terça-feira, 16 de agosto de 2022

Frederick Winslow Taylor e a administração científica

A razão é a maior arma do ser humano. Através dela fomos capazes de desenvolver nossa mais refinada tecnologia, além de produzir grandes obras, sejam elas intelectuais ou mesmo construções que desafiam a natureza. Essa importante característica nos legou uma grande vantagem sobre as outras espécies do planeta, nos tornando assim o ser dominante e mais bem sucedido na corrida evolucionista.

Não por acaso, especialistas apontam que nossa espécie, o homo sapiens, conseguiu superar as vantagens físicas dos homo neanderthalensis graças ao seu pensamento lógico, capaz de traçar estratégias melhores para a coleta de alimentos e otimizar sua sobrevivência no inóspito cenário pré-histórico.

O uso da razão continuou em alta desde então em nossa espécie. Desde os filósofos da antiguidade até o advento do método científico, nossa capacidade de compreender os processos da vida e construir uma civilização ordenada só vem aumentando. Assim, para qualquer área do conhecimento em que os humanos busquem aprofundar-se haverá, necessariamente, um uso contínuo da razão e seus atributos. 

Na administração isso não foi diferente, pois um dos seus principais teóricos clássicos teve como base a busca de uma otimização dos resultados a partir da racionalidade e capacitação dos operários. Estamos falando de Frederick Winslow Taylor, o pai da administração científica.

Quem foi Frederick Taylor?

A história de um dos principais teóricos da administração começa em 1856, na Filadélfia. Taylor nasceu em uma família abastada e viveu parte da sua infância vendo a Guerra de Secessão (1860 - 1865) dividir seu país em um conflito civil. Seus pais, favoráveis ao fim da escravidão, atuaram fortemente nesta causa e educaram seu filho de igual modo. 

Entretanto, por ter condições financeiras, a vida estudantil do infante Taylor foi bem diversa: estudou em alguns países como França e Alemanha, além de chegar a cursar direito em Harvard, por volta dos anos 1873, com apenas 17 anos.

Porém, o que parecia uma vida “fácil” e bem desenhada desde cedo mudou seu rumo em pouco tempo. Enquanto cursava sua faculdade em Harvard, Taylor descobriu um problema em sua visão que o impedia de continuar sua carreira em direito.

Precisando se reinventar, o pai da administração encontrou em uma profissão alternativa o ofício que mudaria sua vida para sempre. Assim, o jovem Taylor ingressou como aprendiz de industrial em uma fábrica na Filadélfia e nunca mais voltou-se ao direito, pois mergulhou fundo no seu novo trabalho. 

Com o tempo, sua experiência em fábricas o levou a diversos setores: começou aprendendo sobre bombas hidráulicas, depois foi atuar diretamente em uma metalúrgica até galgar o cargo de engenheiro-chefe, que obteve após a finalização do seu curso de engenharia mecânica. Foi nesse cargo em que o pai da administração moderna começou a enxergar um pouco de sua visão para um modelo de gestão eficiente.

Alguns anos depois Taylor ganhou novos ares ao trabalhar com consultoria e gestão, buscando expandir suas ideias e testá-las nas diversas empresas que prestavam seus serviços. Esses anos de experiência o tornaram um excelente administrador, pois ao aplicar os princípios do racionalismo em seu modo de gerir as empresas e os processos nas fábricas - Taylor tornou-as verdadeiras potências quanto à produção.

Para relembrarmos, o racionalismo foi um movimento científico-filosófico do século XVII que dizia, em síntese, que o Ser Humano deveria sempre agir de acordo com a razão, pois era esta característica que nos diferenciava dos demais animais. 

Assim, a base do racionalismo está em uma fria matemática em que considera apenas a lógica como solução para conflitos e problemas. Percebendo essa ideia, Taylor buscou implementar os princípios do racionalismo em sua gestão. 

Desse modo, ao sistematizar de maneira racional o modo de produção fabril, Taylor desenvolveu um método que aumentava a eficácia e eficiência dos operários e, naturalmente, produzia-se mais: o Taylorismo.

O Taylorismo na Administração

O método empregado por Taylor tornou-se conhecido ao redor do mundo após o lançamento do seu livro "Os princípios da administração científica'', em 1911.

É necessário destacar a obra de Taylor pela sua relevância a história da administração e sobre isto cabe alguns comentários. O primeiro deles é de que, para a época, gerir uma empresa (ou qualquer outro empreendimento) mais aparentava ser uma atitude “intuitiva”, em geral sem estratégia e com pouca sistematização de processos. Entretanto, se considerarmos que apenas no século XIX a revolução Industrial, que começou na segunda metade do século XVIII, foi consolidada em diferentes partes do globo, não é de se espantar com a proposta revolucionária de Taylor.

Desse modo, os princípios fundamentais de sua teoria, assim como o próprio livro, são um marco fundamental na história da administração. É através das obras de Taylor que outros grandes nomes como Henri Fayol e Henry Gantt impulsionam suas ideias e também tornam-se destaques nos estudos da administração.

Mas afinal, o que sugere o Taylorismo?

A grosso modo, a abordagem de Frederick Taylor versa por uma maior eficiência no trabalho. Desse modo, um das suas ideias-base seria a divisão do trabalho, tópico central que seria utilizado mais tarde por Henry Ford em larga escala. 

A lógica usada por Taylor era a de que trabalhadores bem instruídos em seus serviços e concentrados nele poderiam ser mais eficientes do que uma produção em que ele atuaria em diversos ramos. 

Assim, gerando mão de obra especializada e treinada para executar as tarefas necessárias, a indústria não ganharia apenas em agilidade, mas também na qualidade dos seus produtos. 

Desse modo, o Taylorismo trouxe uma série de benefícios para empregadores e empregados, garantindo o desenvolvimento da indústria.

O legado de Frederick Taylor

Infelizmente, por mais um trágico infortúnio, a vida de Taylor se foi ainda muito cedo. O pai da administração científica morreu com apenas 59 anos, em 1915, tempo em que atuava lecionando aulas e trabalhando como gestor. 

Apesar da brusca interrupção de sua existência, Frederick Taylor entrou para a história como um dos principais fundadores da teoria geral da administração, sendo colocado ao lado de Fayol e Ford como um dos principais nomes da administração clássica.

Seus livros influenciaram gerações e seu método, ora amado por alguns e muitas vezes criticado por tantos outros, continua a ser referência, por mais que para os dias atuais haja modificações necessárias a serem feitas. De qualquer maneira, é inegável a contribuição deste grande administrador, o que o torna merecedor de estar entre os pais da administração.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 9 de agosto de 2022

Aprenda como fazer o Diagrama de Gantt


Conheça uma ferramenta que irá te ajudar a gerenciar os projetos da sua empresa e otimizar o tempo de execução, o Diagrama de Gantt

Saber a melhor forma de gerenciar projetos é sem dúvidas uma habilidade fundamental para os empreendedores, neste sentido ferramentas como o Diagrama de Gantt podem te ajudar.

Com ele é possível identificar tudo que precisa ser executado e organizar da melhor forma para colocar o projeto em prática.

Neste texto apresento a origem da ferramenta, os benefícios e como fazer o seu próprio Diagrama de Gantt.

O que é e como surgiu o Diagrama de Gantt?

O Diagrama de Gantt ou Gráfico de Gantt é um modelo visual para facilitar no gerenciamento de um projeto. Com ele é possível controlar as atividades a serem realizadas e o tempo necessário para executá-las.

A primeira versão da ferramenta foi desenvolvida pelo engenheiro polonês Karol Adamiecki em 1896 e era chamado de Harmonograma, que buscava criar equipes harmoniosas através da representação gráfica dos processos.

O engenheiro norte-americano Henry Gantt se inspirou no modelo criado por Karol Adamiecki para criar um gráfico de barras em 1903, que ilustrava como seria o cronograma de um projeto industrial.

Embora o Diagrama de Gantt tenha sido usado pelo governo dos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial para planejar a produção de veículos de guerra, armamentos e munições, foi só com o desenvolvimento da tecnologia que o modelo passou a ser utilizado com mais frequência.

Isso porque como os ajustes no gráfico precisavam ser feitos a mão, eles demandavam muito tempo para serem executados.

As vantagens do Gráfico de Gantt 

A ferramenta é uma ótima forma de criar e gerenciar projetos complexos, pois é fácil de compreender e visualizar, auxiliando na execução e monitoramento das atividades. Além disso, os outros benefícios são:

Distribuir as tarefas

Projetos grandes possuem várias tarefas conectadas umas às outras, com o Diagrama de Gantt é possível desmembrar as atividades em tarefas menores, simplificando a organização.

Também desta forma é mais fácil saber quem é responsável por cada tarefa e qual é o prazo de execução.

Atribuir responsáveis pelas atividades

No Diagrama de Gantt você pode incluir informações dos responsáveis por cada atividade, facilitando a comunicação entre os colaboradores e o gerenciamento do projeto.

Administrar a interdependência das atividades

Muitas vezes para começar uma tarefa, outra precisa ser concluída primeiro. Por exemplo: não é possível colocar o bolo para assar, antes de preparar a massa.

Por isso, é importante que o gestor tenha clara como as tarefas se relacionam para definir os prazos de início e término de cada uma.

Auxiliar na definição dos prazos de entrega

Como você tem uma listagem detalhada de todas as atividades que precisam ser executadas e a correlação entre elas, pode determinar quanto tempo será necessário para que cada tarefa seja realizada e até otimizar o trabalho, desenvolvendo duas tarefas que não estão relacionadas em simultâneo.

Facilitar o acompanhamento do projeto

Como o Diagrama de Gantt é uma ferramenta global, é mais simples que toda a equipe visualize o andamento do projeto e o gestor faça ajustes quando uma atividade demora mais tempo do que o planejado, por exemplo.

Quando utilizar a ferramenta?

Conheça as maneiras de aplicar o Diagrama de Gantt na gestão de atividades essenciais para qualquer empresa:

Lançamento de um novo produto

A visão global da ferramenta possibilita que você centralize todo o processo desde a criação até o lançamento do produto em um único lugar e tenha uma visão clara de como está o andamento.

Campanhas de marketing

Desenvolver uma campanha de marketing envolve várias atividades que necessitam de colaboração, coordenação e atenção aos detalhes. A aplicação da ferramenta neste caso contribui bastante na otimização e gerenciamento do processo.

Gerenciamento de custos

A ferramenta também pode ser utilizada para administrar os recursos da empresa ao longo do tempo. Neste caso, além das tarefas e a duração, também é contabilizado os gastos para a execução das atividades.

Como fazer um Diagrama de Gantt

Embora cada projeto tenha um gráfico distinto, existem algumas etapas necessárias para aplicar a ferramenta. Atualmente existem vários softwares que facilitam a criação, mas você pode utilizar o Excel e até papel e caneta.  

O Diagrama também recebe o nome de gráfico, pois ele é baseado em dois eixos, um vertical e outro horizontal. O primeiro é onde são colocadas as atividades e no segundo o tempo (dias, semanas, meses, etc.).

No meio do gráfico a partir do eixo vertical são inseridas as barras que representam as tarefas de acordo com o tempo de execução. Para saber quais atividades estão relacionadas com as outras são colocadas setas curvas, conforme exemplo a seguir:

Mas antes de montar o seu próprio Diagrama de Gantt, é importante desenvolver essas 5 atividades:

1.   Definir o tempo de duração

Para organizar o projeto é necessário saber qual será o tempo entre o início das atividades e a conclusão, logo, esse é o primeiro passo a ser dado.

2.   Liste as tarefas

Para preencher o gráfico você precisa das informações, certo?

Por isso, você deve listar todas as atividades necessárias para a finalização do projeto. Se houver atividades muito amplas, você deve dividi-las em tarefas menores.

3.   Identifique a relação entre elas

Agora é o momento de ordenar as tarefas. Se existem atividades que são interdependentes é fundamental que isso seja fácil de identificar na ferramenta.

Já atividades que não tem relação e podem ser executadas ao mesmo tempo, podem ser feitas em conjunto para diminuir o tempo de realização.

4.   Determine os prazos e responsáveis

Com as tarefas organizadas você pode definir os prazos de execução de cada uma. Para isso, é importante considerar a complexidade da atividade e o número de pessoas envolvidas.

 Por exemplo, se duas pessoas estão desempenhando a mesma tarefa, a tendência é que leve menos tempo que uma atividade individual.

Também é nesta etapa que é escolhido quem será o responsável, mesmo que seja uma atividade em grupo, é importante ter uma pessoa como referência.

5.   Identifique os marcos

Os marcos são pontos fixos que auxiliam a equipe a organizar as prioridades, utilizados para verificar o andamento do projeto e indicar a equipe o que deve ser priorizado. Por exemplo: a entrega da primeira versão do trabalho para o cliente.

Dicas para utilizar o Diagrama de Gantt

  • Defina o caminho crítico: são tarefas que se atrasarem comprometem a data de conclusão do projeto, por isso, requerem mais atenção.

  • Deixe espaço para imprevistos: durante a execução do projeto é natural que sejam necessários fazer alguns ajustes e correções, então é importante deixar uma “margem de erro” para estas situações.

  • Utilizar cores: uma forma de facilitar a visualização é trabalhar com um esquema de cores que destaque as tarefas ou os responsáveis.

  • Disponibilize para toda a equipe: é importante que os colaboradores envolvidos tenham acesso às informações e possam tirar dúvidas quando necessário.

Então, você acha que o Diagrama de Gantt é a ferramenta certa para você utilizar na sua empresa?

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 2 de agosto de 2022

LTV: tudo que você precisa para saber o valor dos seus clientes

LTV

Quanto vale o seu cliente? Esta resposta você consegue com o LTV, uma métrica que irá te mostrar se o seu negócio está no caminho certo. Continue a leitura e aprenda como chegar a este número.

Entenda o LTV

LTV é a sigla para em inglês para lifetime value (valor do tempo de vida do cliente) é um dado que revela qual o montante oferecido pelo cliente à empresa durante o seu vínculo.

Ele é muito usado pelas empresas de SaaS (software as a service, ou software como serviço), negócios que disponibilizam serviços eletrônicos de forma online, sem o cliente precisar de um hardware ou software. Exemplo: Netflix, Google Drive e LinkedIn.

Contudo, este índice KPI (key performance indicator ou indicador chave de desempenho) pode ser usado por qualquer empreendimento. Porque com ele em mãos é possível:

  • Estabelecer o valor máximo que pode ser investido em marketing para aquisição e retenção de clientes.

  • Antecipar as receitas dos próximos meses.

  • Ajudar a identificar quando e o motivo por que os clientes não estão comprando mais.

  • Contribuir para a descoberta de novas oportunidades.

O que devo saber antes de calcular o LTV?

Dependendo do tipo de negócio você pode medir “de cabeça” o LTV de um cliente.

Por exemplo:

Uma escola de música oferece 3 cursos de violão: iniciante; intermediário e avançado:

  • Iniciante: valor mensal de R$150,00 e duração de 3 meses.

  • Intermediário: valor mensal de R$225,00 e duração de 6 meses.

  • Avançado: valor mensal de R$300,00 e duração de 12 meses.

O João começou como iniciante, passou para intermediário e recentemente terminou o avançado.

Logo, o seu LTV é: 150 x 3 + 225 x 6 + 300 x 12 = R$5.400

Já Maria começou no iniciante, foi para o intermediário, mas fez apenas 5 meses do avançado.

LTV: 150 x 3 + 225 x 6 + 300 x 6 = R$3.600

Contudo, fazer isso com todos os clientes é algo inviável.

Por isso, antes de calcular o LTV outros dados precisam ser levantados: ticket médio, tempo de retenção dos clientes e CAC (custo de aquisição do cliente).

Como obter o ticket médio

O ticket médio representa o valor médio gasto pelos clientes. Ele pode ser calculado por compra ou por cliente.

Por exemplo: um restaurante delivery vende em média 100 marmitas por dia trabalhando de segunda a sexta. Logo o número de marmitas servidas no mês é 2.000 (100 x 20)

Supondo que o faturamento médio mensal é R$30.000. Dividindo o faturamento pelo número de vendas mensais, temos um ticket médio por compra de R$15,00.

O cálculo do ticket médio por cliente utiliza o faturamento total dividido pelo número de clientes.

Deduzindo que o restaurante atende 800 clientes por mês, o ticket médio por cliente é R$37,50 (30.000 x 800).

Como saber o tempo de retenção dos clientes

Para chegar a este número você precisa de ter um sistema que identifique quanto tempo o cliente continua comprando com a empresa.

Logo, dá um certo trabalho para chegar a ele.

Por exemplo: um plano de saúde teve 150 clientes que desistiram do serviço em 10 anos, destes:

  • 80 permaneceram 3 anos.

  • 20 permaneceram 5 anos.

  • 50 permaneceram 8 anos.

Para encontrar o tempo de retenção de clientes aplica-se esta fórmula:

[(nº clientes x período de permanência) + (nº clientes x período de permanência)] / total de clientes desistentes

Logo:

[(80 x 3) + (20 x 5) + (50 x 8)] /150

(240 + 100 + 400) / 150

Tempo de retenção dos clientes = 4,93 anos.

CAC (custo de aquisição por cliente)

Embora este dado não seja obrigatório para calcular o LTV (você pode usar somente o ticket médio x tempo de retenção) ele torna a informação mais precisa.

Afinal, dificilmente o cliente chegará até você sem que haja algum tipo de investimento, mas se ele for muito alto, prejudica a saúde financeira do negócio.

O CAC, como o nome já diz, é o valor aplicado para conseguir um cliente.

 Ele é contabilizado pela fórmula:

 Soma de investimento / nº de clientes adquiridos

Por exemplo, uma empresa investiu R$2.000,00 em campanhas publicitárias durante um mês e com isso adquiriu 7 clientes, logo:

R$2.000,00 / 7

CAC = R$285,71

Como medir o LTV?

Fazendo o dever de casa, chegar ao LTV é algo simples. Basta seguir a fórmula:

(ticket médio anual x tempo de retenção dos clientes em anos) – CAC

Por exemplo: uma empresa de consultoria tem os seguintes dados:

  • ticket médio anual = R$30.000,00

  • tempo de retenção dos clientes = 2 anos

  • CAC = R$5.000,00

LTV: 30.000 x 2 – 5.000

LTV: R$ 55.000,00

Quanto maior o valor do LTV melhor para o negócio, pois significa que os clientes estão gastando mais e permanecendo mais tempo com a empresa.

Então, o ideal é que este número cresça a cada nova avaliação.

Como elevar o LTV?

Conheça 5 táticas para aumentar o valor dos seus clientes.

1.   Invista em programas de fidelidade

Como diz Philip Kotler “conquistar um novo cliente custa entre 5 e 7 vezes mais do que manter um atual".

Então, manter o foco nos clientes que já compram os seus produtos é o primeiro passo para melhorar o LTV.

Uma estratégia clássica e funcional são os programas de fidelidade. Por exemplo: oferecer brindes diferenciados para clientes antigos.

2.   Aproveite o Marketing de Conteúdo

Marketing de Conteúdo é disponibilizar conteúdos relevantes para o seu público (artigos de blog, vídeos e posts em redes sociais) de forma estratégica, criando assim uma relação entre você e seu cliente, que se reflete em vendas.

A maioria das empresas já está no meio digital, entretanto, falta estratégia, estudo das ferramentas e métricas para atingir os objetivos.

Então, para conseguir resultados através do Marketing de Conteúdo e fidelizar os clientes, buscar conhecimento é fundamental.

3.   Dedique-se ao atendimento

Se você deseja que o cliente retorne, prestar um atendimento com excelência é fundamental.

Por isso, invista em treinamentos e prepare a sua equipe para dar o melhor suporte para o cliente, principalmente no pós-venda, que é um setor decisivo na fidelização.

4.   Escolha o cliente certo

Esta afirmação pode parecer contraditória, afinal quanto mais clientes, melhor, certo?

Nem sempre. 

Buscar clientes sem estratégia pode até aumentar o LTV num primeiro momento, mas a longo prazo, é bem provável que essa métrica caia.

Pois, se o cliente não se identifica com o produto ou a marca, ele não vai ficar por muito tempo.

Logo, traçar um perfil de cliente ideal e focar nele, é a melhor maneira de colher resultados no futuro.

5.   Crie uma escala de preços

Esta é uma estratégia que ajuda a captar mais clientes dentro do perfil desejado.

Também é possível aumentar o ticket médio por cliente o incentivando a migrar do plano básico para o premium, por exemplo.

E agora já consegue saber o valor do seu cliente? Diga nos comentários.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 26 de julho de 2022

Louis Vuitton, o aprendiz que construiu um Império

Como nasce um negócio de sucesso? Podemos responder essa pergunta de diversas maneiras, mas certamente exige-se, basicamente, dois requisitos: inovação e um excelente conhecimento do seu ramo. É evidente que junto a essas duas qualidades há uma série de habilidades e modelos de gestão, mas em síntese nenhum bom empreendedor pode-se dar ao luxo de não conhecer bem seu segmento e muito menos abrir mão de criar algo novo, ajudando assim a melhorar a qualidade de vida dos seus clientes e diferenciando seu produto ou serviço.

Frente a isso, hoje conhecemos um dos empreendedores que foi um mestre na inovação e conhecimento do seu público. O resultado dessas duas qualidades não poderia ser menos do que o nascimento de uma das marcas mais famosas dos nossos tempos. Estamos falando de Louis Vuitton, o empreendedor que criou um império a partir das suas bolsas.

Quem foi Louis Vuitton?

A história do nosso empreendedor começa em uma pequena aldeia francesa chamada Jura, em 1821. Sua família tinha uma tradição no ramo da carpintaria, sendo grande parte dos seus familiares carpinteiros ou moleiros. Assim, do ponto de vista do jovem Louis, sua vida já estava toda desenhada: seguiria a profissão do pai e se tornaria também um carpinteiro. 

Pouco sabemos sobre seus primeiros anos de vida, mas podemos deduzir que a vida do infante Vuitton não devia ter uma grande perspectiva de mudança daquela realidade. Colocamos dessa maneira pois, por mais que não aceitemos totalmente a ideia de que o meio influencia o indivíduo, é perceptível que para um jovem do início do século XIX, vivendo na modesta região de Jura, não havia tantas opções a desfrutar, sejam elas de modelos de negócio a empreender ou profissões a seguir.

Porém, como a vontade do Ser Humano é capaz de mover montanhas, sabemos por meios das fontes históricas que por volta dos anos 1840 Louis Vuitton mudou-se para Paris. Seu objetivo nesse tempo era tornar-se um aprendiz de um fabricante de baús e dominar a arte da fabricação destes. 

O desejo de conhecer essa arte e saber como os pesados baús de viagem eram construídos o levou a formalizar seu ofício como um construtor dos objetos de madeira. À medida que dominava a técnica de construção, porém, Louis Vuitton percebeu que o produto que ele construía carecia de muitas melhorias, o que lhe rendeu diversas ideias de como poderia aperfeiçoar algo que já existia na tradição europeia.

Lembremos, antes de aprofundarmos no sucesso de Louis Vuitton, um pouco sobre o contexto em que o nosso empreendedor estava inserido. A sociedade francesa do século XIX começava a aspirar ares do que ficou conhecido como a Belle époque. Após décadas precisando restabelecer-se da revolução francesa e das guerras napoleônicas. Assim, a classe mais afortunada da sociedade francesa passava a desfrutar de viagens e para isso levava em suas carruagens os pesados baús contendo roupas, objetos pessoais e acessórios.

Apesar de cultivar um estilo de vida “moderno” para a época, toda a sociedade europeia utilizava os baús de viagem, um item que remontava à França do Antigo Regime e dos reis absolutistas. Pela necessidade logística de guardar os pertences, esse instrumento pouco havia mudado com os séculos e até então ninguém havia pensado que poderia-se construir um produto mais simples para facilitar o transporte dos bens pessoais.

O empreendedor Vuitton quebrando paradigmas

Compreendendo esse cenário e desejando mudá-lo, somente em 1854, cerca de dez anos após tornar-se aprendiz, Louis Vuitton abriu uma pequena oficina para tentar achar uma solução mais confortável para os viajantes. Foi assim, com um pequeno desejo que nascia, quase “sem querer”, uma das principais marcas de bolsas e malas do mundo. É notável, porém, que a iniciativa de Vuitton não teve nada de acaso, pois após uma década trabalhando no ramo o aprendiz certamente conhecia não apenas sua clientela, mas também as dificuldades e reclamações enfrentadas pelo produto.

Dessa forma, não a toa a primeira inovação realizada por Vuitton foi no material que revestia as malas: ao invés do couro, que ficava pesado e bastante úmido, prejudicando a madeira, passou a utilizar tecido impermeável. Esse ajuste por si só tornou as malas de Louis Vuitton extremamente atraentes para o público pelas suas vantagens comparadas às malas tradicionais. Nesse primeiro modelo também havia um reforço metálico, principalmente nas pontas das malas, para que seu encaixe não soltasse facilmente com o tempo de uso.

Não precisamos dizer que a criação de Louis Vuitton foi um sucesso. Esse é, sem dúvida, um caso emblemático de como a visão do empreendedor faz toda a diferença na gestão de uma empresa. 

Para muitos, confortáveis na venda natural das malas, não existia uma preocupação real com a experiência do cliente, muito menos na melhoria do que estava sendo oferecido. A mentalidade de conforto e pouco esforço, traduzida na reprodução quase automática de uma maneira de fabricar os baús, deram a Louis Vuitton a oportunidade de mexer não apenas com o mercado, mas tornar-se um exemplo de como uma empresa deve olhar para os seus serviços: sempre buscando aperfeiçoar a experiência dos seus clientes e seguir inovando

Empreendendo através das gerações e sucedendo a paixão em servir

De maneira quase espontânea, muitos dos concorrentes de Louis Vuitton começaram a copiar seu engenhoso produto para conseguir manter-se no mercado. Assim, a cada inovação realizada por Vuitton nas bolsas e malas, tornando-as mais práticas, logo em seguida todos os concorrentes adaptavam seus produtos e faziam cópias. Como então resolver esse problema? Afinal, como o cliente diferenciaria uma mala da outra? A solução veio não pelas ideias de Louis Vuitton, mas do seu filho, Georges Vuitton.

Após a morte do seu pai, em 1892, Georges assumiu a empresa, que nesse novo momento já era conhecida não apenas na França, mas em toda a Europa. Ainda assim, o velho problema continuava a existir. O filho de Louis Vuitton encontrou uma solução genial para diferenciar de vez seu produto da concorrência. Em 1896 ele ordenava que a partir daquela data todos os produtos da Louis Vuitton deveriam ter duas letras, as iniciais da empresa. Assim nascia a logomarca, uma solução pela qual até hoje reconhecemos uma mala ou bolsa desta gigante do mercado da moda.

Além disso, podemos compreender como esse espírito empreendedor foi sendo forjado na família Vuitton, visto que George também ensinou aos seus filhos a gerenciarem a empresa e dedicarem-se aos negócios. Isso mostra que, em certo grau, o meio em que crescemos nos ajuda a desenvolver certas habilidades e aptidões, mas que também podemos traçar nosso próprio destino e superar as dificuldades do contexto em que vivemos. Assim, empreender se torna uma decisão diária entre mudar a realidade em que estamos inseridos ou sucumbir a ela.

A empresa ficou nas mãos da família Vuitton até 1977, quando Henry Recamier, um famoso executivo, assumiu o comando da empresa. Apesar disso, o nome de Louis Vuitton, mais de um século após a sua morte, segue como um dos mais importantes empreendedores da história da França, sinônimo não apenas de luxo, mas de inovação e capacidade de transformação. Assim, o jovem garoto que saiu da região de Jura ganhou não apenas o mundo, mas seu lugar na história.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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