terça-feira, 21 de junho de 2022

Inovação frugal a partir do empreendedorismo


Inovação frugal: como essa vertente de empreendedorismo pode trazer soluções simples, criativas e sustentáveis


Muitas vezes, quando se fala em inovação, as pessoas logo associam às grandes empresas de tecnologia, com os seus dispositivos capazes de revolucionar o digital, o mercado e transformar a dinâmica das nossas relações e o nosso cotidiano.


Entretanto, a inovação é muito mais do que isso. Existe muita inovação em soluções simples e criativas que geram grande impacto social, tecnologias essas que também podem fazer a diferença na vida de milhares de pessoas. Esse tipo de inovação é denominada inovação frugal e pode surgir a partir da identificação de alguma demanda ou necessidade da chamada base da pirâmide. 


No empreendedorismo, sabemos que entender as necessidades dos clientes para lançar uma ideia ou produto inovador garante que os resultados de um negócio tenham mais chances de ser positivos. Com a inovação frugal, há a possibilidade de se resolver problemas complexos e proporcionar soluções para atender demandas de diversas realidades.


E ela pode acontecer em qualquer lugar, basta disposição de fazer mais com poucos recursos e muita criatividade. Saiba mais sobre esse conceito, que é a cara do empreendedor brasileiro!

O conceito de inovação frugal

Já aqui no passado sobre as características do empreendedor frugal, que tem um comportamento baseado no significado de frugalidade, ou seja, nos pilares da simplicidade, da prudência, do uso racional de recursos, evitando desperdícios e gastos desnecessários.


Mas, e a inovação frugal? Tem a ver com isso? Tem sim. Como destaquei anteriormente, esse tipo de inovação busca o desenvolvimento de tecnologias descomplicadas de baixo custo, a partir de poucos recursos, apostando na criatividade para criar soluções inovadoras e disruptivas para problemas que atingem pessoas com pouco acesso aos meios mais sofisticados. Pode estar aliada a uma preocupação com o meio-ambiente, priorizando o desenvolvimento de soluções sustentáveis, ou à alguma causa social.

Quando o empreendedorismo aposta na simplicidade e na criatividade para provocar mudanças

Nesse sentido, é importante destacar que a inovação frugal nada tem a ver com “gambiarra” — que geralmente ocorre no improviso, não dá atenção às questões legais, e não prioriza normas técnicas e de segurança. A inovação frugal aposta na simplicidade, mas busca se pautar em processos bem estabelecidos e no desenvolvimento de tecnologias que sejam duráveis e gerem impacto socioambiental a longo prazo.


E muitas dessas tecnologias inovadoras são desenvolvidas a partir de um cenário de escassez, que, sem dúvida, é um fator que estimula a criatividade. Muitos exemplos de inovação frugal são de países de baixa renda, em que a necessidade fez pesquisadores e empreendedores se atentarem para o desenvolvimento de uma tecnologia frugal para solucionar algo.

Os exemplos de inovação frugal no Brasil e no mundo

Com base nessa vertente, veja a seguir alguns exemplos interessantes de tecnologias e soluções desenvolvidas que se enquadram nesse conceito de inovação frugal. Entenda como o potencial de inovação pode estar em todo lugar. Todo empreendedor precisa ficar atento a isso!

Tanquinho de lavar roupas

O tanquinho de lavar roupas foi uma inovação brasileira. Trata-se de um equipamento simples e barato para bater e lavar roupas sujas que, além de ser uma alternativa para famílias que não têm condição de comprar uma máquina de lavar, também contribui para o reaproveitamento de água. 

Calçada de Açaí

Pesquisadores da Universidade da Amazônia (UNAMA) conseguiram resolver alguns problemas ao incorporar a semente do açaí à massa de cimento. O concreto feito com o caroço in natura da fruta torna o material mais permeável e ajuda a drenar a água, evitando alagamentos. Além de diminuir o custo do calçamento em 15%, essa também foi uma solução para o lixo gerado pelo alto consumo do açaí na região do Pará, já que só a polpa tem valor comercial e o caroço, portanto, era descartado. Agora ele é insumo, pode ser comercializado e gerar renda. 

Carro Tata Nano

Esse, que é um exemplo de inovação frugal no setor automobilístico, foi um carro criado na Índia com o objetivo de ser o mais barato do mundo (custava cerca de 2.500 dólares). A ideia era que ele atendesse às classes mais populares do país. 

Sistema de serpentinas para reaproveitar o calor do chuveiro

Também chamado como Recuperador de Calor para Chuveiro Elétrico, esse sistema pode reduzir em até 44% o gasto com energia elétrica. Ele consegue “reciclar” o calor através de uma plataforma de plástico reforçado que pode ser instalado no chão do banheiro, tornando o chuveiro elétrico mais econômico. 

Geladeira sem eletricidade

Essa inovação também foi desenvolvida na Índia, onde a geladeira não é acessível para muitas famílias. Criada pelo artesão Mansukhbai Prajapati, a MittiCool é uma geladeira feita de cerâmica que não requer eletricidade para funcionar e é capaz de deixar alimentos frescos a uma temperatura de 8 °C. O resfriamento ocorre devido a uma câmara de água em que a água evapora e resfria o equipamento.

Eletrocardiograma portátil

A redução do peso do equipamento, priorizando funcionalidades essenciais, o deixou mais leve e permitiu a portabilidade. Além disso, foi possível reduzir o custo do aparelho e, consequentemente, de exames, fazendo com que fossem mais acessíveis aos pacientes.  

Cisternas de concreto

No interior da Bahia, um agricultor sergipano analfabeto criou uma solução para armazenar água da chuva no Nordeste: as cisternas de concreto. A inspiração veio das piscinas da cidade grande. Após uma temporada em São Paulo na década de 50 para trabalhar na construção civil, ele voltou com a ideia para o sertão baiano e passou a construir cisternas para armazenar 16 mil litros de água. O projeto inspirou um programa do governo, ajudou a empregar mão de obra e a movimentar o comércio local de materiais de construção. 



Como podemos ver, o empreendedorismo tem várias camadas e há a possibilidade de encontrarmos soluções simples e criativas nas mais diversas áreas e setores. A inovação frugal nos mostra o outro aspecto da inovação, em que é possível romper padrões e fazer a diferença com poucos recursos, a partir da disposição de querer fazer a diferença e gerar melhorias sociais e ambientais. Acredito que seja importante que empresários e futuros empreendedores estejam conscientes dessa vertente dos rumos da inovação.


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 14 de junho de 2022

Como ter uma comunicação assertiva sem ameaçar a liberdade do interlocutor


Provavelmente, você, como gestor, já deve estar ciente da importância de se ter uma comunicação assertiva no âmbito de trabalho, seja com clientes, fornecedores ou colaboradores. A comunicação é uma habilidade essencial para quem trabalha com administração de empresas, e buscar aprimorá-la cada vez mais é imprescindível caso você acredite ter dificuldades em ser assertivo ao se comunicar.

Mas o que é a assertividade na comunicação, afinal? A realidade é que muita gente faz confusão com o que é a comunicação assertiva na prática, tomando-a como uma comunicação agressiva, em que ideias e pensamentos são impostos a qualquer custo, de forma opressora, podendo colocar em xeque até a liberdade do interlocutor. Que fique claro: isso não é comunicação assertiva.

Na leitura a seguir, pretendo esclarecer em que consiste a comunicação assertiva e mostrar as diferenças entre esse tipo de comunicação e a comunicação com agressividade, que nada tem a ver com a habilidade fundamental para qualquer líder ou gestor de negócios da atualidade. Além disso, também vou listar algumas sugestões de como desenvolver uma comunicação mais assertiva. Vamos lá?

O que significa ter uma comunicação assertiva


O conceito de comunicação assertiva consiste na habilidade de passar informações com clareza e objetividade, se expressando com firmeza e segurança, mas sempre de maneira respeitosa e empática. Comunicar-se com assertividade pressupõe inteligência emocional e racionalidade para expor seus argumentos com calma, sem exceder na agressividade ou passividade.

A assertividade advém de um processo de construção, ela pode ser desenvolvida. Pessoas assertivas desenvolvem uma linha de raciocínio com clareza, se comunicam bem, com autoconfiança, além de sempre agir com diplomacia, prezando pela pacificidade.

Outro ponto importante na comunicação assertiva é a sinceridade. Nesse sentido, podemos afirmar que nem toda pessoa sincera é necessariamente assertiva, porém, toda pessoa assertiva é sincera. 

Vantagens de ser uma pessoa assertiva

Quem tem a habilidade da comunicação assertiva bem desenvolvida demonstra comportamentos como sinceridade, honestidade e autoconfiança. Essa pessoa tem uma capacidade emocional de conseguir o que deseja sem precisar dominar, humilhar ou insultar o outro. Sabe se posicionar de maneira coerente, usando a argumentação como principal ferramenta, respeitando sempre os seus valores e o interlocutor. Entre as vantagens de ser uma pessoa assertiva, estão:
  • maior segurança;
  • autoconfiança e boa autoestima;
  • franqueza e sinceridade na maneira de se expressar;
  • causa admiração e respeito nos outros;
  • consegue controlar melhor a ansiedade e as emoções;
  • tem clareza no antagonismo;
  • melhor capacidade de comunicação;
  • maior facilidade em estabelecer relações sociais.
Além disso, a comunicação assertiva tem muito valor no ambiente dos negócios. O estímulo do desenvolvimento dessa habilidade em uma empresa, por exemplo, contribui para:
  • estimular o diálogo;
  • melhorar a comunicação;
  • aumentar o engajamento e o alinhamento da equipe.

Comunicação assertiva x Comunicação agressiva


Como eu destaquei, não se pode confundir comunicação assertiva com comunicação agressiva. Muita gente acredita que para ser assertivo é só chegar falando um pouco mais forte, impondo a sua opinião. Não poderia estar mais equivocado.

Enquanto na comunicação agressiva não há respeito com o interlocutor, existe julgamento, falta de empatia, ideias são impostas e a escuta do outro sequer é considerada, cerceando a sua liberdade de se expressar, na comunicação assertiva o diálogo tem espaço, existe clareza, argumentação com embasamento, troca de ideias, disposição em ouvir o outro e empatia, não há opressão. 

Dicas para ter uma comunicação mais assertiva no ambiente profissional


Pensando na construção de uma comunicação assertiva no espaço de trabalho, listo a seguir algumas sugestões para você desenvolvê-la enquanto líder e gestor.

Regra de ouro: respeito e empatia em 1º lugar


A falta de respeito inviabiliza qualquer possibilidade de diálogo. Portanto, tenha sempre em mente a necessidade de respeitar o outro e exercite também a capacidade de se colocar em seu lugar, ou seja, demonstre empatia e tente verdadeiramente compreendê-lo para estabelecer um canal de comunicação compreensivo, fundamental para a assertividade.

Aprenda a ouvir e se comprometa a entender o outro


Saiba ouvir e praticar uma escuta ativa, independentemente de como o interlocutor se expressa. As pessoas têm várias formas de se comunicar, gestos também podem dizer muito sobre o outro. Esse entendimento só vai contribuir para melhorar a sua habilidade de se comunicar.

Não faça pré-julgamentos


Temos essa tendência de assumir posições e opiniões baseados em suposições e percepções. Isso dificulta a comunicação. Pare de fazer pré-julgamentos e avaliações prévias do outro. Expresse sua opinião com base em fatos.

Cuidado com a postura corporal e o tom de voz


O corpo fala. Já ouviu essa expressão? Pois bem, ela é verdadeira. Muito da nossa comunicação é feita de forma não verbal, por meio de gestos, olhares e postura. Se quer passar segurança, por exemplo, é preciso estar atento a isso. Preste atenção também ao seu tom de voz. Muitas vezes você deseja passar uma impressão de assertividade na sua comunicação, mas seu corpo e o tom de sua voz dizem exatamente o contrário.

Escolha bem as palavras e a hora certa de falar


Principalmente no ambiente corporativo, é importante ter a sensibilidade de escolher o momento certo de falar. Caso contrário, a comunicação não será eficiente, muito menos assertiva. Certos momentos não são convenientes para uma conversa e podem até constranger ou comprometer o interlocutor. Em algumas situações, a opção mais inteligente pode ser não falar nada.


Demonstre humildade, sinceridade e flexibilidade


Ninguém ganha nada querendo ser o dono da verdade, isso só afasta as pessoas. Portanto, tenha humildade em reconhecer que não sabe algo e está disposto a aprender, seja sincero ao admitir seus erros e falhas e demonstre flexibilidade no sentido de estar aberto a opiniões divergentes da sua, esteja disposto a mudar de ideia.

Argumente com firmeza e embasamento, de forma clara e objetiva


Ao argumentar, não fique fazendo rodeios e vá direto ao ponto, seja objetivo e se expresse com clareza. Além disso, é fundamental ter compreensão do assunto ou tema sobre o qual você está falando para de fato argumentar com embasamento. É quase impossível ser assertivo se suas opiniões são superficiais e seus argumentos podem ser derrubados facilmente.


Assuma o papel de intermediador


A comunicação assertiva também tem o objetivo de agregar, e esse é um dos principais papéis do gestor, não é mesmo? Portanto, é importante desenvolver essa habilidade para assumir essa função de intermediador e ser uma referência para a sua equipe, um exemplo de comunicação assertiva a ser seguido.


A comunicação assertiva é uma das principais competências dos profissionais de sucesso. Mais do que saber se expressar bem ou saber deixar claro o seu ponto, é essencial ter a consciência da importância de se ter inteligência social e emocional e a habilidade de, verdadeiramente, se relacionar com o outro, abrindo sempre espaço para o diálogo.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 26 abril de 2022 Especial: artigos no Espaço Opinião CRA-RJ Link fonte: https://espacoopiniao.adm.br/como-ter-uma-comunicacao-assertiva-sem-ameacar-a-liberdade-do-interlocutor/




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        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 7 de junho de 2022

FIFO: um guia rápido para a gestão do estoque


FIFO

Se você está buscando um sistema de gerenciamento do estoque, o FIFO pode ser a solução.

Escolher o método de armazenagem ideal para o seu negócio é um passo importante para os empreendedores, pois o sistema inadequado causa muita dor de cabeça e prejuízos.

Assim, para te ajudar a tomar esta decisão, segue um texto sobre uma das metodologias mais utilizadas.

O que significa FIFO?

A palavra FIFO é a sigla em inglês para “first in, first out”, ou seja, o primeiro a entrar é o primeiro a sair. No Brasil ele também é chamado PEPS.

Esta estratégia de gerenciamento do estoque prioriza os produtos segundo a ordem de chegada no estoque. Os mais antigos são os que vão embora primeiro.

Segue exemplos:

Em uma distribuidora de doces, os produtos mais antigos são colocados em prateleiras que fiquem mais visíveis para os clientes.

Já em grandes armazéns utilizam prateleiras em que de um lado é feito o abastecimento com os produtos que acabaram de chegar, e no outro é realizada a retirada dos produtos.

Assim, os produtos vão “deslizando” pela prateleira, respeitando a regra do FIFO, o primeiro a entrar é o primeiro a sair.

Princípios básicos do FIFO

Para que o FIFO funcione de forma correta existem duas regras fundamentais:

1.   Nenhum produto pode ultrapassar o outro

Manter o fluxo dos materiais é essencial para o FIFO, pois se essa fluidez não é respeitada, há confusão nos demais processos.

Por exemplo: você entra em uma lanchonete, faz o seu pedido e aguarda na mesa, você calcula que 2 pessoas chegaram antes de você e receberão o lanche primeiro.

Porém, um grupo de 3 pessoas que fizeram o pedido antes de você, são atendidas primeiro.

Neste caso, você fica frustrado e o pedido demora tanto para ser entregue que o seu hambúrguer chega frio.

Com o fluxo do estoque é a mesma coisa, se um produto é colocado na frente dos demais, atrapalha a fluidez e ocasiona uma sucessão de erros como: demora na entrega e desperdício de produtos em virtude da validade.

2. Deve haver uma capacidade máxima

Seguindo com o exemplo da lanchonete, para agilizar o atendimento, os cozinheiros já fazem mais lanches do que os pedidos.

No entanto, ao final do dia nem todos os lanches foram vendidos, então 3 hambúrgueres tiveram que ser descartados.

Esta mesma lógica é utilizada no contexto do FIFO, se há uma superprodução, o processo de entrada e saída ficará mais lento, abrindo margem para os desperdícios.

Por isso, é fundamental estabelecer uma capacidade máxima de produtos para ter em estoque.

Além destes 2 princípios ao aplicar o FIFO é importante definir normas para entrada dos produtos.

Por exemplo: se um item tem validade de até 1 ano, receber com no mínimo 50% da sua validade.

Estas regras são estabelecidas calculando a média de tempo que os produtos ficam no estoque.

Quais as vantagens do FIFO?

Veja os benefícios que aplicar o FIFO na gestão do armazém trarão para a sua empresa:

Menos custos e menos desperdícios

O FIFO é ideal para empresas que possuem pouco espaço de armazenamento.

Porque o fluxo contínuo de entrada e saída diminui a necessidade de grandes estoques. Com isso, os custos de locação de espaço e funcionários reduzem.

Também desde que respeitados os princípios e regras, não há riscos de alguma mercadoria ser esquecida, levando ao desperdício.

Maior agilidade e eficiência

Com o estoque enxuto e a simplicidade do FIFO, a circulação de pessoas e mercadorias acontece de maneira rápida.

O que reflete na eficiência, uma vez que um armazém menor é mais fácil de gerenciar do que um grande.

Mais lucro

Com a implementação do FIFO o desperdício e as perdas diminuem, então o lucro automaticamente aumenta.

Também a precificação fica mais fácil, pois os produtos não ficam muito tempo parados, logo não sofrem tanto com mudanças de preço.

Quando utilizar o FIFO?

O uso do FIFO é mais indicado para negócios que possuem rotatividade e produtos com um tempo médio de validade. Pois, antes do produto estragar é possível tomar uma medida.

Um exemplo clássico são os supermercados, neles é comum que os itens sejam organizados conforme a ordem de chegada, sendo que os primeiros ficam mais acessíveis ao consumidor.

Podemos ver isso também nos produtos em oferta (que geralmente estão perto da validade), eles são os primeiros que encontramos ao entrar em um supermercado.

Empresas que comercializem produtos que não possuem validade e tem um estoque pequeno podem se beneficiar deste método, como uma loja de eletrônicos.

Como implementar o FIFO?

Veja 2 modelos frequentemente utilizados na aplicação do FIFO:

Flow rack

Flow rack (fluxo de prateleira) é um sistema que utiliza a força da gravidade para operacionalizar o FIFO.

Neste sistema, as estantes ou prateleiras são projetadas de uma forma que fiquem levemente inclinadas.

Na parte mais alta são colocados os produtos (geralmente em caixas) que acabaram de chegar, com a força da gravidade elas deslizam até a parte baixa.

As caixas para uso são retiradas da parte baixa, assim quando uma é retirada, outra ocupa o seu lugar.

O benefício do flow rack é a praticidade, já que a preocupação é somente com a entrada dos produtos, as saídas já estão em ordem.

Também é ótimo para proteger os produtos, pois diminui os riscos de quedas e colisões.

Quadros FIFO

Eles funcionam como tabelas de gerenciamento do estoque. Com ele é possível ter uma visão global dos produtos em depósito, quais itens devem sair e onde colocar os novos.

Este sistema é mais simples que o flow rack, mas exige um comprometimento maior da equipe, pois o quadro precisa ser atualizado constantemente.

Dicas para otimizar o FIFO

Mesmo que o FIFO seja um sistema eficiente, ele sozinho não resolve todos os problemas de gerenciamento e logística.

Então para otimizar o fluxo, veja estas dicas:

Facilite a visualização

Para garantir a fluidez no trabalho e que um produto não venha antes do outro é importante desenvolver um sistema de identificação.

Uma maneira simples é utilizar etiquetas coloridas.

Funciona sim para cada mês você define uma cor, por exemplo:

  • Janeiro: branco

  • Fevereiro: azul

  • Março: vermelho

Assim que chegar as encomendas no estoque, você coloca a etiqueta conforme a data de entrada do produto.

Manter um controle de validade

Mesmo que não seja o foco principal do FIFO, é fundamental que exista um sistema de controle, para que se um produto chegue próximo à validade alguma atitude possa ser tomada.

E os inventários periódicos podem ser a solução, por isso os faça regularmente.

O que achou do sistema FIFO? Acredita que ele é a melhor decisão para a sua empresa? Diga nos comentários.

Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 24 de maio de 2022

Como construir uma rede de contatos consistente


Como ter uma rede de contatos e estimular a colaboração podem potencializar a sua capacidade de liderar


O conceito de networking se popularizou há algum tempo e praticamente todo empreendedor hoje tem a consciência da relevância de se estabelecer e cultivar uma boa rede de contatos, ou seja, de investir em relacionamentos profissionais. 


Com o avanço da transformação digital e das consequentes mudanças provocadas nas dinâmicas sociais, ficou ainda mais latente essa necessidade de fazer conexões além do nosso círculo de relacionamento mais direto, da chamada “bolha”. 


Para os negócios, esse é um recurso que ajuda a gerar oportunidades, ter acesso aos profissionais relevantes do mercado e também pode melhorar a condução de projetos e aprimorar a capacidade de liderança.


Afinal, com todas essas constantes mudanças pelas quais passamos, é natural que a forma de liderar também precise de adaptações. E, atualmente, um ponto estratégico em comum das organizações de destaque é o foco nas pessoas, nas relações e no poder da colaboração para atingir objetivos e resultados. Confira mais sobre isso a seguir e saiba a melhor maneira de ampliar a sua rede de contatos!

A importância de cultivar relações profissionais 

Ser empreendedor e dono de negócio envolve equilibrar vários papéis. Um dos mais importantes, sem dúvidas, é manter relacionamentos e criar conexões profissionais, seja com outros empreendedores, fornecedores, concorrentes, colaboradores e parceiros. Essa é uma atividade importante para compartilhar ideias, encontrar condições favoráveis para o seu negócio e se inspirar. 


Além disso, o networking pode favorecer oportunidades de negócio e investimentos. Outro ponto pouco observado é que essa ação de cultivar relações pode ainda contribuir para aprimorar a sua capacidade de liderar e ser estratégica para atingir resultados e objetivos. Afinal, com uma rede de contatos abrangente é possível contar com a colaboração e a expertise de profissionais de diversas áreas, possibilitando a formação de uma equipe imbatível. 

A liderança que usa o networking para incentivar a cultura colaborativa e potencializar resultados

Como mencionei anteriormente, o foco em pessoas, na qualidade das relações e na priorização da cultura empreendedora colaborativa tem sido atualmente a grande aposta de grandes corporações e startups que deram a guinada, para gerar inovações, elevar os níveis de processos da gestão e manter o sucesso. 


Como líder contemporâneo, é preciso ter essa percepção de mudança de mindset e entender a importância de confiar e delegar e que, com a colaboração, todos saem ganhando. 


Assim, sai de cena aquele ambiente competitivo de outrora e entra em destaque o ambiente mais colaborativo, no qual se compreende que o relacionamento interpessoal e a colaboração podem ser ferramentas essenciais para a solução de problemas complexos e o desenvolvimento coletivo. 


É importante, portanto, se adaptar a essa nova liderança que estimula a cultura da colaboração. E, para isso, cultivar relacionamentos profissionais, e dedicar-se à manutenção dos mesmos é fundamental. 

Como construir uma rede de contatos consistente

Compreendida a importância do networking e como essa ferramenta pode contribuir na condução de um projeto, estabeleço a seguir algumas ações que podem ajudá-lo a construir a sua rede de contatos. Confira!

Identifique contatos que tenham interesses em comum, sejam estratégicos e realmente relevantes

Fazer networking não é simplesmente se conectar a uma quantidade enorme de pessoas, independentemente se a relação tem a ver com você ou com o seu negócio. É importante investir na qualidade e prezar pela capacidade de interação, entendendo se há interesses em comum para existir um relacionamento. A experiência precisa ser benéfica para ambos os lados, fazer sentido, ser verdadeira e pautada na confiança mútua. 

Compreenda qual a melhor forma de abordagem

Ao fazer um contato, planeje a abordagem de forma inteligente. Encontre pontos em comum no relacionamento, aborde assuntos interessantes e respeite o perfil de cada um, evitando ser inconveniente. Em "roma comporte-se e fale como os romanos", mas seja autêntico e honesto.

Construa relacionamentos a longo prazo e empenhe-se na manutenção dos mesmos

Um dos segredos do networking está justamente na manutenção da rede de contatos, mantendo-a sempre engajada, com constância nas ações para cultivar os relacionamentos estabelecidos. Interações e encontros esporádicos são importantes para que as pessoas sempre se lembrem de você. Caso contrário, de nada adianta uma lista cheia de contatos se não há relacionamento de fato. 


Dessa maneira, o ideal é investir em relacionamentos a longo prazo, buscando maneiras de sempre fortalecer o vínculo. As oportunidades que surgirão serão sempre consequência da dedicação às relações da sua rede de contatos. 

Esteja disposto a ajudar para ser ajudado

Ao oposto do que muitos acreditam, a base do networking não está na busca de relações de interesse, no famoso “toma lá, dá cá”. Nesse sentido, é importante ter sempre em mente o que você pode agregar para as pessoas, de que maneira pode contribuir, de forma genuína e com honestidade. Assim, esteja disposto a ajudar sem almejar nada em troca. Pode ter certeza de que quando se estabelece uma relação verdadeira e há o sentimento de confiança, a lei da reciprocidade não falhará, e a ajuda de hoje será retribuída no futuro. 

Seja interessado e compartilhe informação e conhecimento

Nesse mesmo contexto, lembre-se da importância da troca de experiências para um relacionamento profissional. Portanto, não hesite em compartilhar informações importantes e conhecimentos sobre o mercado, por exemplo, com a sua rede de relacionamentos. Dessa forma, você vai inspirar confiança e será lembrado na necessidade de uma indicação, o que pode gerar oportunidades de negócio. 

Participe de eventos da área e use as redes sociais

Eventos são ótimos locais para fazer contatos, conhecer gente da sua área e prospectar potenciais clientes. Fique por dentro do calendário, esteja sempre atualizado em relação às novidades do seu campo de atuação e entenda quem tem relevância para se conectar. 


Além disso, hoje temos ainda à nossa disposição importantes ferramentas de networking, que são as redes sociais. Fazer conexões pelo LinkedIn, por exemplo, pode ser uma boa estratégia para começar a ampliar a sua rede de contatos.  



Dito tudo isso, destaco que, para ter resultados efetivos, é essencial a constância nas ações e o investimento em conexões genuínas. Fazer networking e estabelecer uma rede de contatos é hoje uma habilidade primordial para qualquer gestor/empreendedor e, como vimos, os benefícios de cultivar boas relações profissionais vão muito além: a colaboração pode ser uma via para novas oportunidades; ademais, é também um novo rumo das organizações e pode ajudar a melhorar a sua capacidade de liderar.


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio





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