terça-feira, 4 de junho de 2024

O Diagrama de Dispersão

Aprenda a criar um Diagrama de Dispersão de forma simples, como interpretar os resultados e as vantagens de utilizar esta ferramenta da qualidade.

Diagrama de Dispersão: criação e interpretação

O Diagrama de Dispersão é uma representação gráfica para analisar a relação entre duas variáveis, sendo uma excelente forma de identificar padrões e assim tomar as decisões mais assertivas para o seu negócio.

Neste conteúdo descobrirá o que é o Diagrama de Dispersão, como criar um a partir de um passo a passo simples utilizando o Excel, como analisar os resultados obtidos e quais as vantagens e desvantagens dessa ferramenta.

Boa leitura!

O que é Diagrama de Dispersão

O Diagrama de Dispersão é uma das 7 ferramentas da qualidade, um conjunto de metodologias criadas por Kaoru Ishikawa para identificar, definir, mensurar e propor soluções para problemas organizacionais.

O diagrama também é conhecido como Gráfico de Dispersão ou de Correlação e faz uma representação visual da relação entre duas variáveis (o eixo x e o eixo y). Através disso é possível validar hipóteses relacionadas a causa e efeito.

Para facilitar a compreensão segue um exemplo: uma loja de roupas online acredita que encaminhar um cartão de agradecimento com as encomendas aumenta as chances dos consumidores comprarem os produtos da loja novamente. Para validar essa hipótese pode-se utilizar o Diagrama de Dispersão.

A partir dos resultados obtidos com o uso da ferramenta é possível tomar decisões mais assertivas, seguindo o exemplo, se for identificado que não há correlação entre os cartões de agradecimento e as compras, é possível destinar os recursos para o que de fato é mais atrativo aos consumidores.

Como construir e analisar o Diagrama de Dispersão

Para montar o Diagrama de Dispersão o primeiro passo é identificar qual hipótese, ou seja, qual relação de causa e efeito você deseja analisar. Alguns exemplos são:

  1. O programa de fidelidade da empresa aumenta a retenção dos consumidores?

  2. O tempo de espera na fila impacta negativamente a satisfação dos clientes?

  3. A quantidade de produtos na loja impacta no número de compras feitas pelos clientes?

Depois de definir qual será o tópico analisado, é hora de coletar os dados, em seguida desenhar o gráfico colocando as informações relacionadas a causa (eixo x) na horizontal e o efeito (eixo y) na vertical. Por fim, verificar a disposição dos pontos no gráfico e identificar a correlação.

Exemplificando: O gerente de uma pousada deseja saber se o programa de fidelidade, que oferece um cupom de 10% na próxima hospedagem, de fato está aumentando a recorrência dos hóspedes na pousada.

Para isso ele coleta os dados dos últimos 6 meses e verifica quantas reservas foram realizadas em cada um dos meses (causa) e dessas, quantas utilizaram o cupom do programa de fidelidade (efeito).

Os dados foram estes:

Em uma ferramenta como o Excel, é possível fazer o Diagrama de Dispersão de forma simples e rápida através o seguinte passo a passo:

  1. Escolha os dados que você deseja analisar. Os dados que você definir serão usados no eixo X e no eixo Y. Certifique-se de que os dados estejam  organizados em colunas separadas.

  2. Com os dados selecionados, vá até a aba "Inserir" na barra de ferramentas do Excel.

  3. Na aba "Inserir", procure e clique na opção "Gráfico de Dispersão".

  4. Para melhorar a compreensão do diagrama, adicione títulos aos eixos X e Y. Para fazer isso, clique nos rótulos dos eixos e insira os títulos relevantes.

  5. Para analisar a correlação entre os dados, adicione uma linha de tendência ao gráfico clicando com o botão direito do mouse no gráfico e escolha "Adicionar Linha de Tendência". A Linha de Tendência é uma representação linear que mostra o comportamento dos dados.

O resultado ficará desta forma:

Como analisar do Diagrama de Dispersão

Agora com o Diagrama de Dispersão concluído é o momento de interpretar as informações obtidas através da correlação e também da dispersão dos pontos.

Tipos de correlação

Em relação às interações há 3 tipos de correlação: positiva, negativa e nula.

Correlação Positiva

Quando podemos observar um aumento que segue a linha tendência, isso significa que quando uma variável cresce, a outra também cresce.

Isso fica evidente no exemplo anterior, em que o aumento no número de reservas está diretamente relacionado ao aumento no número de reservas com o cupom do programa de fidelidade.

Correlação Negativa

Neste caso há uma linha de tendência decrescente, conforme uma variável aumenta a outra diminui. Isso aconteceria, por exemplo, se o número de reservas geral aumentasse enquanto o número de reservas efetuadas com o cupom de fidelidade diminuísse.

Correlação Nula

Como o nome já indica, é quando há uma grande dispersão dos dados, não sendo possível traçar uma linha de tendência para identificar se há uma correlação positiva ou negativa.


Dispersão dos pontos

Outra maneira de analisar o Diagrama de Dispersão é a distribuição dos pontos dentro do gráfico, podendo ser: perfeita, forte ou fraca.

Dispersão Perfeita: quando há uma dispersão sequencial nos pontos do gráfico fazendo com que eles formem uma linha quase perfeita.

Dispersão Forte: é identificado quando os pontos estão bastante próximos, o que mostra uma grande correlação entre os dados.

Dispersão Fraca: quando as informações ficam bastantes espalhadas pelo diagrama, indicando que a correlação entre os pontos é pequena.

Vale destacar que além das dispersões já citadas, é possível encontrar os outliers, pontos isolados que estão distantes de onde a maioria dos pontos estão concentrados. Normalmente eles representam uma situação atípica ou erros na medição de dados.

Vantagens e desvantagens de utilizar a ferramenta

Um dos principais benefícios de fazer uso do Diagrama de Dispersão é a facilidade com que ele pode ser aplicado, ainda mais se você utilizar ferramentas como o Excel que criam os gráficos a partir dos dados coletados. Também é muito simples de ser interpretado já que é possível identificar se há uma correção entre as informações e se ela é positiva ou negativa apenas de olhar o gráfico.

No entanto, há um grande limitante que é o fato de analisar apenas duas variáveis, o que restringe bastante as opções relacionadas, outra desvantagem é que para ter uma medição mais precisa é necessário uma grande quantidade de dados.

Além disso, não é porque o Diagrama de Dispersão indicou uma conexão entre os dados que eles têm uma relação de causa e efeito, podendo ser influenciada por um terceiro fator, sendo necessárias outras ferramentas para confirmar a hipótese.

Bom trabalho e grande abraço.

Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 7 de maio de 2024

GESTÃO ÁGIL: A Revolução da Gestão Empresarial para a Era Digital


No cenário empresarial dinâmico e altamente competitivo de hoje, a capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado, principalmente agora na era digital, e responder de forma ágil às demandas dos clientes tornou-se essencial para o sucesso das organizações. Nesse contexto, a Gestão Ágil, também conhecida como Agile Management, emerge como uma abordagem moderna que prioriza a flexibilidade, a colaboração e a entrega contínua de valor

Neste artigo, exploraremos: 1) o que é a Gestão Ágil; 2) como ela funciona; e 3) como ela pode ser aplicada para impulsionar a inovação e a competitividade.


1) ENTENDENDO A GESTÃO ÁGIL

A Gestão Ágil é uma abordagem de gestão que se baseia nos princípios e valores do Manifesto Ágil, desenvolvido por um grupo de especialistas em desenvolvimento de software em 2001. Embora tenha suas raízes na indústria de tecnologia, a Gestão Ágil transcendeu as fronteiras do desenvolvimento de software e tornou-se uma filosofia aplicável a uma ampla gama de setores e contextos empresariais. Ela se concentra na entrega de valor contínua e iterativa, na colaboração entre equipes multidisciplinares e na resposta rápida às mudanças.


Princípios fundamentais:

  • Indivíduos e interações mais do que processos e ferramentas: valoriza-se mais a comunicação e a colaboração entre as pessoas do que a adesão rígida a processos e ferramentas.

  • Software em funcionamento mais do que documentação abrangente: o foco está na entrega de produtos funcionais e utilizáveis em vez de documentação extensiva e detalhada.

  • Colaboração com o cliente mais do que negociação de contratos: prioriza-se a colaboração contínua com o cliente para entender e atender às suas necessidades em vez de seguir contratos e acordos rígidos.

  • Responder a mudanças mais do que seguir um plano: valoriza-se mais a capacidade de se adaptar e responder rapidamente às mudanças do que seguir um plano predeterminado.


2) COMO FUNCIONA A GESTÃO ÁGIL

A Gestão Ágil é caracterizada por sua abordagem iterativa e incremental para o desenvolvimento e entrega de produtos ou serviços. As equipes trabalham em ciclos curtos e frequentes, conhecidos como sprints, durante os quais desenvolvem e entregam incrementos de valor ao cliente. A cada sprint, a equipe reavalia suas prioridades e ajusta seu plano de acordo com o feedback recebido. Isso permite uma adaptação rápida às mudanças do mercado e uma entrega contínua de valor ao cliente.



3) APLICAÇÃO PRÁTICA DA GESTÃO ÁGIL

A Gestão Ágil pode ser aplicada em uma ampla gama de contextos empresariais:

  • Desenvolvimento de software: na indústria de tecnologia, a Gestão Ágil é amplamente utilizada para desenvolver e entregar software de alta qualidade de forma rápida e eficiente.

  • Gestão de projetos: em projetos de qualquer natureza, a Gestão Ágil permite uma abordagem adaptativa e flexível, melhorando a capacidade de responder às mudanças de escopo e requisitos.

  • Marketing e vendas: no setor de marketing e vendas, a Gestão Ágil permite uma resposta rápida às mudanças nas preferências e comportamentos dos clientes, melhorando a eficácia das campanhas e estratégias de vendas.

  • Gestão de recursos humanos: na gestão de equipes e talentos, a Gestão Ágil promove a colaboração e a autonomia, criando um ambiente de trabalho mais engajado e produtivo.


Entre os benefícios da Gestão Ágil, temos:

  • Maior flexibilidade: permite uma resposta rápida e eficaz às mudanças do mercado e dos requisitos do cliente.

  • Entrega contínua de valor: prioriza a entrega contínua de valor ao cliente, garantindo a satisfação e fidelização do mesmo.

  • Maior colaboração: promove a colaboração entre equipes multidisciplinares, criando um ambiente de trabalho mais colaborativo e inovador.

  • Maior foco no cliente: coloca o cliente no centro do processo de desenvolvimento, garantindo que suas necessidades e expectativas sejam atendidas de forma eficaz.


Como visto, a Gestão Ágil representa uma mudança de paradigma na forma como as organizações gerenciam seus projetos, equipes e processos. Ao adotar os princípios e práticas da Gestão Ágil, as empresas podem melhorar sua capacidade de resposta às mudanças, aumentar sua eficiência e inovação, e impulsionar sua competitividade no mercado globalizado e digitalizado de hoje. Ao priorizar a entrega contínua de valor ao cliente, promover a colaboração entre equipes multidisciplinares e adotar uma abordagem adaptativa e flexível, as organizações podem não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente empresarial em constante evolução.

Portanto, a Gestão Ágil não é apenas uma metodologia de gestão, mas sim uma filosofia que permeia toda a organização, impulsionando uma cultura de inovação, colaboração e excelência. Ao abraçar a Gestão Ágil, as empresas podem posicionar-se de forma mais competitiva, garantindo sua relevância e sucesso a longo prazo.

Bom trabalho e grande abraço.

Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



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terça-feira, 16 de abril de 2024

Coimbatore Krishnarao Prahalad e a nova era da inovação


Uma das características marcantes do nosso tempo é a inovação. Apesar de ser uma virtude utilizada desde sempre na história da humanidade, nunca se falou - e buscou - tanto a inovação como nos dias atuais. Não por acaso esse é um valor buscado por inúmeras empresas, uma vez que dentro de um mercado cada vez mais competitivo é fundamental estar sempre um passo à frente, liderando novas descobertas, técnicas e maneiras de apresentar seu produto, serviço ou negócio.

Quando pensamos sobre a palavra inovação precisamos considerar sua origem e assim entenderemos seu real significado. Advinda do latim, “inovação” deriva do verbo latino "innovare", que significa "renovar", "mudar", "introduzir algo novo" ou "fazer algo de maneira diferente". Em um mundo que a cada dia expande seus horizontes através da tecnologia é natural que inovar seja uma ideia-base dentro da formação dos indivíduos e empresas. Devido a velocidade das mudanças e a necessidade de se reposicionar no mercado, a inovação invadiu não apenas a prática empresarial, mas também o campo da administração e fez surgir novos modelos de gestão e construção de saberes.

Um dos pais dessa nova forma de enxergar a inovação foi Coimbatore Krishnarao Prahalad, ou simplesmente C.K Prahalad como ficou conhecido. Prahalad foi um importante teórico da administração que revolucionou essa ciência no final do século XX e hoje conheceremos um pouco mais de sua trajetória.

Os primeiros passos de Prahalad: da Índia aos Estados Unidos


A história de C.K. Prahalad começa em 1941, na Índia. Nascido na região de Tamil Nadu, o mundo que Prahalad conheceu em sua infância era distinto do atual. A Índia ainda estava sob controle britânico e as bombas caíam na Europa, mas isso pouco afetou sua vida. A bem da verdade, Prahalad nasceu em uma família de classe média na populosa Índia e destacou-se pela sua dedicação aos estudos.

Em 1947 a Índia conseguiu sua independência, assim, Prahalad foi a primeira geração a crescer em um país livre depois de um século de controle britânico. Ainda assim, a mistura de culturas era algo inegável e Prahalad aprendeu tanto seu idioma natal como o Inglês, que o ajudaria nos anos 1960 quando atravessou o mundo para seguir sua carreira profissional.

Esse destaque se faz necessário para entendermos a complexa dinâmica em que esse teórico estava inserido e como tais aspectos influenciaram sua trajetória. Como estudante, Prahalad dedicou-se inicialmente à carreira de engenheiro. Formou-se com honras em Engenharia Mecânica pela Universidade de Madras, uma das mais antigas e bem conceituadas de toda a Índia.

Após a conclusão de sua graduação, Prahalad decidiu redirecionar sua rota e fez um mestrado em administração de empresas, saindo um pouco da lógica da engenharia. Apesar da mudança, não devemos entender que a escolha pela administração foi por acaso, afinal, um engenheiro, em grande parte, é um gestor de projetos e de execução. Desse modo, podemos conjecturar que o interesse de Prahalad não estava necessariamente nos cálculos e na física aplicada da engenharia, mas sim na parte de criação e gestão, pontos em comum com a administração.

Sua trajetória acadêmica como estudante não estava finalizada. Nos anos 1960 Prahalad fez seu doutorado na universidade de Harvard, o que dispensa comentários. Seu doutorado também estava voltado para a administração de empresas e logo após sua conclusão estava nítido que sua vida a partir daquele momento estaria ligada ao solo americano. Em 1966, ele ingressou na Universidade de Michigan, onde passou a maior parte de sua vida profissional. Lá, Prahalad se destacou como professor e pesquisador, e suas ideias inovadoras influenciaram a administração de empresas em todo o mundo. Vamos conhecer algumas dessas teorias agora.

A inovação como motor de uma empresa competitiva


O pensamento de C.K. Prahalad está diretamente ligado com a inovação e na percepção das mudanças de mercado. Além disso, a inovação deve estar ligada a um outro conceito no qual Prahalad chamou de “competência essencial”. A grosso modo, competência essencial nada mais é do que um conjunto de habilidades ou tecnologias que permitem à empresa oferecer um serviço ou produto distinto para o seu cliente. À medida em que a tecnologia ou uma nova habilidade é construída/desenvolvida, essa competência essencial também se modifica, gerando uma nova possibilidade na relação da empresa com seus clientes.

Dentro dessa forma de pensamento, a inovação é essencial para manter-se sempre construindo novas competências essenciais, dando a uma empresa um grau de competitividade e deixando sua marca no mercado. Para Prahalad, um gestor de empresas jamais pode abrir mão desses dois conceitos, que caminham de mãos dadas. Porém, mais do que apenas a inovação e competência essencial, Prahalad aponta também qual deve ser o público alvo principal de uma empresa: a base da pirâmide.

Para entendermos a ideia de “base da pirâmide” é preciso conhecermos que a sociedade em que vivemos pode ser analisada através de uma estratificação social, ou seja, que há camadas (ou classes) sociais, no qual a “base da pirâmide” nada mais é do que a população mais carente, no qual possuem pouco capital. Aqui vem uma grande “virada” de chave feita por Prahalad, no qual fez com que alcançasse o patamar de um dos pais da administração.

Até a sua teoria, uma empresa, em geral, tinha como lógica a buscar oferecer produtos ou serviços, majoritariamente, para as camadas mais altas dessa pirâmide social, afinal, era nesse grupo que se concentrava o capital. Porém, o pensamento de Prahalad vai além dessa simples lógica e reflete sobre a necessidade de construir produtos e serviços para a base da pirâmide, que possam consumir e tornar mais popular sua empresa, gerando o capital a partir da grande demanda desse público.

Um exemplo clássico dessa lógica é a Uber, que aplicando a lógica de competência essencial (graças a tecnologia de aplicativos para celulares) e base da pirâmide se tornou um fenômeno de sucesso internacional. Ao colocar taxas populares, o lucro da empresa se deu pela sua popularização e sua inovação frente aos concorrentes. Esse é um exemplo prático de como a “previsão” de Prahalad sobre a administração de empresas a partir desses conceitos estava correta.

Outra grande “previsão” de C.K. Prahalad estava na sustentabilidade. Apesar de ser uma temática debatida em políticas internacionais desde os anos 1980, no mundo empresarial o tema se tornou relevante somente no século XXI. Hoje grande parte das empresas, principalmente as de porte internacional, praticam uma política séria de sustentabilidade, com práticas de redução de carbono e economia circular. Porém, ainda no final do século XX Prahalad já investigava sobre essa demanda e apontava que uma empresa só poderia continuar crescendo se a sustentabilidade estivesse em um dos seus pilares. Nesse aspecto, Prahalad anteviu o que décadas mais tarde se tornaria uma política quase obrigatória das empresas. Para o pai da administração, a causa sustentável era importante não somente pela política ambiental, mas porque a empresa do século XXI deveria ser pensada de forma estratégica, sem desperdícios e que pudesse, ao mesmo tempo, gerar o mínimo de resíduos ou danos.

Assim, dentro dessa perspectiva, tudo deveria (se possível) ser aproveitado dentro dos diferentes processos da empresa. Dentro dessa perspectiva a inovação, mais uma vez, ganhava o protagonismo dentro da gestão empresarial, sendo uma peça chave em todos os aspectos da empresa.

O legado de C.K Prahalad

Além dos conceitos que norteiam grande parte da administração de empresas atuais, C.K Prahalad deixou um legado ao formar milhares de administradores ao longo de quatro décadas. Como professor nunca abandonou o incentivo ao estudo e a pesquisa, conseguindo gerenciar muito bem a carreira de escritor, palestrante e instrutor.

Mesmo quem não pôde conhecê-lo em vida tem a oportunidade de beber do seu conhecimento através de artigos científicos, divulgações em revistas e seus livros. Sobre sua obra, C.K Prahalad participou de diferentes livros, mas a essência do seu pensamento pode ser encontrada em “A Competência Essencial da Corporação", “A nova era da inovação” e “A Fortuna na Base da Pirâmide: Erradicando a Pobreza por Meio dos Lucros”.

O reconhecimento da sua obra veio ainda em vida, tanto pelo lado acadêmico como também pela vida pública de Prahalad. O governo indiano, por exemplo, concedeu a esse grande teórico da administração a medalha “Padma Bhushan”, um reconhecimento cívico dado a quem dedicou sua vida a levar orgulho para a nação indiana. Sem dúvidas tornar-se um dos pilares da administração moderna é algo extremamente raro e importante de ser reconhecido.

Já no mundo acadêmico C.K Prahalad ganhou diversos prêmios. Entre eles cabe destacar o McKinsey Prize, dado apenas aos melhores artigos publicados pela Harvard Business Review. Essa premiação simboliza o reconhecimento das universidades frente às teorias de Prahalad e sua contribuição para uma gestão moderna, voltada para as necessidades e desafios do nosso tempo.

Outro prêmio que também revela a importância de C.K Prahalad em nosso tempo foi o Herbert Simon Award. Criado em 2004, Prahalad foi premiado em 2009 pela sua contribuição em resolver problemas práticos da gestão empresarial. Tais premiações vão além de um reconhecimento, mas mostram o valor das teorias desse pai da administração e seu legado forjado ao longo de décadas de estudos, previsões e vivência empresarial.

C.K Prahalad deixou essa existência em 2010, aos 68 anos de idade. Mesmo com sua partida suas ideias seguem vivas e nos influenciam até os dias atuais. Por tantas contribuições e inspirações dedicamos a esse grande pensador indiano o título de “pai da administração”.

Bom trabalho e grande abraço!
Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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