Amigo(a) Gestor(a), perceba que para todo objetivo existe um
estratégia relacionada. Da mesma forma que os objetivos, a estratégia precisa
ser clara, curta e bem definida. De modo geral, estratégia é o caminho que será
percorrido ou o que deverá ser feito, não significa o “como fazer”, mas sim “o
que fazer”. Segundo Camargo e Dias (2003), um dos primeiros usos do termo
estratégia foi feito há aproximadamente 3.000 anos pelo general chinês Sun Tzu,
que afirmava que “todos os homens podem ver as táticas pelas quais eu
conquisto, mas o que ninguém consegue ver é a estratégia a partir da qual
grandes vitórias são obtidas”.
Conceitualmente, estratégia pode ser definida de várias
maneiras. Vejamos o que nos dizem alguns estudiosos da área:
Segundo Pasquale (2012, p.107), para alcançar os objetivos é
necessário determinar qual a estratégia a ser adotada. Ainda, as estratégias
consistem nas ações que a organização deve realizar para atingir seus
objetivos. São estabelecidas com base nos objetivos a alcançar e influenciadas
pela missão, visão, crenças e valores, microambiente e situação da organização.
Já para Oliveira (2004, p.424), estratégia é caminho,
maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar preferencialmente, de
maneira diferenciada, os objetivos e desafios estabelecidos, no melhor
posicionamento da empresa perante o seu ambiente. Para Porter (1996, p.68):
“Estratégia é a criação de uma posição única valiosa, envolvendo um conjunto
diferente de atividades”.
A seleção, implementação e decisões estratégicas
Conforme Moreira (2008, pp.4-5), essa seleção de estratégias
deve considerar os cenários ambientais que representam as oportunidades e as
ameaças, bem como “1. A vantagem competitiva da empresa. 2. A missão, a visão e
os objetivos organizacionais. 3. O relacionamento com outras estratégias. 4. O
fato de ser factível. É preciso notar que a um objetivo podem corresponder
diversas estratégias e que uma estratégia pode atender simultaneamente
diferentes objetivos”.
Vale ressaltar que a formulação e implementação da estratégia
faz parte de um processo que envolve algumas tomadas de decisões relativas ao
negócio, como: produto, serviço, praça, promoção, clientes, posicionamento,
marca etc. Para que essas decisões possam ser duradouras e mantenham um
relacionamento com o futuro, os gestores necessitam averiguar onde a empresa
está inserida, ou seja, verificar macro e microambiente da empresa. De certa
forma, essa análise já foi realizada na definição dos objetivos, porém é necessária uma
releitura da mesma sob a ótica estratégica.
As decisões estratégicas para um determinado mercado são
tomadas em fases, a primeira pode ser destinada a identificar ameaças e
oportunidades que envolvem a empresa, tanto no presente quanto no futuro (o
Diagnóstico Externo). A segunda fase é a identificação dos pontos fortes e
fracos que a empresa revela, quando comparada com a concorrência (o Diagnóstico
Interno). Sendo assim, tais conclusões retiradas destes diagnósticos baseados
nos ambientes de uma empresa vão auxiliar e condicionar as fases seguintes do
processo que são: segmentação do mercado; - análise dos segmentos do mercado; -
escolha dos segmentos-alvo que a empresa pretende atacar; - definição da ação
comercial a implementar nesses segmentos; - definição dos objetivos de
desenvolvimento a atingir.
Tipos de estratégia
Existe uma infinidade de conceitos de estratégia, aplicados
constantemente nas empresas. A escolha da melhor estratégia dependerá do
propósito dos objetivos, que se pretenda atingir.
No planejamento as estratégias são
decorrentes do encontro de necessidades e objetivos, porém tudo será um
desperdício de tempo se os gestores não assumirem uma atitude estratégica.
Conforme Chiavenato (2003, p.44), “a atitude estratégica é o compromisso que
assegura a utilização da melhor maneira possível dos resultados anteriores do
planejamento estratégico”.
Poderíamos
relacionar outros aspectos, porém o objetivo do exemplo é demonstrar a
aplicabilidade do conceito objetivo e do conceito estratégia. Não esqueça que
estratégias são utilizadas para obtenção de propósitos!
Etapas da estratégia
A estratégia faz
parte de um processo. Ela pode ser definida como processo estratégico ou o
processo do planejamento estratégico. O mesmo representa o resultado
acumulativo de um longo caminho e etapas. Existe um modelo de processo que
possui cinco etapas, tais itens são fundamentais no processo do planejamento e
da gestão estratégica. Como já vimos, para fazer planejamento é necessário um
aprofundamento na organização em vários aspectos. Desta forma, verificaremos
alguns pontos-chaves do processo estratégico, vale lembrar que tal modelo já
faz parte do processo do planejamento estratégico.
Etapa I -
Concepção estratégica/Intenção estratégica
Segundo Chiavenato
(2003, pp.72-73), “representa a alavancagem de todos os recursos internos,
capacidades e competências essenciais de uma organização com a finalidade de
cumprir suas metas no ambiente competitivo”. Para ele, o nascimento de uma
organização vem da vontade de seus fundadores trazendo com eles suas crenças e
também alguma necessidade do mercado a ser satisfeita e de compradores que
saberão valorizar o que a organização faz. Sendo assim, em torno dessas
vontades e crenças, há uma intenção estratégica que é o combustível indispensável
e o impulso inicial para tornar a organização bem-sucedida na busca de seus
resultados.
Etapa II –
Gestão do conhecimento estratégico
O diagnóstico
externo pode ser definido como análise ambiental ou autoria de posição. É a
forma que a empresa faz o mapeamento e a análise das forças competitivas que
existem no ambiente. O objetivo desse diagnóstico estratégico externo é
identificar os indicadores de tendências, avaliar o ambiente de negócio, a
evolução setorial, analisar a concorrência e entender os grupos estratégicos.
Diagnóstico
interno - da mesma forma que é fundamental o mapeamento externo, é
indispensável o mapeamento interno, pois a análise de um único ambiente pode
deixar algumas lacunas no processo, por isso é indispensável conhecer profundamente
a organização, suas potencialidades e suas fragilidades. O diagnóstico
estratégico da organização busca fazer uma avaliação competitiva, levando em
conta seus recursos organizacionais, a arquitetura organizacional utilizada,
seu arsenal de competências essenciais, bem como a cadeia de valor e os
sistemas de valores utilizados.
No que diz
respeito à construção de cenários é possível afirmar que os executivos em seu
dia a dia enfrentam grandes dilemas para o futuro. Na atualidade, o
questionamento não é executar, mas sim decidir o que executar. Partindo dos cenários, é possível preparar-se para decisões promissoras, pois
ao identificarmos essas implicações pode-se ter alguma confiança para buscar
melhores planos. Conforme Chiavenato (2003, pp.175 e 176), “as decisões que
fazem sentido somente para um cenário são perigosas e podem ser armadilhas. O
poder dos cenários é permitir que nos preparemos entendendo as incertezas e o
que elas possam significar”.
Etapa III –
Formulação estratégica/Planejamento estratégico
Como descrito
anteriormente, em um meio ambiente caracterizado por constantes mudanças,
muitas empresas em seus mais variados tamanhos costumam antecipar providências
necessárias para mudar suas políticas até chegarem a um declínio grave ou até
mesmo a uma crise. Tais decisões necessitam de interação, reflexão intuitiva e
desenvolvimento cooperativo de novos modelos mentais, ou seja, quanto mais
aprofundadas as simulações, maiores as possibilidades, pois quanto mais se estimulam
a imaginação e o aprendizado, melhor.
Para Chiavenato
(2003, p.207), “o processo de planejamento estratégico requer que se aprenda a
construção de modelos para chegar à fase da tomada de decisão”. Sendo assim,
após esses constantes exercícios de elaborar cenários de futuros plausíveis, “a
organização deve decidir o que representa ameaça ou oportunidade e cruzar essas
decisões para avaliar quais seriam seus pontos fortes e fracos”.
Modelos dinâmicos
de concorrência: é evidente que os cenários estão em constante evolução e
transformação e assim é possível afirmar que os mesmos são competitivos.
Podemos dizer que as organizações estão inseridas em um cenário extremo,
complexo e dinâmico e cada uma delas necessita ocupar seus lugares e atingirem
seus objetivos.
Para isso é
necessário um profundo conhecimento dos pontos fortes e fracos dos concorrentes
e de suas ações mais prováveis para formularmos as condições estratégicas. Veja
a importância desse conhecimento aprofundado de concorrentes, essa análise
auxilia e leva a descobrir o grupo de clientes para os quais podemos ter uma
vantagem competitiva em relação à concorrência.
Etapa IV – Após
as análises se faz necessária a implementação da estratégia
Gestor(a), toda
mudança é difícil porém quando os objetivos são bem determinados, o processo
mesmo sendo simples ainda necessita de grande empenho da equipe envolvida. O
processo de implementação dos planos estratégicos prevê as etapas a seguir:
1) Estabelecer
senso de urgência;
2) Formar uma forte
coalizão;
3) Criar uma clara
visão;
4) Comunicar a
visão compartilhada;
5) Dar poder;
6) Obter vitórias
de curto prazo;
7) Consolidar as
vitórias iniciais e aprofundar o processo;
8)
Institucionalizar a nova abordagem e cultura.
A tática como complemento da estratégia
Outro aspecto que
podemos abordar nas estratégias são as táticas ou ações que serão
desenvolvidas. Conforme Herrera (2007), a
estratégia se completa por meio das táticas que, por sua vez, viabilizam-se
mediante medidas operacionais levadas à termo nos nichos funcionais da empresa
formando a cadeia de resultado.
A estratégia seria
um conjunto de medidas abrangentes de tempo futuro que visam uma vantagem
competitiva. Pode ser considerada como um aglutinado de esforços com objetivo
de influenciar, encantar, seduzir, conquistar, subjugar, impactar, transformar
etc. No que diz respeito aos aspectos mercadológicos o consumidor é o alvo da
disputa e a estratégia tem como propósito alterar sua percepção de um
determinado negócio de forma favorável.
Em relação à
tática, a mesma assume características visíveis, pontuais, circunstanciais nas
determinadas áreas ou situações específicas. No que diz respeito aos aspectos
mercadológicos temos: melhorias na qualidade (processos), excelência no
atendimento (vendas, AT), pronta disponibilidade de bens (logística) etc. Temos
ainda como exemplo de medidas operacionais de ordem tática: internalização de
nova tecnologia (equipamentos computadorizados), implementação de metodologia
(sistema ISO, qualidade contínua), racionalização de produtos (P&D),
modificação de portfólio (inovação), melhoria das competências (D&T) etc.
Para fechar o
assunto estratégia, formulação estratégica, processo do planejamento
estratégico e compreender o conteúdo apresentado, observe que tudo parte de um
propósito (objetivos) básico ou complexo, dependendo das intenções
organizacionais (níveis organizacionais), determina-se uma escolha do que fazer
(estratégias) e finalmente o que fazer (planejamento tático e operacional).
Leia também sobre: O que é Objetivo?
Leia também sobre: O que é Objetivo?
Os detalhes
encontrados em cada item apresentado são de extrema importância para a
formulação de objetivos e estratégias, não esqueça que esses são alguns
modelos existentes entre uma infinidade de estudos da área de planejamento
estratégico. Você pode construir um sistema de trabalho, basta ficar sempre
atento em detalhes indispensáveis para a formulação de objetivos e suas
respectivas estratégias.
Bom trabalho e grande abraço.
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 09 de novembro de 2016
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-estrategia
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Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.
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