O Business Model Canvas ou simplesmente método Canvas é mapa visual das principais áreas de um negócio (a tradução para canvas seria quadro ou tela).
Ele foi criado pelo empreendedor suíço Alexander Osterwalder para descomplicar os desafios que os gestores enfrentam atualmente, retirando a burocracia e focando na estratégia.
A aplicação é bem simples, é basicamente um quadro com 9 blocos distribuídos em 4 partes: o que, quem, como e quanto.
Durante o processo de criação do Modelo de Negócio é muito comum o uso de notas autoadesivas e canetas coloridas para inserir as informações. Pois, além de auxiliar na visualização, permite acrescentar ou alterar as ideias facilmente.
Por que fazer um Canvas?
Quando um empreendedor tem a ideia para um negócio, muitas vezes ele é aconselhado a criar um Plano de Negócios, que, embora seja um documento primordial para a abertura de uma empresa, é extenso e complexo.
O método Canvas propõe simplificar esta estratégia começando primeiro com um Modelo de Negócios que apresenta o funcionamento da empresa de forma clara e direta, resumindo o que seria de fato o plano.
Apesar de ser muito utilizado por startups e empresas que estão iniciando, negócios já consolidados também podem se beneficiar do Canvas, para ajudar na visualização do negócio.
Outros motivos para utilizar a metodologia é no planejamento de um novo produto, analisar novos mercados ou até para repensar o posicionamento da empresa.
Não é à toa que grandes empresas como 3M, Ericsson, Deloitte, Globo e Votorantim utilizam deste método.
Ganhos e perdas com o método Canvas
Assim como qualquer ferramenta o Canvas tem as suas vantagens e desvantagens, veja quais são:
Formato visual
O ser humano é naturalmente visual. Afinal, ver não é uma coisa que aprendemos, mas sim, um sentido que temos desde o nascimento.
Por isso, assimilamos conteúdos em formato de imagem, de maneira mais rápida.
E é isso que o quadro do método Canvas faz, pois, ele traz mais clareza, permite compreender rapidamente como o negócio funciona e analisar se a ideia é viável ou não.
Visão sistêmica
Diferente de um Plano de Negócios, que é um documento extenso, no modelo Canvas as principais informações e ideias ficam concentradas em uma tela.
Este formato facilita a visualização do todo e como cada parte interage com a outra, permitindo uma análise global.
Trabalho colaborativo
Um dos propósitos do método Canvas é que ele seja desenvolvido de forma participativa, onde funcionários de diferentes cargos possam dar sugestões, enriquecendo o modelo.
Superficialidade
Por mais que seja uma tela grande, ela não permite muitos detalhes, o que dependendo da proposta e da empresa pode ser uma desvantagem.
Além disso, o Modelo de Negócio não necessariamente utiliza estudos e pesquisas, o que pode gerar dados ilusórios.
Então, decidiu que vale a pena investir no Canvas?
Aprenda agora como colocá-lo em prática.
Como aplicar o método Canvas?
Inspirado nos materiais disponibilizados pelo SEBRAE, aprenda como criar o seu Modelo de Negócios Canvas.
Como já dissemos o quadro baseia-se em 4 partes divididas em 9 tópicos:
O que?
Neste espaço você deve refletir o que será o novo negócio ou produto e quais benefícios ele trará para os clientes. Por esta razão é o local que entra a Proposta de Valor.
Ela é o motivo que fará os consumidores comprarem de você e não do seu concorrente.
Para fazer uma excelente proposta de valor é preciso estar atento a estes pontos:
Clareza: ela deve estar nítida para você e para o seu cliente.
Linguagem: passar o valor para o consumidor de forma que ele entenda.
Transparência: ela precisa ser sincera e possível, assim o público irá confiar no negócio.
Direcionamento: deve orientar o cliente sobre o que ele vai conseguir fechando negócio com a empresa, por isso, deve mostrar os diferenciais.
Por exemplo: a proposta de valor de um restaurante delivery é fazer a entrega mais rápida da cidade.
Para quem?
Agora é o momento de pensar quais pessoas se beneficiaram do seu produto e como elas irão ter acesso a eles.
Desta maneira, este bloco do método Canvas é dividido em três pontos: Relacionamento com os Clientes; Segmentos de Clientes e Canais.
Para que um negócio tenha sucesso, manter clientes fiéis é essencial, afinal são eles que irão garantir as receitas todos os meses.
As estratégias para conseguir isso são pensadas no Relacionamento com os Clientes.
Uma tática que muitas empresas fazem é enviar e-mails para os clientes com promoções, novidades e códigos de descontos.
Já no Segmentos de Clientes você define quem será o seu público-alvo, para isso você deve responder:
Quem são estas pessoas?
O que elas gostam de fazer?
Existe mais de um grupo que você pretende atender?
Por exemplo, para um salão de beleza o segmento de cliente seriam:
Mulheres entre 25 a 50 anos, com filhos que trabalham em período integral e devido à rotina exaustiva, não conseguem cuidar da beleza como gostariam, o que diminui a sua autoestima e as deixam infelizes.
Por último, os Canais são os meios que os clientes terão acesso aos produtos e serviços da empresa. Também por quais formas acontecerá a comunicação entre o negócio e os consumidores.
Exemplo: uma editora de livros usa como canais de distribuição livrarias físicas, onlines e se relaciona com os clientes através do site, e-mail e redes sociais.
Como?
Para que o negócio aconteça é preciso que haja uma estrutura que viabilize a Proposta de Valor, então, nesta parte do método Canvas você deve analisar as atividades, recursos e parcerias que farão a empresa funcionar.
Os Recursos Principais são tudo que a empresa precisa para operar: imóveis, maquinário, insumos, material de escritório, computadores, colaboradores, investidores, capital de giro, etc.
As Atividades Principais são ações necessárias para que o negócio possa entregar os produtos e serviços para os clientes.
Por exemplo: um hotel tem como principal atividade hospedar os clientes. Logo ele irá precisar de um serviço de atendimento, a arrumação e limpeza dos quartos, controle das reservas...
Já as Parcerias Principais são os fornecedores e parceiros fundamentais para a empresa. Por exemplo: um escritório de contabilidade terceiriza o serviço de limpeza.
Quanto?
É o momento de pensar nos números e avaliar o que é financeiramente saudável para a empresa.
Na Estrutura de Custos será levantado o que sai, ou seja, o que é necessário para cumprir a empresa se manter e atender as expectativas dos clientes. Neste tópico entram os custos fixos e variáveis.
Por outro lado, na Fonte de Receitas é o que entra, isto é, quanto e como os clientes pagaram pelos produtos e serviços. Exemplo: venda direta.
Com isso temos os 9 tópicos:
Proposta de Valor
Relacionamento com os Clientes
Segmentos de Clientes
Canais
Recursos Principais
Atividades Principais
Parcerias Principais
Estrutura de Custos
Fontes de Receitas
Para exemplificar segue uma ilustração feita pelo SEBRAE:
Então o que achou do método Canvas? Já aplicou na sua empresa? Diga nos comentários.
Bom trabalho e grande abraço.
Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Conheça também:
A importância de repensar o negócio — saiba o momento e de que forma recalcular a rota
Nenhum comentário:
Postar um comentário