quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Definições de Características Empreendedoras (por pesquisadores PhDs do assunto)


Aqui estão as principais características do empreendedor atribuídas por diversos autores ao longo do tempo, podemos observar que estes estudiosos atribuem semelhanças nesta linha do tempo independentemente de ciclos econômicos e mudanças globais, vejamos:

AnoAutorAlgumas definições de características em épocas
1848MillAssumir riscos.
1917WeberAutoridade formal.
1934SchumpeterInovação, iniciativa.
1954SuttonDesejo de responsabilidade.
1959HartmanAutoridade formal.
1961McClellandAssumir riscos, necessidade de realização, otimismo,
relacionamento (afiliação), poder, autoconsciência.
1963DavidsAmbição, desejo de independência, responsabilidade,
autoconfiança.
1964PickleFoco, relacionamento, habilidade de comunicação,
conhecimento técnico.
1969GouldPercepção de oportunidade, motivado pela realização.
1969Wainer & RubinRealização, poder e afiliação.
1970Collins & MooreSatisfação e prazer pelo que faz.
1970Hornaday & BunkerNecessidade de realização, inteligência, criatividade,
iniciativa, liderança, desejo de ganhar dinheiro,
desejo de reconhecimento, orientado à realização,
poder e tolerância às incertezas.
1971PalmerMensuração do risco.
1971Hornaday & AboudNecessidade de realização, autonomia/independência,
histórico familiar, agressividade, poder, reconhecimento,
inovação, independência.
1972DraheimExperiência, credibilidade.
1972HowellInfluências (modelos de referência).
1973WinterNecessidade de poder.
1974BorlandAutocontrole.
1974LilesNecessidade de realização.
1977GasseOrientado a valores pessoais.
1978TimmonsFoco/centrado, autoconfiança, orientado a meta,
risco calculado, autocontrole, criatividade, inovação.
1979DeCarlo & LyonsRealização, independência e liderança.
1980BrockhausPropensão a assumir riscos
1980Hull, Bosley & UdellInteresse em fama e dinheiro, autocontrole, propensão a assumir riscos, criatividade, realização.
1980SextonEnergia/ambição, reação positiva ao fracasso (superação).
1981Hisrich & O'BrienAutodisciplina, perseverança, desejo de sucesso,
orientado pela ação, orientado a metas.
1981Mescon & MontanariRealização, autonomia, dominância, controle, organização.
1981Welsch & WhiteNecessidade de controlar, busca por responsabilidade,
autoconfiança, assume desafios, risco calculado.
1982Dunkelberg & CooperOrientado ao crescimento, senso de independência,
especialização.
1982Welsch e YoungAutocontrole, maquiavelismo, auto-estima, assume riscos,
aberto a inovação, otimismo.


Para a pessoa que deseja empreender ou na organização da qual quer desenvolver a cultura empreendedora, é necessário compreender as melhores práticas das ciências humanas, do auto conhecer-se e  analisar forças, fraquezas, potencialidades, dons e competências, buscando incessantemente o auto-conhecimento voltado ao empreendedorismo e gestão.
Bom trabalho e grande abraço.
Rafael José Pôncio


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Aceitar e aprender com os erros é convite para errar, eis uma boa cultura


Empreendedor: O medo de errar pode ser o maior obstáculo para o sucesso.

A maioria dos empreendedores têm medo de errar. A impotência para avaliar as consequências de uma decisão gera muita insegurança.  

Uma decisão equivocada pode custar o seu negócio, não é mesmo?

Mas se você quer ter sucesso ao empreender, precisa aprender a superar o medo de cometer erros. 

O medo é um excelente aliado para analisarmos nossos passos com cautela. Porém, quando a hesitação se torna excessiva, ela pode se tornar um obstáculo paralisador de conquistas. 

Se observarmos as histórias dos empresários que tiveram êxito em suas áreas, veremos como o sucesso é uma mistura de acertos e fracassos. 

Então, como os erros podem se tornar uma vantagem para você, empreendedor?

Cultura do aprendizado: crescemos sendo impedidos de errar

O medo de errar é um comportamento que carregamos desde a infância. Desde pequenos somos expostos ao julgamento alheio quando cometemos algum deslize.

E no ambiente escolar esse comportamento é reforçado. Somos avaliados pelos nossos acertos e os erros são considerados sinal de pouca inteligência.

Quem nunca teve vergonha de tirar uma dúvida com o professor por medo do julgamento dos colegas?

Pois é. E carregamos essa cultura pro nosso ambiente de trabalho.

Por isso, em primeiro lugar, é preciso mudar a forma como enxergamos o erro.

É preciso olhar para o erro como uma excelente fonte de aprendizado. É transformar nossas falhas em oportunidades.

Claro que aqui não estamos falando de erros cometidos por negligência, desatenção ou por falta de conduta adequada. O erro aqui é quando apostamos em algo novo.

Em entrevista para o Sebraecast concedida a Adriano Silva, publisher do Draft, Max Carlomagno, sócio da consultoria Innoscience, diz que existem erros bons e erros ruins. 

Max diz que o erro bom é aquele que acontece quando damos um passo ao inusitado.

Por exemplo, a ideia das impressoras a jato de tinta resultou de um erro - quando um engenheiro da Canon esqueceu seu ferro quente no topo de uma caneta. 

O ferro quente derreteu a caneta e a tinta ejetou de seu cartucho. A bagunça feita com a tinta deu a ideia que formou a base da impressora Injek como a conhecemos hoje.

Embora erros como esse sejam raros, a maioria dos erros forma a base de outras invenções. É por isso que é importante dar espaço para erros controlados se você deseja inovar em seu negócio. A tentativa e o erro podem levar, depois de algum tempo, a algo que funcione.

Pode ser desafiador no começo, mas se você deseja que ideias inovadoras para o seu negócio surjam, você precisa encontrar uma forma de inserir a cultura do aprendizado no seu ambiente de trabalho.

Como? Uma boa maneira de incluir essa cultura no seu negócio é o intraempreendedorismo.

Incentivar o intraempreendedorismo é uma boa maneira de inovar com os erros.

Afinal, o que é intraempreendedorismo?
Segundo Gifford Pinchot, fundador do Graduate Institute Bainbridge, em seu livro Intrapreneuring: “Porque você não deve deixar a empresa para se tornar um empreendedor”, define o intraempreendedorismo como o ato de um indivíduo ou de uma equipe “tomarem iniciativas motivadas pelo desejo de correr riscos calculados, agindo para criar oportunidades de negócios que atendam às necessidades de crescimento e melhoria contínua da organização”. 
Em outras palavras,  o intraempreendedorismo é o empreendedorismo que acontece dentro das organizações, realizado pelos seus próprios colaboradores. Hoje em dia também cunharam o conceito de empreendedorismo corporativo, e muitas empresas já aderiram ao método.

Incentivar atitudes empreendedoras nos seus colaboradores permite um maior engajamento por parte dos colaboradores e, a partir disso, soluções inovadoras surgem com a identificação de possíveis falhas no seu negócio. 

Ao se deparar com o fracasso, você poderá revisar o que aconteceu e aprender como pode evitar erros semelhantes na próxima vez.



Sobre incentivar atitudes empreendedoras no ambiente de trabalho, Max diz que “O processo que melhor se adapta para gerir esse tipo de erro é a experimentação disciplinada. Trata-se da criação de um ambiente controlado, com clareza do que se quer testar, onde se pode ter desvios no que seria o resultado almejado. Essa disfunção entre o que se queria e o que efetivamente aconteceu é a única matéria-prima que o intraempreendedor tem para poder adequar a sua solução – na nomenclatura das startups, diz-se ‘pivotar a solução’ – e fazer algo incrível”.

Nesse ambiente as empresas utilizam seus recursos internos para criar produtos, serviços ou processos inovadores para o negócio.

E como você pode começar a implantar uma cultura intraempreendedora no seu negócio?

1 - Crie um ambiente onde as opiniões possam ser compartilhadas
Mesmo que as principais decisões sejam tomadas pelo alto escalão, é importante criar um canal aberto de ideias e hipóteses que possam ser testadas com a equipe.
2 - Delegue
Crie o hábito de delegar tarefas. A centralização é a maior inimiga do intraempreendedorismo. Isso não quer dizer que você vai deixar seus colaboradores por conta própria, continue sendo o norteador da sua equipe, mas permita que dê espaço para que eles possam assumir responsabilidades. 
3 - Valorize os projetos que surgirem
Utilizar os projetos concebidos pelos colaboradores cria a sensação de que eles estão sendo úteis para a organização e ajudando no seu crescimento.
E o principal: deixe que eles errem! Sua empresa irá evoluir, apesar das falhas ocasionais que experimenta, se você desenvolver uma cultura que seja flexível e inovadora. Isso ajudará a melhorar seus métodos e minimizar os danos causados ​​por falhas.
Portanto, criar uma cultura de aprendizado incentivando o intraempreendedorismo é uma excelente estratégia se você quer ter um negócio de sucesso.
Mudar o pensamento de que somos infalíveis é o primeiro passo para começarmos a ter uma visão mais acolhedora com os erros. 
A partir disso, enxergar as falhas como uma fonte de inovação para sua empresa pode revolucionar a forma como você conduz o seu negócio.
Além disso, vimos como incentivar o intraempreendedorismo pode ajudar a sua organização a ter colaboradores mais engajados para propor soluções inovadoras e confortáveis em testá-las.
Bom trabalho e grande abraço.
Rafael José Pôncio

Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.


terça-feira, 9 de julho de 2013

Comparação técnica dos controles do Empreendedor versus cargos Administrativos e Gerenciais


Ao analisar os estudos sobre o papel e as funções do administrador, efetuados por Mintzberg, Kotter, Stewart, e ainda sobre a abordagem processual do trabalho do administrador, pode-se dizer que existem muitos pontos em comum entre o empreendedor e administrador. Ou seja, o empreendedor é um administrador, mas com diferenças consideráveis em relação aos gerentes ou executivos de organizações tradicionais, pois os empreendedores são mais visionários que os gerentes.

Assim, quando a organização cresce, os empreendedores geralmente têm dificuldades em tomar decisões do dia-a-dia dos negócios, pois preocupam-se mais com os aspectos estratégicos, com os quais sentem-se mais à vontade.

As diferenças de controle empreendedor e administrativo podem ser comparadas em cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégica, análise de oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial:

Controle EMPREENDEDOR




Controle ADMINISTRATIVO


Norteadores

< DIMENSÕES 

Norteadores


DO NEGÓCIO >

Mudanças rápidas:

Dirigido pela percepção de oportunidades

Orientação estratégica

Dirigido pelos recursos atuais sob controle

Critérios de medição de desempenho; sistemas e ciclos de planejamento

-Tecnológicas,

-Valores sociais,

-Regras políticas.






Orientação para ação; decisões rápidas; gerenciamento de risco

Revolucionário de curta duração

Análise de oportunidades

Revolucionário de longa duração

Reconhecimento de várias alternativas; negociação da estratégia; redução do risco






Falta de previsibilidade das necessidades; falta de controle exato; necessidade de aproveitar mais oportunidades; pressão por mais eficiência

Em estágios periódicos com mínima utilização em cada estágio

Comprometimento dos recursos

Decisão tomada passo a passo, com base em um orçamento

Redução de riscos pessoais; utilização dos sistemas de alocação de capital e de planejamento formal






Risco da obsolescência; necessidade de flexibilidade

Uso mínimo dos recursos existentes ou aluguel dos recursos extras necessários

Controle dos recursos

Habilidade no emprego dos recursos

Poder, status e recompensa financeira; medição da eficiência; inércia e alto custo das mudanças; estrutura da empresa






Coordenação das áreas-chave de difícil controle; desafio de legitimar o controle da propriedade; desejo dos funcionários de serem independentes

Informal, com muito relacionamento pessoal

Estrutura gerencial

Formal, com respeito a hierarquia

Necessidade de definição clara de autoridade e responsabilidade; cultura organizacional; sistemas de recompensa; inércia dos conceitos administrativos


Também podemos comparar entre gerentes tradicionais e empreendedores sobre temas relevantes:

TEMAS                             

GERENTES TRADICIONAIS       

   x  

EMPREENDEDORES     





Motivação principal

Promoção e outras recompensas tradicionais da corporação, como secretária, status, poder etc.                                  

Independência, oportunidade para criar algo novo, ganhar dinheiro.                               





Referência de tempo

Curto prazo, gerenciando orçamentos semanais, mensais etc, e com horizonte de planejamento anual.


Sobreviver e atingir cinco a dez anos de crescimento do negócio.





Atividade

Delega e supervisiona.


Envolve-se diretamente.





Status

Preocupa-se com o status e como é visto na empresa.


Nem importa com status.





Como vê o risco

Com cautela.


Assume riscos calculados.





Falhas e erros

Tenta evitar erros e surpresas.


Aprende com erros e falhas.





Decisões

Geralmente concorda com seus superiores.


Segue seus sonhos para tomada de decisões.





A quem serve

Aos outros (superiores).


A si próprio e aos clientes.





Histórico familiar

Membros da família trabalharam em grandes empresas.


Membros da família possuem pequenas empresas ou já criaram algum negócio.





Relacionamento com outras pessoas

A hierarquia é a base do relacionamento.


As transações e acordos são a base do relacionamento.


Outro fator que diferencia o empreendedor de sucesso do administrador comum é o constante planejamento a partir de uma visão de futuro. Esse talvez seja o grande paradoxo a ser analisado já que o ato de planejar é considerado uma das funções básicas do administrador desde os tempos de Fayol. Então não seria o empreendedor que assume as funções, os papéis e as atividades do administrador de forma complementar a ponto de saber utilizá-los no momento adequado para atingir seus objetivos? Nesse caso, o empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões.

Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O empreendedor deve buscar algo a mais, algumas características e atitudes que o diferenciam dos administradores convencionais contratados nas empresas, pois o grau de responsabilidade recai sobre o primeiro devido o locus de controle e ser o visionário criador do negócio. Longe de menosprezar um em detrimento ao outro, mas cabe ao empreendedor buscar o conhecimento de administração nas melhores práticas, pois ser empreendedor é saber gerir com profundidade e clareza.

Bom trabalho e grande abraço.

Rafael José Pôncio



Conheça também:

Comprometimento: um valor importante para um profissional de sucesso



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.