terça-feira, 12 de setembro de 2023

Larry Ellison, o gigante da internet

Larry Ellison é um norte-americano, empresário e diretor da Oracle Corporation. Hoje, com 78 anos, é considerado pela Forbes um dos homens mais ricos do mundo, ao lado de grandes nomes como Bill Gates e Ellon Musk. Sua trajetória começou com estudos e seguiu com inovação e empreendedorismo, história similar a de Steve Jobs. 

Atualmente, a Oracle Corporation é uma multinacional de tecnologia e informática, sendo considerada como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Especializada em desenvolvimento, comercialização de hardware, software e banco de dados, num mundo onde esse tipo de informação é mais valioso do que ouro, literalmente, a empresa de Larry só tende a crescer, mas não foi sempre assim. 

Durante seus inícios, a Oracle passou por sérias adversidades, chegando próximo à falência. Demorou em torno de 2 anos para que pudessem se reerguer e retomar os negócios. Como Larry conseguiu ter essa visão sobre internet e tecnologia nos anos 60 e 70 e projetar este crescimento até os dias de hoje é o que vamos aprender no texto hoje. 

Como tudo começou para Larry Ellison - o gigante da internet

Seu nome é Lawrence Joseph Ellison e nasceu em Nova York em 17 de agosto de 1944. Filho de uma mãe muito jovem e inexperiente, aos 9 meses de idade devido a uma grave pneumonia, passou a morar com seus tios em Chicago. Estudou em Illinois e finalizou o ensino médio com destaque nas matérias de matemática e ciências, demonstrando aptidão nas áreas básicas da informática. 

Larry chegou a cursar universidade em dois momentos diferentes, mas desistiu de ambos. Apesar da desistência, o jovem aprendeu sobre informática o suficiente para conseguir trabalhar na área, apesar de ficar trocando de empregos. Nos anos 70, começou a trabalhar na Amdahl Corporation e meses depois na Ampex Corporation, que foi quando tudo mudou. 

Na Ampex, Larry desenvolveu um banco de dados para nada menos do que a CIA, o qual chamou de Oracle e foi aí que seu sonho começou a se tornar realidade. Em 1977, ele se juntou com Robert Miner, que era seu supervisor na Ampex, e tornaram-se sócios. Juntos fundaram a empresa Software Development Labs que constava com uma base de dados compatível com centrais de computadores e diversos terminais em simultâneo. Grande diferencial na época, levando-os a ter clientes como a força aérea norte-americana e a CIA. Neste momento, eles mudam o nome da empresa para Oracle.

O caminho do sucesso de Larry Ellison 

Como bem sabemos ao estudar a vida dos grandes empreendedores, nunca o caminho é só de flores. Sempre há momentos de adversidades, falência e prejuízos até que seus investimentos alcancem o sucesso. E podemos dizer o mesmo de Larry Ellison. Um grande empreendedor não é alguém que se tornou rico, não é alguém que acumulou uma fortuna ou tornou-se famoso. 

Um empreendedor de verdade é aquele que nos apresenta uma capacidade de pensar fora da caixa, de enxergar uma necessidade até então desconhecida pelos demais. Ele tem um potencial diferenciador. E com esta visão, ele gera um negócio, um produto, uma ação, que o torna famoso ou rico, etc. 

Após o surgimento da Oracle, tudo ia de vento em popa. Durante sete anos a empresa duplicou suas vendas e entrou para a bolsa de valores.Porém, também teve seu momento de crise, nos anos 90, chegando muito próximo da falência. Como um bom visionário, Larry usou da adversidade para se reestruturar e sair mais forte dela: substituiu diversos funcionários mais jovens por alguns mais experientes, criaram um novo sistema de base de dados e voltaram ao sucesso. 

A Oracle chega nos anos 2000, auge da internet, com todo seu poder. Aumentando a cartela de clientes e seu capital, em 2009 adquire a empresa Sun Microsystems, que fabrica computadores e softwares, e isso era só o começo de sua expansão. A Oracle chegou a ser líder mundial do mercado de software de gestão de informação e em segundo lugar na lista de empresas independentes de software. 

Em 2014, Elisson com os seus 70 anos abre mão do seu cargo de CEO, embora ainda atue como diretor. Mas não se engane, apesar da idade, Larry não pretendia se aposentar. Os que o conhecem referem-se a ele como ‘incansável’ devido a sua rotina de exercícios físicos diários Fã da prática de esportes, ele faz iatismo, tênis e tem até licença para pilotar aviões! Esta é outra certeza que podemos aprender com os empreendedores, não há espaço para preguiça. Não há desejo em querer parar, se aposentar ou descansar. Há quem diga que o que mais motiva Larry é a possibilidade de ‘brigar’ com os gigantes tais como Google e Amazon.

Alguns números… 

Pela estimativa de alguns estudiosos, quando a Oracle foi criada, o investimento inicial foi de 2 mil dólares. Quando a Oracle fez a compra da Sun Microsystems, a transação saiu em torno de 7,4 bilhões de dólares. 

Em 2016 Larry Ellison foi eleito pela revista Forbes como a quinta pessoa mais rica do planeta, com uma renda estimada em 50 bilhões de dólares. Em 2020 a Oracle foi relacionada pelo Great Place to Work Institute na lista das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Em 2018 o faturamento anual da Oracle foi de 39,8 bilhões de dólares. 

Em 2020 a empresa contava com 135 mil funcionários espalhados pelo mundo. Em 2022, com um patrimônio de US$ 101 bilhões Larry se posicionou em quarto lugar na lista da Forbes dos 400 americanos mais ricos. E neste ano de 2023, ele continua no ranking dos 5 mais ricos com estimativa de U$107 bilhões. 

Atualmente, a Oracle conta com 138 mil funcionários em todo o mundo e uma receita anual de US$ 40 bilhões. 

Estes altos números, além de nos impressionar, também servem de símbolo. Símbolo de inspiração. Larry hoje pode ser um homem inacessível para a maioria de nós, mas podemos ver através de sua trajetória que ele chegou até esse ponto graças a sua perseverança, busca pelo aperfeiçoamento e reconhecimento do trabalho. Imagine se ele tivesse se contentado com o software criado, imagine se ele não tivesse adquirido a Sun em 2009? O verdadeiro empreendedor se alimenta de movimento, trabalho e crescimento. Não só crescimento financeiro, mas interno também, ele cresce como pessoa à medida que vive as experiências profissionais. 

Larry fez diversas doações de milhões de dólares para pesquisas contra câncer e instituições carentes, demonstrando um lado humano e empático dentro dele. Se você busca ser um empreendedor, não se inspire apenas na riqueza destes personagens, se inspire em suas virtudes. Os dólares, a bolsa, o mercado, tudo isso pode mudar da noite para o dia, mas as virtudes não. Um ser humano com valores morais consegue enfrentar qualquer desafio que encontrar e sair ainda mais forte para trilhar seu caminho de sucesso.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Henry Mintzberg, o pai da teoria do processo não linear e desestruturado

Henry Mintzberg segue como um dos mais influentes teóricos da administração, com uma carreira de mais de cinco décadas de estudos sobre a gestão de organizações. Ao longo de sua carreira, Mintzberg contribuiu significativamente para a teoria e prática da administração, destacando-se por sua abordagem crítica e inovadora sobre o gerenciamento de projetos. 

Uma das teorias mais famosas de Mintzberg sugere que o trabalho desenvolvido pelos gerentes, de qualquer organização, é muito mais desestruturado, ou seja, não linear, do que as teorias tradicionais da administração sugerem. 

Em uma de suas obras mais famosa, o livro The Nature of Managerial Work (1973), ele examina o trabalho diário dos gerentes e argumenta que a gestão não pode ser vista como um conjunto de atividades isoladas, mas sim como um processo contínuo que envolve tomada de decisão, coordenação e comunicação. 

No artigo de hoje, conheceremos um pouco mais sobre a carreira acadêmica, profissional e as principais teorias desenvolvidas por Henry Mintzberg, um dos maiores pensadores da administração no século XX. 

Os primeiros passos de Mintzberg 

Nascido em Montreal, Canadá, em 1939, ele cresceu em uma família de classe média. Frequentou a McGill University, onde se formou em Engenharia em 1961 e posteriormente obteve seu doutorado em Administração de Empresas na Sloan School of Management do MIT em 1968. 

Ele cresceu em um ambiente familiar que valorizava muito a educação e o pensamento crítico. Seus pais eram imigrantes judeus que haviam se estabelecido em Montreal, e ambos trabalhavam como professores. Desde cedo, Mintzberg foi incentivado a ler e questionar o mundo ao seu redor, o que contribuiu para seu interesse em estudar as organizações e a forma como atuam. 

Outro aspecto importante da infância de Mintzberg foi sua formação religiosa. Ele cresceu frequentando a sinagoga e estudando a Torá, livro sagrado para o povo judeu, o que o levou a se interessar pela ética e moralidade na vida empresarial. Essas preocupações com a responsabilidade social e a justiça também influenciaram sua pesquisa acadêmica.


Trajetória acadêmica de Mintzberg 

Após concluir sua graduação em Engenharia na McGill University, Mintzberg trabalhou como engenheiro em uma empresa têxtil por alguns anos antes de retornar à academia. Ele então retornou à McGill para obter o título de mestre em Administração de Empresas, e foi lá que teve seu primeiro contato com as teorias que desenvolveu no decorrer da sua carreira. 

Após concluir seu mestrado, Mintzberg foi para o MIT fazer o doutorado. Foi lá que ele se envolveu em sua primeira grande pesquisa sobre gerentes e suas atividades diárias. Este estudo foi um divisor de águas em sua carreira, já que o levou a desenvolver sua teoria da gestão como um processo não linear e desestruturado. 

Depois de concluir seu doutorado, Mintzberg trabalhou como professor de administração na McGill University, onde passou a maior parte de sua carreira acadêmica. Durante esse tempo, ele escreveu vários livros influentes sobre gestão, incluindo "The Nature of Managerial Work" (1973) e "Structure in Fives" (1983), que ajudaram a estabelecer sua reputação como um dos principais teóricos da administração. 

Principais teorias de Mintzberg 

No decorrer da sua extensa trajetória profissional e acadêmica, Mintzberg elaborou teorias que revolucionaram a forma como as pessoas pensam a administração e fazem a gestão de negócios, pessoas e projetos. A seguir, traremos as três principais ideias que foram objetos de estudo de Mintzberg e uma breve explicação sobre cada uma delas. 

Gestão como um Processo Não Linear e Desestruturado 

Uma das principais ideias de Mintzberg é a teoria da gestão como um processo não linear e desestruturado. Segundo ele, todo tipo de gestão, não pode ser vista como um conjunto de atividades isoladas, mas sim como um processo contínuo que envolve tomada de decisão, coordenação e comunicação. 

Para Mintzberg, a gestão não é uma ciência exata, mas sim uma prática social complexa que é moldada pelas normas, valores e cultura da organização. Dessa forma, a gestão passou a ser estudada como um processo dinâmico que envolve a interação constante entre as pessoas e os sistemas dentro da organização.

Ele ainda argumenta que a gestão é muito mais do que simplesmente planejar, organizar, dirigir e controlar. Mintzberg afirma que a gestão é uma prática que envolve a solução de problemas, a tomada de decisões e a comunicação constante com outras pessoas das empresas. 

Estrutura Organizacional

Outra ideia central de Mintzberg é sobre como as empresas se organizam estruturalmente. Ele acredita que a estrutura de uma organização pode afetar significativamente sua eficácia e sucesso. Mintzberg argumenta que a estrutura de uma organização deve ser projetada de forma a permitir a coordenação efetiva das atividades e dos recursos, e que a estrutura organizacional deve ser adaptada às necessidades da organização. 

Mintzberg também defende que a estrutura de uma organização deve ser flexível o suficiente para permitir mudanças e adaptações conforme necessário. Ele argumenta que uma estrutura rígida pode limitar a capacidade de uma organização de se adaptar a mudanças no ambiente e nos mercados em que atua e, em alguns casos, a rigidez pode ser o começo da decadência do negócio. 

Responsabilidade Social Corporativa 

Outra ideia importante de Mintzberg é sobre a responsabilidade social corporativa. Ele acredita que as empresas devem assumir um papel mais ativo na sociedade e considerar não apenas o lucro, mas também as consequências sociais e ambientais de suas atividades. 

Hoje em dia, essas ideias estão em alta e são abarcadas pela sigla ESG, Environmental, Social and Governance. Para Mintzberg, a responsabilidade social corporativa é uma questão ética e moral, e as empresas têm a obrigação de considerar os impactos de suas atividades em todos os seus stakeholders

Mintzberg argumenta que as empresas têm a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável e promover a justiça social. Ele acredita que as empresas podem fazer isso adotando práticas de negócios éticas e sustentáveis, apoiando iniciativas sociais e ambientais e considerando os impactos de suas atividades em toda a cadeia de valor. 

Para Mintzberg, a responsabilidade social corporativa não é apenas uma questão de ética, mas também de longo prazo, uma vez que as empresas que adotam práticas sustentáveis tendem a ser mais bem-sucedidas e agentes transformadores na sociedade. 

Conclusão 

A carreira de Herzberg foi amplamente marcada pelo reconhecimento, tendo ganhado prêmios e honrarias de destaque. Alguns dos prêmios mais importantes que ele recebeu são: 

Prêmio McKinsey, em 1973. 

Prêmio Irwin Educator, em 1995. 

Prêmio Richard D. Irwin, em 2000. 

Prêmio Lifetime Achievement, em 2005. 

Por fim, Mintzberg, foi nomeado Oficial da Ordem do Canadá, no ano de 1999, a mais alta honraria civil do país, por sua contribuição para a teoria e prática da administração.

Mintzberg se casou com Sasha Sadilova em 1965, e juntos tiveram dois filhos, Susie e Ben. Sasha foi uma grande apoiadora da carreira de Mintzberg e colaborou com ele em muitos de seus projetos de pesquisa e escrita. Eles permaneceram casados até a morte de Sasha em 2018, após 53 anos de união. 

Em 2021, Mintzberg faleceu aos 81 anos, após uma longa batalha contra o câncer. Sua morte foi lamentada por muitos colegas e estudiosos da administração e gestão de organizações em todo o mundo, que reconheceram sua grande contribuição para a área e seu impacto duradouro no pensamento empresarial. 

Bom trabalho e grande abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio





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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Balanced Scorecard (BSC): Uma metodologia para os melhores resultados

Descubra o que é o Balanced Scorecard (BSC) os benefícios desta metodologia e como fazer para aplicá-la na sua empresa e alcançar os melhores resultados.

Balanced Scorecard (BSC): Uma metodologia para os melhores resultados

O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia que busca fazer uma avaliação completa do seu negócio, não se limitando apenas aos resultados financeiros. Desta forma a empresa pode crescer de maneira mais sustentável e consistente.

Continue a leitura e descubra o que é o BSC, as principais vantagens de escolher essa metodologia, a maneira que ela funciona e como é possível implementá-la em seu negócio.

Boa leitura!

O que é Balanced Scorecard (BSC) ?

BSC ou Balanced Scorecard é uma metodologia que pode ser traduzida como “Indicadores Balanceados de Desempenho” que propõe que o sucesso de um negócio não seja medido apenas pelos indicadores financeiros e contábeis, mas também avaliar o desenvolvimento em outras perspectivas como o relacionamento com os clientes e a qualidade dos processos.

A metodologia foi criada pelos professores, Robert S. Kaplan e David Norton da Harvard Business School, segundo eles, para que as empresas tenham os melhores resultados a longo prazo é preciso que o planejamento estratégico seja de fato considerado na construção dos objetivos e nas avaliações de desempenho, levando a empresa a outro patamar.

Benefícios desta ferramenta para as empresas

O Balanced Scorecard (BSC) traz muitas vantagens para as empresas que escolhem colocá-lo em prática no seu dia a dia, como você pode ver a seguir:

Facilita a visualização do planejamento estratégico e do futuro

Muitas empresas desenvolvem o planejamento estratégico, mas ele fica centralizado na gestão e não é compreendido e aplicado pelos colaboradores, o que prejudica o crescimento do negócio. Com a metodologia todos possuem uma visão clara do futuro almejado para a empresa e o que é necessário para alcançá-lo.

Melhora o alinhamento e comunicação entre os colaboradores

O Balanced Scorecard (BSC) utiliza ferramentas visuais e simples para que todos compreendam facilmente quais são os objetivos do negócio. Ter tudo isso muito claro auxilia não só na comunicação entre os setores, mas também no alinhamento dos funcionários com os objetivos das empresas.

Otimiza a análise e acompanhamento dos resultados

O BSC é uma das primeiras metodologias de gestão estratégica a utilizarem indicadores tangíveis e intangíveis de maneira conjunta; por isso, produz uma ampla e minuciosa fonte de informações.

Outro benefício dessa metodologia é que conforme os objetivos e metas vão sendo atingidos eles são renovados, mantendo o crescimento contínuo da empresa a partir de um acompanhamento dos resultados.

Conheça as 4 Perspectivas do Balanced Scorecard (BSC)

Descubra quais são as 4 perspectivas que baseiam essa abordagem e como elas devem ser utilizadas dentro da metodologia para atingir os melhores resultados.

Perspectivas Financeiras

Na aplicação do Balanced Scorecard (BSC) os indicadores de desempenho financeiro, embora não sejam os únicos dados a serem analisados, são essenciais para avaliar se as estratégias estão atingindo os resultados esperados. Para isso, algumas métricas podem ser utilizadas durante a análise como:

  • Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) – Serve para medir o retorno de lucro líquido em relação ao patrimônio da empresa.

  • Retorno sobre Investimento (ROI) – Calcula o retorno obtido a partir de cada investimento realizado.

  • Custo de Aquisição por Cliente (CAC) – Mede o valor que é necessário investir para conquistar os clientes.

  • Ticket Médio – Indicador que mostra quanto cada cliente costuma gastar em uma compra.

Perspectivas dos Clientes

Já é de conhecimento geral que é muito mais econômico manter os clientes já existentes do que buscar novos. Por isso, é fundamental avaliar como está a relação do seu negócio com os consumidores.

Nessa perspectiva é importante se perguntar “como o cliente enxerga a organização?” para desta forma saber qual é o nível de satisfação dos mesmos e qual a relevância da empresa para o mercado como um todo.

Com isso em mente deve-se levantar quais são os diferenciais que atraem os clientes e quais são os pontos que a empresa pode melhor, a partir disso formular ações que fidelizam os consumidores e trazer cada vez mais clientes.

Perspectivas dos Processos Internos

Esse tópico se refere a qualidade dos processos internos, afinal processos mal estruturados podem trazer vários problemas para o negócio como: desperdício de matéria-prima, atrasos nas entregas, produtos defeituosos e insatisfação dos clientes.

Para analisar essa perspectiva temos que verificar quais são os processos que mais impactam no dia a dia do seu negócio, aperfeiçoá-los ou criar novos processos que atendam melhor as estratégias e auxiliem no crescimento da empresa.

Vale destacar que a eficiência dos processos está muito ligada com o engajamento da equipe, então, é importante analisar como está sendo o papel das lideranças nos treinamentos e coordenação das atividades.

Perspectivas do Aprendizado e Crescimento

Nesta perspectiva do Balanced Scorecard (BSC) o ponto principal é saber quais conhecimentos e experiências são necessários para que a empresa alcance os seus objetivos.

Para isso, deve-se buscar uma cultura organizacional que estimule a aprendizagem e o crescimento por meio de capacitações, incentivos para os colaboradores e estabelecer um clima favorável à aprendizagem, por exemplo.

Além disso, é importante ter em mente que a inovação deve estar presente na cultura da empresa, pois o mercado sofre mudanças constantemente e é necessário estar preparado para lidar com os diferentes cenários que possam surgir.

Como implementar Balanced Scorecard (BSC) na sua empresa

Conheça uma forma simples e prática de aplicar a metodologia dentro da sua empresa.

Monte o Mapa Estratégico

O Balanced Scorecard (BSC) conta com uma representação visual que auxilia na implementação da metodologia nos negócios, o chamado mapa estratégico. Para montá-lo é muito simples, basta criar uma tabela com as 4 perspectivas na seguinte ordem:

  • Perspectiva Financeira

  • Perspectiva do Cliente

  • Perspectiva de Processos Internos

  • Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

Defina os objetivos estratégicos

Deve-se definir os objetivos relacionados a cada uma das perspectivas. Alguns exemplos são:

  • Perspectiva Financeira: Aumentar o número de vendas

  • Perspectiva do Cliente: Aumentar a fidelidade dos clientes

  • Perspectiva de Processos Internos: Diminuir o tempo entre os pedidos e as entregas.

  • Perspectiva de Aprendizado e Crescimento: Ter um time de vendas altamente qualificado.

Selecione os indicadores

Para mensurar os resultados é fundamental escolher os indicadores certos que vão auxiliar no comprimento das metas das empresas. Ao longo do texto já citei alguns que podem ser utilizados, mas você deve escolher o que mais se encaixa nos objetivos da empresa.

Estabeleça os objetivos específicos

Para chegar a meta final da empresa é importante fragmentar em metas ou objetivos específicos que irão ser aplicados no dia a dia para alcançar os objetivos estratégicos da empresa.

Crie as iniciativas

Com os objetivos e os indicadores já estabelecidos é hora de converter essas informações em ações que poderão ser realizadas pelos colaboradores da empresa.

Por exemplo: Se o objetivo é melhorar a satisfação dos clientes, uma das iniciativas é fazer um programa de treinamento de atendimento com o setor de vendas.

Ao final teremos uma tabela completa com todas as informações necessárias para a empresa se desenvolver e alcançar os melhores resultados.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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domingo, 3 de setembro de 2023

Douglas McGregor, é o pai da Teoria X e Y

Douglas Murray McGregor foi um psicólogo americano que ficou bastante conhecido por seus estudos e contribuição nas áreas de gestão comportamental e administração. A sua fama dentro do círculo da administração se deu em função das suas ideias sobre teoria X e teoria Y, que representam duas abordagens opostas em relação à gestão de funcionários, as quais nós conheceremos em breve. 

Ele cresceu e se desenvolveu na cidade de Detroit, no começo do século XX. A cidade foi um dos berços da industrialização nos Estados Unidos e ficou mundialmente conhecida por sua indústria automobilística que já empregou milhares de pessoas. 

Essa circunstância foi preponderante para o desenvolvimento dos estudos e teorias por Mcgregor sobre as relações entre empresas e colaboradores. 

McGregor casou-se com Virginia Miller em 1932, e juntos tiveram três filhos. Virginia era uma professora que mais tarde se tornou uma importante pesquisadora na sua área de trabalho. 

O casal compartilhava interesse em questões sociais e políticas e, mais tarde, escreveram juntos o livro: "The Human Side of Enterprise", que se tornou uma das principais obras de Mcgregor. 

Neste artigo iremos abordar aspectos da infância, juventude, os estudos e a trajetória profissional de Mcgregor, bem como as principais ideias que ele ajudou a desenvolver ao longo da carreira. 

Os primeiros passos de Mcgregor 

Nascido Douglas Murray McGregor em 1906, na cidade de Detroit, Michigan, nos Estados Unidos. Ele era o mais velho de dois filhos e cresceu em uma família de classe média. Seu pai era um engenheiro e sua mãe uma dona de casa. 

Durante sua infância e juventude, ele demonstrou de forma precoce interesse em questões sociais e políticas. Acredita-se que ele foi influenciado pelo trabalho de seu avô, que era um líder sindical, e pelos escritos do filósofo socialista Bertrand Russell. 

O seu avó foi o responsável por criar o Instituto Mcgregor, o qual foi administrado por seu pai e tio. O local funcionava como um abrigo para os trabalhadores que chegavam na cidade em busca de emprego nas fábricas. Quando adolescente, Mcgregor trabalhou como recepcionista, além de tocar piano para quem estivesse de passagem no abrigo. 

McGregor frequentou a Wayne State University em Detroit, onde obteve seu bacharelado em administração em 1927. Ele se tornou mestre em psicologia industrial pela Universidade de Michigan em 1930 e fez seu doutorado em psicologia na Universidade de Harvard em 1935.

No ano de 1937, quando tinha apenas 31 anos, ele foi responsável por criar a cátedra de Relações Industriais no MIT, bem como, tornou-se consultor de relações industriais da Chemical Company Dewey e Almy, uma indústria de selantes e adesivos. 

Além das universidades de Wayne State, Harvard e MIT, Mcgregor também foi professor na Antioch College, onde se dedicou a desenvolver estudos sobre os direitos civis dos trabalhadores, segundo ele, o tempo em que esteve em Antioch lhe deu uma vasta experiência no campo da liderança organizacional. 

Durante seu tempo como professor universitário, McGregor desenvolveu seus estudos na área de psicologia e administração, como veremos a seguir. 

As principais idéias de Douglas McGregor 

McGregor tornou-se mundialmente conhecido por suas ideias sobre teoria X e teoria Y, que representam duas abordagens opostas em relação à gestão de colaboradores. Na teoria X, descreve-se uma abordagem autoritária em que os gerentes acreditam que seus funcionários são preguiçosos, desmotivados e precisam ser controlados e ameaçados, inclusive com punições para realizar seu trabalho corretamente. 

Já a teoria Y descreve um cenário oposto, a sua abordagem é mais colaborativa, nela os gerentes trabalham para que os seus colaboradores sejam motivados, criativos e responsáveis, e acreditam que seu trabalho pode ser realizado com liberdade e autonomia. 

Ele acreditava que a teoria X era prejudicial por desmotivar os funcionários, levando a um aumento do absenteísmo, da rotatividade e da insatisfação no trabalho. Fatores que geram prejuízo para as empresas. 

Para implementar a teoria Y, McGregor argumentou que os gerentes precisam adotar uma série de práticas de gestão orientadas para as pessoas. Isso inclui a criação de um ambiente de trabalho positivo e seguro, que valorize e recompense o desempenho, a comunicação aberta e honesta com os trabalhadores. 

Além disso, ele incentivou a participação dos trabalhadores nas decisões organizacionais e o desenvolvimento de políticas de recursos humanos que fomentam a aprendizagem e o crescimento dentro das fábricas. 

McGregor foi um dos pioneiros ao propor que os gerentes precisavam mudar sua atitude em relação aos trabalhadores, antes vistos como números, para uma posição de maior importância. Para ele, o colaborador é um elemento valioso dentro das empresas, e deveria ser tratado com maior consideração, em vez de encarado como um recurso facilmente substituível a ser controlado. 

Para McGregor, a gestão deveria ser mais centrada no trabalhador. Ele argumentou que os processos deveriam ser orientados para as pessoas, considerando as necessidades e os interesses dos trabalhadores, em vez de se concentrar exclusivamente nos objetivos da empresa.

Conclusão 

Em resumo, a teoria de McGregor sobre a gestão centrada no trabalhador propôs uma abordagem mais colaborativa e orientada para as pessoas para a administração. Ao adotar essa abordagem, os gerentes podem criar um ambiente de trabalho positivo e envolvente, motivando os trabalhadores e melhorando a eficácia organizacional. 

Ao longo da sua vida, McGregor escreveu vários livros e artigos. Confira algumas de suas principais obras. Sua contribuição para a teoria da administração foi significativa e sua abordagem centrada no trabalhador ainda é relevante hoje é objeto de estudo de discussão dentro de empresas e cursos de administração. 

Bom trabalho e grande abraço! 

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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