segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Varejo: O setor de shoppings centers no Brasil

O setor varejista mudou radicalmente desde sua concepção, isso é fato. A carga de exigências trazida pelas mudanças tecnológicas reconfigurou todo o mercado desse segmento e criou barreiras difíceis de transpor sobre a zona de conforto e a concorrência.

É fato que conhecer bem a área de atuação do seu negócio e se especializar nela certamente acarreta vantagens perante os concorrentes que tratam dessa especialidade a partir de parâmetros genéricos, ou seja, obviamente, uma loja especializada em artigos de pesca, por exemplo, poderá oferecer uma gama maior de produtos que um departamento de hipermercados direcionado para o tema, por exemplo.

Entretanto, quantas vezes você já entrou em uma loja exclusiva de artigos de pesca? Agora, quantas vezes, fazendo compras no hipermercado de sua preferência, você não transitou pelas gôndolas disponibilizadas para essa área e lembrou que precisava de um rolo de fio de nylon ou, simplesmente, uma isca artificial chamou sua atenção? Você não foi ao estabelecimento comprar artigos de pesca, mas a ocasião te direcionou a essa aquisição. Percebe? Consumo no varejo está ligado à oportunidade e a oportunidade é oferecida pelo varejista.

Empresas âncoras, como C&A, Lojas Marisa e Lojas Renner, têm sua imagem e mercado muito bem definidos: são grandes varejistas de roupas. Na última década, entretanto, elas passaram a comercializar aparelhos de telefone móvel, criaram vales presentes (cartões de plástico customizados com créditos de valores diferenciados para presentear) como opção de compra e ampliaram a oferta de acessórios e calçados. Por quê?

O número de shoppings centers no Brasil cresceu 65% nos últimos 10 anos e o tráfego de pessoas nesse tipo de estabelecimento teve um aumento de, aproximadamente, 46%, segundo a Associação Brasileira de Shoppings Center (ABRASCE). Esses números refletiram de forma expressiva nas lojas de departamento localizadas nas ruas.


(1) Novo critério: A série inclui apenas shoppings já inaugurados;
(2) Os dados referentes a Número de Lojas, Salas de Cinema e Empregos foram calculados com base em uma amostra de shoppings e não terão atualização mensal;
(3) Alguns dados referentes a 2009 foram revistos com base nos resultados do Censo do Setor, da Price Waterhouse Coopers;







Fontes das estatísticas: http://www.abrasce.com.br

Dentre as preferências dos consumidores assíduos de shoppings, estão facilidades como: variedades de lojas facilitam a pesquisa de preços; variedade de lojas que oferecem o mesmo produto e/ ou serviço em um mesmo ambiente facilitam a escolha; em um único ambiente, tem-se acesso a diversos departamentos, como hipermercados, farmácias, lojas de departamento em geral, lojas de roupas, calçados, acessórios, perfumes, livrarias e, também, praça de alimentação cada vez mais variada, entretenimento e lazer, segurança, serviços de banco e, principalmente, estacionamento.

Mas outros fatores são decisivos para as mudanças estratégicas no modelo de negócio de varejo, que são: faixa etária, condição socioeconômica e estado civil dos consumidores. O estudo realizado pela IBOPE Inteligência em 2013 sobre o perfil de clientes de shopping centers brasileiros apontou números expressivos sobre a homogeneidade dos frequentadores.

A pesquisa demonstrou que a faixa etária dos consumidores não é expressiva de acordo com a idade, observe os números:


A primeira grande variância detectada na pesquisa foi quanto à classe socioeconômica. Segundo o IBOPE Inteligência, consumidores classificados como Classe A1 costumam ir ao shopping em média cinco vezes por mês, enquanto os que pertencem à classe C2 visitam os centros comerciais apenas duas vezes por mês, como mostra:



A segunda variância mais significativa fica por conta do estado civil. Solteiros buscam os shoppings, aproximadamente, 87% com mais frequência que casais:



Miller e Friesen (1984, p. 1163) propuseram um ciclo de vida para negócios varejistas como os shopping centres e destacaram fases essenciais para e o ciclo, como: maturidade e mercado. Resumindo, para se aventurar nesse setor e obter sucesso, é preciso conhecer o negócio e conhecer os seus concorrentes.

Bom trabalho e grande abraço.
Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

domingo, 15 de outubro de 2017

Modelos de inovação para o empreendedor fazer uso

A inovação pode, então, se fazer presente em produtos, processo ou serviços a partir das influências externas e internas, assim como a observação, a escolha, a adaptação e a utilização de modelos já aplicados, por isso, o empreendedor pode fazer uso das matrizes na trajetória do seu negócio.

Schumpeter cita: ....“diretamente o desenvolvimento de produtos e processos produtivos de uma empresa com seu desempenho econômico, constituindo pela primeira vez a inovação como fator crítico para transformações na esfera econômica de longo prazo”.

Foi então com base nessa linha de raciocínio que desenhou os quatro principais modelos de inovação presentes no mercado nacional e internacional. São eles:
  1. modelo linear;
  2. modelo paralelo;
  3. modelo Tidd et al.i;
  4. modelo de inovação aberta.


1. Modelos linear

Começa a ser percebido a partir da 2ª Guerra Mundial e, durante muitos anos, orientou o pensamento e o papel da tecnologia, assim como a melhor forma de aplicá-la (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011, p. 41).




2. Modelo paralelo

Considerado uma evolução do modelo linear derivada da constatação da existência das múltiplas formas de relacionamento entre as diversas fases e organizações que são responsáveis pela dinâmica do processo impulsionador da inovação (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011, p. 44).




3. Modelo Tidd et al.i

Esse modelo dinâmico pode ser incorporado por qualquer tipo de organização e em qualquer tipo de ação, seja ela com foco em produção de serviços ou bens, e, também, diferentes organizações a partir de quatro fases: 1. Buscar as oportunidades de mudanças impostas pelo mercado; 2. Selecionar as estratégias a partir dos sinais de oportunidades tecnológicas e de mercado; 3. Implementar as ações necessárias para o desenvolvimento e lançamento de ideias; 4. Aprender: registrar as lições aprendidas, estimulando o reinício do processo e aplicando as ações necessárias para as mudanças (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011, p. 48).



 

4. Modelo de inovação aberta

É um conglomerado de todos os outros modelos de inovação já citados e conduz as organizações para além das fronteiras internas em virtude da adoção de práticas conjuntas de busca, seleção, implementação e aprendizagem. Faz isso de dentro para fora e de fora para dentro das organizações (CARVALHO; REIS; CAVALCANTI, 2011, p. 50).




Com a sempre presente necessidade de inovar para se destacar perante as concorrentes, principalmente, o empreendedor acolhe a busca por ações que possam contribuir para sua expansão e na certeza da jornada por alicerçar um negócio sólido de constante evolução.

Bom trabalho e grande abraço.

Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.