domingo, 9 de março de 2014

Entenda quando o erro é aceitável e supere o medo de errar


O medo de errar te limita? Como você lida com as suas falhas e os erros dos outros? 


Atualmente, vivemos no mundo corporativo um contexto dúbio e, de alguma forma, até incoerente. Enquanto as empresas buscam e valorizam a inovação, o posicionamento ativo e proativo e a atitude empreendedora, ainda existe uma cultura organizacional pautada na punição diante de qualquer falha, em que o medo de errar está enraizado no padrão de comportamento dos colaboradores. 


Dessa forma, a capacidade de experimentação é tolhida e as pessoas tendem a insistir nos mesmos padrões e processos, sem qualquer questionamento ou iniciativa de fazer diferente, ou apresentar novas soluções. Afinal, existe receio e a ideia de que errar é sinônimo de algo negativo e passível de algum tipo de repreensão superior. 


Porém, o erro pode ser fonte de aprendizado e nem todo erro é igual. Entenda os tipos de erros existentes, o que deve ser evitado, quando o erro é aceitável e quando ele é importante para gerar crescimento. Acompanhe a leitura e domine o medo de errar!

Como o medo de errar pode impactar o desenvolvimento de pessoas e negócios

Como mencionei, a perspectiva da inovação é uma das coisas mais valorizadas pelas empresas nos dias de hoje. Não é para menos. A cada dia, ideias disruptivas vêm mudando padrões de comportamento e revolucionando mercados. Assim, é preciso estar aberto para o novo e se permitir testar novas possibilidades. A questão é que nem tudo vai dar certo. Ou seja, pessoas cometerão erros. 


No entanto, se qualquer tipo de falha for condenada e repreendida, dificilmente as pessoas se arriscarão a experimentar e a propor ideias novas. Isso tende a minar o processo criativo e a postura proativa, o que afetará o desenvolvimento, tanto da empresa quanto do colaborador. 

A importância do erro para o aprendizado

Nesse sentido exposto acima, podemos dizer que erros são essenciais para o aprendizado e fazem parte de processos de inovação. A partir deles, ideias podem ser aprimoradas e desenvolvidas. Além disso, eles podem contribuir para elaboração de soluções a partir de problemas detectados e até para o surgimento de novos projetos. 

Os tipos de erros

Não podemos colocar todos os erros no mesmo pacote. Apesar de defender que não devemos condenar as falhas, gerando ansiedade, medo e desmotivação nos colaboradores, também acredito que não devemos ser coniventes com todo tipo de erro, criando uma cultura relapsa e descompromissada — o que será outro problema. 


Além disso, é importante evitar insistir em um mesmo erro repetitivamente com a desculpa do aprendizado. Isso não faz sentido e é inútil. Classifico então a seguir alguns tipos de erros com o propósito de orientá-lo melhor nessa empreitada de gerenciar falhas. 

Erro evitável

São erros causados por falta de atenção, desvios de conduta, falta de capacidade e inadequação para executar o trabalho. São fáceis de serem identificados, corrigidos e prevenidos por meio de treinamento e orientação.  

Erro aceitável

Geralmente são erros decorrentes de situações complexas e imprevisíveis, ou devido à complexidade de um processo, e, muitas vezes, são inevitáveis. No entanto, podem gerar aprendizado e até uma vantagem competitiva para a empresa.

Erro inteligente

São os erros considerados benéficos, que ficam na fronteira entre o conhecimento e a inovação. Isso porque é um risco exigido para se chegar a um determinado resultado, que poderá ser essencial para o crescimento do negócio. 

Maneiras de melhorar a gestão de falhas e lidar com os erros

Agora que já compreende melhor com quais erros podemos lidar, confira ações para administrar melhor essa relação com a falha, seja quando ela for sua ou de terceiros. 

Reconheça o erro e parta para a ação

Não fique buscando desculpas, nem apontando culpados. Isso não soluciona nada. O ideal é detectar o erro rapidamente, admitir que a estratégia falhou e agir. Nem tudo está perdido. Analise o que deu errado e como o problema pode ser corrigido e evitado no futuro. 

Entenda que falhas acontecem mesmo quando há planejamento

Por mais frustrante que isso possa ser, precisamos entender que nem sempre é possível prever tudo e que erros podem acontecer mesmo quando há planejamento e organização nos mínimos detalhes. Alguns cenários podem ser incertos e dependerem de inúmeros fatores que não estão em seu controle. 

Estimule a cultura do aprendizado e incentive a postura de coragem diante das situações adversas

Para os que ocupam cargos de gestão e liderança, reforço que precisamos mudar essa mentalidade em relação ao medo de errar entre as equipes e instaurar um novo comportamento que estabeleça uma maior tolerância a falhas. 


Nesse sentido, é importante que as pessoas se sintam confortáveis em compartilhar e expor seus erros e busquem aprender com eles. Incentivaremos, dessa forma, uma cultura de aprendizado, incorporando e normalizando a possibilidade de falhas como parte do processo. 

Encare o erro com equilíbrio

Esse é um grande desafio para as pessoas que não admitem errar e tem dificuldade de aceitar a máxima de que “errar é humano”. Não é mesmo fácil, ainda mais para pessoas perfeccionistas. 


Além disso, as circunstâncias atuais também não ajudam, já que somos constantemente exigidos pelo ritmo frenético das mudanças e a competitividade no mercado. Entretanto, é necessário encontrar um equilíbrio, aceitar a vulnerabilidade e repensar a postura diante dos erros, sem negligenciar as entregas, ou jogar tudo para o alto. Ou seja, nem 8, nem 80. Comprometer-se é importante, mas não devemos ser tão duros e inflexíveis conosco, ou com os outros. Afinal, em alguns casos, erros são inevitáveis e até necessários.


Como vimos, o medo de errar no ambiente de trabalho pode paralisar e até comprometer o desenvolvimento de pessoas em empresas. Mas ele não é infundado. De fato, existe uma cultura organizacional punitiva que contribui para isso e que determina que erros jamais podem ser cometidos, fazendo com que as pessoas evitem ousar e questionar padrões. Conclusão Todo profissional deve ser bom no seu ofício - é um requisito básico, e neste grupo errar por falta de propósito, atenção, falta de foco e presença ou por conta do automatismo - isso é inaceitável numa organização e na condição humana de si mesmo, porém existe outro grupo, que ao errar dentro da tentativa de inovações, um processo novo de ofício, um método novo imposto por circunstâncias de mercado, dentre outras formas de força maior, então isso deve ser aceitável pela organização, pelo colaborador, inclusive ao perfeccionista entender que isso é temporário até incorporar o novo. Se desejamos mudar essa mentalidade, precisamos encontrar um equilíbrio ao lidar com as falhas, adotar uma postura de coragem e separar o “joio do trigo”, já que os erros não são todos iguais e não devem ser encarados da mesma forma.


E você? O que tem a dizer sobre isso? Bom trabalho e grande abraço.


Adm. Rafael José Pôncio



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