sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Gabrielle “Coco” Chanel, a maior empreendedora da moda


Uma das principais características de um empreendedor é a inovação. Conseguir colocar uma nova perspectiva no mundo, seja em qual segmento for, certamente lhe colocará no seleto grupo de pessoas que marcaram a história. Falamos isso porque o ser humano busca, quase instintivamente, acomodar-se quando o meio ao seu redor é seguro e confortável, assim, tende-se a fazer pouco esforço - para não dizer quase nenhum - para mudar o status quo de uma sociedade. Por isso poucos são os que mudam a história, mas muitos os que a confirmam.


Frente a isso, quando falamos do mundo da moda, poucos nomes conseguem ser tão brilhantes quanto o de Coco Chanel, talvez a maior empreendedora da história da moda. Sua história está repleta de superação e inovação, o que por si só já garantiria em sua trajetória o status de “empreendedora”, porém, Gabrielle "Coco" Chanel, conseguiu ir muito além e por isso é, sem dúvida, uma das pessoas mais marcantes da história do empreendedorismo.


Os primeiros anos da humilde Gabrielle Chanel 


Os primeiros anos da vida de Coco Chanel não foram fáceis, e para contar sua história precisamos voltar para a França do final do século XIX. Nascida em 1883, Gabrielle Bonheur Chanel viveu sua infância em Saumur, uma pequena cidade francesa. Ela era a segunda filha de Jeanne Devolle, uma lavadeira, e Albert Chanel, um vendedor ambulante. A condição financeira da família Chanel nunca foi boa, visto o pouco recurso que seus pais geravam e isso marcou a infância de Gabrielle. Devido à profissão do seu pai, a criação dos filhos ficou sob responsabilidade de Jeanne, mas o impulso para o empreendedorismo e o comércio é possível que tenha vindo a partir da inspiração do seu pai. 


Ainda assim, a história da família Chanel torna-se mais trágica do que os problemas financeiros que enfrentavam. Com apenas 12 anos Gabrielle perde sua mãe, que era o eixo fundamental da família, e seu pai, sem condição de criar os filhos devido o seu trabalho e o pouco dinheiro que ganhava,decide por deixar suas filhas em um orfanato para serem criadas como órfãos. Não resta dúvida que esses eventos marcaram profundamente a vida de Chanel, que desde cedo precisou aprender a “vencer” na vida por uma questão de pura sobrevivência e de ajudar suas irmãs. 


Conta-se que foi dentro do orfanato que Chanel começou a se interessar pelo mundo da moda. Em sua biografia fala-se que o vestuário das freiras, muito simples e prático para as suas funções, chamava atenção da jovem e que buscaria, no futuro, aplicar os mesmos conceitos para as peças que em sua imaginação já eram uma realidade. 


Ao completar 18 anos, Coco Chanel tornou-se uma adulta e já não poderia continuar no orfanato. Deixou a instituição e começou a trabalhar como costureira em uma loja de chapéus. Esse foi o começo de sua carreira na moda que, como a grande maioria dos empreendedores, passam alguns anos vivendo como empregados até tornarem-se o que realmente são. Engana-se, porém, quem acha que a inserção no mundo do trabalho desta maneira foi negativa para a grande empreendedora da moda. Entender o processo de fabricação desde sua base foi fundamental para Chanel compreender as nuances que envolvem o mundo da moda e como se constitui a dinâmica de uma empresa desse segmento. 


Ao costurar chapéus, Coco demonstrou um talento natural para o design, pois suas criações versavam pela simplicidade e elegância, elementos novos para a moda do início do século XX. Sua capacidade em combinar simplicidade com sofisticação geravam beleza não passou despercebido nas vitrines. De modo relativamente “rápido”, em torno de 9 anos, (devemos lembrar que estamos falando do mundo há um século), a jovem estilista ganhou experiência e começou a sonhar com voos maiores, chegando até a capital francesa. Paris era - e ainda é - o epicentro do mundo da moda e por estar inserida no “olho do furacção”, Chanel passou a viver sob a influência do que havia de mais moderno para a sua época. Assim, quase que de modo natural, Coco quis estar na vanguarda de sua geração e, como um “passe de mágica”, a jovem começou a ganhar notoriedade como designer de moda. 


Percebendo o sucesso dos seus projetos de moda, Coco Chanel começou a trilhar a carreira pensando em lançar sua própria loja e construir um novo conceito, voltado para o novo tempo que começava a surgir. Assim, a jovem humilde e sonhadora dava os primeiros passos para tornar palpável os modelos que existiam apenas em sua mente. 


Coco Chanel e a revolução na moda 


Em 1910 Coco Chanel abriu sua primeira loja. Nesse momento a empreendedora tinha 27 anos e há quase uma década estava inserida no mundo do trabalho. Não por acaso, sua primeira loja tinha como produto principal o chapéu, pois sua experiência de moda até então abarcava praticamente essa única peça. Porém, para ser uma empreendedora de sucesso é preciso mais do que uma boa ideia. Um dos pontos de acerto no primeiro empreendimento de Coco Chanel foi a escolha da localização da loja. A Rue Cambon, onde estava a loja, era uma das áreas mais elegantes da cidade, no coração da cena da moda parisiense. Estar posicionada nessa rua prestigiada garantiu à loja de Chanel uma visibilidade imediata e atraiu uma clientela influente. 


Vale lembrar que Coco Chanel viveu o período de transição entre a Belle époque francesa e o modernismo, o que certamente a influenciou ao longo da sua carreira. O estilo luxuoso da Belle époque, sinal de riqueza e dos “bons tempos” era extremamente chamativo, o que contrasta fortemente com a busca pela simplicidade nos modelos de Chanel. Se por um lado a moda da época buscava um estilo voltado para a aparência e que tornava pouco prática a vida das mulheres, Chanel revolucionou seu tempo ao construir peças cada vez mais simples e funcionais. 


Se tornando um contraponto da Belle époque do século XIX, Chanel foi uma das primeiras a abrir as portas da vanguarda modernista e por isso que a inovação é, sem dúvida, uma das suas principais características. Desse modo, Chanel construiu não somente uma estética nova, voltada para os anseios e mentalidade de um novo tempo,

mas ao mesmo tempo fez com que sua marca fosse sinônimo do novo, do criativo e, em última instância, do mais moderno que a moda poderia produzir. 


Esses adjetivos não são à toa, pois a Chanel, tanto como marca como a empreendedora, nunca pararam no tempo. Mostrando uma habilidade singular para os negócios, Coco Chanel nunca deixou de inovar, pois sabia que a moda precisava acompanhar o tempo. Assim, em um mundo de guerras e com mudanças tão drásticas no estilo de vida, era preciso manter-se sempre na “crista da onda”, sendo o motor da moda, controlando seus rumos. 


Para isso era preciso estar sempre criando peças novas e, principalmente, entrando em novos segmentos. Se a primeira loja de Coco Chanel estava limitada aos chapéus, podemos perceber que nos dias atuais a marca abrange praticamente todos os itens de luxo que a moda alcança. Essa evolução ocorreu ao longo de décadas, com uma visão estratégica e que buscava levar as qualidades da marca para a peça. Assim, Chanel não virou somente um item dentro de um grande vestuário, mas sim o próprio vestuário completo e chegando até produtos de casa. 


Esse processo, porém, não foi rápido, visto o contexto de guerras mundiais, tanto no começo de sua carreira com a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), quanto na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). Sobre este segundo momento, a invasão da Alemanha nazista na francesa fez com que Chanel fechasse sua Maison. Apesar do prejuízo financeiro, alega-se que a empreendedora parou sua produção como um protesto pela guerra. Há ainda quem afirme que Coco Chanel manteve relações estreitas com oficiais alemães, porém há informações limitadas sobre esse aspecto. O fato é que até 1960 sabe-se que muitos difamadores tentam associá-la ao nazismo como uma colaboradora do regime na França. 


Apesar da polêmica infundada, Chanel conseguiu mostrar que seus produtos já superaram sua criadora e por isso continuaram a vender mesmo com os constantes ataques à empreendedora. Sabemos que nessas circunstâncias não é fácil manter os negócios, principalmente quando a propaganda negativa afeta diretamente os ânimos dos consumidores, porém essa é uma prova incontestável do valor dos produtos Chanel, visto que a empresa continuou a crescer mesmo nesses períodos de crise.


O legado de Coco Chanel


Como todos os grandes empreendedores, Coco Chanel tornou-se “pequena” perto de sua obra, pois a marca ganhou proporções globais. Sem dúvida essa é uma das maiores realizações de um empreendedor: ver suas ideias ganhando o mundo, tocando pessoas das mais variadas culturas e sentir que, de certo modo, está em todos os lugares do mundo.


Durante os anos 1960 e 1970 a marca Chanel expandiu seus horizontes. Além das inovações que já apontamos, grande parte do esforço de Coco Chanel foi o de retomar atividades de alta costura, negócio que foi afetado fortemente pelos anos de guerra. Aqui encontramos outro aspecto em que muitos empreendedores convergem: o do trabalho incansável. Coco Chanel já estava com seus 80 anos e ainda assim dedicava-se ao trabalho. Sua direção na Maison Chanel seguiu até o seu falecimento, em 1971, aos 87 anos. Como podemos pensar em descansar quando observamos exemplos como este? Só podemos entender a ânsia pelo trabalho se considerarmos que um verdadeiro empreendedor tem em seu modus operandi a incansável busca pela inovação.


Todo esforço não é em vão. O sucesso não é obra do acaso, muito menos uma conjunção matemática de fatores, mas sim o fruto do espírito empreendedor sobre as circunstâncias. A menina que sonhava com a moda em um orfanato conseguiu fazer com que o mundo vestisse aquilo que outrora apenas existia em sua mente. Esse exemplo de superação, vontade e realização de sonhos é, acima de qualquer dado ou estatística, o verdadeiro legado humano que Coco Chanel deixou para a humanidade. Que possamos, portanto, nos inspirar com sua história de vida para que cheguemos a alçar voos tão grandiosos quanto os que essa grande empreendedora alcançou. 


Bom trabalho e grande abraço!


Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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Método Kaizen: uma filosofia prática que melhora a competitividade



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Um guia rápido dos 4Ps da Gestão e Inovação

4Ps da gestão

Buscar estratégias para melhorar o desempenho do negócio faz parte do dia-a-dia dos empreendedores. Por isso, hoje apresento a vocês os 4Ps da gestão e da inovação.

Estas duas ferramentas tem o objetivo de organizar a empresa e ajudá-la a crescer. Para saber como elas funcionam basta continuar a leitura.

De onde vem os 4Ps?

Os 4Ps mais famosos, por assim dizer, são os 4Ps do marketing ou mix do marketing que foram os pioneiros nas estratégias com esta consoante.

O conceito foi criado pelo professor Jerome McCarthy, na década de 60 e teve como principal propagador Philip Kotler.

Os 4Ps do marketing são considerados os pilares para a criação de uma estratégia de marketing de sucesso, sendo que o significado para cada um deles são:

  • Produto: o que é oferecido para os clientes (serviço, produto, qualidade, garantia, design).

  • Preço: a estratégia de precificação utilizada na comercialização do produto.

  • Praça: quais serão os canais de distribuição do produto.

  • Promoção: a forma de divulgação do produto.

Adotando o mesmo princípio, de serem ferramentas básicas para uma boa ideia, surgiram os 4Ps da gestão e da inovação.

Os 4Ps da Gestão Empresarial

A gestão é essencial para a vida de um negócio, afinal é o gerenciamento que impede que as “coisas saiam dos eixos”.

Por exemplo: embora a atividade básica de um salão de beleza seja atender os clientes, outras tarefas secundárias também são fundamentais para o sucesso, como controle de estoque e montar o fluxo de caixa.

Os 4Ps da gestão (planejamento, processos, pessoas e projetos) entram justamente neste ponto, ajudando a coordenar as atividades dentro empresa e assim alcançar bons resultados.

Planejamento

Esta é a primeira etapa dos 4P’s na gestão, onde é feito o planejamento estratégico da empresa. Geralmente fica a cargo da presidência, conselheiros e diretores.

Nesta parte são feitas as pesquisas e análise do mercado para definir qual será o diferencial do negócio, objetivos e como a empresa se apresentará no mercado.

Processos

Para que os objetivos estabelecidos na parte do planejamento sejam alcançados é preciso criar processos que viabilizem estes resultados. Esta parte normalmente fica a cargo dos gerentes.

Durante esta fase entram os indicadores-chave de desempenho (KPI) a partir deles é feita a avaliação das ações e as mudanças, caso sejam necessárias.

Pessoas

Sem dúvidas os colaboradores são o principal ativo de uma empresa, afinal tudo é realizado por eles, logo, as pessoas têm um papel fundamental dentro dos 4Ps da gestão. Por isso é essencial que os funcionários sejam selecionados com cuidado e tenham um perfil que se encaixe com o da empresa.

Outro ponto importante é desenvolver um ambiente favorável que os motive a contribuir cada vez mais, por isso, ter boas lideranças, que saibam se relacionar da melhor forma com os colaboradores é fundamental.

Quando há uma mudança no planejamento e no processo é preciso adaptar o organograma para que os funcionários possam contribuir da melhor maneira possível com as mudanças propostas.

Projetos

Chegamos na etapa mais operacional dos 4Ps da gestão, quando de fato o planejamento é colocado em prática. Nesta parte a supervisão do gestor é essencial para acompanhar o andamento das ações e interferir quando necessário.

Os 4Ps da Inovação

Incentivar a inovação é fundamental para os negócios, afinal a partir de novas ideias é que a empresa pode crescer e aumentar o seu faturamento. Por isso foram criados os 4Ps da inovação.

Embora seja parecido com os 4Ps da gestão, inclusive alguns tópicos se repetem, na inovação o foco está em facilitar a tomar as decisões partindo da análise de quatro aspectos que mostrarei a seguir.

Propósitos

Dentro de uma empresa as ideias têm basicamente dois propósitos, aumentar as entradas, isto é, vender mais e mais caro ou diminuir as saídas, reduzindo as despesas ou cortando gastos.

Então, antes de tudo você precisa saber em qual desses aspectos a sugestão vai contribuir. Caso não identifique nenhum, não há inovação.

Também as novas ideias devem estar alinhadas com a missão, visão e objetivos da empresa. Ainda é essencial que resultados da aplicação da inovação sejam mensurados.

Processos

Agora que você já escolheu qual será a inovação é o momento de pensar em como colocá-la em prática, para isso você pode utilizar o funil de inovação. Ele é uma ferramenta para avaliar a viabilidade das ideias inovadoras.

Ele é inspirado no funil de vendas, por isso também possui topo, meio e fundo, como mostro a seguir:

  • Topo de funil: entender os problemas que precisam de solução, coletar as ideias, participar de eventos sobre inovação e analisar o mercado.

  • Meio de funil: filtrar as sugestões, verificando quais são os riscos e quais os resultados seriam atingidos aplicando as ideias.

  • Fundo de funil: é hora de colocar os projetos escolhidos em prática.

Aplicando o funil da inovação é provável que as ideias selecionadas tragam os melhores resultados para o negócio.

Pessoas

Assim como nos 4Ps da gestão as pessoas também são um aspecto importante da inovação, já que na maioria das vezes as ideias surgem dos próprios colaboradores e são eles mesmos que vão implementá-las.

Segundo o professor de inovação e empreendedorismo do Insper, Marcelo Nakagawa, para que as ideias funcionem é preciso que a empresa tenha dois perfis de colaboradores.

  • Empreendedores: as que enxergam as oportunidades, traçam um plano e persistem até conseguir que ele se realize.

  • Gestores: são flexíveis e conseguem transformar ideias em ações concretas.

Tendo estas duas categorias de colaboradores as ideias se transformarão em resultados. 

Políticas

Para a equipe ser inovadora é preciso criar uma cultura de inovação na empresa, então é necessário criar políticas para isso. Por exemplo: implementar um programa de remuneração variável, relacionada ao desempenho dos colaboradores e a suas contribuições inovadoras para a empresa.

Também é importante que desde a contratação dos profissionais, além da qualidade técnica, seja analisado se eles possuem um perfil empreendedor ou gestor.

Dicas para aplicar os 4Ps da gestão e inovação

Veja agora dicas para implementar estas duas ferramentas dentro do seu negócio:

 Estratégia e inovação andam juntas

Você não precisa escolher entre a gestão empresarial e a inovação, pois elas são complementares. Afinal, como você poderá inovar sem saber para onde está indo?

Por isso, antes de investir em inovação é importante ter claro quais são as metas e objetivos do negócio.

A inovação não precisa ser inédita

Vale destacar que a ideia deve ser inédita para a empresa e não para o mercado. Você pode muito bem se inspirar em ideias de outros nichos ou até dos seus concorrentes.

O mais importante é que a ideia seja viável e traga resultados positivos para empresa.

Monte uma boa equipe

Como vimos tanto no 4Ps da gestão quanto na inovação, dois aspectos que se repetem são os processos e as pessoas.

Afinal, os resultados vêm da produtividade dos colaboradores, por isso o cuidado em criar uma equipe capacitada é o primeiro passo para o sucesso.

Então, já aplica um dos 4Ps no seu negócio?

Bom trabalho e grande abraço.


Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 13 de setembro de 2023
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com/artigos/um-guia-rapido-dos-4ps-da-gestao-e-inovacao

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Gestão de Pessoas na moderna Administração



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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Conheça 11 Tipos de KPIs

Tipos de KPIs

As métricas são fundamentais para avaliar o sucesso de uma empresa. Contudo é importante saber quais resultados você deve buscar.  Por isso, montei este conteúdo com os principais tipos de KPI (indicadores-chave de desempenho) e como eles podem ajudar no seu negócio.

Neste texto apresento o que são KPI, os principais tipos de indicadores e como escolher KPI para aplicar no seu negócio.

O que são os KPIs?

KPI é a sigla em inglês para “Key Performance Indicator”, também conhecidos como KSI, “Key Success Indicator”, em português, indicadores-chave de desempenho. Na prática, são critérios utilizados pelas empresas para avaliar as ações e atividades realizadas. 

Por exemplo: uma empresa deseja saber se o dinheiro investido em propagandas no Google Ads trouxe o resultado esperado. Para isso, eles usam como critério de KPI o número de visitantes que acessaram o site após a implementação da campanha. 

Como pode ser utilizado em várias situações, existem diferentes tipos de KPIs. Mas eles vão sempre trazer um resultado concreto, por isso, são números ou porcentagens.

Eles são criados justamente para facilitar a visualização e compreensão dos resultados.

Afinal, um relatório trimestral de vendas, traz várias planilhas, gráficos, análises importantes para o setor financeiro, mas que talvez não façam sentido para o gerente de vendas. Sendo que o mais relevante para ele é a porcentagem de lucro obtido através das vendas.=

Assim os KPIs também facilitam a comunicação dentro da empresa, uma vez que qualquer colaborador consegue compreender os indicadores-chave, todos falarão a mesma língua.

Aprenda os tipos de KPIs

Veja 11 dos indicadores de desempenho mais utilizado pelas empresas:

1.           KPI de Eficácia

Este indicador é focado em comparar os resultados obtidos com os resultados pretendidos. Logo, se a resolução alcançada com a ação foi igual, ou melhor do que o esperado, a eficácia foi alcançada.

2.           KPI de Eficiência

Embora seja muito confundida com a eficácia, essa métrica está relacionada à execução para atingir os resultados obtidos. A eficiência não consiste em só atingir os resultados, mas sim chegar a eles da melhor maneira possível.

Então, além de atingir a meta, quando este tipo de KPI é empregado você também analisa a quantidade de recursos utilizados para chegar ao objetivo. E quanto menos recursos, melhor.

3.         KPI da Efetividade

Este indicador faz a junção de dois tipos de KPIs, a eficácia e a eficiência. Ou seja, analisa se os resultados foram atingidos da melhor maneira possível, com o menor custo.

4.         KPI de Capacidade 

Este é um dos tipos de KPI que estão relacionados à capacidade produtiva de uma empresa. Por exemplo: uma fábrica de calçados consegue confeccionar 100 pares de sapatos por hora.

5.         KPI de Produtividade

Muito ligado ao indicador de desempenho de capacidade, o KPI de produtividade é referente a quantidade de produção obtida em um determinado tempo.

Ele pode estar associado aos recursos físicos ou à performance dos colaboradores. Por exemplo: uma máquina embala 200 caixas por hora, já o colaborador entrega 5 caixas por hora. 

6.           KPI de Qualidade

Antes de chegar ao cliente é preciso que o produto esteja perfeito, para cumprir esta missão existe este índice.

Ele mede a relação do que foi produzido e o que estava adequado para o uso. Por exemplo: uma confeitaria assou 50 bolos, no entanto, 2 deles queimaram e foram descartados.

A diferença entre a produção e entrega é o objeto de análise no KPI de qualidade.

7.           KPI de Lucratividade

Este é um dos tipos de KPIs que a maioria das empresas já utiliza mesmo sem conhecer a métrica. Como o nome já mostra, ele avalia o percentual de lucro que a empresa atingiu em um determinado período.

8.         KPI de Rentabilidade

Parecido com a lucratividade, a rentabilidade mede o percentual entre o lucro e o investimento. Por exemplo: uma empresa investiu 500 mil em uma ação de marketing e conseguiu um lucro de 50 mil, logo a rentabilidade foi de 10%.

9.         KPI da Competitividade

Para aplicar este indicador você compara a sua empresa com relação à concorrência. Esta prática é muito comum entre os negócios sendo chamada de benchmarking.

10.        KPI de Valor

Está relacionado ao valor que o cliente precisa investir para comprar o seu produto ou serviço e o valor emocional atrelado a ele. Por exemplo: os ovos de Páscoa são mais caros que os chocolates tradicionais, porque só são comercializados durante esta festividade.

11.        KPI de Processos Específicos

Além dos tipos de KPI já citados existem outros índices mais específicos que você pode implementar na sua empresa, são eles:

  • Time to Market: mensura o tempo necessário para o lançamento de um produto.

  • Lead Time: avalia o tempo entre a chegada de um pedido feito pelo cliente e a entrega do produto.

  • Stock out: indica quantas vezes um produto ficou em falta no estoque.

  • Turnover: calcula a rotatividade dos empregados.

  • Ticket médio: este KPI já é bastante popular, ele indica o valor médio das compras por cliente ou por vendedor.

Como definir os KPIs

A principal função dos KPIs é medir o desempenho de uma tarefa segundo os objetivos estipulados. Por isso, antes de pensar quais tipos de KPIs implementar é importante ter em mente 3 pontos:

  • Índices: a quantidade que representa o desempenho (porcentagem ou números).

  • Meta: o valor que deverá ser atingido conforme a estratégia.

  • Tolerância: quando a meta não é alcançada, qual a margem de flexibilidade aceita que não traga prejuízos para o negócio.

Além destes elementos, outros fatores vão te ajudar a estabelecer os indicadores mais importantes para a sua empresa.

Deve ter relevância para o cumprimento dos objetivos

É natural que ao vermos resultados positivos acreditarmos que eles devem ser os KPIs, no entanto, não são todas as métricas favoráveis que representam bons resultados.

Por exemplo: em uma estratégia de marketing digital, muitas pessoas acreditam que o número de likes e visualizações é um resultado relevante. Porém, na maioria dos casos, eles não estão diretamente relacionados a vendas da empresa, por isso não funcionam como indicadores-chave.

Precisa auxiliar na tomada de decisões 

Os tipos de KPI escolhidos devem contribuir para que o gestor acerte nas suas decisões. Afinal, se um indicador mostrar que os resultados estão longe do esperado é hora de modificar a estratégia.

Por exemplo: uma empresa identifica uma alta rotatividade no quadro de funcionários, a equipe acredita que a causa é a falta de benefícios como plano de saúde e vale-refeição. Mas após 3 meses de aplicação deste benefício os funcionários continuam pedindo demissão. Logo é hora de mudar a estratégia.

Ser fácil de medir

Como os KPIs são informações utilizadas constantemente eles precisam ser obtidos com periodicidade e frequência, logo análises complexas, que necessitam de muito tempo para serem medidas não são as mais aconselhadas.

Agora, conte para mim, o que você achou dos tipos de KPIs? Já conhecia algum?

Bom trabalho e grande abraço.


Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 11 de julho de 2023 Especial: artigos no Jornal Tribuna
Link fonte: https://jornaltribuna.com.br/2023/07/conheca-11-tipos-de-kpis




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