Mostrando postagens com marcador Daniel Goleman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Daniel Goleman. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Daniel Goleman é o pai da inteligência emocional

O mundo passou por muitas mudanças nos últimos dois séculos. A revolução industrial em meados do século 19 acelerou uma série de modificações na sociedade, como: a forma de produzir, consumir, se relacionar, trabalhar e adquirir conhecimento. 

Em relação à capacidade de crescer profissionalmente, durante muito tempo se acreditou que o mais apto à função ou mais inteligente seria aquele que fosse capaz de armazenar mais dados, basicamente, reter mais informações, será que isso é suficiente? 

O que muitos empreendedores já sabem há algum, é que o conhecimento técnico não é o único responsável por fazer de uma pessoa um bom líder ou colaborador. Na atualidade está popularizado o conceito de inteligência emocional, que seria a capacidade da pessoa de desenvolver suas emoções e sentimentos, sabendo responder adequadamente a cada situação da vida. 

O que nem todos sabem, é quem foi o responsável por trazer à tona o debate acerca da inteligência emocional. Dessa forma, apresentamos Daniel Goleman, o “pai da administração” de hoje. 

Goleman ficou mundialmente conhecido com o seu livro mais famoso Inteligência Emocional, publicado em 1995, após anos de estudos e produção de matérias jornalísticas de cunho científico sobre a mente, o desenvolvimento humano e a psicologia.

Os primeiros passos de Daniel Goleman

Daniel Goleman, nasceu em 7 de março de 1946, na cidade californiana de Stockton. Ele é filho de pais professores universitários, tendo, portanto, crescido em um ambiente onde o estímulo à pesquisa e os estudos era natural. O seu pai, Irving Goleman, lecionava na área de humanidade e também latim. A biblioteca da faculdade comunitária San Joaquim Delta leva o seu nome. 
A sua mãe, Fay Goleman, teve uma vida longeva e participou de importantes acontecimentos sociais, no decorrer dos seus 99 anos. Fay se tornou mestre em Serviço Social pelo Smith College, quando em seguida passou a também ministrar aulas, no departamento de sociologia da atual Universidade do Pacífico. 
Para Goleman foi marcante ter na mesma casa, pai e mãe que trabalham fora de casa, na década de 50 nos EUA. Ele se considera muito grato pela família, educação e formação que seus pais lhe deram.
O desempenho de Goleman no meio acadêmico começou a dar resultados ainda no ensino médio. Por ter sido presidente do grêmio estudantil da sua escola, ele recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Alfred P. Sloan, para estudar no Amherst College. Pouco tempo depois, aproveitando a oportunidade de fazer um intercâmbio universitário, ele se transferiu para a Universidade da Califórnia de Berkeley, e retornou para Amherst para se sua formatura.
Na Universidade de Berkeley, Goleman encontrou a atmosfera perfeita para o seu desenvolvimento acadêmico. Na universidade, ele pode conhecer professores notáveis que foram fundamentais para a sua formação. É o caso do sociólogo Erving Goffman que o influenciou a escrever seu trabalho de conclusão de curso sobre saúde mental na perspectiva histórica, antropológica e sociais. 
Em seguida, ele se tornou aluno de Harvard após a Fundação Ford lhe ter concedido uma bolsa de estudos. Goleman então se inscreveu no programa de psicologia clínica, quando passou a estudar a mente humana a partir de uma perspectiva interdisciplinar. 
Foi nessa época que Goleman conheceu o seu principal mentor na academia, o professor McClelland que o ajudou a conseguir, mais uma vez, uma bolsa de estudos itinerante de pré-doutorado em Harvard, para estudar na Índia. 
Na Ásia, o foco de estudo de Goleman se deu nos antigos sistemas de psicologia e as práticas de meditação associadas às religiões asiáticas. A partir dessa experiência ele integrou a meditação dentro da sua rotina, como uma prática para busca de maior equilíbrio da mente e pensamentos. 
Goleman teve uma nova experiência de estudos na Ásia, dessa vez no Sri Lanka, para o pós-doutorado do Social Science Research Council. Nessa época ele escreveu o seu primeiro livro, com o título The Meditative Mind.

Goleman, de professor à escritor

Na volta para Harvard atuou como professor visitante, porém, em pouco tempo recebeu uma proposta de trabalho que mudou a sua perspectivas de vida. O seu mentor, o professor McClellend o recomendou para trabalhar em uma grande revista da época, a Psychology Today. Foi o primeiro passo de Goleman no mundo da escrita, que o conquistou. 

No ano de 1984, Goleman começou a trabalhar no New York Times, para cobrir a área de psicologia e ciências afins. Foram 12 anos de muitos aprendizados, pesquisas e artigos publicados no período. Nesse período ele pode conhecer pessoas e ganhar uma enorme visibilidade, porém, nem sempre o que o jornal queria que ele publicasse era do interesse de estudo de Goleman.

O livro: Inteligência Emocional

A obra mais famosa de Daniel Goleman nasceu no ano de 1995, contudo, foi gestada durante toda a sua carreira como professor, escritor e, acima de tudo, estudioso da mente e psique humana.
O livro trouxe vários insights sobre o tema e transformou a forma como enxergamos a inteligência. Para Goleman, o que chamamos de inteligência não pode ser encarado apenas pelo QI (quoeficiente de inteligência), o qual é responsável por apenas 20% das aptidões necessárias para se tornar uma pessoa bem sucedida. 
Os outros 80% são os aspectos relacionados à inteligência emocional, o que para o autor são bem mais determinantes para a formação do ser humano. 
O autor destaca 4 pilares fundamentais que atuam junto na formação do campo emocional das pessoas. Os quatro fatores são interligados e complementares, são eles: autoconhecimento, gestão das emoções, empatia e sociabilidade. Vejamos um pouco sobre cada um deles. 

Autoconhecimento

Para desenvolver respostas emocionais maduras e responsáveis no trabalho e para a vida, é preciso primeiro se conhecer bem. Para Goleman é possível desenvolver o autoconhecimento a partir de exercícios práticos, como escrever um Diários de Emoções. Nele, a pessoa deve descrever como lidou com as emoções ao longo do dia, e descrever situações limites ou pontos de observação, buscando identificar o que nos fez agir de uma forma ou de outra.

Gestão das Emoções 

A proposta aqui é aprender a dar respostas às situações cotidianas emocionalmente inteligentes. Na maioria das vezes o que acontece é darmos respostas automáticas a tudo que nos acontece na vida. Esse tipo de reação é a responsável pela maior parte dos problemas nos relacionamentos quando são gerados por nós mesmos. 
Segundo Goleman, para dar respostas mais inteligentes, é preciso entender as nossas motivações e os nossos estados emocionais interiores. Para isso, é possível aproveitar o diário de emoções e identificar os porquês dos conflitos, ruídos na comunicação e desgastes. 

Empatia


Para o pai da administração da vez, a empatia vai muito além da capacidade de se colocar no lugar do outro. Essa é uma frase simples que não traduz todo o esforço necessário para gerar relações mais harmoniosas e felizes.

Na busca pelo desenvolvimento de atitudes mais empáticas, ele recomenda 3 ações: praticar verdadeiramente a escuta ativa, não fazer julgamentos e sempre buscar o entendimento e as causas de determinada ação das pessoas. 

Sociabilidade 

O aspecto da Sociabilidade acontece como resultado de todas as habilidades anteriores são desenvolvidas. Um sujeito emocionalmente inteligente é aquele que consegue equilibrar o manejo das emoções com a razão e construir, assim, relações maduras dentro e fora do trabalho. 

Goleman é sinônimo de Inteligência para a vida

Os estudos sobre a mente e o comportamento dentro da esfera do trabalho, teve grande impulso com a obra mais famosa de Goleman sobre a inteligência emocional. E ele não parou por aí, escreveu mais uma série de livros aprofundando sobre a temática que hoje, não é mais novidade dentro dos RHs e do LinkedIN. 

Confira outras obras de Goleman que mostram a importância da inteligência emocional para alcançar voos maiores na carreira: 

  • Trabalhando com a inteligência emocional (1998); 
  • Emoções Destrutivas e como dominá-las: um diálogo com Dalai Lama (2005);
  • Inteligência social: o poder das relações humanas (2006); 
  • Inteligência ecológica: o impacto do que consumimos e as mudanças que podem melhorar o planeta (2009); 
  • Foco (2013); 
  • Liderança (2015). 

Você já deve ter ouvido falar que empreender no Brasil não é tarefa simples, portanto, desenvolver a inteligência emocional é fundamental para construir uma carreira de sucesso. Sem deixar as emoções de lado, as empresas cada vez mais entendem que o ser humano é um indivíduo completo. Todos têm necessidade físicas, emocionais e sede de ideias - hoje entendidos como propósitos - as organizações que melhor conseguirem conjugar os fatores e contribuir para a formação integral dos colaboradores irá reter os melhores talentos, eficazes no cumprimento das atividades com estabilidade emocional. 

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

Robert Cialdini, o pai da persuasão e influência


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.