sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O que é estratégia?



Amigo(a) Gestor(a), perceba que para todo objetivo existe um estratégia relacionada. Da mesma forma que os objetivos, a estratégia precisa ser clara, curta e bem definida. De modo geral, estratégia é o caminho que será percorrido ou o que deverá ser feito, não significa o “como fazer”, mas sim “o que fazer”. Segundo Camargo e Dias (2003), um dos primeiros usos do termo estratégia foi feito há aproximadamente 3.000 anos pelo general chinês Sun Tzu, que afirmava que “todos os homens podem ver as táticas pelas quais eu conquisto, mas o que ninguém consegue ver é a estratégia a partir da qual grandes vitórias são obtidas”.

Conceitualmente, estratégia pode ser definida de várias maneiras. Vejamos o que nos dizem alguns estudiosos da área:
Segundo Pasquale (2012, p.107), para alcançar os objetivos é necessário determinar qual a estratégia a ser adotada. Ainda, as estratégias consistem nas ações que a organização deve realizar para atingir seus objetivos. São estabelecidas com base nos objetivos a alcançar e influenciadas pela missão, visão, crenças e valores, microambiente e situação da organização.

Já para Oliveira (2004, p.424), estratégia é caminho, maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar preferencialmente, de maneira diferenciada, os objetivos e desafios estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante o seu ambiente. Para Porter (1996, p.68): “Estratégia é a criação de uma posição única valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades”.

A seleção, implementação e decisões estratégicas

Conforme Moreira (2008, pp.4-5), essa seleção de estratégias deve considerar os cenários ambientais que representam as oportunidades e as ameaças, bem como “1. A vantagem competitiva da empresa. 2. A missão, a visão e os objetivos organizacionais. 3. O relacionamento com outras estratégias. 4. O fato de ser factível. É preciso notar que a um objetivo podem corresponder diversas estratégias e que uma estratégia pode atender simultaneamente diferentes objetivos”.

Vale ressaltar que a formulação e implementação da estratégia faz parte de um processo que envolve algumas tomadas de decisões relativas ao negócio, como: produto, serviço, praça, promoção, clientes, posicionamento, marca etc. Para que essas decisões possam ser duradouras e mantenham um relacionamento com o futuro, os gestores necessitam averiguar onde a empresa está inserida, ou seja, verificar macro e microambiente da empresa. De certa forma, essa análise já foi realizada na definição dos objetivos, porém é necessária uma releitura da mesma sob a ótica estratégica.

As decisões estratégicas para um determinado mercado são tomadas em fases, a primeira pode ser destinada a identificar ameaças e oportunidades que envolvem a empresa, tanto no presente quanto no futuro (o Diagnóstico Externo). A segunda fase é a identificação dos pontos fortes e fracos que a empresa revela, quando comparada com a concorrência (o Diagnóstico Interno). Sendo assim, tais conclusões retiradas destes diagnósticos baseados nos ambientes de uma empresa vão auxiliar e condicionar as fases seguintes do processo que são: segmentação do mercado; - análise dos segmentos do mercado; - escolha dos segmentos-alvo que a empresa pretende atacar; - definição da ação comercial a implementar nesses segmentos; - definição dos objetivos de desenvolvimento a atingir.

Tipos de estratégia

Existe uma infinidade de conceitos de estratégia, aplicados constantemente nas empresas. A escolha da melhor estratégia dependerá do propósito dos objetivos, que se pretenda atingir.



No planejamento as estratégias são decorrentes do encontro de necessidades e objetivos, porém tudo será um desperdício de tempo se os gestores não assumirem uma atitude estratégica. Conforme Chiavenato (2003, p.44), “a atitude estratégica é o compromisso que assegura a utilização da melhor maneira possível dos resultados anteriores do planejamento estratégico”.

Poderíamos relacionar outros aspectos, porém o objetivo do exemplo é demonstrar a aplicabilidade do conceito objetivo e do conceito estratégia. Não esqueça que estratégias são utilizadas para obtenção de propósitos!

Etapas da estratégia

A estratégia faz parte de um processo. Ela pode ser definida como processo estratégico ou o processo do planejamento estratégico. O mesmo representa o resultado acumulativo de um longo caminho e etapas. Existe um modelo de processo que possui cinco etapas, tais itens são fundamentais no processo do planejamento e da gestão estratégica. Como já vimos, para fazer planejamento é necessário um aprofundamento na organização em vários aspectos. Desta forma, verificaremos alguns pontos-chaves do processo estratégico, vale lembrar que tal modelo já faz parte do processo do planejamento estratégico.

Etapa I - Concepção estratégica/Intenção estratégica
Segundo Chiavenato (2003, pp.72-73), “representa a alavancagem de todos os recursos internos, capacidades e competências essenciais de uma organização com a finalidade de cumprir suas metas no ambiente competitivo”. Para ele, o nascimento de uma organização vem da vontade de seus fundadores trazendo com eles suas crenças e também alguma necessidade do mercado a ser satisfeita e de compradores que saberão valorizar o que a organização faz. Sendo assim, em torno dessas vontades e crenças, há uma intenção estratégica que é o combustível indispensável e o impulso inicial para tornar a organização bem-sucedida na busca de seus resultados.

Etapa II – Gestão do conhecimento estratégico
O diagnóstico externo pode ser definido como análise ambiental ou autoria de posição. É a forma que a empresa faz o mapeamento e a análise das forças competitivas que existem no ambiente. O objetivo desse diagnóstico estratégico externo é identificar os indicadores de tendências, avaliar o ambiente de negócio, a evolução setorial, analisar a concorrência e entender os grupos estratégicos.

Diagnóstico interno - da mesma forma que é fundamental o mapeamento externo, é indispensável o mapeamento interno, pois a análise de um único ambiente pode deixar algumas lacunas no processo, por isso é indispensável conhecer profundamente a organização, suas potencialidades e suas fragilidades. O diagnóstico estratégico da organização busca fazer uma avaliação competitiva, levando em conta seus recursos organizacionais, a arquitetura organizacional utilizada, seu arsenal de competências essenciais, bem como a cadeia de valor e os sistemas de valores utilizados.

No que diz respeito à construção de cenários é possível afirmar que os executivos em seu dia a dia enfrentam grandes dilemas para o futuro. Na atualidade, o questionamento não é executar, mas sim decidir o que executar. Partindo dos cenários, é possível preparar-se para decisões promissoras, pois ao identificarmos essas implicações pode-se ter alguma confiança para buscar melhores planos. Conforme Chiavenato (2003, pp.175 e 176), “as decisões que fazem sentido somente para um cenário são perigosas e podem ser armadilhas. O poder dos cenários é permitir que nos preparemos entendendo as incertezas e o que elas possam significar”.

Etapa III – Formulação estratégica/Planejamento estratégico
Como descrito anteriormente, em um meio ambiente caracterizado por constantes mudanças, muitas empresas em seus mais variados tamanhos costumam antecipar providências necessárias para mudar suas políticas até chegarem a um declínio grave ou até mesmo a uma crise. Tais decisões necessitam de interação, reflexão intuitiva e desenvolvimento cooperativo de novos modelos mentais, ou seja, quanto mais aprofundadas as simulações, maiores as possibilidades, pois quanto mais se estimulam a imaginação e o aprendizado, melhor.

Para Chiavenato (2003, p.207), “o processo de planejamento estratégico requer que se aprenda a construção de modelos para chegar à fase da tomada de decisão”. Sendo assim, após esses constantes exercícios de elaborar cenários de futuros plausíveis, “a organização deve decidir o que representa ameaça ou oportunidade e cruzar essas decisões para avaliar quais seriam seus pontos fortes e fracos”.

Modelos dinâmicos de concorrência: é evidente que os cenários estão em constante evolução e transformação e assim é possível afirmar que os mesmos são competitivos. Podemos dizer que as organizações estão inseridas em um cenário extremo, complexo e dinâmico e cada uma delas necessita ocupar seus lugares e atingirem seus objetivos.

Para isso é necessário um profundo conhecimento dos pontos fortes e fracos dos concorrentes e de suas ações mais prováveis para formularmos as condições estratégicas. Veja a importância desse conhecimento aprofundado de concorrentes, essa análise auxilia e leva a descobrir o grupo de clientes para os quais podemos ter uma vantagem competitiva em relação à concorrência.
  
Etapa IV – Após as análises se faz necessária a implementação da estratégia 
Gestor(a), toda mudança é difícil porém quando os objetivos são bem determinados, o processo mesmo sendo simples ainda necessita de grande empenho da equipe envolvida. O processo de implementação dos planos estratégicos prevê as etapas a seguir:
1) Estabelecer senso de urgência;
2) Formar uma forte coalizão;
3) Criar uma clara visão;
4) Comunicar a visão compartilhada;
5) Dar poder;
6) Obter vitórias de curto prazo;
7) Consolidar as vitórias iniciais e aprofundar o processo;
8) Institucionalizar a nova abordagem e cultura.

A tática como complemento da estratégia

Outro aspecto que podemos abordar nas estratégias são as táticas ou ações que serão desenvolvidas. Conforme Herrera (2007), a estratégia se completa por meio das táticas que, por sua vez, viabilizam-se mediante medidas operacionais levadas à termo nos nichos funcionais da empresa formando a cadeia de resultado.

A estratégia seria um conjunto de medidas abrangentes de tempo futuro que visam uma vantagem competitiva. Pode ser considerada como um aglutinado de esforços com objetivo de influenciar, encantar, seduzir, conquistar, subjugar, impactar, transformar etc. No que diz respeito aos aspectos mercadológicos o consumidor é o alvo da disputa e a estratégia tem como propósito alterar sua percepção de um determinado negócio de forma favorável.

Em relação à tática, a mesma assume características visíveis, pontuais, circunstanciais nas determinadas áreas ou situações específicas. No que diz respeito aos aspectos mercadológicos temos: melhorias na qualidade (processos), excelência no atendimento (vendas, AT), pronta disponibilidade de bens (logística) etc. Temos ainda como exemplo de medidas operacionais de ordem tática: internalização de nova tecnologia (equipamentos computadorizados), implementação de metodologia (sistema ISO, qualidade contínua), racionalização de produtos (P&D), modificação de portfólio (inovação), melhoria das competências (D&T) etc.


Para fechar o assunto estratégia, formulação estratégica, processo do planejamento estratégico e compreender o conteúdo apresentado, observe que tudo parte de um propósito (objetivos) básico ou complexo, dependendo das intenções organizacionais (níveis organizacionais), determina-se uma escolha do que fazer (estratégias) e finalmente o que fazer (planejamento tático e operacional).

Leia também sobre: O que é Objetivo?

Os detalhes encontrados em cada item apresentado são de extrema importância para a formulação de objetivos e estratégias, não esqueça que esses são alguns modelos existentes entre uma infinidade de estudos da área de planejamento estratégico. Você pode construir um sistema de trabalho, basta ficar sempre atento em detalhes indispensáveis para a formulação de objetivos e suas respectivas estratégias.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 09 de novembro de 2016
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-estrategia


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O que é Planejamento?


De certa forma, todo planejamento inicia-se de uma ideia, isso só é possível porque o ser humano é dotado de imaginação. A imaginação é responsável pelo pensamento, o mesmo pode se transformar em algo muito poderoso e eficiente dependendo do propósito que você estabelecer. Dentro desse raciocínio inicial, temos uma simples formulação estrutural do planejamento, ou seja, imaginação, seguida de pensamentos, ideias, propósitos e objetivos.

Como toda ciência o planejamento também possui uma infinidade de conceitos. Veremos alguns deles: conforme Moreira, Perrotti e Duner (2003, p.328), planejamento corresponde ao “ato ou efeito de planejar, elaborar por etapas, como bases técnicas; planificações”. Para Correa (2002, p.98), o planejamento é um “processo administrativo e sistemático para atingir um objetivo proposto”. Outro pensamento, conforme Pasquale (2012, p.98), tem o planejamento como “processo de elaborar o plano, que é o documento escrito: portanto, planejamento é a ação, enquanto o plano é o resultado”, ou seja, o plano pode ser considerado como a expressão de uma ideia ou pensamento em algo físico.

Segundo Oliveira (2004), o planejamento consiste em identificação, análises estruturação, coordenação de missão, propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas internas e externas, programas, projetos e atividades, a fim de alcançar de modo mais eficiente, eficaz, efetivo o máximo do desenvolvimento possível, com a melhor concentração de esforços e recursos.

O planejamento gera resultados porque tem uma visão ampla do negócio. Empresas sem planejamento são aquelas que abrem suas portas pela manhã e simplesmente esperam acontecer. Já empresas com plano e criatividade são aquelas que estão prontas para buscar. Porém, não basta simplesmente ter um planejamento ou plano, é necessário saber executá-lo. Outro ponto é discernir que uma empresa possui vários tipos de planejamentos, todos importantes em suas respectivas áreas. 

O fato é que todos devem ser integrados para corresponderem às necessidades do negócio.

Outras definições de planejamento

Administrador(a), existe uma variedade conceitual de planejamentos, os mesmos podem ser encontrados nos vários níveis hierárquicos de uma organização. Em suma, temos o planejamento organizacional, estratégico, de marketing, de comunicação e de campanha.

Planejamento Organizacional: é integrado, pois o mesmo envolve os níveis hierárquicos do negócio interdependente de seu modelo organizacional, facilitando e unificando as tomadas de decisão.

Planejamento Estratégico: como exemplo aqui, no que diz respeito ao marketing o planejamento estratégico auxilia a empresa a reagir positivamente às alterações do ambiente (interno e externo) e assim explorar de forma mais adequada as oportunidades de mercado, por meio de um posicionamento de marketing coerente. Ainda contempla as implantações de novas técnicas de administração e um conjunto de ações que objetivem atingir as metas em sintonia com a missão da empresa.

Planejamento de Marketing: é um processo de intensos exercícios racionais, coordenação de pessoas, recursos financeiros, comunicação, mix (marketing) e materiais com o propósito central de atender e satisfazer as verdadeiras necessidades e desejos dos consumidores. Em outras palavras, é ajudar o consumidor a se sentir um pouco mais próximo, feliz e satisfeito e em consequência, gerar resultados positivos para a empresa e seus clientes.

Planejamento de Comunicação: é um processo de nível tático derivado do planejamento de marketing. Ele possui o método administrativo, organizado, sistêmico cujo objetivo é coordenar os objetivos, estratégias referentes às ações de comunicação, como campanha de propaganda, promoção de vendas, relações públicas, assessoria de imprensa etc.

Planejamento de Campanha: é a forma de organizar as informações e estratégias de maneira criativa e assim detectar e solucionar problemas. Outro aspecto que deve ser previsto nesse planejamento é a definição do público-alvo e qual mensagem que será a ele dirigida, definindo ainda os meios pelos quais a mensagem publicitária será transmitida, bem como definir como serão aferidos os resultados alcançados.

Desta forma, todo planejamento parte do princípio de que você deve saber exatamente o caminho a seguir, produção, público-alvo, fornecedores, comunicação, concorrentes etc. Mas para que isso ocorra em perfeita sinergia é necessária integração. Reconhecer o valor agregado de planos tão abrangentes ajuda a fortalecer todo esse conjunto articulado de esforços de ações, estratégias, produtos/serviços, comunicação, pessoas, organização etc. Assim, essa soma de atividades refletirá na eficiência e eficácia do planejamento proposto.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 06 de novembro de 2016
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-planejamento




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domingo, 30 de outubro de 2016

Como funciona o Franchising no Brasil


O que é franquia?

É um modelo empresarial baseado na venda de licença de uso de um negócio com marca, know-how, estruturas, rotinas e produtos/serviços desenvolvidos por um franqueador. É uma estratégia de mercado para aqueles que desejam iniciar um novo projeto já com bases mais consolidadas, aplicações testadas e certo reconhecimento pelo público-alvo. Quem adquire esses direitos se torna um franqueado.

O que ser um franqueador?

É ser um empreendedor que concebe, desenvolve e evolui um negócio, que compartilha essa expertise com outros profissionais (franqueados), fornecendo a marca, as normas, a capacitação e todos os insumos necessários para o trabalho. Forma-se assim uma rede que prestará serviços e vendará produtos com os mesmos padrões de qualidade.

O que ser um franqueado?

É ser um empreendedor que detém o direito de uso de uma marca já estabelecida, por meio de licença e contrato concedidos pelo franqueador (aquele que desenvolveu no negócio transformado em franquia).

O Sistema de Franquias

Devido ao grande número de redes hoje espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, é familiar a todos nós. Uma empresa, por ser franquia, terá o direito de utilizar a marca de outra, comercializará seus produtos e serviços e gerará no consumidor a expectativa de ver o mesmo modelo de negócio nos diversos locais onde ele se deparar com aquela marca.

Mas não existe uma definição única para franquia. De forma simplificada podemos dizer que é uma estratégia empresarial para distribuição e comercialização de produtos e serviços e que a franquia de negócio formatado (Business Format Franchising) é a que melhor tem representado os sistemas comercializados hoje em dia.

Esse modelo se caracteriza pela existência de um contrato, no qual uma empresa, detentora de uma marca ou patente (franqueador), utiliza o sistema de franquias para expandir seus negócios, concedendo a outros (franqueados) o direito de uso de sua marca ou patente e de exploração comercial do que tiver sido desenvolvido ou testado por ela. Para reproduzir corretamente o modelo e  se beneficiar de um negócio experimentado e bem sucedido, o franqueado deverá receber orientação para a instalação e operação da unidade franqueada, mantendo o padrão exigido e remunerando a franqueadora pela concessão dos direitos e pela transferência desses conhecimentos.

Termos utilizados

O termo franquia é utilizado tanto para designar o sistema, quanto a pessoa jurídica que participa de uma rede de franquias (a unidade franqueada). O termo franchising é comumente utilizado para designar a estratégia de distribuição e comercialização de produtos e serviços.
Para que uma rede seja criada, o sistema de franquias pressupõe dois participantes: o franqueador e o franqueado.

Franqueador: Pessoa jurídica detentora dos direitos sobre determinada marca ou patente, que formata um modelo de negócio e cede a terceiros (franqueados) o direito de uso desta marca ou patente e do know-how por ela desenvolvido, sendo remunerada por eles pelo uso deste sistema.

Franqueado: Pessoa física ou jurídica que adere à rede de franquias idealizada pelo franqueador, mediante o pagamento de um determinado valor pela cessão do direito de uso da marca ou patente e transferência de know-how, comprometendo-se a seguir o modelo por ele definido.

Royalty: Remuneração periódica paga pelo franqueado pelo uso da marca e serviços prestados pelo franqueador. Geralmente é cobrado um percentual sobre o faturamento bruto.

Taxa de franquia:  (franchise fee ou taxa inicial). É um valor único estipulado pelo franqueador para que o franqueado possa aderir ao sistema, pago na assinatura do pré-contrato ou contrato de franquia. Esta taxa também remunera o franqueador pelos serviços inicialmente oferecidos ao franqueado. Alguns franqueadores cobram um percentual da taxa de franquia no momento da renovação do contrato.

Fundo de Propaganda: (ou fundo de promoção). Montante referente às taxas de publicidade pagas pelos franqueados e pelas unidades próprias dos franqueadores e que deve ser utilizado para ações de marketing que beneficiem toda a rede. Em geral, o franqueador é o administrador do fundo, mas deve prestar contas periódicas aos franqueados.

Conselho de Franqueados: Tem caráter consultivo e é constituído pela franqueadora e por um grupo de franqueados principalmente para a administração do Fundo de Propaganda.

Circular de Oferta de Franquia: Documento que, segundo a legislação brasileira, deve ser entregue pelo franqueador ao candidato a franqueado até 10 dias antes da assinatura do pré-contrato, contrato ou pagamento de qualquer valor. Em resumo, ela deve ser entregue por escrito e ser redigida de forma clara, contendo as informações sobre a franquia, a rede de franqueados e tudo o que será exigido do franqueado antes e após a assinatura do contrato de franquia.

Licenciamento de uso de marca X contratos de franquia: Muitos empresários confundem contratos de franquia com licenciamento de uso de marca. Algumas diferenças podem ser apontadas para facilitar este entendimento.
  • Os contratos de licenciamento, para que tenham validade perante terceiros, têm que ser averbados/registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Nas franquias, a averbação é facultativa para contratos internos e só é necessária para os contratos cujos franqueadores sejam domiciliados no exterio
  • As franquias são regidas pela Lei 8.955/94, também conhecida como a Lei de Franquias. É um contrato mais complexo que o de licenciamento de marca e inclui a transferência de know-how e uma série de direitos e obrigações entre as partes, o que permite ao franqueado replicar o modelo de negócio.
  • Os contratos de franquia incluem o licenciamento da marca, mas não se resumem a isso.
  • A Lei de Franquias determina que o franqueado receba a Circular de Oferta de Franquia (COF).
  • Contratos de licenciamento podem ser questionados na justiça e considerados uma forma disfarçada de franquia se incluir a transferência de know-how e o cumprimento de exigências típicas dos contratos de franquia empresarial.

Gestão e atuação


Por essas e outras razões, tanto detentores de marcas e patentes, quanto àqueles que desejam ter o direito de comercializá-las, precisam saber claramente, na hora de redigir ou analisar o contrato, se estão diante de um simples licenciamento do direito de uso da marca ou se está caracterizada a transferência de um modelo de negócio formatado, neste caso, uma franquia.

Tipos de franquia

Para expandir sua marca, o franqueador pode optar por diversos tipos de franquias, escolhendo a que melhor atenda à sua estratégia de crescimento. De acordo com os locais onde pretende atuar e as responsabilidades que pretende transferir, ele poderá escolher o tipo de contrato a ser firmado com os franqueados e o papel que estes terão na expansão da franquia.
Desta forma podemos destacar alguns modelos de franquia, como:

Franquia Unitária: Cessão de direito de abertura de uma unidade, com exclusividade de atuação em local determinado pelo franqueador. Exemplo: uma loja ou quiosque em um determinado Shopping Center.  O mesmo franqueado pode adquirir outras franquias unitárias, dependendo de sua capacidade financeira, desempenho alcançado e plano de expansão do franqueador.

Franquia Master: Modelo comumente utilizado nos planos de internacionalização de franquias e em países de grandes dimensões geográficas, como o Brasil. O Master Franqueado (ou Sub Franqueador) assina um contrato que lhe dá o direito de implantar ou terceirizar outras unidades franqueadas em uma determinada região. Neste caso, os contratos serão assinados pelo Master Franqueado e ele receberá parte do valor da taxa de franquia e dos royalties cobrados dos franqueados, responsabilizando-se pelo treinamento e suporte a eles.

Franquia de Desenvolvimento de Área: Cessão de direito para exploração de uma determinada região, onde o franqueado abrirá mais de uma unidade em um determinado espaço de tempo. Será firmado um contrato para o desenvolvimento da área e para cada unidade que ele abrir. O desenvolvedor de área também poderá vender unidades em sua região, recebendo parte do valor cobrado a título de taxa de franquia e royalties. Todos os contratos serão firmados com o franqueador.

As microfranquias: As microfranquias são caracterizadas por exigirem um baixo investimento inicial de até R$ 80 mil (em 2016), terem um baixo custo operacional e uma operação simplificada, em atividades que podem ser realizadas pelo próprio franqueado e, muitas vezes, sem exigência de um ponto comercial.  Geralmente o franqueado pode operá-la de sua própria residência ou se deslocar até o endereço do cliente para atendê-lo, sendo, nestes casos, chamadas de “home based”. Devido ao seu baixo custo, o retorno do capital investido ocorre mais rapidamente do que em franquias mais caras, mas o faturamento tende a ser compatível com o investimento feito. Na compra de uma microfranquia é importante observar se há exigência de um volume de compras mensais de produtos do franqueador e  cobrança de qualquer taxa ou cumprimento de qualquer exigência se um determinado limite de faturamento for alcançado.  São informações que precisam estar discriminadas na COF - Circular de Oferta de Franquia e estas condições não podem comprometer a sustentabilidade do negócio. Essas franquias também são regidas pela Lei 8.955/94 – Lei de Franquias e todas as taxas a serem pagas têm de estar previstas em contrato e redigidas de forma clara na Circular de Oferta de Franquia (COF), para que o candidato a franqueado possa analisá-las antes do pagamento de qualquer valor. Esse tipo de franquia pode significar uma boa oportunidade, especialmente para empreendedores iniciantes, sem experiência, com poucos recursos para investir e que desejam contar com o reconhecimento da marca e o apoio oferecido pelas franquias. Mas, como toda franquia, antes de efetuar a compra é imprescindível que o candidato a franqueado analise alguns pontos: se o seu perfil se enquadra neste modelo de franquia, cuja operação requer a participação direta do franqueado no dia a dia da empresa, as condições da franquia quanto ao reconhecimento da marca, sua experiência de mercado, suporte oferecido à rede, satisfação dos franqueados e viabilidade econômico-financeira do negócio.

A remuneração do sistema
Ao optar pela franchising, inicialmente o franqueador investe para que seu modelo de negócio seja formatado e comercializado como franquia. Com a venda das primeiras unidades franqueadas ele começa a ser ressarcido por este investimento.

Taxa de Franquia é a primeira taxa paga pelo franqueado. Ela é um valor fixo e cobrado uma única vez quando do ingresso do franqueado na rede. Esta taxa remunera o franqueador pelos treinamentos, elaboração dos manuais e todo tipo de assistência necessária à abertura de sua unidade. Durante a vigência do contrato outras taxas serão cobradas mensalmente, como os Royalties e o Fundo de Propaganda.

Os Royalties costumam corresponder a um percentual sobre o faturamento bruto da unidade franqueada, girando em torno de 5 a 10% deste valor, mas também podem ter um valor fixo mensal estipulado, estar embutidos nos produtos fornecidos pelo franqueador e, mais dificilmente, serem cobrados sobre as receitas líquidas. Os Royalties ressarcem o Franqueador pelo uso do sistema, direito de uso da marca e serviços prestados ao Franqueado durante a vigência do contrato.

Já o Fundo de Propaganda, valor pago mensalmente pelos franqueados para custear ações de marketing, não deve ser considerado como receita do franqueador, e sim uma antecipação de despesas. A administração do fundo pode ser feita por ele ou por um Conselho de Franqueados (ou Conselho de Marketing). Os valores devem, preferencialmente, ser depositados em uma conta específica para este fim, permitindo que seja contabilizado à parte e sua utilização divulgada de forma transparente para toda a rede. A lei não determina como deve ser feita esta prestação de contas, nem exige a participação do franqueador para a sua composição.

Legislação do Setor

Ser um franqueado consiste em receber a cessão do direito de uso da marca/patente e outros direitos com atuação empresarial autônoma. Ou seja, os estabelecimentos são independentes entre si.
O crescimento acelerado do Sistema de Franchising no Brasil, em meados dos anos 1990, tornou necessária a criação da Lei nº 8955/94, específica para essa área.
A Lei de Franquias foi elaborada com base no modelo estadunidense e apresenta informações relevantes para o novo franqueado avaliar o negócio ofertado, através da Circular de Oferta de Franquias (COF).
Mas ela é considerada insuficiente para sustentar o setor. Em razão disso, o PLC nº 91/2013 (numeração na Câmara dos Deputados – PL nº 4319/2008), que propõe uma legislação mais completa para a área, está em tramitação no Congresso Nacional, aguardando apreciação do Senado.
A legislação atual também não é muito específica quanto ao Contrato de Franquia, mas entende-se que deve seguir os princípios gerais do Direito Civil, servindo estes como parâmetros para análise, elaboração e interpretação do contrato.

Atuação do Candidato ao uso da Franquia

O empreendedor pode atuar de duas maneiras: como franqueado ou master franqueado.
Os franqueados são aqueles que adquirem a franquia e o direito de uso da marca e todo o sistema formatado pela franqueadora.
Já os master franqueados, além desses direitos, são autorizados a explorar determinada região para expansão do sistema da franquia. Isto é, eles realizam a comercialização de sub-franquias em território determinado, cedendo o direito de utilização da marca e do sistema.
Vale ressaltar que todo franqueado está sujeito a uma análise do perfil por parte da franqueadora, antes que ocorra a transferência da franquia.

Ser Franqueadora

Atualmente, ao iniciar suas atividades, qualquer empresa já pode franquear seu negócio, desde que obedeça à legislação vigente. No entanto, dentre outras alterações, a nova proposta de lei exige, no mínimo, um ano de atuação antes que um empreendimento possa iniciar seu sistema de franquia.

O objetivo é auxiliar as empresas que já estão no mercado, evitando a concorrência com aventureiros e empresas que entram nesse negócio sem estrutura e preparo para oferecer a seus franqueados.

Diferenças

Complementando informações anterior, é importante entender a diferença entre licença de uso da marca e franchising e identificar qual delas está de acordo com o perfil do seu empreendimento. O registro da marca é inerente ao Sistema de Franchising, sendo que a franquia é o sistema pelo qual a franqueadora cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associados a outros direitos. Sendo assim, é imprescindível que a marca esteja registrada para que se ingresse no sistema de franchising.

O franchising, além da autorização do uso da marca, impõe a transferência de know-how, de métodos  administrativos e padrões de operação absolutos para o franqueado que ingressa na rede.

Já na licença de uso da marca, existe a autorização para utilização e comercialização da marca, mas não importa na transferência de know-how, oferecendo flexibilidade maior em relação aos métodos administrativos e padrões de operação.

Instrumentos jurídicos

Esses documentos são redigidos de acordo com o que determina a Lei 8.955/94, como a Circular de Oferta de Franquia (COF), o Pré-contrato e Contrato e as características de cada franquia.

Algumas consultorias acrescentam outros documentos, como recibos e protocolos de entrega de documentação para os franqueados ou orientações para filiação da franquia junto à ABF – Associação Brasileira de Franchising.
Pasta Arquivo para formalização:
Ficha Cadastral do Candidato;
  • Documentos e Certidões dos Sócios (para arquivos);
  • COF- Circular de Oferta da Franquia;
  • Contrato de Franquia Unitária ou Contrato de Franqueado Master;
  • Termo de Confidencialidade;
  • Recibo de Protocolo da entrega do Manual do Franqueado.

Manualização

Em seguida serão estruturados os manuais da franquia, tanto os que orientarão os franqueados, quanto os que nortearão os trabalhos a serem executados pela equipe da franqueadora. Aqui será detalhado o projeto arquitetônico e de decoração, serão mapeados os processos, definido o sistema de gestão e tudo o que será objeto de treinamento e de padronização dentro da rede.

Caso ainda não tenha sido feito, é recomendável que esse modelo seja testado em uma unidade-piloto, para que sejam reproduzidas as condições que serão enfrentadas pelos franqueados no dia a dia da operação e para que sejam  feitos os ajustes necessários ao modelo.

Após esses passos, e desde que já esteja estruturada internamente, a empresa já terá condições de pôr em prática seu Plano de Expansão, com a seleção dos candidatos e a venda das franquias.

Avaliando a capacidade de investimento

Erram aqueles que acreditam ser possível implantar uma rede de franquias valendo-se dos recursos que serão captados com a venda das primeiras unidades. Até a rede atingir seu ponto de equilíbrio, será exigida uma sólida capacidade financeira da empresa franqueadora, sem que ela possa contar unicamente com os recursos advindos das unidades franqueadas. Por isso, deve-se avaliar o custo de implantação do Plano de Expansão da franquia, ter uma cuidadosa avaliação da projeção dos resultados e do prazo para o retorno do capital que será investido.

É aconselhável que o franqueador tenha capital próprio para suportar o investimento nas primeiras unidades e que comece a expansão partindo de uma rede regional/nacional para depois atingir outros mercados, como a internacionalização requer maior know-how de franchising, além dos processos padronizados do negócio em si que poderão existir certas complexidades devido a certas culturas e âmbitos jurídicos.

O franqueador precisa estar pronto para dar suporte aos franqueados e, se houver necessidade e for estrategicamente recomendável, até mesmo recomprar uma unidade cujo franqueado queira sair da rede ou cujo contrato tenha sido cancelado.

Caso não tenha estes recursos,  e ainda assim queira iniciar a expansão, o empresário poderá se valer de algumas estratégias para captação de recursos de terceiros, como a busca por um Sócio Investidor ou linhas de financiamento disponibilizadas pelos bancos e agências de fomento, sempre avaliando as condições desses financiamentos e sua capacidade de pagamento para não colocar em risco a saúde financeira da empresa.

Franquear um negócio custa mais caro e é mais demorado do que normalmente se imagina. É preciso cuidar para que o percentual de comprometimento do faturamento não inviabilize a própria empresa.

Processos e estratégias

Devido à importância dos processos para a padronização das atividades nas redes de franquias, torna-se fundamental decidir quais processos devem ser mapeados e incluídos nos manuais que serão entregues à equipe da empresa franqueadora e aos franqueados e que servirão de objeto de análise de conformidade nas consultorias de campo.

Para definirmos quais processos padronizar é preciso conhecer seus impactos junto aos clientes e as vantagens que o franqueador e os franqueados terão em padronizá-los. Processos simplificados e bem estruturados podem reduzir o tempo e os custos envolvidos na execução de uma atividade, serem mais facilmente repassados nos treinamentos e permitirem um melhor acompanhamento da sua execução, gerando um maior controle da qualidade final dos produtos e serviços oferecidos aos clientes.

Mas como priorizar o que deve ser padronizado? Em princípio começando por aqueles processos que trouxerem riscos à segurança, ganhos operacionais e que estejam mais diretamente relacionados com o diferencial competitivo da franquia e, portanto, valorizados pelos clientes.

Cabe lembrar que os processos devem ser integrados e que quando atendem bem ao propósito para o qual foram criados, são mais facilmente assimilados. E, para que os melhores resultados sejam alcançados eles precisam ser flexíveis, visando a sua melhoria e adaptação a novas situações.

Definindo as estratégias

A vontade associada à necessidade de expansão dos negócios é traço comum entre as empresas que pensam no franchising como um canal de distribuição para seus produtos e serviços. Mas antes de iniciar esse processo, é preciso que as estratégias estejam claramente definidas, as potencialidades e necessidades de ajustes internos devidamente analisados, bem como o conhecimento das oportunidades e ameaças do mercado no qual a empresa atua ou pretenda atuar.

Ao pensar em criar uma rede de franquias o empresário precisa não só conhecer a operação do seu próprio negócio, como saber o quanto e o que é viável ser reproduzido neste formato.

Ter um negócio de sucesso não garante os mesmos resultados quando um modelo idêntico é replicado por terceiros em outros mercados.

O planejamento, embora não evite integralmente o risco, aumenta as chances de que ambos os negócios deem certo. Para o franqueador, que identificará sempre novas oportunidades para que sua franquia se mantenha no mercado; para o franqueado, que contará com inovações que o mantenha competitivo neste mesmo mercado.

Definir estratégias é planejar, é ter uma visão ampla do que se quer, do que é preciso fazer para alcançar o que se deseja, saber como será feito, quanto será necessário  e quando deverá ser colocado em prática. Deixar de  planejar pode colocar em risco não só a franquia como o próprio negócio.

As boas práticas procuram definir a melhor forma de atuar tanto dos franqueadores, quanto dos franqueados, para que todos possam se beneficiar das vantagens do sistema, minimizando os riscos inerentes a todos os negócios e, acima de tudo, reduzindo os conflitos que possam ocorrer entre as partes.

Dos franqueadores espera-se:
-Que ofereçam produtos e serviços de qualidade e com diferenciais que permitam manter a competitividade da franquia no mercado;
-Que amplie sua tecnologia constantemente;
-Que tenha o registro da marca e um projeto de identidade visual que resguarde os direitos de exclusividade de uso pelos franqueados;
-Que tenha foco no relacionamento com a rede, buscando sempre a minimização dos conflitos;
-Que tenha regras claras e bem estabelecidas, seguindo o que determina a Lei de Franquia Empresarial;
-Que ofereça constantemente treinamentos e consultoria de campo, investindo na modernização da rede e capacitação de seus franqueados;
-Que faça um adequado uso do fundo de propaganda (melhor ainda é ter um Conselho dos Franqueados), mantendo uma contabilidade transparente dos recursos nele aplicados e investindo em um plano de marketing que amplie os resultados dos franqueados.

Dos franqueados espera-se:
-Que sigam os padrões determinados pela franquia, reconhecendo a importância de sua manutenção para o fortalecimento da rede e satisfação dos clientes;
-Que participe ativamente do treinamento juntamente com sua equipe;
-Que se empenhe na conquista e manutenção de clientes;
-Que monitore a concorrência na região onde atua, municiando a franquia com informações que auxiliem na elaboração do planejamento estratégico da rede;
-Que tenha uma boa gestão financeira, planejando e estabelecendo metas a serem atingidas, controlando os custos e a produtividade dos funcionários;
-Que zele pelo bom relacionamento com o seu franqueador e os demais franqueados.
Fatores para o sucesso

Muitos fatores são responsáveis pelo sucesso ou insucesso de uma empresa ou grupo de empresas, mas os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) representam aqueles que devem merecer atenção especial e contínua. Nas franquias, onde o desempenho de cada empresa pode afetar o desempenho das demais empresas que compõem a rede, alguns fatores assumem papel preponderante para que os melhores resultados sejam atingidos.

O bom relacionamento entre franqueadores e franqueados é frequentemente citado como um dos principais Fatores Críticos de Sucesso e, quando se analisam as razões para os principais conflitos nas redes, outros FCS ficam evidenciados:
-Elaboração de um Planejamento Estratégico de longo prazo para a franquia, onde fique evidenciada sua estratégia de expansão, com base em análise de mercado e satisfação de clientes, que apontem para a aceitação dos produtos e serviços oferecidos e a viabilidade econômico-financeira do negócio;
-Definição clara do perfil do franqueado ideal por parte do franqueador e escolha de um modelo de negócio com o qual tenha afinidade por parte do franqueado;
-Capacidade de investimento próprio do franqueador para o plano de expansão e suporte à rede e do franqueado para o pagamento dos custos iniciais de implantação, pagamento de taxas e capital de giro;
-Comunicação clara, objetiva e constante para evitar mal entendidos;
-Estratégia de marketing bem definida e implementada;
-Escolha do ponto comercial, adequação ao modelo de negócio;
-Estabelecimento de parcerias com fornecedores que representem boas condições de preço e confiabilidade no suprimento das unidades franqueadas.
Quando bem definidos e monitorados, os Fatores Críticos de Sucesso refletem os objetivos estratégicos das empresas e representam sua sobrevivência no mercado.

Vantagens e Desafios do Franqueador e do Franqueado

Do Franqueador:
Estando o modelo de negócio pronto para ser replicado, o sistema de franquias pode oferecer inúmeras vantagens para o franqueador, como:
-Maior rapidez na expansão do negócio, com baixo investimento próprio, uma vez que o investimento em cada novo ponto será feito pelos franqueados.
-Aumento da disponibilidade de tempo e recursos para ações de marketing e desenvolvimento de produtos e serviços.
-Fortalecimento da marca e penetração de mercado, devido à visibilidade e capilaridade alcançadas com a abertura das unidades franqueadas.
-Economia de escala, com redução do custo médio de produção e do preço pago pelos insumos, uma vez que o maior volume de compras aumenta o poder de negociação junto aos principais fornecedores da rede.
-Equipe reduzida, quando comparada ao negócio próprio, por ser uma gestão descentralizada, cabendo aos franqueados manter e gerenciar sua própria equipe.
-Lealdade do canal de distribuição, por tratar-se de uma parceria firmada entre franqueadores e franqueados para o sucesso da rede.
-Disponibilização de tempo para desenvolvimento de produtos e serviços devido ao não envolvimento no dia a dia das unidades franqueadas.
-Expectativa de maior eficiência na gestão das unidades, por contar com a motivação e liderança de cada franqueado em busca de resultados para a sua empresa.
-Redução de riscos trabalhistas, por não haver vínculo empregatício entre a empresa franqueadora e os franqueados e seus funcionários.

Contudo, toda atividade empresarial envolve riscos, que dentro do Sistema de Franchising, se impõem ao franqueador como desafios a serem enfrentados. Devido à sua influência no sucesso ou insucesso de uma franquia, alguns deles podem ser ressaltados:
-O primeiro desafio é aquele que impõe uma divisão de poderes, uma vez que os franqueados são empresários, responsáveis legais por suas empresas, além de terem interesse em participar das decisões tomadas pela franquia com o intuito de defenderem seus interesses.
-Um dos temas mais delicados no franchising é o relacionamento entre franqueadores e franqueados e a administração de conflitos na rede, que exigirão atenção e liderança dos franqueadores para que possam ser minimizados.
-A definição do perfil ideal do franqueado e a escolha daqueles que melhor se enquadrem neste perfil representam menos problemas a serem resolvidos.
-A manutenção dos padrões operacionais determinados pelo franqueador e que, frequentemente, por falta de treinamento ou descaso deixam de ser seguidos, é vital para a imagem da marca.
-O franqueador precisa acompanhar o desempenho dos franqueados para que um mau desempenho não ponha em risco a saúde financeira da franquia e sua imagem no mercado.
-A necessária transmissão de informações implica em perda relativa de sigilo empresarial.

Do Franqueado:
Conhecendo como funciona o sistema e encontrando uma franquia adequada ao seu perfil, o franqueado poderá aproveitar as vantagens que o sistema proporciona, dentre as quais podem ser destacadas:
-Uso de marca testada e reconhecida no mercado, reduzindo os erros comuns em negócios iniciantes, uma vez que o modelo franqueado será fruto da experiência do franqueador, que já terá promovido ajustes, antes e durante a opção pelo modelo de franquia, para melhoria e credibilidade da marca junto ao público-alvo da empresa.
-Participação em uma rede, aumentando o poder de negociação junto aos principais fornecedores, troca de experiências e maior presença da marca no mercado.
-Menores riscos, devido ao uso de modelo já testado e apoio para escolha do ponto, implantação e gestão da unidade franqueada.
-Utilização de know-how do franqueador, o que reduz o tempo para a implantação, otimização dos recursos utilizados e riscos de insucesso.
-Economia de escala, por participar de um processo de compras que envolve toda a rede, reduzindo os preços pagos ou rateando as despesas, como os custos de propaganda.
-Orientação e assistência na administração do negócio, com treinamentos, manuais e consultoria de campo.
-Maior concentração nas vendas, resultado da transferência de know-how, do apoio na gestão e por ser responsabilidade do franqueador o desenvolvimento de produtos e serviços para a rede.

Muito embora a participação em uma rede de franquias possa representar inúmeras vantagens para o franqueado, é preciso que ele tenha ciência dos desafios mais comuns do sistema, como:
-Controle permanente para manutenção dos padrões. Durante toda a vigência do contrato o franqueador verificará se o modelo está sendo corretamente replicado pelo franqueado, exigindo os ajustes necessários para correção de erros ou adequação a mudanças.
-Poder de decisão limitado, devendo o franqueado consultar a franquia e obter sua autorização toda vez que desejar realizar ações que não digam respeito às decisões gerenciais de responsabilidade exclusiva do franqueado, inclusive quanto à escolha de fornecedores.
-Pagamentos de royalties e taxas, pela cessão do direito de uso da marca, para usufruir do modelo franqueado e se beneficiar do suporte oferecido pelo franqueador.
-Risco de insucesso do franqueador, uma vez que também é uma empresa sujeita às incertezas do ambiente externo ou a erros de gestão, que afetam não só a ela, mas a toda a rede de franqueados que utilizam sua marca, know-how ou até produtos.
-Dificuldade na transferência do negócio, por caber ao franqueador a aprovação do novo franqueado a participar da rede e pelas taxas que serão cobradas a título de transferência do contrato de franquia e, em muitos casos, do contrato de locação.
-Obediência à determinação de localização, que tanto pode ter o aspecto positivo de assessoria para a escolha do ponto, quanto redução da liberdade de escolha por ter que acatar as determinações de localização previstas no plano de expansão da franquia.

"Esse modelo de negócio deve ser baseado na premissa do ganha-ganha e da colaboração entre todas as partes envolvidas".

Cabe aos empreendedores Franqueador e Franqueado a responsabilidade em desenvolver as melhores práticas para o bom andamento e sucesso do negócio, e, é importante ambos sempre estarem totalmente alinhados em conformidade com o negócio.

O Sebrae e a ABF possuem vasto material, fornecem informações e cursos do setor de Franschising.

Desejo-vos sucesso no empreendimento e abraço forte.

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 09 de outubro de 2016
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/como-funciona-o-franchising-no-brasil

Fontes de informações:
-SEBRAE SP Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas.
-ABF Associação Brasileira de Franchising.
-UNIPAR Universidade Paranaense.


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