazes e eficientes.

No final da década de 20 os Estados Unidos enfrentaram uma de suas maiores crises econômicas, que ficou conhecida como a Grande Depressão. Na ocasião, Barnard desenvolveu um sistema de ajuda ao estado de Nova Jersey para enfrentar os efeitos da crise.

Principais teorias de Chester Barnard


Um dos ensinamentos basilares de Barnard foi ter desenvolvido a teoria que as organizações se assemelhavam a seres vivos e, portanto, passam por constantes mudanças. Esse entendimento é relevante pois segundo Barnard, uma das causas de extinção das empresas é justamente não conseguir manter a eficiência e eficácia ao longo dos anos, ou seja, morrem por falta de ajustes, por caírem no comodismo.

Vejamos abaixo algumas das ideias de Chester Barnard e como elas continuam atuais.

Estímulo à Cooperação


De acordo com Barnard, os gestores devem estimular a cooperação dentro de uma equipe, por entender que cada indivíduo tem a capacidade de somar positivamente com o tempo. Um bom gestor assumiria o papel de coordenar a relação de cooperação entre a empresa e os colaboradores, extraindo o melhor de cada parte, direcionando para o interesse do todo.

Ao estabelecer uma cooperação, empresas e colaboradores podem, juntos, chegar aos seus objetivos. Barnard foi um dos pioneiros em enxergar os colaboradores como um recurso essencial para as empresas se desenvolverem de forma sustentável, por meio da cooperação.

Essa teoria de Barnard se comunica com seus ensinamentos sobre eficácia e eficiência, diferentemente do que se entende por padrão, para ele, uma empresa atinge a eficiência quando é capaz de atender satisfatoriamente às necessidades dos colaboradores, como consequência, esses farão o mesmo pela empresa, havendo a perfeita cooperação entre ambos.

A Aceitação da Autoridade


Uma das ideias mais inovadoras de Barnard para a época diz respeito à autoridade de gestão. Até Barnard, o entendimento comum é que os gestores exerciam uma autoridade natural, sem reservas ou empecilhos.

Em resposta, Barnard ensina que a autoridade é uma via de mão dupla, ou seja, se não for acatada por quem recebe as ordens, a autoridade na prática não existe. Da observação do seu trabalho, ele observou que as ordens dos líderes são constantemente desobedecidas por não terem sido acatadas pelos colaboradores, ainda que não sejam explicitamente rejeitadas.

Para contornar a problemática, Barnard sugere a reformulação da comunicação entre empresa e colaboradores, e traz como aspecto mais relevante a observação se o gestor que dita a ordem demonstra habilidades técnicas para dar as ordens, ele quer dizer que apenas aqueles que podem mostrar pelo exemplo como se faz determinada manobra podem ordenar que a manobra seja feita.

Dessa forma, o gestor garantia a sua autoridade pelo exemplo e persuasão, e não simplesmente pela posição hierárquica que ocupa.

O notório legado de Chester Barnard


Chester Barnard deixou sua marca como “pai da administração” por sua atuação presente dentro das indústrias e, especialmente, por formular teorias ainda hoje estudadas, como a aceitação da Autoridade, reflexões sobre os conceitos de eficácia e eficiência e cooperação.

Ao longo da sua carreira, Chester Barnard assumiu cargos de direção e presidência em importantes instituições, como a Fundação Rockefeller e a Fundação Nacional de Ciência e assistente do Secretário do Tesouro americano.

Chester Barnard certamente será estudado pelas próximas gerações de administradores que buscam encontrar o ponto de equilíbrio e eficiência na relação entre empresas e colaboradores.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Um guia prático de como fazer um mapa mental


como fazer um mapa mental

O empreendedor tem uma cabeça borbulhando de ideias, porém organizar tudo para colocar em prática é um grande desafio. Mas, aprendendo como fazer um mapa mental este trabalho pode ser mais simples.

Ele é uma espécie de diagrama composto por uma ideia ou conceito central, interligada por ramificações.

Esta técnica desenvolvida na década de 70 é uma ferramenta poderosa para ordenar os pensamentos e reter o conhecimento, evitando que as ideias se percam dentro da sua cabeça.

Por isso, montei este texto ensinando um passo a passo de como fazer um mapa mental e aplicá-lo no seu dia a dia.

O que é e como funciona?

O mapa mental é uma técnica que auxilia na organização dos pensamentos e memorização.

O criador desta técnica foi o psicólogo Tony Buzan que apresentou o método em um programa de televisão em 1974 e também em seu livro: The Mind Map Book: How to Use Radiant Thinking to Maximize Your Brain’s Untapped Potential (O Livro do Mapa Mental: Como usar o Pensamento Radial para Maximizar o Potencial Inexplorado do seu Cérebro).

O método é utilizado por muitos estudantes e professores para aprender um novo idioma ou melhorar a compreensão das matérias. No entanto, o mapa mental também pode ser utilizado no mundo corporativo.

Mas como um mapa mental funciona?

A resposta é bem simples, como nosso cérebro é dividido em duas partes:

  • Hemisfério direito: responsável pela lógica e linguagem.

  • Hemisfério esquerdo: controla as emoções e a criatividade.

A proposta do mapa mental é unir estes dois hemisférios como uma ferramenta lógica, pois você precisa raciocinar para definir os tópicos, mas também estimula a criatividade para formar o “desenho” do mapa.

Como fazer um mapa mental irá ajudar na sua empresa?

Aprender como fazer um mapa mental pode ajudar a criar estratégias, conectar ideias e gerenciar projetos. Seguem alguns exemplos de aplicação da técnica:

  • Se você tem uma ideia, mas não sabe como colocá-la em prática, o mapa mental irá te ajudar a organizar os pensamentos.

  • Definir quais são as prioridades e estruturar projetos.

  • Você pode utilizá-lo nas sessões de brainstorming, tornando as reuniões com a equipe mais assertivas e organizadas.

  • Também pode ajudar a visualizar as principais diferenças entre você e os seus concorrentes.

  • Definir as tarefas de cada um dos integrantes do time.

Estes são apenas alguns exemplos que você pode aplicar no seu negócio.

Passo a passo de como fazer um mapa mental

Você pode criar um mapa mental utilizando softwares e aplicativos ou da maneira clássica, utilizando um quadro branco ou com papel e caneta.

Ambos têm as suas vantagens, afinal já foi comprovado por diversos estudos que escrever à mão facilita na memorização dos conteúdos. No entanto, o software torna bem mais simples a tarefa de registrar e armazenar o aprendizado.

Por isso, a primeira etapa é decidir o que é melhor para você e a sua equipe. Mas agora vou mostrar o passo a passo de para construir um mapa mental:

Passo 1: Estabeleça o conceito principal 

No centro da folha ou quadro você coloca o tema principal que deseja desenvolver. Por exemplo: se o objetivo é descobrir estratégias para melhorar o atendimento. No meio do quadro você coloca a palavra atendimento.

Mas, vale destacar que não precisa ser uma palavra, pode ser uma imagem, desenho ou tópico. Apenas deve ficar claro sobre qual é o conceito central do mapa.

Passo 2: Defina as ramificações mais importantes

Agora, você anota o que não pode ser esquecido. Seguindo o exemplo do atendimento, não pode faltar um ramo que fala sobre a equipe, os produtos e cliente.

Para ilustrar e deixar o mapa mais fácil de entender o ideal é que você use diferentes cores em cada ramo.

Passo 3: Escreva os subtópicos

Após definidos os ramos, é hora de pensar em palavras associadas a estes subtópicos. Para o ramo da equipe você pode interligar com termos como: cortesia, prestatividade, agilidade, treinamento, etc.

E pronto! O seu mapa mental está feito.

Porém, há como fazer o mapa mental mais completo e fácil de visualizar. O que mostro nos próximos passos.

Passo 4: Adicione recursos visuais

Você com certeza já ouviu aquela frase “entendeu ou quer que eu desenhe?”. Como a visão é um dos nossos sentidos é natural que compreendemos com mais facilidade através das imagens do que da escrita.

Assim, incluir desejos, fotos, figuras, recortes de imagens enriqueceram ainda mais o seu mapa mental.

Passo 5: Defina uma ordem para as ramificações

Para ajudar na organização das ideias e desenvolvimento das ações é fundamental que você estabeleça uma ordem de prioridade para os subtópicos ou ideias que você e a equipe encontraram durante a construção do mapa.

Por exemplo: na parte de equipe descobriu-se que a principal carência é a falta de conhecimento técnico, portanto a prioridade é fornecer treinamentos periódicos para a equipe.

Passo 6: Faça uma revisão

Releia o mapa completo e veja se algo ficou faltando ou alguma informação necessita de acréscimos. O mais importante é que a ideia fique simples de compreender.

Dicas de como fazer um mapa mental

Para você ter mais facilidade em implementar os mapas mentais no seu dia a dia, trago algumas sugestões:

1.   Escreva com clareza

A ideia do mapa mental é descomplicar as suas ideias e não confundir ainda mais. Por isso é importante que as palavras (quando escritas a mão) sejam fáceis de ler.

Também em um programa de computador pode ser que você acabe se animando e exagerando no número de ramificações. Não existe nenhum limite para o número de palavras, mas é importante não perder o foco durante a construção do mapa mental.

2.   Deixe espaço para novos tópicos

Você sempre pode rever o seu mapa quando tiver novas ideias ou quiser modificar algum item. Então é sempre bom deixar um espaço extra.

3.   Faça o mapa do seu jeito

Uma das grandes vantagens do mapa mental é que não existem regras para o desenvolvimento, você pode adequar a técnica a sua necessidade e estilo.

Afinal, nada te impede de fazer um mapa mental só com figuras, desde que tenha a ideia principal interligada com as ramificações, pode ser da maneira com que você desejar.

Softwares para fazer mapas mentais:

Se você prefere criar o seu mapa mental no computador, seguem 3 plataformas para utilizar a ferramenta:

  • Mind Meister: é uma das plataformas mais utilizadas para fazer mapas mentais, ela possui a versão gratuita com um limite de mapas para serem feitos e a versão paga.

  • XMind: é um software online também com opção gratuita e a paga, onde você pode utilizar diferentes modelos, temas e cores de mapas e brainstorming.

  • Canva: é uma plataforma de edição de imagens bastante popular que possui templates de mapas mentais personalizáveis gratuitos, ele é ideal para quem gosta de caprichar na parte estética.

Então, aprendeu como fazer um mapa mental?

Bom trabalho e grande abraço.


Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 01 de agosto de 2023
Especial: artigos no Jornal da Tribuna
Link fonte: https://jornaltribuna.com.br/2023/07/um-guia-pratico-de-como-fazer-um-mapa-mental/

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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Pirâmide das Necessidades de Maslow: o que é e aplicações para o seu negócio

Conheça a Pirâmide das Necessidades de Maslow, as suas características e saiba como ela pode contribuir para o crescimento da sua empresa

Pirâmide das Necessidades de Maslow: o que é e aplicações para o seu negócio

A Pirâmide das Necessidades de Maslow é um conceito da Psicologia, mas que também pode ser utilizado no mundo corporativo para estimular os colaboradores, auxilia os líderes a encontrar as melhores formas de lidar com a equipe e como desenvolver estratégias assertivas para conquistar os clientes.

Continue a leitura e descubra o que é a Pirâmide de Maslow, quais as necessidades que fazem parte dela e sugestões para aplicar os ensinamentos dela no seu negócio.

Entenda a Pirâmide das Necessidades de Maslow

Criada pelo psicólogo e pesquisador Abraham Harold Maslow (1908 – 1970), que desenvolveu a Teoria das Motivações Humanas, a partir de um estudo realizado com macacos, o que originou a Pirâmide das Necessidades de Maslow.

De acordo com essa teoria, as pessoas têm diferentes tipos de necessidades que se relacionam de maneira hierárquica, começando pelas necessidades básicas como alimentação e sono até algo mais complexo como a realização pessoal.

Para ilustrar essa “escala” de necessidades foi criada a pirâmide, sendo que o indivíduo só “sobe” de nível, caso aquela demanda já tenha sido alcançada, conforme imagem abaixo:

As duas primeiras etapas (Fisiológica e Segurança) são consideradas necessidades primárias, já as outras três (Social, Estima e Auto Realização) são necessidades secundárias, conheça melhor cada uma delas a seguir:

Necessidades Fisiológicas

Na base da Pirâmide das Necessidades de Maslow está o que é essencial para a nossa sobrevivência como se alimentar, descansar, beber água, ir ao banheiro, etc.

No ambiente de trabalho essas necessidades são refletidas no intervalo para o almoço, nas pausas durante a jornada de trabalho e na flexibilidade de horários.

Necessidade de Segurança

São vinculadas à autopreservação, ou seja, aquelas que nos fazem sentir seguros, como ter um seguro de automóvel ou uma reserva financeira de emergência.

A empresa também supre essa necessidade oferecendo um bom plano de saúde para os funcionários, estabilidade na sua contratação e EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) adequados.

Necessidade Social

A terceira etapa da Pirâmide das Necessidades de Maslow está relacionada a nossa necessidade de manter relacionamentos harmoniosos com outras pessoas, sejam eles familiares, amizades ou relações amorosas. As interações com os colegas e os gestores na empresa fazem parte deste tópico.

Necessidade de Estima

Esse tópico está relacionado a nossa autoestima, sendo primeiro a forma com que nos vemos e reconhecemos as nossas capacidades. Também está ligado a maneira com que os outros enxergam e identificam os nossos talentos.

Nos negócios, são promoções ao longo da carreira, feedbacks dos líderes, atribuições de responsabilidades.

Necessidade de Autorrealização

O nível mais alto da pirâmide está relacionando diretamente aos sonhos das pessoas, por isso, é muito associado em vencer os obstáculos para crescer pessoal e profissionalmente. São os desafios no trabalho, desenvolvimento da autonomia, trabalhar na área que deseja.

Vale destacar que além das 5 necessidades da pirâmide, Maslow identificou mais duas necessidades das pessoas, são elas:

Necessidade de conhecer e entender: está relacionada à busca para tentar entender as pessoas, a natureza e o mundo como um todo.

Necessidade de satisfação estética: está ligada à vontade que temos de nos sentirmos fisicamente bonitos e de atender aos padrões de beleza.

Aplicações da Pirâmide das Necessidades de Maslow

Agora que você já conhece todas as etapas da pirâmide de Maslow, descubra de quais maneiras ela pode contribuir para a evolução da sua empresa.

Para encontrar a motivação certa para os colaboradores

Manter a equipe engajada é um dos desafios de muitos gestores, mas a Pirâmide das Necessidades de Maslow pode ajudar bastante nesse sentido, pois ao compreender as necessidades dos colaboradores nos diferentes níveis da pirâmide, permitem à empresa criar um local de trabalho mais saudável e produtivo.

Como citei, na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas, comer, descansar, etc. Este ponto já deixa claro que tentar motivar os funcionários com horas extras, pode até dar certo por um tempo, mas também pode levar a exaustão do colaborador, que não conseguirá cumprir as necessidades primárias.

Para o segundo tópico da pirâmide está a necessidade de segurança, então manter um ambiente seguro e estável é fundamental. Mas passada essa etapa, é hora de pensar em outras estratégias para motivar os colaboradores.

O reconhecimento de uma tarefa executada com excelência, não precisa ser apenas financeiro, um café da manhã com toda equipe, uma tarde de folga, também podem ser formas eficazes de motivar os funcionários.

Um bom clima organizacional é outro aspecto que faz toda a diferença para a produtividade e os resultados da equipe, então estimular a cooperação através de um programa de troca de talentos onde todos compartilham seus conhecimentos e habilidades uns com os outros, por exemplo.

Aprimorar a capacidade de liderança dos gestores

A Pirâmide das Necessidades de Maslow também ressalta que é essencial para os líderes compreenderem as necessidades dos colaboradores antes de demandarem produtividade.

Por exemplo: se um colaborador busca a Necessidade de Autorrealização é preciso pensar em estratégias para motivá-lo, como incluí-lo em um projeto importante para empresa ou permitir que ele tenha mais autonomia nas tomadas de decisão.

Porém, caso a necessidade que o afeta no momento seja a Estima, é fundamental pensar em outras formas de estimulá-lo dentro do ambiente de trabalho, como reconhecimento através de feedbacks positivos e bonificações.

Mas para alcançar esse patamar é importante que os líderes perguntem aos funcionários como eles se sentem em relação à empresa, o que eles acreditam ser importante para manter um ambiente de trabalho saudável e que propicie o crescimento.

Dessa maneira terá uma melhor compreensão das necessidades dos colaboradores e como motivá-los a partir delas.

Descobrir qual/quais necessidades dos clientes os seus serviços/produtos atendem

A Pirâmide das Necessidades de Maslow é muito utilizada dentro do marketing para compreender as motivações que levam os consumidores a escolher o seu produto e assim criar estratégias mais assertivas.

Por exemplo: o produto da sua empresa comercializa sistemas de segurança residencial, nas comunicações vale a pena ressaltar a tranquilidade que a pessoa terá ao adquirir o item (Necessidade de Segurança).

Já se é uma empresa de carros de luxo, ressaltar o status que este produto traz e como a pessoa será vista pelos outros ao dirigir um dos veículos na rua (Necessidade de Estima).

Como podemos ver, com a ajuda da Pirâmide das Necessidades de Maslow é possível entender o comportamento dos colaboradores, ajudar as lideranças e desenvolver estratégias mais eficazes para e assim levar a empresa a melhores resultados.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Adm. Prof. Rafael José Pôncio
Publicado em: 01 de setembro de 2023
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: 
https://administradores.com.br/artigos/piramide-das-necessidades-de-maslow-o-que-e-e-aplicacoes-para-o-seu-negocio




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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Herbert Simon, o cientista social matemático

O personagem da vez é considerado um polímata, ou seja, alguém cujos conhecimentos abrangem vários campos de estudo e foi premiado com o Nobel de Economia no ano de 1978. Estou falando de Herbert Simon, estudioso americano que desenvolveu teorias importantes sobre o comportamento organizacional e os limites da racionalidade já na metade do século XX.

Simon se destacou por unir áreas do conhecimento que até então pareciam estar em lados opostos, como a psicologia e a economia. Como lhe disse, ele não limitou seus estudos em uma única vertente, e assim tratou de expandir seus saberes em diferentes áreas.

Apesar da sua genialidade em caminhar por tantas áreas do saber, o carro chefe dos seus estudos e análises se deram sobre o comportamento humano para tomada de decisões nas organizações. Ao longo da sua carreira, Simon buscou desenvolver uma teoria para solução dos conflitos entre as pessoas, buscando entender como as decisões são tomadas. 

Apresento-vos para apresentar um pouco da vida e obra de Herbert Simon, que além do Nobel de Economia foi agraciado com outros títulos importantes e deixou um legado valioso para toda comunidade acadêmica, em especial para os administradores. 

O começo de Herbert Simon 

Herbert Alexander Simon é filho de imigrantes europeus. Nascido em 15 de junho de 1916 em Milwaukee, Wisconsin, Estados Unidos, o polímata teve uma longa vida, vindo a falecer em 9 de fevereiro de 2001, em função de uma parada cardiorrespiratória, aos 84 anos de idade. 

Seu pai foi um inventor e designer de equipamentos eletrônicos, já sua mãe foi uma pianista talentosa. A infância e juventude de Simon em família foram marcadas por um ambiente rico e criativo, bastante propício para o florescimento intelectual e educativo, com discussões saudáveis ao redor da mesa sobre política e às vezes com caráter científico.

Sendo assim, desde muito novo Simon já demonstrava bom desenvolvimento acadêmico e lidava com facilidade com as matérias estudadas na escola, segundo o próprio, a escola não lhe exigia muito, de modo que tinha tempo suficiente para atender os estudos e jogar beisebol e futebol americano. 

Simon sempre teve inclinação pelo desenvolvimento da ciência, e apesar do seu interesse pelas diversas áreas do conhecimento, seus passos o direcionaram para os estudos das teorias do comportamento organizacional.

O seu tio materno, Harold Merkel, o influenciou positivamente quando estudava economia da Universidade de Wisconsin. Foi a partir do seu tio que Simon conheceu as ciências sociais e teve os primeiros contatos com a psicologia e economia.

A jornada de Simon na academia começou em 1933 na Universidade de Chicago, com a graduação de Economia. O seu interesse pela área comportamental e psicológica ganhou força durante a graduação. O seu trabalho de conclusão de curso se deu sobre a tomada de decisões nas organizações. 

Herbert Simon tinha um objetivo claro: dar às ciências sociais o mesmo rigor dos fundamentos matemáticos, ele queria ser reconhecido por ser um cientista social matemático. O PhD pela Universidade de Chicago foi autorizado por correspondência, pois na época, em 1942, Simon se encontrava na Universidade de Berkeley, na Califórnia. 

No decorrer da sua trajetória, passou por diferentes universidades de prestígio e desenvolveu projetos nas áreas de economia e psicologia comportamental. Para além destas questões, Simon colaborou com a fundação de cursos de pós-graduação, como aconteceu em 1949, quando abriu o curso de pós-graduação em Administração Industrial, no Carnegie Institute Of Technology.

Graças ao seu empenho, o ponto alto da carreira aconteceu com o reconhecimento do Nobel de Economia, em 1978, por sua pesquisa precursora no processo de tomada de decisões dentro das organizações econômicas.

Simon e a teoria da Racionalidade Limitada 

Já mencionei que o foco dos estudos de Simon se deu na análise matemática do comportamento das pessoas e a tomada de decisões dentro das organizações, porém, é importante ressaltar a sua teoria sobre a racionalidade limitada. 

Para Simon, nós, os seres humanos, usamos apenas parcialmente a faculdade da razão e que a maior parte das nossas decisões são fortemente influenciadas pelas emoções. Além disso, a teoria se chama racionalidade limitada, pois, diante de um problema a ser resolvido, a maioria das pessoas se contenta em apenas absorver um reduzido número de informações, suficientes para a tomada de decisão naquele momento imediato. 

Simon explica que da análise superficial e rápida dos fatos o indivíduo não conseguirá uma resposta ideal para a sua questão, mas apenas uma resposta imediata. A partir do uso parcial da racionalidade, desenvolvem-se indivíduos com pouca capacidade reflexiva e incapazes de refletir sobre questões que requerem mais aprofundamento. 

Na teoria de Simon, a racionalidade das pessoas está limitada por três dimensões, que influenciam na tomada das decisões, são elas: 

● A informação disponível no momento da questão; 

● A limitação cognitiva da pessoa que analisa a questão; 

● O tempo disponível para a tomada de decisão. 

A solução para melhores decisões passa pela análise dos pontos acima, sem esquecer da influência dos fatores emocionais.


Prêmios recebido por Herbert Simon 

A carreira de Simon jogou luz sobre as teorias organizacionais e tinham como objetivo entender as motivações dos colaboradores junto às empresas. 

Entre os anos de 1937 e 2001, foram mais de 800 trabalhos realizados, entre artigos e livros, os quais levaram a Simon a ser reconhecido como um dos principais nomes quando se fala em teorias comportamentais dentro das organizações. 

Por fim, a trajetória de Herbert Simon foi marcada pelo recebimento de diversos prêmios por toda sua contribuição, entre eles, o já citado Prêmio Nobel de Economia em 1978 e o Prêmio Turing de Computação, em 1975, frutos do seu empenho em mais de 60 anos dedicados à desenvolver a ciência da administração. 

Bom trabalho e grande abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.