terça-feira, 5 de abril de 2022

Como usar o NPS para medir a satisfação dos clientes

Como usar o NPS para medir a satisfação dos clientes

Com certeza você já recebeu uma pesquisa de satisfação com uma pergunta assim “de 0 a 10 quais são as chances de você indicar a empresa para um amigo?”. Pois saiba que é uma estratégia de NPS.

Pela praticidade, esta metodologia vem ganhando muitos adeptos atualmente, já que são poucas pessoas que se dispõem a passar mais de dois minutos respondendo um questionário.

Mas, o que é NPS?

O Net Promoter Score ou simplesmente NPS é uma metodologia utilizada para avaliar o nível de satisfação dos clientes (internos e externos) e a probabilidade de eles falarem sobre a empresa (de forma positiva ou negativa).

Este sistema foi criado em 2003 por Fred Reichheld, sócio da Bain & Company, uma empresa estadunidense de consultoria e gestão.

Ela funciona como uma pesquisa quantitativa e qualitativa que utiliza duas perguntas, exemplos:

  • Quantitativa: Em uma escala de 0 a 10 quais as chances de você recomendar a empresa x?:

  • Qualitativa: Qual o principal motivo para você escolher esta nota?

Quais são os prós e contras desta metodologia?

Veja quais serão os ganhos e as perdas ao escolher o Net Promoter Score

Benefícios ao aplicar o NPS

Conheça 3 vantagens de utilizar esta estratégia:

É um método descomplicado 

O que diferencia o NPS de outras estratégias e a sua facilidade, qualquer pessoa consegue formular uma pesquisa no Google, por exemplo, e enviá-la para os seus clientes.

Também a leitura dos resultados é clara e objetiva, então qualquer gestor ou funcionário é capaz de ler e interpretar as informações.

Totalmente adaptável

Adequar a pergunta chave do NPS é bastante simples, por isso um empreendedor pode utilizá-la em diferentes situações.

Por exemplo, para avaliar a qualidade da entrega: qual nota você daria para a entrega deste produto?

Ou para medir o nível de satisfação dos funcionários com o plano de saúde: em uma escala de 0 a 10 qual a probabilidade de você recomendar o plano de saúde x?

Análise da concorrência

Você pode utilizar esta metodologia para comparar o seu Net Promoter Score com o dos seus concorrentes diretos.

Também instituições como o IBRC – Instituto Ibero Brasileiro de Relacionamento com o Cliente, utilizam o sistema em suas pesquisas. Então, você tem acesso aos números de grandes companhias.

Segundo o Ranking Nacional de Atendimento ao Cliente de 2019, a empresa com o melhor desempenho foi a Natura (NPS=80,87).

Problemas de usar o NPS

Como nem tudo são flores, também existem desvantagens quando se aplica o NPS, são elas:

Pouca precisão

Os resultados do Net Promoter Score servem para dar uma visão geral sobre a satisfação e fidelidade dos clientes. Mas, só com estes dados não é possível saber exatamente o que faz os clientes gostarem ou não da sua empresa.

Logo, se você não fizer uma pesquisa mais detalhada será difícil entender de fato os clientes.

Levar a vaidade

Um empreendedor pode fazer uma pesquisa utilizando o NPS, encontrar uma “nota boa” e parar por aí, deixando por isso mesmo.

No entanto, quando um cliente responde uma pesquisa de satisfação ele espera que as suas sugestões e descontentamentos sejam ouvidos.

Mas se a empresa deixa de lado, o consumidor se sente lesado e o nível de contentamento pode cair.

Também o oposto acontece, a “nota ser negativa” e o empreendedor levar para o pessoal. Afinal, como as pessoas podem não gostar da minha empresa?

Então tenta aumentar os números a todo o custo, não se importando com os funcionários, a infraestrutura e a saúde financeira do negócio.

Esta atitude pode até aumentar as métricas a curto prazo, mas a médio e longo causar prejuízos irreparáveis.

 Como calcular o NPS?

Como disse lá no começo o NPS se baseia em duas perguntas: uma quantitativa de 0 a 10 e uma qualitativa para justificar o número.

Após as respostas os clientes são classificados em 3 categorias:

Promotores (9 e 10)

São consumidores fiéis, que estão satisfeitos com a empresa e pretendem continuar adquirindo os produtos e serviços.

Também são as pessoas que fazem o marketing boca a boca, indicando o negócio para as pessoas do seu convívio.

Em um cenário ideal, a maioria dos clientes é composta por promotores.

Mas para mantê-los é fundamental que os empreendedores invistam em estratégias como cartão fidelidade e descontos para clientes já antigos.

Neutros (7 e 8)

São pessoas que não falam bem, mas também não falam mal.

Sentem-se satisfeitos com a marca, mas param por aqui, pois não têm o hábito de fazer recomendações.

Ainda, se acharem que é mais vantajoso comprar com o concorrente, não se importam em mudar.

Detratores (0 a 6)

São os clientes insatisfeitos, aqueles que não gostaram do produto/serviços ou que eles não atenderam a suas expectativas.

Estas pessoas costumam fazer “propaganda negativa” da empresa, por isso necessitam de bastante atenção.

Neste caso, o ideal é tentar resolver o motivo da insatisfação o mais rápido possível, mas se não for, evitar fazer negócios com este perfil de cliente.

Dito isso, vamos às contas!

Para contabilizar o NPS utilizamos uma fórmula muito simples:

nº clientes promotores – nº clientes detratores / nº total de respondentes

Por exemplo:

Um pet shop enviou essa pergunta no e-mail de 200 pessoas que fizeram compras na loja virtual no último semestre de 2021:

Em uma escala de 0 a 10 onde 10 é totalmente satisfeito e 0 é totalmente insatisfeito, como você classificaria o atendimento recebido em nossa loja?

  • 60 responderam 10 ou 9 (promotores)

  • 70 responderam 8 ou 7 (neutros)

  • 20 responderam 6 ou menos (detratores)

  • 50 não responderam

Ficando:

60-20/150 = 0,26 ou 26%

As notas variam de -100 até 100.

Com relação aos não respondentes, o mais indicado é não os contabilizar. Porém, quando se acredita que o cliente não respondeu o questionário por indiferença, eles podem ser contabilizados como neutros.

O que fazer com os resultados?

Embora as médias variam bastante dependendo do segmento que a empresa atende, no geral a classificação das notas é:

  • De 75 e 100 – Excelente

  • De 50 e 74 – Muito bom

  • De 0 e 49 – Razoável

  • De -100 e -1 – Ruim

 Mas como prosseguir?

Cruzar com outros dados da empresa

Como o NPS traz um resultado genérico sobre a satisfação dos clientes, você pode relacioná-lo com outros indicadores para ter resultados mais precisos.

Seguindo o exemplo do pet shop identificou-se que a maioria dos clientes que fizeram a primeira compra no site (80%) estavam entre os neutros.

Este indicativo mostra que apesar dos clientes não terem grandes problemas com as compras, ainda está faltando algo que supere as suas expectativas.

Realizar ações com base nos comentários

Agora entra os resultados da segunda pergunta, o petshop questionou: qual a principal razão para apontar esta nota?

  • 5 detratores apontaram a falta de produtos para pássaros.

Logo, aumentar o número de opções para este público é uma estratégia a se pensar.

Então, o que achou do NPS? Vai aplicá-lo no seu negócio? Diga nos comentários!

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 22 de março de 2022

Quer ser um empreendedor inovador e criativo? Consuma arte e acompanhe tendências

Como empreendedores, em muitos momentos nos sentimos sem saída diante de algum desafio, estagnados em problemas que parecem não ter solução. Nesses casos, parece que as ideias se esvaem e não conseguimos pensar de forma diferente e inovadora. 

Nesse sentido, uma das habilidades mais importantes e requisitadas atualmente, entre profissionais de qualquer área, é a criatividade. Se engana quem pensa que ser criativo é importante somente para profissionais que desenvolvem atividades artísticas, designers, arquitetos, etc. 

Ter criatividade é fundamental para qualquer área, especialmente para empreendedores. Ela é base para inovação e importante para estimular o pensamento fora da caixa. Além disso, permite que você reflita e aja de forma estratégica diante de impasses e problemas comuns ao dia a dia do negócio. 


Mas, como ser um empreendedor mais criativo? Neste texto, apresento uma das táticas que considero muito eficaz nesse propósito: consumir arte e acompanhar tendências. Entenda a razão a seguir!

A importância da criatividade para empreendedores e gestores

Como destaquei, a criatividade é uma das habilidades mais necessárias a serem desenvolvidas pelos profissionais de qualquer área. É importante expandir a mente e ter recursos para lidar com situações adversas, bloqueios criativos e falta de ideias para alcançar melhores resultados. E isso faz parte da rotina de empreendedores e gestores. 


Para sermos mais criativos, precisamos formar conexões a partir de um repertório de memórias, transformando essas conexões em ideias. É necessário concentração e compromisso para exercer a criatividade ao utilizar o nosso repertório de referências, que precisa ser constantemente alimentado. Nesse sentido, o estresse pode ser um obstáculo nesse objetivo, pois o cérebro limita o espaço para a criatividade nesses momentos de esgotamento.  

Criatividade como propulsora da inovação

Sem criatividade, não há inovação. Ela é um pré-requisito para que ideias disruptivas ou soluções de vanguarda ganhem espaço no mercado. Dessa maneira, a mente criativa consiste em um potencial de avanço. A partir da nossa capacidade de fazer associações e elaborar ideias, necessidades e demandas podem ser supridas e oportunidades de negócio vislumbradas. Como desenvolver e potencializar o surgimento de ideias inovadoras? Aumentando constantemente o seu repertório de memórias e referências. Veja um pouco mais sobre isso a seguir. 

Estratégia para desenvolver essa habilidade: consumir arte e acompanhar tendências

A criatividade pode ser desenvolvida de diversas maneiras. Vários recursos podem ajudá-lo a ser mais criativo no ambiente corporativo e no que se refere à gestão do seu negócio: cursos, escrita, atividades artísticas e manuais, são alguns exemplos. 


Mas uma das maneiras mais eficazes para alimentar a nossa fonte de referências e ideias é consumir a arte e acompanhar as tendências de consumo, comportamento e mercado. A arte tem um papel fundamental no desenvolvimento da criatividade, que explicarei mais adiante com mais detalhes. Mas antes é importante entender o que envolve as etapas da criatividade. 

As etapas da criatividade 


Todo o processo criativo pode ser dividido nas seguintes fases:

  • Preparação: quando organizamos os pensamentos e nos preparamos para articular e focar em uma nova ideia ou criação;

  • Incubação: conectamos memórias, referências, refletimos sobre o objetivo da ação, reunimos, selecionamos e descartamos ideias;

  • Iluminação: é o momento do que chamamos de insight, epifania ou inspiração; quando algo faz sentido em nossa mente;

  • Verificação: nessa última etapa, enxergamos a ideia com mais clareza, começamos a analisar sua viabilidade, a maneira como podemos concretizá-la e a validamos. 

Como a arte nos impacta e nos faz pensar

Considerando como se dá o processo criativo, precisamos destacar a importância de enriquecer o nosso repertório, expandindo a nossa mente por meio da arte. Ler, assistir filmes, frequentar exposições, ouvir músicas, assistir peças de teatro, tudo isso contribui para estimular o nosso potencial criativo. A arte é capaz de provocar reações e nos fazer pensar, refletir, questionar padrões e paradigmas, mudar a lógica vigente. Ela é semente para as mentes criativas que contribuem para o progresso. 


De acordo com estudos científicos, quando é estimulado pela arte, o cérebro entra nas frequências theta ou gama. A frequência gama geralmente fica ativa em momentos de resolução de problemas. Já a theta é considerada a frequência dos insights, favorece à fluidez, o chamado estado de flow, característico de processos criativos, assim como dos sonhos e da meditação.  

Como identificar novas tendências

Na relação entre criatividade, empreendedorismo e inovação, destaco a relevância do empreendedor em ser criativo e pensar fora da caixa. Nesse contexto, para que o seu negócio não fique estagnado, perca relevância e permaneça sempre o mesmo, é essencial estar atento às tendências, prestar atenção nas mudanças de comportamento, analisar as novas necessidades do cliente. O ideal é assumir essa postura de estar sempre um passo à frente. Dessa maneira, você contribui para:

  • manter o seu empreendimento relevante no mercado;

  • atingir melhores resultados;

  • favorecer a identificação de um diferencial do seu produto ou serviço;

  • antecipar as demandas do consumidor;

  • gerar competitividade.


Pensando nisso, listei algumas dicas para você acompanhar as tendências e não perder oportunidades de inovar. Veja a seguir nas próximas linhas. 

Analise movimentações fora do comum

Já reparou como as tendências nascem? Geralmente, começam como uma pequena onda que vai ganhando forma e, de repente, há uma mudança de paradigma ou uma necessidade que impacta determinado público ou mesmo a sociedade como um todo. 


É preciso, portanto, ficar atento a essas movimentações fora do comum, que podem ser enormes, como o surgimento das redes sociais, ou mesmo um padrão ou comportamento de consumo.

Acompanhe a visão e avaliação de especialistas

Estudiosos e especialistas de determinada área são os melhores em detectar o que está por vir, já que estão acompanhando de perto essas movimentações que citei anteriormente. Identifique quem são os especialistas mais relevantes do seu mercado ou nicho e fique de olho no que eles estão sinalizando para “não perder o bonde”. 

Observe o que a concorrência está fazendo

Em alguns casos, pode ser que a concorrência descubra o que é tendência e saia na frente. Por isso, é importante acompanhar o que seus concorrentes estão fazendo para se diferenciar. Não para copiar, mas para ter um direcionamento e identificar oportunidades que serão perdidas se você fechar os olhos para o que está sendo feito a sua volta. 

Ouça a opinião e demandas dos seus clientes 

Sempre (sempre!) ouça o que seu cliente tem a dizer. Muitas vezes, as melhores ideias vêm do seu público, que pode lhe mostrar algo que você não está enxergando. Ninguém melhor que o consumidor para apontar necessidades e dizer o que pode ser aprimorado em seu produto ou serviço.


Ser um empreendedor mais inovador e criativo será importante não só para você ter mais oportunidades de negócio, identificar um gap no mercado ou contribuir para revolucionar determinado nicho ou setor. É uma habilidade que também vai ajudá-lo a ter uma gestão com visão mais abrangente e flexível, a estar aberto para o novo e o diferente. Portanto, foque em consumir mais arte e acompanhar tendências e desenvolva todo o seu potencial criativo!


Bom trabalho e grande abraço. Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio Publicado em: 22 de março de 2022 Especial: artigos no Jornal da Tribuna Link fonte: https://jornaltribuna.com.br/2022/03/quer-ser-um-empreendedor-inovador-e-criativo-consuma-arte-e-acompanhe-tendencias


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 15 de março de 2022

O desenvolvimento do autoconhecimento como ferramenta de liderança e como ele pode ajudá-lo a empreender melhor

Autoconhecimento é um tema recorrente nos últimos tempos. Ele tem sido apontado como uma ferramenta importante para o desenvolvimento pessoal e profissional. 


Entender a si mesmo, de maneira profunda, reconhecendo e identificando dores e dificuldades, limitações, competências, qualidades, gostos e padrões têm um valor inestimável e pode ser a ponte para uma jornada empreendedora com mais realização.

No campo dos negócios, esse é um recurso que beneficia diversas áreas de atuação e, para quem empreende e assume um papel de liderança, o autoconhecimento auxilia no desenvolvimento, ajuda a identificar valores e aplaca inseguranças, tão comuns em áreas e cargos que desafiam e exigem tomadas de decisão que causam impactos e consequências para pessoas e negócios. 


Se você já compreende a importância de se conhecer, principalmente no que se refere ao âmbito profissional como vou abordar aqui, pode ser que eu “esteja chovendo no molhado”, e tudo o que eu disser pode até parecer óbvio. Porém, a questão é que muita gente ainda não se atentou para isso e insiste em um caminho com mais dificuldades, especialmente quando o assunto é empreendedorismo e liderança. 


Enfim, o objetivo deste artigo é mostrar como o autoconhecimento é essencial para que você seja um melhor profissional. No empreendedorismo, precisamos lançar mão de todos os recursos disponíveis para atingir os resultados desejados. Você está pronto? Então siga a leitura!

Autoconhecimento: processo fundamental para quem empreende

Quando vamos montar um negócio e empreender precisamos estar cientes do nosso propósito com o nosso trabalho, estabelecer quais são os nossos valores, entender nosso potencial e demandas de desenvolvimento. 


É necessário que os objetivos estejam claros e que se tenha um direcionamento de onde quer chegar. Isso só é possível com muito autoconhecimento. Ele possibilita a tomada de consciência das nossas limitações e permite o alinhamento da perspectiva pessoal e profissional. 


O empreendedor, sem autoconhecimento, sem compreender a si mesmo, tende a alimentar suas inseguranças e insatisfações, a se abalar mais com os percalços e pode até perder o rumo e o controle quando enfrenta dificuldades e lida com a comparação. Além disso, o autoconhecimento é uma maneira de maximizar o potencial. 

Vantagens do autoconhecimento na jornada de um empreendedor

No empreendedorismo, o autoconhecimento é uma estratégia que, além de contribuir para o seu desenvolvimento como profissional, ainda: 

  • ajuda a construir um negócio que esteja de acordo com os seus valores;

  • permite que você conheça as suas habilidades, o que precisa desenvolver e o que precisa delegar para ter sucesso;

  • possibilita uma liderança mais estratégica;

  • desenvolve a autoconfiança e contribui para uma tomada de decisão mais assertiva.

Como utilizar esse recurso a seu favor

Identifique o propósito e os valores do seu negócio

O seu nível de entrega dependerá da motivação que você tem para fazer o seu trabalho e construir a sua empresa. Para isso, é fundamental saber qual é o principal propósito do negócio, assim como os valores, além de garantir que eles estejam alinhados com os seus valores pessoais. 

Descubra as suas limitações e entenda o seu potencial como gestor

O autoconhecimento o ajuda a identificar quais são seus pontos fracos, que competências e habilidades você precisa aperfeiçoar e trabalhar e também mostra qual é o seu diferencial, o que você tem de melhor para desenvolver o seu trabalho.  

Aprenda a delegar o que você não domina

Nesse sentido, a estratégia mais inteligente para lidar com as suas limitações, além de traçar maneiras para desenvolvê-las, é delegar o que você não domina para profissionais competentes e especializados. Assim, os processos do seu negócio serão executados com mais assertividade e fluidez, gerando melhores resultados do que se você ficasse batendo cabeça em áreas em que tem dificuldade. 

Como o autoconhecimento pode ajudá-lo a ser um líder melhor

Para diversos gestores e empreendedores liderar é um grande desafio, principalmente no início do empreendimento, pois muitos têm dificuldades de delegar, confiar em uma equipe e compartilhar conhecimento.


Nesse contexto, o autoconhecimento é a ferramenta mais indicada para ter sucesso em uma posição de liderança. Isso porque nessa relação com o outro, antes de mais nada, é preciso ter consciência de si mesmo. Só assim você aprenderá a confiar em si e no próximo.  


Para um líder, é necessário ter jogo de cintura para lidar com conflitos, inteligência emocional, capacidade de relacionamento e visão estratégica. A realidade é que todo mundo quer ser chefe ou dono de negócio, mas poucos estão dispostos a se desenvolver para encarar os desafios que a posição demanda. Nesse ponto, se você quer ter sucesso como líder, o autoconhecimento é primordial, pois o ajuda a identificar as suas inseguranças e a superá-las, permitindo que se aflore a sua melhor versão.

Ferramentas e estratégias para conhecer a si mesmo e seu perfil profissional

1. Faça uma autoavaliação

Autoavaliar-se não é uma tarefa fácil. Muitas vezes, temos uma percepção bastante subjetiva de nós mesmos. Um exercício interessante é se fazer algumas perguntas e responder com reflexão e sinceridade. Alguns exemplos: “Quais são as minhas motivações?”; “Quais os meus pontos fortes, pontos fracos, e o que acredito que preciso desenvolver?”; “O que ainda preciso aprender?”; “Quais os meus principais desafios?”; “Aonde desejo chegar?”.

2. Peça feedback

No autoconhecimento, é importante mapearmos todos os lados. Existem muitos comportamentos e caraterísticas incorporadas em nós que não conseguimos enxergar, por isso é importante ter a visão de outra pessoa, que nos auxilie nesse processo. Na esfera profissional, busque pedir feedbacks de pessoas em quem confia e que possam contribuir com o seu desenvolvimento. Um chefe ou um colega, por exemplo, podem ajudar nesse caso. 

3. Invista em cursos e leituras

É importante expandir a mente. Qualquer recurso nesse sentido, que podem auxiliar no processo de autoconhecimento, são bem-vindos. Faça cursos e invista em leituras cujo propósito seja o autoconhecimento. Como esse assunto está muito em voga, opções não faltam. Somente certifique-se que são de profissionais capacitados e confiáveis.

4. Conte com suporte profissional

Ajuda profissional também é de grande valia e traz resultados de maneira assertiva, afinal profissionais especializados em comportamento e desenvolvimento humano têm conhecimento, recursos e ferramentas para guiá-lo da melhor maneira nesse caminho. Psicoterapia e mentoria, feitos com profissionais especializados e com experiência comprovada, são estratégias eficazes para o autoconhecimento. 


Como conclusão, gostaria de destacar que o autoconhecimento é um processo contínuo, é uma jornada na qual não há linha de chegada. Quanto mais você se conhece, mais recursos e mais segurança terá para liderar e empreender. E maiores são as chances de se alcançar o sucesso!

Bom trabalho e grande abraço.


Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio

Publicado em: 11 de março de 2022

Especial: artigos no portal Administradores.com

Link publicado: https://administradores.com.br/artigos/o-desenvolvimento-do-autoconhecimento-como-ferramenta-de-lideran%C3%A7a-e-como-ele-pode-ajud%C3%A1-lo-a-empreender-melhor




Conheça também:

Método FCA: encontre a raiz do problema e o solucione!



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 8 de março de 2022

Andrew Carnegie, o empresário do aço

Há diversos meios para se tornar um empreendedor. Há, por exemplo, pessoas que foram estimuladas desde cedo ao mundo dos negócios. Seja por nascer em uma família dedicada ao meio empresarial ou por ter, em sua fase de formação, conhecido alguém que as ensinasse, essas pessoas adquirem uma visão para buscar soluções quase “naturalmente”. Como bem sabemos, o que para alguns é chamado de “talento” ou “dom” para os negócios é, na verdade, uma boa formação para esse ramo profissional. 

Entretanto, há aqueles que não nasceram em uma família com empresas, muito menos estudaram em faculdades ou fizeram uma ampla formação em administração ou economia, mas ainda assim tornaram-se empreendedores de sucesso. A essas pessoas, popularmente conhecidas como “Self-made man” (o homem que se construiu), guardo uma percepção especial quando falo sobre a natureza que alguns seres humanos têm para o empreendedorismo. 

Como já ressaltei em alguns textos desta série, acredito que ser um empreendedor está muito além de ser capaz de montar e fazer sucesso com uma empresa. O empreendedorismo é, antes de tudo, uma capacidade humana de solucionar problemas. Dessa forma, aquele que desenvolve essa capacidade é capaz de não apenas ganhar dinheiro, mas principalmente ajudar toda a sociedade em uma debilidade que ainda possa existir.

Dito isso, hoje conheceremos um Self-made man que conseguiu sair de uma origem humilde até tornar-se o homem mais rico do seu tempo. Estou falando de Andrew Carnegie, o homem que dominou a produção de aço nos Estados Unidos. 

Para entendermos, porém, a relevância da indústria fundada por Carnegie precisamos relembrar um pouco do contexto histórico em que o magnata do aço estava inserido. Assim, voltemos aos Estados Unidos do século XIX, uma nação independente que vivia o contraste da vanguarda da revolução industrial e o sistema escravocrata. É nessa nação contraditória que a vida de Andrew Carnegie irá brilhar.

Do catador ao magnata do aço 

Nascido em Dunfermline, uma pequena cidade da Escócia, em 1835, Andrew ainda muito jovem mudou-se com sua família para os Estados Unidos. Não tendo posses, ele foi obrigado desde cedo a trabalhar como catador em uma fábrica para ajudar na renda da família, tudo isso com apenas 12 anos de idade. Entretanto, apesar da infância difícil, a educação recebida por Andrew foi seu principal pilar na maneira de conduzir suas finanças, uma característica que ele carregou até o seu último suspiro.

Os esforços do jovem Andrew não foram em vão. Sua dedicação ao trabalho, aliado com seu entusiasmo em aprender, o fizeram subir na carreira. Observando sua trajetória no mundo do trabalho, é notável que essas duas características foram sua marca registrada, uma vez que nunca deixou de dedicar-se ao seu ofício e sempre buscou aprender ao máximo. Frente a isso, após alguns anos passou ao trabalho de mensageiro, o que lhe garantia uma melhor renda e uma maior qualidade de vida. Foi graças a esse trabalho que Andrew passou a conhecer uma série de importantes empresários e comerciantes. Junto a isso, sua memória ajudava-o a não esquecer daquelas pessoas que, no futuro, iriam estar negociando com o jovem empreendedor. 

Andrew buscou aperfeiçoar não apenas suas habilidades mais inatas, mas também aquelas que seu trabalho dependia diretamente. Desse modo, era um incansável aprendiz do seu próprio ofício. Na condição de mensageiro conseguiu, ao longo da prática diária e de exercícios, escrever mais rápido e compilar uma série de mensagens, o que lhe garantia mais celeridade no processo de distribuição das mensagens e eficiência. Assim, quase “sem querer” o jovem Andrew Carnegie já buscava habilidades como um empreendedor, mesmo que sua empresa fosse ele mesmo. Ao observar o seu processo, desenvolveu um sistema que lhe fosse vantajoso e com isso foi capaz de otimizar seu trabalho, gerando mais eficiência e destaque em sua forma de trabalhar.

Considerando isso, cabe destacar como essa natureza empreendedora, de sempre melhorar uma situação e achar soluções é algo quase inato ao Ser Humano. É graças a essa forma de pensar e colocar-se ao serviço que progredimos em tecnologia e dinamizamos nossa vida social, através não apenas de resoluções de problemas, mas inovação e criação de novas perspectivas sociais. Essas “habilidades”, chamemos assim, não importa em qual tempo histórico estejamos, sempre serão valorizadas e recompensadas.

Não por acaso, com 15 anos Andrew Carnegie começou a prestar serviço em uma ferrovia na Pensilvânia. Em pouco tempo - apenas 9 anos depois - Andrew tornou-se superintendente das estradas de ferro da Pensilvânia, com incríveis 24 anos.

Como um jovem, trabalhando desde os 12 anos em uma jornada de mais de 10 horas diárias pôde, em pouco tempo, alcançar um cargo tão alto? A resposta está muito além do esforço, notável, de Andrew, mas sim na sua capacidade de aprender e aperfeiçoar a sua maneira de trabalhar. Isso, sem dúvidas, o apresentou como um candidato diferente, uma vez que não apenas cumpria os seus deveres, mas estava a todo momento tentando aperfeiçoar sua eficiência. Mas isso era suficiente para criar um dos homens mais ricos do mundo?

É inegável que Carnegie era um trabalhador incansável, mas para o mundo dos negócios é preciso muito mais do que uma grande força de trabalho. O maior teste de Andrew, após quase duas décadas atuando como empregado em uma empresa, era o de provar-se um homem de visão. A experiência acumulada como superintendente e sua capacidade de auto aperfeiçoar o possibilitou demitir-se do seu cargo para abrir sua própria empresa, justamente no ramo em que mais conhecia.

A ascensão da companhia de aço Carnegie 

Aproveitando o fim da guerra de secessão, em 1865, Andrew inicia seu empreendimento: a companhia de aço Carnegie. Mas qual a relevância de investir na metalurgia nesse período? Na segunda metade do século XIX a revolução industrial voltava-se para os transportes. As máquinas a vapor que outrora apenas produziam em maior escala os produtos, precisavam de um meio de locomoção eficiente para dar vazão à demanda. 

Assim, a tecnologia da época levou a indústria a criar estradas de ferro que cortavam grande parte do país, integrando assim as fábricas com portos e principais pontos de comércio.

Países como Inglaterra, França e Estados Unidos foram pioneiros na construção de ferrovias, e frente a isso a indústria metalúrgica era uma peça fundamental. Além da produção da matéria-prima utilizada nas estradas e locomotivas, o aço ainda era importante na construção de pontes e começava a ser utilizado na estrutura de prédios. Dessa forma, após cinco anos sangrentos de guerra civil, o progresso americano parecia vir a partir das rodas de aço dos trens que, além de transportar mercadorias, também era um eficiente meio de transporte humano.

Além da alta do aço e sua função essencial dentro da lógica de mercado do século XIX, uma das grandes vantagens de Carnegie frente ao seus concorrentes foi a de otimizar o seu processo de fabricação, utilizando novos procedimentos. Dessa forma, a companhia de aço Carnegie era capaz de fabricar um material de excelente qualidade a um pequeno custo, o que fez com que seu lucro chegasse a níveis exorbitantes. 

Uma outra vantagem de Andrew Carnegie foi o fato de abrir outras empresas, como a Keystone Brigde Works, que eram responsáveis por atender a demanda de construção. Dessa maneira, além de lucrar na fabricação do material, Andrew ainda conseguia colocar em evidência sua importância ao fomentar a infraestrutura do país. Foi ele que construiu, por exemplo, a primeira ponte do Estado de Ohio, além de tantos outros prédios e estradas. 

Estima-se, em cotações atuais, que a riqueza de Andrew, em seu apogeu, tenha superado a quantidade de 1 trilhão de dólares. Porém, será que isso é o suficiente para se tornar um dos maiores empreendedores de todos os tempos?

“O homem que morre rico, morre desonrado”

Ao longo da sua carreira como empreendedor, as aplicações e movimentos de Andrew foram pautados não apenas em uma visão clara de oportunidade de negócios, mas em sua capacidade de aperfeiçoar seu modo de ação. Isso, certamente, nos diz muito acerca da pessoa que Carnegie era e a razão pela qual se tornou um homem bem sucedido. Porém, há ainda um lado humano que torna esse Self-Made Man ainda mais marcante na história do empreendedorismo.

Suas ações filantrópicas, quando estudadas, mostram-se tão interessantes quanto sua própria carreira empresarial. Longe de pequenas e, comparadas a sua fortuna, irrisórias contribuições financeiras, Andrew Carnegie tinha uma noção muito clara das necessidades que a sociedade americana do seu tempo passava. Assim, até o último dia de vida ele usou praticamente toda a sua fortuna - cerca de 90% - em causas sociais, sendo muitas delas pensadas e executadas por ele. 

Uma das mais notáveis, certamente, foi a construção de 2.800 bibliotecas em todo os Estados Unidos, pois Andrew acreditava fortemente que os livros eram a chave para mudar qualquer realidade. Não para menos, em 2012 criou-se uma medalha com seu nome para premiar autores de livros devido aos serviços prestados à literatura.

Além disso, Andrew Carnegie criou fundações de cunho humanitário, além da construção do Palácio da paz, sediado em Haia. No fundo, Carnegie foi muito além de um homem de negócios, mas sim um verdadeiro empreendedor em busca de soluções para problemas humanos. 

Uma de suas frases mais marcantes, “o homem que morre rico, morre desonrado” mostra claramente a visão que o magnata do aço tinha sobre o que deveria ser feito com sua riqueza. Desse modo, o lucro, por mais que fosse seu, jamais poderia ser usado somente para seu benefício, afinal, ele foi obtido a partir de um serviço à sociedade.

Por fim, podemos imaginar o quão capaz é o Ser Humano quando busca sempre a sua melhor versão. O trabalho, por mais exaustivo e repetitivo que seja, jamais é o mesmo se o fazemos com o intuito de sempre refinarmos nossas habilidades. Assim, tomando a perseverança, bondade e vontade de Andrew Carnegie, o colocamos sem sombra de dúvidas no seleto grupo de Empreendedores que mudaram a história. 

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

 Cornelius Vanderbilt, o empreendedor da marinha mercante americana



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.