No mundo como o que vivemos hoje, em que as situações de
incerteza, de mudança contínua e de complexidade são cada vez mais
presentes, é melhor ter uma mentalidade cada vez mais empreendedora, seja
para as empresas, seja para os indivíduos?
E nesse contexto, Será que existe jeito empreendedor de
tomar decisões? Será que os empreendedores tomam decisões de forma
diferenciada quando comparados com outras pessoas, principalmente nos
ambientes de negócios, nos ambientes de empresas e nos ambientes de
criação de novos empreendimentos?
Podemos definir a prática de tomar uma decisão como conjunto
de escolhas que vão definir determinado caminho, determinado resultado, uma
determinada trajetória para uma ação que vai ser realizada. Junto com a
decisão, tem que haver primeiro processo de julgamento que, na verdade, é
como o empreendedor avalia, faz estimativa e infere quais são os eventos e
consequências que vão acontecer se ele escolher uma determinada ação e não
outra.
O empreendedor tem que julgar e avaliar quais serão esses eventos
e que tipos de reação as pessoas que estão tomando as decisões terão em
relação a esses eventos. Ou seja, o empreendedor tem que julgar e avaliar
quais serão esses eventos e que tipos de reação as pessoas terão em
relação a esses eventos.
E, é claro, no processo para a tomada de decisão tem a ver
com as preferências, como a pessoa que está decidindo tem o comportamento
específico, uma determinada intenção de escolher uma alternativa de ação e
não outra.
Os empreendedores tomam decisões criando algumas regras, mecanismos
e técnicas bem pessoais de pensamento e de comportamento para facilitar e
acelerar o processo de tomada de decisão.
Os empreendedores acabam criando métodos próprios com suas
próprias experiências e, principalmente, aprendem com seus próprios erros. Em
geral, estes mecanismos e técnicas acabam fugindo dos modelos de decisão mais
racionais, que são aqueles modelos onde você toma decisões mais estruturadas, mais
sistemáticas, justamente porque você tem mais informações e tem
informações mais seguras, mais precisas e mais organizadas.
As decisões mais racionais são tomadas porque você tem nível
de segurança e de confiança nas informações que você está utilizando para
tomar a decisão. Principalmente, porque as informações puderam ser bem
estruturadas e bem organizadas.
E porque não existem incertezas e dúvidas significativas em
relação a elas. Nem sempre as melhores informações estão disponíveis. Mesmo
porque obter boas informações pode custar muito dinheiro em determinadas
fases do processo de empreendedor. O problema é que esses mecanismos e
técnicas também estão associados a algumas distorções no formato de pensar
e de agir dos empreendedores.
Uma característica importante dessas distorções é que elas
são uma maneira de pensar e agir que envolvem conclusões baseadas em
evidências ou suposições quase sempre equivocadas. Por exemplo, uma
distorção muito simples e muito presente é o excesso de otimismo. O
excesso de otimismo é a tendência que o empreendedor tem de esperar resultados positivos,
mesmo quando tais expectativas não são racionalmente justificadas.
O excesso de confiança refere-se ao comportamento de
superestimar a probabilidade que o empreendedor tem de estar certo em
relação à determinada decisão. As consequências do excesso de
confiança podem ser negativas. Por exemplo, os empreendedores
superconfiantes tendem a entrar em determinados segmentos de mercado ao
usar informação equivocada para decidir sobre aquele mercado. Estes
excessos são uma das razões que explicam o fato de que pessoas empreendedoras
gostam de correr mais riscos ou, como se costuma falar às vezes, que os
empreendedores gostam de tomar riscos.
Quando se tem excesso de confiança na hora de tomar uma
decisão, os empreendedores podem ficar mais propensos a correr riscos que
a maioria das pessoas. É muito comum que o uso dessas regras, mecanismos e
técnicas tragam soluções bastante aceitáveis para problemas que os
empreendedores enfrentam no processo de decisão, o que torna essas
decisões bastante eficazes e produtivas.
Esses mecanismos são verdadeira estratégias e gatilhos que
são usados pelo empreendedor para tentar simplificar situações e problemas muito
difíceis de serem decididos. Justamente porque envolvem condições muito
complexas e cheias de incerteza. E sabe-se que os empreendedores tomam
mais decisões com base nessas técnicas, procedimentos e comportamentos do
que, por exemplo, os gerentes e determinados cargos técnicos nas
organizações.
Essas técnicas e regras são chamadas de heurísticas, e
as distorções são chamadas de vieses psicológicos ou vieses cognitivos. Mas
o que é interessante é que os estudos na área de empreendedorismo apontam que
os empreendedores têm mais vantagens do que desvantagens em relação à maioria
das pessoas ao usarem tais técnicas e estarem sujeitos a elas.
São justamente esses procedimentos, técnicas e, até mesmo, essas
distorções que os ajudam a serem pessoas que têm uma capacidade maior do que
a maioria das pessoas na hora de por em prática ideias e transformá-las em oportunidades
e novos empreendimentos.
Por exemplo, quando os empreendedores buscam informações
formais ou informais, mais ou menos estruturadas, para testar hipóteses
sobre o potencial de uma nova ideia, eles estão usando heurísticas para
encontrar a melhor resposta e ajudá-los a decidir se devem prosseguir ou
não com aquela ideia. Ou, então, essas diferenças favoráveis aos
empreendedores surgem quando, por exemplo, uma alta confiança pode
desencadear emoções positivas ou atuar como importante resultado para ação
do empreendedor, o que promove mais flexibilidade e mais capacidade de
recuperação ao enfrentar certos obstáculos.
Assim, essas diferenças podem aumentar a capacidade do
empreendedor de criar novos negócios, mesmo quando o negócio atual se
mostra inviável. Mas poderia ser perguntado: Essas diferenças favoráveis
ao empreendedor pelo modo como ele toma decisões permanecem, de fato, mesmo
quando se tem muitas incertezas sobre às decisões?
A busca incessante pelo aprendizado no cotidiano ainda é o
melhor caminho para direcionamento das melhores decisões, cabendo ao
empreendedor dotar-se das melhores práticas e refletir de tempo em tempo sobre se
o conhecer-se a si mesmo está bem nivelado e congruente.
Bom trabalho e grande abraço.
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 28 de junho de 2017
Especial: Artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/empreendedor-conhecer-se-a-si-mesmo-para-tomar-decisoes
Publicado em: 28 de junho de 2017
Especial: Artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/empreendedor-conhecer-se-a-si-mesmo-para-tomar-decisoes
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