sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Joseph Schumpeter, e a criação pela inovação

Falar sobre a importância do desenvolvimento da tecnologia para o progresso da sociedade parece banal na atualidade, quando o senso comum da população entende que os avanços na ciência e em todas as indústrias são diretamente impactados pelos avanços tecnológicos. 

Contudo, no começo do século XX a realidade era bem diferente de hoje, e apesar dos avanços advindos da revolução industrial da segunda metade do século XIX, a massa da população não concebiam a tecnologia e inovação como meios para o progresso. 

A maioria das pessoas, mas não Joseph Alois Schumpeter, o teórico e acadêmico que acreditava no poder transformador da sociedade pelo progresso tecnológico. Schumpeter desenvolveu importantes teorias econômicas e desempenhou funções diversas no decorrer da sua vida. Foi um destacado professor da Universidade de Harvard apesar de não ter se dedicado somente à academia. 

Convido-vos para seguir conosco na série os pais da administração, a fim de conhecer a vida itinerante e diferentes trabalhos que Schumpeter desenvolveu até se tornar professor em Harvard e um pouco da sua obra que marcou o começo do século passado e o colocou como um dos maiores economistas da história recente. 

Quem foi Joseph Schumpeter? 

Joseph Alois Schumpeter nasceu em 8 de fevereiro de 1883, na cidade de Triesch, atual República Tcheca, porém em virtude das condições sociopolíticas e culturais da região à época do seu nascimento é considerado um cidadão austríaco. Schumpeter é filho único de uma família católica. O seu pai faleceu quando ele era ainda muito jovem, vindo a sua mãe a casar novamente com um oficial de alta patente do exército austro-hungaro. 

Schumpeter deu início a sua trajetória acadêmica nas melhores instituições de ensino da época. No ano de 1901 começou a graduação de Direito na Universidade de Viena, durante o curso Schumpeter teve o privilégio de ter aulas ministradas por grandes professores como Friedrich Von Wieser e teve como colegas de seminários nomes como Ludwig Von Mises e Otto Bauer. 

Logo após a faculdade de direito, Schumpeter casou com Gladys Ricardo Seaves, e em seguida partiu para o Egito, onde atuou como advogado no Tribunal Misto Internacional do Egito e também foi conselheiro de finanças da nobreza egípcia.

De volta à Europa, começou a lecionar na Universidade de Czernovitz (atual Ucrânia), em 1909, onde permaneceu por 2 anos, já que em 1911 se mudaria para a Áustria para ministrar aulas na Universidade de Graz, até permaneceu até o fim da Primeira Guerra Mundial. 

A carreira profissional de Schumpeter foi marcada pelo ecletismo de atividades desempenhadas, uma vez que ele não ficou restrito aos bancos das universidades como acontece com muitos teóricos. Certamente, as diferentes funções desenvolvidas deixaram ensinamentos que contribuíram para a criação das suas famosas teorias como veremos a frente. 

Fora dos bancos da universidade, Schumpeter atuou durante alguns meses como Ministro das Finanças da Áustria, logo em seguida conseguiu o cargo de Presidente de um banco privado, o Bidermann Bank de Viena. A situação financeira da instituição se encontrava bastante crítica e apesar dos esforços de Schumpeter o banco veio a falência em 1924. 

Após essas experiências, Joseph Schumpeter decidiu voltar a ministrar aulas, assim, passou a lecionar na Universidade de Bonn, na Alemanha, entre os anos de 1925 a 1932. Assim como todos no continente europeu foram de alguma forma afetados pelo crescimento do nazismo e o início da Segunda Guerra Mundial, para Schumpeter não foi diferente. Ele deixou a Europa e foi até o Japão para em seguida ir aos Estados Unidos, onde se estabeleceu. 

Ainda no ano de 1932, começou a lecionar na prestigiada Universidade de Harvard onde permaneceu por quase 20 anos, até a sua morte em 1950. Como já citado, a carreira de Schumpeter não foi linear, alternando períodos de sala de aula com atividades próprias de executivos. O que sabe-se da época em que foi professor universitário é que Schumpeter foi bastante estimado e querido por seus alunos. 

Os principais ensinamentos de Schumpeter

Apesar de ter sido reconhecido como um grande economista, Schumpeter nunca foi um matemático e buscava integrar a economia com a sociologia para melhor entender e explicar suas teorias econômicas. 

Um dos seus estudos mais famosos é conhecido como a teoria dos ciclos econômicos que foi o ponto de partida para as ciências econômicas contemporâneas. Segundo Schumpeter, para que um mercado saia de um estado de equilíbrio e conquiste um ritmo de crescimento acelerado é preciso que aconteça o surgimento de alguma inovação, ou seja, que as condições prévias de equilíbrio sejam consideravelmente alteradas. 

Em seus estudos, Schumpeter cita alguns exemplos de inovações que alteram o cenário de equilíbrio econômico em um mercado: o surgimento de um novo método de produção ou comercialização dos produtos, a descoberta de novas fontes de matéria-prima, a quebra de monopólio e a introdução de novos bens e atores no mercado. 

No seu entendimento um ato empreendedor consiste na introdução de uma inovação no mercado vigente, visando a obtenção de lucro, rompendo o equilíbrio como foi explicado. Esse mecanismo seria então o motor de toda atividade empreendedora.

De acordo com Schumpeter, a inovação só pode se realizar quando 3 condições são cumpridas: 

● que exista novas e mais vantajosas possibilidades do ponto de vista econômico e privado em algum ramo da indústria; 

● que o acesso à essas possibilidades seja limitado, por razões de circunstâncias externas ou pela falta de qualificação profissional dos colaboradores; 

● que exista uma situação inicial de equilíbrio econômico. 

Seguindo na mesma linha de estudos, Schumpeter desenvolveu a teoria da Destruição Criativa, como sendo o motor para o desenvolvimento econômico, para ilustrar o que ele quis dizer, imaginemos que hoje os discman foram completamente substituídos por tocadores de mp3 player e em seguida pelos próprios smartphones. Essa seria a destruição de uma tecnologia por outra, fazendo o progresso social e econômico acontecer por meio de novas tecnologias, produtos e serviços. 

O economista também fez estudos proeminentes na área política, em duas das suas mais famosas obras intituladas Sobre as Formas Econômicas e Sociais do Capitalismo, Os Ciclos Econômicos (1939) e Capitalismo, Socialismo e Democracia (1934) ensinou sobre a transição que ocorreria a longo prazo para uma espécie de socialismo não dogmático, em virtude da monopolização dos mercados, o que acabaria por debilitar a capacidade criativa e de inovação das empresas. 

Neoschumpeterianos e o seu legado 

A partir da década de 70, muitos estudiosos e teóricos buscaram aprimorar as teorias de Joseph Schumpeter, eles ficaram conhecidos como neo-schumpeterianos. O grupo, também conhecido por evolucionistas, se inspiraram nas teorias de Schumpeter e trabalharam amplamente com a utilização de analogias biológicas para melhor explicar o caráter evolutivo do desenvolvimento capitalista e dos sistemas econômicos. 

Assim como Schumpeter, os estudiosos da segunda metade do século XX defendem a tese que as mudanças tecnológicas são o motor para o desenvolvimento do sistema capitalista. Para essa vertente, a concorrência é fundamental para a tomada de atitudes ou iniciativas inovadoras, dessa forma, a variável da inovação dentro das empresas ganhou ainda mais espaço se tornando uma estratégia que muitas vezes define o sucesso ou não das empresas. 

Ao longo de quase 30 anos de carreira como professor, sendo quase 20 deles apenas na Universidade de Harvard, Schumpeter lançou obras importantes nas quais explicou suas teorias e ajudou a formar economistas, sociólogos e inspiram empreendedores, as mais famosas são: 

- A natureza e a essência da economia política (1908);

- Teoria do desenvolvimento econômico (1911);

- Ciclos econômicos (1939);

- Capitalismo, socialismo e democracia (1942); 

- História da análise econômica, publicação póstuma (1954).

Acredito que as obras e ensinamentos de Joseph Schumpeter seguirão passando por ciclos de revisitação e estudos constantes, por trazer conceitos inovadores que se mostram ainda hoje bastante atuais. 


Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 14 de novembro de 2023

William Edwards Deming, é o pai da Estatística e Qualidade

William Edwards Deming foi um renomado estatístico, professor e consultor da gestão de qualidade. O seu trabalho impactou decisivamente a melhoria da qualidade e produtividade das empresas em todo o mundo. Deming é o “Pai da Administração” que conheceremos hoje, ele publicou vários livros durante sua carreira, entre eles "Out of the Crisis" (1982), "The New Economics for Industry, Government, Education" (1993) e "The Essential Deming: Leadership Principles from the Father of Quality" (2013). 

Na sua obra mais famosa, "Out of the Crisis", ele propõe um modelo de gestão de qualidade baseado no PDCA e na melhoria contínua. Neste livro, Deming também aborda temas como a importância da liderança e da inovação, além de destacar a necessidade de que as empresas estabeleçam relações de confiança com seus fornecedores e clientes. 

Deming dedicou sua vida ao estudo e ensino da estatística e da gestão da qualidade, tendo sido reconhecido por seu trabalho tanto em seu país natal quanto em outros países ao redor do mundo. Agora, é hora de conhecer os seus principais ensinamentos. 

Primeiros passos de Deming 

Nascido em 14 de outubro de 1900 em Sioux City, Iowa, nos Estados Unidos, William Edwards Deming descende de uma família de pais com formação em matemática, o que de certa forma o influenciou nos seus estudos. Desde cedo, ele se interessou por resolver equações matemáticas e científicas, tendo se destacado em seus estudos escolares. 

Ele frequentou a Universidade do Wyoming, onde obteve um diploma de bacharel em engenharia elétrica em 1921, e depois cursou a pós-graduação em física na Universidade do Colorado. 

Após a graduação, Deming começou a trabalhar como engenheiro elétrico, mas logo percebeu que seu verdadeiro interesse estava na estatística, então, mudou-se para Yale para estudar estatística com o famoso professor da área Walter Shewhart. 

Durante seu tempo em Yale, Deming aprendeu a aplicar métodos estatísticos para melhorar a qualidade do controle de processos. Ele também estudou a teoria da probabilidade e a teoria da amostragem, o que o ajudou a desenvolver seu conceito de controle estatístico de processos. Em 1928, Deming recebeu seu Ph.D. em física matemática por Yale. 

Depois disso, ele trabalhou como professor assistente na Universidade do Colorado, antes de se juntar à Western Electric Company em 1927. Foi nessa empresa que que Deming começou a desenvolver suas ideias sobre gestão da qualidade e estatística, tendo se tornado um dos pioneiros no uso da estatística aplicada à melhoria dos processos industriais, revolucionando, de certa forma, a cadeia produtiva em diversos setores. 

Principais ideias de Demin

As principais ideias de Deming estão centradas em torno do controle e da gestão da qualidade. Ele defendia que a qualidade não poderia ser alcançada apenas por meio de inspeções e testes de produtos, ou seja, no momento final da entrega, mas sim por meio da melhoria contínua de processos e sistemas. 

Ele argumentava que a qualidade era uma responsabilidade de todos na organização, e não apenas da equipe de controle de qualidade. Ou seja, Deming propunha uma ação visão integral do produto por parte de todos da organização. 

Deming criou o conceito de Ciclo PDCA, que significa Plan (Planejar), Do (Fazer), Check (Verificar) e Act (Agir). Esse ciclo é uma metodologia de melhoria contínua que envolve a definição de metas e objetivos, a implementação de mudanças, o monitoramento dos resultados e a avaliação das mudanças e nós iremos conhecer um pouco mais sobre ela. 

Entenda os princípios do ciclo PDCA 

Conforme já comentado, uma das mais famosas teorias de gestão, o ciclo PDCA (do inglês, Plan, Do, Check, Act) foi desenvolvida por Deming. O seu maior objetivo é melhorar de forma continua os processos e o que é produzido dentro de uma empresa, porém, pode ser facilmente adaptada para qualquer atividade. 

O método PDCA é para gerentes e empresas que não se conformam com os resultados obtidos, ainda que positivos e sabem que sempre existem aspectos que podem ser melhorados. 

Para essas pessoas, apresentamos o PDCA, que permite a implementação de mudanças de maneira planejada e estruturada, em quatro etapas: 

Planejar (Plan) 

Inicialmente, o responsável ou uma equipe é designada como responsável pela melhoria que se deseja alcançar. Nesse momento, defini-se objetivos claros e específicos para o processo em questão. É importante que esses objetivos possam ser mensurados e definidos em termos quantitativos. Também é preciso identificar o número de etapas, definir a ordem e quais serão os recursos necessários para alcançar esses objetivos.

Executar (Do) 

Nesta etapa, a equipe de trabalho executa o planejado na primeira etapa. Nesse momento, é importante que todos os membros da equipe estejam cientes das suas funções dentro do ciclo de melhoria. O trabalho coordenado, em equipe, é fundamental para atingir os objetivos pretendidos. 

Verificar (Check) 

Na etapa ‘check’, ou seja, verificar, os resultados obtidos são analisados e comparados com os objetivos e as metas anteriormente estabelecidas na etapa de planejamento. Essa avaliação é realizada por meio de testes de verificação de resultados e da análise dos dados coletados. Caso os resultados não estejam de acordo com o esperado, é preciso identificar as causas e fazer correções para seguir no ciclo. 

Agir (Act) 

Partir para a ação é a etapa final do ciclo PDCA. É neste momento que a equipe implementa as mudanças necessárias após ter identificados as falhas no processo de produção. As mudanças podem se dar no aprimoramento do processo ou produto, bem como, podem ser feitas mudanças na equipe, substituindo pessoas ou reorganizando-as. 

É importante que a equipe verifique se as mudanças implementadas estão gerando resultados diferentes e melhores. 

O ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão flexível e adaptável para qualquer negócio e pode ser aplicada em diversos contextos e áreas de uma empresa. Para que funcione bem, o métode deve ser bem acompanhado por um gestor do processo, ele será o responsável por garantir que cada etapa do ciclo esteja sendo executada da forma certa. 

Legado deixado por Deming 

W. Edwards Deming foi uma das figuras mais importantes na história da gestão da qualidade, tendo influenciado empresas, executivos e líderes de produção sobre a qualidade na produção e entrega de produtos e serviços. 

Ao longo da sua vida, Deming foi agraciado com prêmios importantes. Em 1987, recebeu o Prêmio Nacional de Tecnologia do Japão, tornando-se o primeiro estrangeiro a receber essa honraria. No ano de 1990, ele foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria civil dos Estados Unidos. 

Ele faleceu em 20 de dezembro de 1993, em Washington, D.C., aos 93 anos. Deming deixou um legado importante na área de gestão produtiva de qualidade. Seu modelo de gestão baseado no PDCA e na melhoria contínua continua sendo utilizado até hoje como referência para a gestão empresarial moderna em todo o mundo.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Henry Schultz, o pai da econometria


Os saberes da matemática e a estatística são ramos das ciências exatas que em geral afastam grande parcela da população, por serem mais complexas e por exigirem o raciocínio analítico, o que requer esforço para o entendimento mesmo dos estudantes da área. Agora imaginemos que o “Pai da Administração”, o polaco-americano Henry Schultz, não apenas foi um estudioso das ciências exatas como um dos fundadores de um novo ramo de estudo, a econometria. 

A ciência da econometria atua na análise estatística e matemática das relações econômicas, os estudos servem como base para se realizar previsões econômicas, assim, colaborando com planos econômicos de governo e políticas públicas, bem como é útil para empresas privadas, por auxiliar nas decisões sobre estoque, preço e produção das suas mercadorias. 

Henry Schultz foi um dos pioneiros no estudo da econometria e desenvolveu importantes teorias que contribuem até hoje para o entendimento da conhecida lei de oferta e demanda nos diferentes mercados. Nós convidamos você para conhecer mais da sua vida e obra, que chegou a ser chamado por Paul Samuelson como “um dos Santos Americanos da Economia”, nascidos após 1860. 

Vida e obra de Henry Schultz 

Henry Schultz e sua família judia de origem polonesa migraram da atual Bielorrúsia para os Estados Unidos quando ele ainda era criança. Schultz nasceu em 4 de setembro de 1893 e fez toda educação infantil e a graduação no College of the City of New York, concluída em 1916. 

Para fazer a pós-graduação Henry Schultz escolheu a Universidade de Columbia, começando os estudos em 1917, porém esses foram interrompidos em função da Primeira Guerra Mundial. Com o término dos conflitos, Schultz recebeu uma bolsa de estudos para estudar na London School of Economics e no Galton Laboratory da University College London, no ano de 1919. 

Após a temporada de estudos na Europa, Schutz retornou aos Estados Unidos e deu seguimento ao doutorado na Universidade de Columbia, o título de PhD. foi recebido em 1925, com a tese intitulada de Estimativa da Demanda de Curvas. Em paralelo aos estudos do doutorado, desenvolveu trabalhos importantes de estatística para a War Trade Board e para os departamentos de governo norte-americano de recenseamento e do trabalho. 

Em 1926 Schultz mudou-se mais uma vez para ministrar aulas na Universidade de Chicago, onde passou o restante da sua carreira como professor e pesquisador. A trajetória profissional e acadêmica de Henry Schultz foi interrompida em 26 de novembro de 1938, em função de um acidente de carro que vitimou toda sua família, incluindo esposa e duas filhas. 

Estudos de Henry Schultz 

A principal linha de pesquisa de Schultz se desenvolveu no estudo da economia matemática e estatística. Schultz acreditava que a economia precisava de um estudo quantitativo rigoroso para que viesse a ser reconhecida como uma ciência, e dentro do curto período de tempo que teve fez o possível para que isso acontecesse, vindo, inclusive, a fomentar pesquisas na área de economia empírica. 

Schultz se destacou como um economista walsariano e passou boa parte da sua carreira na busca por estimar a oferta e demanda por diferentes funções nos produtos multimercados, baseando-se na complexidade do sistema de equilíbrio geral de Walras. No ano de 1930 ele e mais alguns colegas estudiosos da econometria fundaram a Econometric Society que existe até hoje. 

Legado de Schultz 

Apesar da sua morte prematura com apenas 45 anos, Schutz desenvolveu pesquisas importantes e lançou obras que marcaram a época e seguem inspirando estudantes ao longo dos anos. Enquanto professor contribuiu diretamente para a formação de alunos notáveis que posteriormente conquistaram o reconhecimento como ganhadores do Prêmio Nobel de Economia por seus trabalhos, como é o caso de Herbet A. Simon, ganhador de 1978. 

Outro aluno notável e reconhecido mundialmente é Milton Friedman, que foi seu assistente de pesquisa durante um ano. Schutz também ajudou a fundar uma escola de matemática econômica dentra da Universidade de Chicago, que tinha por objetivo fazer pesquisas na área de economia empírica. Atualmente, a cátedra que leva o seu nome Henry Schultz Distinguished Service Professor in Economics é realizada por outro prêmio Nobel, James Heckman. 

Schultz também foi bastante ativo em termos de produção acadêmica, publicando mais de uma dezena de obras entre artigos acadêmicos e livros, os mais destacados foram: O Significado das Curvas Estatísticas de Demanda, em 1930 e A Teoria e Medição da Demanda, em 1938, sua tese de doutorado, publicada em 1928 também foi destaque, com o tema Leis Estatísticas de Demanda e Oferta com Aplicação Especial ao Açúcar. 

De todas as suas contribuições, a mais notável foi ter sido o precursor da econometria, abrindo espaço para um ramo da economia que cresce a cada dia com os efeitos do mundo globalizado, com cada vez mais trocas comerciais. Certamente, o ambiente acadêmico seguirá aprofundando e aprimorando os conceitos desenvolvidos por Schultz, para melhor entender como se dão as mudanças nos preços dos produtos em decorrência da oferta e demanda, trazendo benefícios para todas as áreas que se valem dos conhecimentos econômicos. 

Bom trabalho e grande abraço!

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 7 de novembro de 2023

O que é CRM e como ele pode te ajudar?

O que é CRM

É bem provável que você já tenha escutado esta sigla, mas será que sabe mesmo o que é CRM e como ele pode contribuir para o crescimento do seu negócio?

O CRM é uma estratégia focada no relacionamento com o cliente, para isso, ela utiliza a tecnologia como principal aliada, como mostro a seguir.

O que é CRM?

Para entender o que é CRM vamos dar uma passeada pela história. Antes do século XX a maioria dos produtos eram manufaturados e não tinham um padrão ou um controle de qualidade rígido.

Foi só com o sistema de linha de montagem desenvolvido por Henry Ford que as mercadorias passaram a ser padronizadas. Com isso, os consumidores também começaram a cobrar um nível de qualidade.

Se antes, pequenos defeitos nos produtos eram aceitos, atualmente um pequeno risco na pintura já é o motivo para uma troca. Esta exigência se tornou ainda maior com a globalização e o rompimento das fronteiras comerciais.

Neste cenário, as empresas precisam se destacar para atrair os clientes e conseguir a fidelização. Por isso surgiu o CRM.

A sigla CRM significa Customer Relationship Management ou em português Gestão do Relacionamento com o Cliente, uma estratégia na qual o foco principal está nos consumidores.

Os principais objetivos das estratégias de CRM são antecipar as necessidades e desejos do cliente, criando uma conexão com eles e a partir disso, aumentar os lucros da empresa.

O CRM e a tecnologia

Muitas pessoas acreditam que a resposta para a pergunta “o que é o CRM?” está em um software. De fato, com a evolução da tecnologia existem muitos sistemas que auxiliam no relacionamento com os clientes.

Por exemplo: você pode personalizar o seu e-mail marketing enviando a mesma comunicação para todos os clientes adicionando o primeiro nome nos assuntos.

Também o uso de sistemas CRM auxilia o armazenamento e análise das informações dos clientes, facilitando a comunicação das equipes de marketing, vendas e atendimento.

Por isso, o entendimento do que é CRM está muito vinculado à tecnologia.

Pilares do CRM

Para que o relacionamento com o cliente de fato traga benefícios para as empresas, os setores de marketing, vendas e atendimento devem trabalhar de forma conjunta, compartilhando e alimentando as bases de dados dos clientes.

A fim de você compreender melhor como acontece esta troca, segue um resumo sobre o funcionamento de cada um deles:

CRM no Marketing

O marketing desempenha um papel fundamental na gestão do relacionamento com o cliente, afinal é papel do marketing trazer o consumidor até a empresa.

Com as informações dos consumidores já existentes é possível traçar o perfil dos clientes ideais e assim montar estratégias precisas para atrair e conquistar novos públicos.

Vale destacar que o processo de vendas muitas vezes não acontece no primeiro contato, ou seja, primeiro é preciso que o setor de marketing desenvolva um relacionamento com os potenciais clientes, entendendo os seus problemas e dificuldades para a partir daí, encaminhar os “contatos quentes” para o setor de vendas.

CRM em Vendas

Já quando os contatos chegam ao departamento de vendas, que tem o papel de finalizar a compra, é importante que ele tenha os dados dos clientes obtidos através do marketing e atendimento para fazer a melhor proposta.

É fundamental que todo esse processo aconteça de forma rápida, para que o cliente não se sinta abandonado ou acabe fechando com outra empresa. Portanto, os dados mais importantes daquele cliente precisam ser fáceis de acessar e compreender.

CRM no Atendimento

É responsável por dar o suporte para os clientes antes, durante e depois da venda. Por isso, ele exerce um papel fundamental no relacionamento, sendo o que irá fazer o consumidor fidelizar ou não com a empresa.

Antes e durante a compra o setor de atendimento tira dúvidas e resolve os problemas que surgirem. Já no relacionamento pós-venda é o momento de consultar os clientes e descobrir o que está bom e o que pode ser melhorado.

Como aplicar o CRM

Agora que você já sabe o que é CRM, é o momento de aprender a aplicar esta estratégia dentro do seu negócio.

Como já disse, mesmo que a prática da gestão do relacionamento com o cliente esteja muito interligada ao uso de softwares, o CRM não se resume a isso.

Um dos primeiros passos para utilizar esta estratégia é trabalhar a cultura da empresa. Afinal, se você deseja que a empresa seja centralizada nos clientes é preciso que todos os colaboradores pensem desta maneira.

Depois que a cultura é estabelecida é hora de criar os processos para alimentar e gerir as informações dos consumidores. Pois, se você deseja criar um relacionamento com os clientes é preciso conhecê-los.

Nesta parte entra a escolha do sistema CRM, para decidir o melhor para você, seguem 5 dicas:

  1. Compreenda a sua necessidade: é importante saber quais são os objetivos da empresa ao adquirir os sistemas CRM. Assim você poderá escolher um sistema que se adeque às suas necessidades.

  2. As possibilidades de personalização: como cada empresa tem um perfil de cliente, é fundamental que dentro no software de gestão de relacionamento, seja possível adaptar algumas funcionalidades para atender melhor os consumidores.

  3. O suporte fornecido: não adianta, independente da qualidade do sistema sempre haverá problemas, por isso, antes de finalizar a aquisição você deve saber como é feito o atendimento da equipe de suporte e se ele corresponde às suas necessidades.

  4. A usabilidade: outro ponto importante é que o software precisa ser simples e prático para a sua equipe utilizar, afinal ele existe para facilitar o contato com os clientes e não para dificultar o trabalho dos vendedores e atendentes.

  5. Integração com outros sistemas: provavelmente você já utiliza na sua empresa outra plataforma para se comunicar com os clientes, como redes sociais, e-mails marketing, newsletters, etc. É fundamental que o próximo sistema CRM também interaja com eles.

Tipos de CRM

Ainda antes de escolher o sistema de CRM que você terá na sua empresa é importante conhecer os tipos mais comuns do mercado, são eles:

  • CRM Operacional: tem como foco o acesso fácil às informações dos clientes, permitindo um atendimento rápido e ágil. Aplicando este sistema, você terá maior retenção dos clientes.

  • CRM Analítico: como o nome já indica o ponto central deste software é a análise e relação dos dados dos consumidores. Esta ferramenta auxilia na segmentação e personalização dos serviços.

  • CRM Colaborativo: prioriza a integração das áreas, fortalecendo o trabalho em equipe. Ele contribui bastante no relacionamento pós-venda e na interação entre os clientes.

  • CRM Estratégico: esse tipo de CRM visa unir as funcionalidades de todos os outros (operacional, analítico e colaborativo) em um só sistema. Desta maneira, ele entrega todos os resultados dos demais, com mais eficiência.

Com a equipe entendendo o que é CRM e com a ferramenta de trabalho adequada é bem provável que o seu relacionamento com o cliente seja um grande sucesso.

Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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