Por
Joseph Schumpeter, um dos estudiosos mais influentes da inovação, foi
desenvolvido alguns fundamentos, para quem quer entender e praticar mais a Inovação, Schumpeter
exerce grande impacto, tanto na área acadêmica, quanto na difusão dos
conceitos e práticas sobre o assunto, desde a primeira metade do século XX. Para
esse fundamento, baseado na visão desse estudioso, o empreendedor tem
papel chave para a inovação. O empreendedor é, principalmente, o veículo
das inovações, é o canal que vai fazer com que as mudanças trazidas pelas
inovações sejam realizadas, é o empreendedor e o empreendedorismo que serão os
grandes responsáveis por criarem e difundirem essas inovações na economia.
Então,
nesse contexto, as inovações são entendidas principalmente como conjunto
de novas maneiras de combinar os mais variados recursos. Teríamos então 5
tipos diferentes de inovações: O primeiro tipo são as inovações de
produtos, o segundo tipo são as inovações de processos, o terceiro
refere-se a abertura de novos mercados, o quarto tipo são as inovações que
são novas frentes de oferta de matérias primas, e o último e quinto tipo
são novas estruturas de mercado, como por exemplo, a criação de uma
situação de monopólio para uma empresa.
Destacando
alguns desses 5 tipos, começando pelas inovações de produtos e processos. As
inovações de produto e de processo são importantes porque é nos produtos e nos processos
onde vão ocorrer as mais importantes inovações tecnológicas. É claro que
podem existir melhorias tecnológicas relacionadas a novas fontes de
recursos naturais, como por exemplo, o aproveitamento da energia solar. Quando
hoje nós verificamos uma corrida pela criação de novas energias sustentáveis,
a utilização da energia solar é caso típico onde novas fontes de recursos
naturais ajudam a criar inovações tecnológicas mais sustentáveis. Mas para
que ocorram as inovações tecnológicas em produtos e processos várias
mudanças tecnológicas vão atuar, em dois níveis: ou essas mudanças
tecnológicas são capazes de criar bens, serviços de processos totalmente
novos, ou essas mudanças tecnológicas podem melhorar de maneira
significativa produto ou processo já existente. Mas o mais importante é
que nos dois casos só vai haver inovação se houver mercados para os novos
produtos ou processos, ou seja, os novos produtos e processos têm que ser
introduzidos, implementados, nos seus respectivos mercados, para que sejam
consideradas inovações de fato. Se as mudanças tecnológicas ocorrerem mas
não houver mercado de fato para o produto, ou para o processo, temos
apenas uma invenção científica e tecnológica que não configura uma
inovação tecnológica do ponto de vista econômico.
Outras
inovações que quase sempre complementam as inovações de produtos e processos
são as inovações organizacionais e as inovações de marketing. Uma inovação
organizacional é a implementação de novas técnicas de gestão, ou mudanças
consideráveis na organização do trabalho, ou ainda, uma inovação organizacional
pode acontecer quando há mudanças nas relações externas da empresa. Uma
inovação de marketing é a implementação de novas estratégias ao conceito
de marketing, ou ainda, uma inovação de marketing pode acontecer através
de mudanças significativas na estética, no desenho, ou na embalagem dos
produtos, sem que hajam mudanças nas suas características funcionais e de uso. Da
mesma forma que acontece com as inovações de produto e processo, se
algumas dessas mudanças nas áreas de marketing e gestão organizacional não
forem implementadas de fato pelas empresas, interessadas em praticar essas
mudanças, não haverá rigorosamente nem inovação em marketing nem inovação
organizacional.
Se
pensarmos em termos do impacto das inovações, quanto mais mudanças
descontínuas e radicais essas inovações trouxerem para a economia e para a
sociedade, maior serão os impactos gerados. Todas as grandes inovações que
conhecemos e que trouxeram mudanças significativas podem ser consideradas
descontínuas, dentro as quais podemos citar: os antibióticos na indústria
farmacêutica, o telefone na indústria de comunicações, o computador
pessoal na informática, o automóvel na indústria automobilística e o
formato mp3 da música digital, no caso da indústria cultural. Se
observarmos no tamanho do impacto das inovações relacionadas a esses exemplos, do
quanto a vida das pessoas e as empresas foram alteradas pelos efeitos
dessas inovações radicais.
Essas
inovações são responsáveis também por trazer novas eras e novos períodos
econômicos bastante diferentes dos períodos antecedidos, exatamente porque
têm poder de transformação e de mudança muito grande. Essas grandes
mudanças ocorrem principalmente nos mercados, nas empresas, nas formas de
consumo e nas formas de se trabalhar.
É
de observar também que todos esses exemplos de inovações descontínuas têm mercados
gigantescos, são inovações que tiveram uma grande capacidade de se
difundir por praticamente todos os países e de fato criaram impacto
significativo na economia e na sociedade como um todo.
Essas
inovações radicais, ou descontínuas, são em geral a base para o surgimento de outro
tipo de inovação que são as inovações incrementais. As inovações
incrementas são adições de funcionalidades, de melhorias e de mudanças que
não alteram significativamente o produto ou o serviço em si. Mas nem
por esse motivo as inovações incrementais deixam de ser importantes. Nos
nossos exemplos das inovações radicais podemos pensar em algumas inovações incrementais
relacionadas a essas inovações, por exemplo, o processo de personalização
do uso de medicamentos, que ocorre quando a engenharia genética consegue
indicar precisamente quais tipos de medicamentos servem individualmente a
cada paciente, é uma inovação incremental. Essa inovação incremental pôde
tornar os medicamentos mais eficazes. Outro exemplo de inovação
incremental é o processo de streaming de música, que se integrou ao
formato mp3, melhorou muito a distribuição e o consumo da música em
formato digital. O carro também apresenta várias inovações incrementais. Todas
as tecnologias eletrônicas embarcadas nos automóveis são exemplos de
inovações incrementais que tornaram o automóvel e a experiência de dirigir muitas
vezes mais segura, mais eficiente e até mais divertida.
Nesta
visão panorâmica de alguns dos principais tipos de inovação nos dias atuais, será
que podemos pensar em algumas tendências atuais no campo das inovações? Será
que podemos entender melhor algumas inovações que estão ocorrendo, se
procurarmos algumas dessas tendências mais gerais?
Destaco
aqui 2 tendências: a inovação aberta e os processos que estão fazendo com
que cada vez mais a inovação seja realizada de maneira distribuída e
orientada pelo usuário e pelo cliente. A tendência da inovação aberta é
uma forma de entender o processo de inovação como processo mais amplo,
menos focalizado nos aspetos internos das empresas que inovam. Os
conceitos e as práticas da inovação aberta foram criados originalmente para explicar
como os processos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico das empresas podem
ser ampliados para considerar o maior número possível de sinergias econômicas,
tecnológicas e organizacionais que podem ocorrer entre a empresa e os seus
parceiros de negócios, ou seja, para o modelo de negócio da empresa e para as
estratégias das empresas é necessário estruturar e sistematizar as relações com
os parceiros externos, que ajudam a viabilizar o processo de inovação.
Na
prática as empresas que inovam com o uso de pesquisa e desenvolvimento têm que estar
mais abertas a novas oportunidades de negócios com parceiros externos e, mais
importante, as empresas tem que criar competências específicas para explorar
essas interações com parceiros de maneira sistemática e organizada. O
importante é não se ater a uma estratégia que acredita que as empresas podem
inovar sozinhas e de maneira fechada.
Em
suma, a inovação aberta, valoriza o fato de que a inovação não deve
depender somente da P&D interna ou de fontes internas de conhecimento. A
inovação precisa ser praticada através de conjunto amplo de transações e interações
da empresa com o conhecimento e com os mercados, o que exige capacidade de
colaboração e desenvolvimento organizado de parcerias. Assim, mesmo que o
modelo de inovação aberta tenha sido pensado para inovação que depende
muito da P&D para ser gerada, a importância do relacionamento e da interação
com parceiros externos pode ser generalizada para todas as empresas inovadoras,
que utilizam ou não intensamente a P&D.
Outra
tendência mais recente da inovação é o modelo que poderia ser chamado de modelo
de inovação distribuída e centralizada no usuário e no cliente. Esse modelo
difere dos modelos mais tradicionais de inovação em que a geração e o
desenvolvimento da inovação estão muito concentrados na empresa produtora do
bem ou do serviço inovador. Não se trata apenas de considerar que isto só
ocorra com empresas que já sabem trabalhar melhor os seus relacionamentos
com clientes e usuários. Com a difusão das tecnologias de interação, como
as mídias e as redes sociais as empresas estão caminhando para atuarem cada
vez mais em interação direta com seus clientes, consumidores e usuários.
Ainda
que em muitas situações essa interação ocorra de maneira pouco espontânea
e pouco forçada para algumas empresas, principalmente para as empresas que
não estão preparadas para esse tipo de desafio, essa é uma tendência que atinge as
empresas que atendem tanto os consumidores finais, quanto as empresas que
vendem produtos e serviços para outras empresas.
Bom trabalho e grande
abraço.
Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em: 15 de junho de 2017
Especial: Artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/inovacao-no-empreendedorismo
Publicado em: 15 de junho de 2017
Especial: Artigos no portal Administradores.com
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