Mostrando postagens com marcador rafael josé pôncio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador rafael josé pôncio. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 7 de maio de 2024

GESTÃO ÁGIL: A Revolução da Gestão Empresarial para a Era Digital


No cenário empresarial dinâmico e altamente competitivo de hoje, a capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado, principalmente agora na era digital, e responder de forma ágil às demandas dos clientes tornou-se essencial para o sucesso das organizações. Nesse contexto, a Gestão Ágil, também conhecida como Agile Management, emerge como uma abordagem moderna que prioriza a flexibilidade, a colaboração e a entrega contínua de valor

Neste artigo, exploraremos: 1) o que é a Gestão Ágil; 2) como ela funciona; e 3) como ela pode ser aplicada para impulsionar a inovação e a competitividade.


1) ENTENDENDO A GESTÃO ÁGIL

A Gestão Ágil é uma abordagem de gestão que se baseia nos princípios e valores do Manifesto Ágil, desenvolvido por um grupo de especialistas em desenvolvimento de software em 2001. Embora tenha suas raízes na indústria de tecnologia, a Gestão Ágil transcendeu as fronteiras do desenvolvimento de software e tornou-se uma filosofia aplicável a uma ampla gama de setores e contextos empresariais. Ela se concentra na entrega de valor contínua e iterativa, na colaboração entre equipes multidisciplinares e na resposta rápida às mudanças.


Princípios fundamentais:

  • Indivíduos e interações mais do que processos e ferramentas: valoriza-se mais a comunicação e a colaboração entre as pessoas do que a adesão rígida a processos e ferramentas.

  • Software em funcionamento mais do que documentação abrangente: o foco está na entrega de produtos funcionais e utilizáveis em vez de documentação extensiva e detalhada.

  • Colaboração com o cliente mais do que negociação de contratos: prioriza-se a colaboração contínua com o cliente para entender e atender às suas necessidades em vez de seguir contratos e acordos rígidos.

  • Responder a mudanças mais do que seguir um plano: valoriza-se mais a capacidade de se adaptar e responder rapidamente às mudanças do que seguir um plano predeterminado.


2) COMO FUNCIONA A GESTÃO ÁGIL

A Gestão Ágil é caracterizada por sua abordagem iterativa e incremental para o desenvolvimento e entrega de produtos ou serviços. As equipes trabalham em ciclos curtos e frequentes, conhecidos como sprints, durante os quais desenvolvem e entregam incrementos de valor ao cliente. A cada sprint, a equipe reavalia suas prioridades e ajusta seu plano de acordo com o feedback recebido. Isso permite uma adaptação rápida às mudanças do mercado e uma entrega contínua de valor ao cliente.



3) APLICAÇÃO PRÁTICA DA GESTÃO ÁGIL

A Gestão Ágil pode ser aplicada em uma ampla gama de contextos empresariais:

  • Desenvolvimento de software: na indústria de tecnologia, a Gestão Ágil é amplamente utilizada para desenvolver e entregar software de alta qualidade de forma rápida e eficiente.

  • Gestão de projetos: em projetos de qualquer natureza, a Gestão Ágil permite uma abordagem adaptativa e flexível, melhorando a capacidade de responder às mudanças de escopo e requisitos.

  • Marketing e vendas: no setor de marketing e vendas, a Gestão Ágil permite uma resposta rápida às mudanças nas preferências e comportamentos dos clientes, melhorando a eficácia das campanhas e estratégias de vendas.

  • Gestão de recursos humanos: na gestão de equipes e talentos, a Gestão Ágil promove a colaboração e a autonomia, criando um ambiente de trabalho mais engajado e produtivo.


Entre os benefícios da Gestão Ágil, temos:

  • Maior flexibilidade: permite uma resposta rápida e eficaz às mudanças do mercado e dos requisitos do cliente.

  • Entrega contínua de valor: prioriza a entrega contínua de valor ao cliente, garantindo a satisfação e fidelização do mesmo.

  • Maior colaboração: promove a colaboração entre equipes multidisciplinares, criando um ambiente de trabalho mais colaborativo e inovador.

  • Maior foco no cliente: coloca o cliente no centro do processo de desenvolvimento, garantindo que suas necessidades e expectativas sejam atendidas de forma eficaz.


Como visto, a Gestão Ágil representa uma mudança de paradigma na forma como as organizações gerenciam seus projetos, equipes e processos. Ao adotar os princípios e práticas da Gestão Ágil, as empresas podem melhorar sua capacidade de resposta às mudanças, aumentar sua eficiência e inovação, e impulsionar sua competitividade no mercado globalizado e digitalizado de hoje. Ao priorizar a entrega contínua de valor ao cliente, promover a colaboração entre equipes multidisciplinares e adotar uma abordagem adaptativa e flexível, as organizações podem não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente empresarial em constante evolução.

Portanto, a Gestão Ágil não é apenas uma metodologia de gestão, mas sim uma filosofia que permeia toda a organização, impulsionando uma cultura de inovação, colaboração e excelência. Ao abraçar a Gestão Ágil, as empresas podem posicionar-se de forma mais competitiva, garantindo sua relevância e sucesso a longo prazo.

Bom trabalho e grande abraço.

Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



Conheça também:

Compor a promoção



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 16 de abril de 2024

Coimbatore Krishnarao Prahalad e a nova era da inovação


Uma das características marcantes do nosso tempo é a inovação. Apesar de ser uma virtude utilizada desde sempre na história da humanidade, nunca se falou - e buscou - tanto a inovação como nos dias atuais. Não por acaso esse é um valor buscado por inúmeras empresas, uma vez que dentro de um mercado cada vez mais competitivo é fundamental estar sempre um passo à frente, liderando novas descobertas, técnicas e maneiras de apresentar seu produto, serviço ou negócio.

Quando pensamos sobre a palavra inovação precisamos considerar sua origem e assim entenderemos seu real significado. Advinda do latim, “inovação” deriva do verbo latino "innovare", que significa "renovar", "mudar", "introduzir algo novo" ou "fazer algo de maneira diferente". Em um mundo que a cada dia expande seus horizontes através da tecnologia é natural que inovar seja uma ideia-base dentro da formação dos indivíduos e empresas. Devido a velocidade das mudanças e a necessidade de se reposicionar no mercado, a inovação invadiu não apenas a prática empresarial, mas também o campo da administração e fez surgir novos modelos de gestão e construção de saberes.

Um dos pais dessa nova forma de enxergar a inovação foi Coimbatore Krishnarao Prahalad, ou simplesmente C.K Prahalad como ficou conhecido. Prahalad foi um importante teórico da administração que revolucionou essa ciência no final do século XX e hoje conheceremos um pouco mais de sua trajetória.

Os primeiros passos de Prahalad: da Índia aos Estados Unidos


A história de C.K. Prahalad começa em 1941, na Índia. Nascido na região de Tamil Nadu, o mundo que Prahalad conheceu em sua infância era distinto do atual. A Índia ainda estava sob controle britânico e as bombas caíam na Europa, mas isso pouco afetou sua vida. A bem da verdade, Prahalad nasceu em uma família de classe média na populosa Índia e destacou-se pela sua dedicação aos estudos.

Em 1947 a Índia conseguiu sua independência, assim, Prahalad foi a primeira geração a crescer em um país livre depois de um século de controle britânico. Ainda assim, a mistura de culturas era algo inegável e Prahalad aprendeu tanto seu idioma natal como o Inglês, que o ajudaria nos anos 1960 quando atravessou o mundo para seguir sua carreira profissional.

Esse destaque se faz necessário para entendermos a complexa dinâmica em que esse teórico estava inserido e como tais aspectos influenciaram sua trajetória. Como estudante, Prahalad dedicou-se inicialmente à carreira de engenheiro. Formou-se com honras em Engenharia Mecânica pela Universidade de Madras, uma das mais antigas e bem conceituadas de toda a Índia.

Após a conclusão de sua graduação, Prahalad decidiu redirecionar sua rota e fez um mestrado em administração de empresas, saindo um pouco da lógica da engenharia. Apesar da mudança, não devemos entender que a escolha pela administração foi por acaso, afinal, um engenheiro, em grande parte, é um gestor de projetos e de execução. Desse modo, podemos conjecturar que o interesse de Prahalad não estava necessariamente nos cálculos e na física aplicada da engenharia, mas sim na parte de criação e gestão, pontos em comum com a administração.

Sua trajetória acadêmica como estudante não estava finalizada. Nos anos 1960 Prahalad fez seu doutorado na universidade de Harvard, o que dispensa comentários. Seu doutorado também estava voltado para a administração de empresas e logo após sua conclusão estava nítido que sua vida a partir daquele momento estaria ligada ao solo americano. Em 1966, ele ingressou na Universidade de Michigan, onde passou a maior parte de sua vida profissional. Lá, Prahalad se destacou como professor e pesquisador, e suas ideias inovadoras influenciaram a administração de empresas em todo o mundo. Vamos conhecer algumas dessas teorias agora.

A inovação como motor de uma empresa competitiva


O pensamento de C.K. Prahalad está diretamente ligado com a inovação e na percepção das mudanças de mercado. Além disso, a inovação deve estar ligada a um outro conceito no qual Prahalad chamou de “competência essencial”. A grosso modo, competência essencial nada mais é do que um conjunto de habilidades ou tecnologias que permitem à empresa oferecer um serviço ou produto distinto para o seu cliente. À medida em que a tecnologia ou uma nova habilidade é construída/desenvolvida, essa competência essencial também se modifica, gerando uma nova possibilidade na relação da empresa com seus clientes.

Dentro dessa forma de pensamento, a inovação é essencial para manter-se sempre construindo novas competências essenciais, dando a uma empresa um grau de competitividade e deixando sua marca no mercado. Para Prahalad, um gestor de empresas jamais pode abrir mão desses dois conceitos, que caminham de mãos dadas. Porém, mais do que apenas a inovação e competência essencial, Prahalad aponta também qual deve ser o público alvo principal de uma empresa: a base da pirâmide.

Para entendermos a ideia de “base da pirâmide” é preciso conhecermos que a sociedade em que vivemos pode ser analisada através de uma estratificação social, ou seja, que há camadas (ou classes) sociais, no qual a “base da pirâmide” nada mais é do que a população mais carente, no qual possuem pouco capital. Aqui vem uma grande “virada” de chave feita por Prahalad, no qual fez com que alcançasse o patamar de um dos pais da administração.

Até a sua teoria, uma empresa, em geral, tinha como lógica a buscar oferecer produtos ou serviços, majoritariamente, para as camadas mais altas dessa pirâmide social, afinal, era nesse grupo que se concentrava o capital. Porém, o pensamento de Prahalad vai além dessa simples lógica e reflete sobre a necessidade de construir produtos e serviços para a base da pirâmide, que possam consumir e tornar mais popular sua empresa, gerando o capital a partir da grande demanda desse público.

Um exemplo clássico dessa lógica é a Uber, que aplicando a lógica de competência essencial (graças a tecnologia de aplicativos para celulares) e base da pirâmide se tornou um fenômeno de sucesso internacional. Ao colocar taxas populares, o lucro da empresa se deu pela sua popularização e sua inovação frente aos concorrentes. Esse é um exemplo prático de como a “previsão” de Prahalad sobre a administração de empresas a partir desses conceitos estava correta.

Outra grande “previsão” de C.K. Prahalad estava na sustentabilidade. Apesar de ser uma temática debatida em políticas internacionais desde os anos 1980, no mundo empresarial o tema se tornou relevante somente no século XXI. Hoje grande parte das empresas, principalmente as de porte internacional, praticam uma política séria de sustentabilidade, com práticas de redução de carbono e economia circular. Porém, ainda no final do século XX Prahalad já investigava sobre essa demanda e apontava que uma empresa só poderia continuar crescendo se a sustentabilidade estivesse em um dos seus pilares. Nesse aspecto, Prahalad anteviu o que décadas mais tarde se tornaria uma política quase obrigatória das empresas. Para o pai da administração, a causa sustentável era importante não somente pela política ambiental, mas porque a empresa do século XXI deveria ser pensada de forma estratégica, sem desperdícios e que pudesse, ao mesmo tempo, gerar o mínimo de resíduos ou danos.

Assim, dentro dessa perspectiva, tudo deveria (se possível) ser aproveitado dentro dos diferentes processos da empresa. Dentro dessa perspectiva a inovação, mais uma vez, ganhava o protagonismo dentro da gestão empresarial, sendo uma peça chave em todos os aspectos da empresa.

O legado de C.K Prahalad

Além dos conceitos que norteiam grande parte da administração de empresas atuais, C.K Prahalad deixou um legado ao formar milhares de administradores ao longo de quatro décadas. Como professor nunca abandonou o incentivo ao estudo e a pesquisa, conseguindo gerenciar muito bem a carreira de escritor, palestrante e instrutor.

Mesmo quem não pôde conhecê-lo em vida tem a oportunidade de beber do seu conhecimento através de artigos científicos, divulgações em revistas e seus livros. Sobre sua obra, C.K Prahalad participou de diferentes livros, mas a essência do seu pensamento pode ser encontrada em “A Competência Essencial da Corporação", “A nova era da inovação” e “A Fortuna na Base da Pirâmide: Erradicando a Pobreza por Meio dos Lucros”.

O reconhecimento da sua obra veio ainda em vida, tanto pelo lado acadêmico como também pela vida pública de Prahalad. O governo indiano, por exemplo, concedeu a esse grande teórico da administração a medalha “Padma Bhushan”, um reconhecimento cívico dado a quem dedicou sua vida a levar orgulho para a nação indiana. Sem dúvidas tornar-se um dos pilares da administração moderna é algo extremamente raro e importante de ser reconhecido.

Já no mundo acadêmico C.K Prahalad ganhou diversos prêmios. Entre eles cabe destacar o McKinsey Prize, dado apenas aos melhores artigos publicados pela Harvard Business Review. Essa premiação simboliza o reconhecimento das universidades frente às teorias de Prahalad e sua contribuição para uma gestão moderna, voltada para as necessidades e desafios do nosso tempo.

Outro prêmio que também revela a importância de C.K Prahalad em nosso tempo foi o Herbert Simon Award. Criado em 2004, Prahalad foi premiado em 2009 pela sua contribuição em resolver problemas práticos da gestão empresarial. Tais premiações vão além de um reconhecimento, mas mostram o valor das teorias desse pai da administração e seu legado forjado ao longo de décadas de estudos, previsões e vivência empresarial.

C.K Prahalad deixou essa existência em 2010, aos 68 anos de idade. Mesmo com sua partida suas ideias seguem vivas e nos influenciam até os dias atuais. Por tantas contribuições e inspirações dedicamos a esse grande pensador indiano o título de “pai da administração”.

Bom trabalho e grande abraço!
Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

Compor a promoção



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 2 de abril de 2024

O que é trade off e como tomar decisões estratégicas com a ferramenta


Descubra o que é trade off, como utilizar esta ferramenta e conceitos relacionados a ela para tomar as melhores decisões para o seu negócio.

Neste texto você aprenderá o que é trade off e como esta ferramenta poderá te auxiliar tanto no âmbito profissional quanto pessoal para escolher melhor os seus projetos e assim alcançar os melhores resultados.

Aprenda como aplicar essa técnica e explora conceitos relacionados, como custo por oportunidade e análise de custo-benefício, para tomar decisões mais inteligentes e benéficas.

O que é Trade Off?

A expressão trade-off tem origem na língua inglesa e é empregada para designar a troca de alguma coisa em detrimento da outra, esse tipo de escolha geralmente está associada a uma série de fatores que são ponderados para encontrar a melhor opção.

Por exemplo: você precisa decidir em qual cidade passar as suas próximas férias e está em dúvida entre Maragogi ou Fernando de Noronha e utiliza a ferramenta para descobrir qual é a mais adequada, para isso você avalia os custos da viagem, os passeios disponíveis, se há hospedagens que atendem a sua necessidade, etc.

Fazendo essa análise, a tomada de decisão será mais assertiva e eficiente, com você escolhendo o melhor destino de acordo com as suas condições financeiras e interesses.

Além de ser utilizado na vida pessoal, o conceito do que é trade off abrange diversas outras áreas, começando pela economia para encontrar os investimentos mais adequados, no marketing para definir o que os clientes mais valorizam no negócio e também na administração para estabelecer quais projetos serão executados, como veremos a seguir.

As principais aplicações da Matriz Trade Off

Por ser fácil entender o que é a trade off e como utilizá-lo em seu dia a dia, há várias possibilidades de utilização na gestão estratégica de um negócio.

Na economia

A ferramenta é muito utilizada nesta área para tomar as melhores decisões com os recursos disponíveis. Um exemplo é a escolha de comprar títulos de renda fixa, que é um valor que a pessoa abdicaria no momento, para usufruir no futuro, sendo recompensado com os juros.

Na gestão das empresas

No mundo dos negócios também é possível fazer uso da ferramenta para gerenciar como os recursos da empresa (financeiros, humanos, maquinário, etc.) serão melhores empregados.

Por exemplo: quando a empresa precisa decidir qual será o novo produto que ela lançará no mercado, deve-se  ponderar sobre qual será a margem de lucro da empresa, quais são os potenciais consumidores, quais os recursos serão empregados e assim por diante.

Na qualidade dos serviços

Outra possibilidade para os empreendedores aplicarem o trade off é utilizá-lo para compreender a percepção dos consumidores em relação aos produtos ou serviços do negócio. Neste caso é importante analisar elementos como: preço em relação à concorrência, agilidade no atendimento e durabilidade dos produtos.

Na vida pessoal

Como já comentei compreender o que é trade off também pode te auxiliar na vida pessoal de diversas formas. Alguns exemplos são: escolher entre comprar uma casa nova ou reformar a casa que já reside ou encontrar um equilíbrio de tempo entre os estudos e o lazer.

Como fazer uma Matriz Trade off

Aplicar a ferramenta no dia a dia é muito simples, a forma mais comum de utilizá-la é relacionando as possibilidades conforme o passo a passo a seguir:

1. Definir qual será o objetivo da matriz

Antes de começar a análise é importante definir o propósito principal para manter o foco e assim avaliar qual é a melhor alternativa disponível. Para exemplificar, o objetivo pode ser: abrir ou não uma empresa.

2. Faça uma lista com os prós dessa ação

Neste momento é hora de parar e pensar: o que eu ganharia caso escolhesse largar o meu emprego e iniciar uma nova empresa? Alguns dos benefícios são conquistar independência financeira, ter mais flexibilidade nos horários, satisfação pessoal, aumentar os rendimentos, etc.

3. Faça uma lista dos contras dessa ação

Agora que você já sabe as vantagens, é o momento de pensar nos empecilhos e nas dificuldades que podem surgir ao longo do caminho, como custos financeiros, dificuldades burocráticas, captar clientes, ganhar reconhecimento no mercado, entre outros.

4. Faça uma escala de importância

Dê uma nota de 0 a 10 para cada um dos prós e contras e estabeleça uma ordem de importância deixando os mais relevantes no topo. Selecione os 5 principais para uma análise mais profunda.

5. Avalie se os prós sobrepõem os contras

Agora é o momento de pensar se você conseguirá lidar com os pontos negativos e se os pontos positivos compensarão as dificuldades que possam surgir e dessa forma descobrir qual é a melhor decisão a ser tomada.

Conceitos relacionados ao Trade Off

Além de compreender o que é trade off, vale a pena conhecer outros tipos de análise que podem te auxiliar a compreender a relação de perdas e ganhos para assim tomar as melhores decisões no seu negócio e vida pessoal.

Custo por oportunidade

O conceito do que é trade off, principalmente na área de economia, está muito relacionado à ideia da análise de custo por oportunidade, que nada mais é do que avaliar o que você está perdendo a partir da tomada de uma decisão.

Por exemplo: a compra de um novo computador para a empresa, impede que o valor investido seja direcionado para outro fim, como a troca do ar-condicionado.

Para não fazer uma escolha ineficiente, é importante ponderar todas as oportunidades perdidas e realizar um planejamento de longo prazo, para que a decisão tomada seja de fato a que trará mais benefícios para a empresa.

Calcular o custo por oportunidade nem sempre é uma tarefa fácil, afinal nem tudo pode ser quantificado, mas em uma conta simples seria:

Custo de oportunidade = recompensa na opção não escolhida - recompensa na opção escolhida.

Análise de custo-benefício

Outra ferramenta semelhante ao trade off é a análise de custo-benefício, ela também auxilia na avaliação dos prós e contras de um projeto empresarial, contribuindo para a melhor tomada de decisão. De forma simplificada, para utilizá-la você deve:
Fazer uma lista dos custos e dos benefícios

  1. Atribuir o valor financeiro de cada um

  2. Comparar os custos e os benefícios

Assim, você descobrirá qual o melhor caminho a seguir para obter os melhores resultados no seu negócio.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 19 de março de 2024

Linda Hill e a genialidade coletiva


Linda A. Hill, nascida em 1956 nos Estados Unidos, é uma professora de administração de negócios e escritora, nascida nos Estados Unidos. Conhecida por suas contribuições na área de liderança, inovação e empreendedorismo, obteve seu Ph.D. em Comportamento Organizacional pela Universidade de Yale. Hill é autora de vários livros e artigos acadêmicos influentes sobre liderança e gestão de negócios e presidente da Leadership Initiative.


Segundo a professora, não tem como falar sobre inovação sem falar sobre diversidade e conflitos. Se você busca inovação, deve colocar ideias contrárias na mesa para poder chegar a grandes soluções, a diversidade na forma de pensar e opinar é o que faz a diferença no resultado final.


O bom líder deve querer ampliar as diferenças em sua organização e não minimizá-las. O verdadeiro aprendizado surgirá da harmonia nas diferenças. Veja a natureza como exemplo: um oceano, uma floresta ou até mesmo o corpo humano. Esses ‘ambientes’ funcionam a partir de milhares de componentes diferentes que se inter relacionam em busca do equilíbrio e harmonia. Quantas células diferentes existem num corpo humano? Quantas espécies de plantas e animais numa floresta? A diferença pode sim se harmonizar em equilíbrio. Um ambiente empresarial deve se estruturar do mesmo jeito. Nenhum líder conseguirá resultados se fizer tudo só, a equipe a sua volta será o grande diferencial.


Vamos adentrar um pouco mais nas teorias da professora Linda Hall e entender de forma inovadora suas ideias sobre inovação, liderança e empreendedorismo.


Linda Hill e sua obra


Apesar de ter bastante visibilidade no mundo dos negócios, Linda é privada com relação a sua vida pessoal. Sua biografia de forma geral ainda não é amplamente divulgada. São raras as fontes que mencionam sua família, criação e trajetória de vida.


Uma característica pessoal que a autora destaca é a curiosidade. Afirma ser uma pessoa extremamente curiosa, não só sobre a vida, mas também as pessoas e os processos à sua volta. Graças a sua curiosidade, ela consegue aprender todos os dias. Sempre quando vemos pessoas que deixam suas marcas no mundo, nos perguntamos o que elas fizeram. No caso de Linda, ela diariamente se determina a aprender algo novo, sem esquemas, sem definições prévias do que quer ou não, sem preferências, apenas se compromete a terminar os dias com um aprendizado.


Imaginemos essa postura em nossas vidas, como seriam diferentes nossas ações se nos comprometemos diariamente a adquirir um novo aprendizado? Quantas respostas um empreendedor não teria para o seu negócio se conseguisse essa meta diária? Como diria Leonardo da Vinci: “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”


Dentro de suas aulas de MBA na Harvard Business School, a professora destaca-se por estudar líderes e suas equipes. Ela contata alunos ex-alunos e pede para visitá-los e acompanhá-los em seus trabalhos, pois não existe liderança solitária, não existe trabalho bem feito apenas por uma pessoa, sempre há um time por trás. Qualquer pessoa que acredite que pode executar algo sem o apoio significativo de outros executivos, o diretor de tecnologia, diretor de inovação, diretor de recursos humanos e etc, não consegue chegar muito longe, o resultado não é positivo.


Num dos seus vídeos mais famosos do Youtube, a professora falou num TEDx sobre inovação e criatividade através do exemplo coletado pelos estúdios PIXAR. Ela entrevistou os designers, animadores, diretores, toda a equipe, para entender o fluxo de trabalho da empresa. Também destaca muito a necessidade de realidade no aprendizado sobre liderança, pois nem tudo são flores.


Um exemplo citado por Linda é de seu aluno Michael Ku que fez um trabalho sobre a transformação digital. A professora pediu para acompanhá-lo durante sua proposta de transformação e descobriu que ele era o chefe da cadeia de abastecimento global da Pfizer. O resultado foi um acompanhamento de 6 anos que trouxe todos os pontos de melhoria para um trabalho rápido e urgente quando chegou a vacina para a covid-19. Como ela mesma cita: “O que eu realmente gosto quando acompanho alguém ao longo do tempo é que você não sabe realmente quais serão as reviravoltas da história que surgirão.”


Todo este drama reflete as complexidades do ser humano e das escolhas que fazemos e é isso o que ela mais ama trabalhar e desenvolver.


Linda Hill é autora de vários livros e artigos sobre liderança e gerenciamento, porém nenhum ainda foi traduzido para o português. Dois de seus livros são: "Gênio Coletivo: A Arte e a Prática de Liderar a Inovação, que examina como líderes podem cultivar a inovação em suas organizações, e "Tornando-se um Gerente: Como os Novos Gerentes Dominam os Desafios da Liderança”, que aborda as transições que os gerentes enfrentam ao assumirem novas funções de liderança. O seu livro Gênio Coletivo entrou na lista em 2022 dos clássicos livros para ler sobre gerenciamento e liderança.


Dentro da Harvard Business School há também uma revista de mesmo nome que publica artigos e casos sobre os mais diversos assuntos. Diversas vezes a professora Hill teve seus casos publicados nas revistas HBR , incluindo as edições com casos mais lidos.


Atualmente, a professora é co-fundadora da Paradox Strategies, um centro de pesquisa em liderança e consultoria estratégica e co-criadora da Innovation Quotient, uma ferramenta para liderança inovadora num mundo em transformação.


O poder da diferenciação


Linda Hill sempre reforça a ideia de que se você quer ver inovação, deve buscar a diversidade e diferenciação de ideias. Fundamentalmente, como líder, se você deseja inovação, deve amplificar as diferenças em sua organização e não minimizá-las. Quantos casos já vimos de empregadores que mantém apenas os funcionários que pensam da mesma forma que ele? Quantos conselhos e diretorias são formados por cópias do presidente? Em casos assim, devemos avaliar o alcance que essas empresas tiveram, o crescimento, lucro… na natureza nada é idêntico, uma rosa não nasce igual a outra, o mesmo ocorre com o pensamento humano.


Prêmios


O Thinkers50 é uma lista e plataforma que reconhece e classifica os principais pensadores e autores nas áreas de negócios e gestão. Lançado em 2001, realiza uma pesquisa abrangente a cada dois anos para identificar os principais pensadores e contribuidores para a teoria e prática de negócios em todo o mundo. Esta lista classifica os indivíduos com base em sua influência, originalidade, impacto global e contribuições para o campo da administração e gestão de empresas.


A professora Hill foi indicada diversas vezes para esta lista, colocando-se em 10ª posição no ano de 2021. Em 2015 também recebeu o prêmio de Inovação pelo seu trabalho no livro “Collective Genius”.


O legado de Linda Hill


Para além dos livros, MBAs e artigos publicados, podemos afirmar que o legado de Linda Hill se encontra no seu esforço em inovar a ideia de inovação. Por mais paradoxo que seja, há quanto tempo muitos falam sobre inovação? Há quanto tempo temos milhares de profissionais com suas teorias sobre liderança?


Seu grande diferencial foi pensar fora da caixa. Enquanto comumente se trabalha muito a questão das qualidades de um bom líder, pouco se fala na equipe em que o líder está inserido. A genialidade coletiva, como cita a professora Hill, é onde encontramos a chave do problema.


Num mundo em constante transformação, em que os problemas aparecem de formas mais inusitadas e inesperadas possíveis, num mundo com uma população cada vez maior e novas profissões surgindo a cada ano, a resposta dos problemas não estará na individualidade e sim na coletividade. Saber unir, agregar e harmonizar as diferenças.

 

Pensamentos diferentes existem em todos os locais hoje, mas saber uni-los e transformá-los em algo melhor do que antes, aí que está a arte do líder. Aí sim podemos afirmar que houve um gerenciamento de ideias que potencializa o grupo.


A dica que damos para os empreendedores e gestores, é de não focar somente em seus defeitos e qualidades que precisam ser aperfeiçoadas, mas sim em saber harmonizar as diferentes formas de pensar.


Bom Trabalho e Grande Abraço!


Prof. Adm. Rafael José Pôncio





Conheça também:

Compor a promoção



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.