terça-feira, 26 de abril de 2022

Cornelius Vanderbilt, o empreendedor da marinha mercante americana

Todos nós sabemos que o mundo dos negócios é voraz. A competição, por vezes, pode significar o sucesso ou destruição de um patrimônio, ainda mais em condições em que os recursos disponíveis são escassos. Frente a essa realidade, por vezes a postura de alguns empresários são a de viver em uma eterna arena, tal qual os antigos gladiadores romanos. Isso não significa dizer que a disputa no mundo dos negócios seja injusta, muito menos desleal, mas sim que há um nível de exigência cada vez maior.

O mundo corporativo moldou-se nessas regras, mas quem as ditou? Em grande medida, coloca-se a “culpa” deste modo de operar competitivo no próprio sistema capitalista, uma vez que a competição entre a melhor oferta tenderá a atender uma demanda limitada. Assim, as empresas buscam cada vez mais uma performance de excelência para ganhar seu mercado e garantir o lucro.

Em parte, pode-se dizer que a história do capitalismo e o avanço na maneira de gerir essa relação entre oferta e demanda tenha estimulado esse estilo de vida empresarial. Entretanto, ao olharmos para trás poderemos apresentar alguns empreendedores que foram verdadeiros mestres quando o assunto era competir. Dentre eles não podemos deixar de citar Cornelius Vanderbilt, o comodoro da marinha mercante americana que desafiou o monopólio dos navios a vapor.

Corneluis Vanderbilt, vivendo o “sonho americano”

Para entendermos sua história precisamos, porém, contá-la desde o seu início. Voltemos então ao final do século XVIII na cidade de Nova York. Lá encontraremos a humilde casa dos Vanderbilts, uma família de origem holandesa que até a geração de Cornelius sobreviveu com muito pouco recurso. O próprio Cornelius é fruto de uma vida difícil, afinal, precisou largar a escola com apenas 11 anos para dedicar-se ao trabalho. Seu primeiro emprego, porém, lhe direcionou para os negócios que fariam não apenas sua fortuna, mas o marcariam para toda a história.

Levado para as balsas de Nova York, o jovem Cornelius cresceu como um pequeno marujo a navegar entre um lado e outro das ilhas da Big Apple. Não é de se espantar, portanto, o modo rude com que rotineiramente descreve-se a personalidade do nosso empreendedor, pois essa dureza, tanto fisicamente quanto em sua personalidade, foram resultados de uma infância em que não havia espaço para sutilezas. lembremos que estamos falando do início do século XIX e as crianças, em sua grande maioria, eram vistas como “mini adultos”, sendo assim, desde cedo, introduzidas ao modo de vida e dilemas do mundo do trabalho e suas demandas.

Sendo fruto do seu tempo, Cornelius Vanderbilt dedicou-se com afinco à sua profissão. Tanto que apenas cinco anos após o início da vida como marujo nas balsas, o ainda “adolescente” Vanderbilt lançou-se no mundo dos negócios. Com a ajuda de sua mãe, comprou sua primeira embarcação e passou a operar cargas e passageiros em sua balsa.

Um evento pouco auspicioso para o país, porém, impulsionou o serviço ofertado por Vanderbilt: a guerra de 1812. Enfrentando o poderoso exército inglês no norte do país, o governo americano precisava de ajuda para sobrepujar seus inimigos não apenas no campo de batalha, mas continuar aquecendo a economia ao passo que desenrolava-se o conflito. 

Assim, Vanderbilt foi recrutado a servir fornecendo suprimento para o exército, o que lhe garantiu não apenas uma maior rentabilidade em seu negócio, mas lhe permitiu, mesmo em um período de guerra, expandir suas embarcações e a influência no transporte de comércio na costa americana.

Os meses de guerra foram o trampolim para Vanderbilt. A partir daí suas pequenas balsas foram sendo substituídas por navios mais potentes, capazes de travessias mais longas e carregar mais produtos: os navios a vapor. Mais uma vez não podemos esquecer o período em que viveu o nosso ilustre empreendedor. 

O século XIX é, em grande medida, fruto da revolução industrial ocorrida em 1760. Com as máquinas a vapor sendo construídas em toda a Europa, não demorou muito para que, nas primeiras décadas dos anos 1800, chegassem ao novo mundo os primeiros exemplares dessa indústria revolucionária.

Desse modo, os navios a vapor eram o mais avançado veículo a cruzar os mares do mundo. Porém, havia um empecilho para provar, de uma vez por todas, a capacidade de empreender de Cornelius Vanderbilt. 

O governo americano, na mesma época em que expandia-se os negócios do comodoro, garantiu o monopólio de trânsito dos barcos a vapor a Robert Fulton, o homem que inventou o barco a vapor. Sua empresa, portanto, era a única no país a poder utilizar a potente embarcação, o que fazia com que Fulton controlasse completamente os preços do mercado.

Enfrentando o protecionismo do Estado

Desafiando as leis do seu tempo, Cornelius manteve seus barcos a vapor funcionando e, além disso, baixou todos os preços (tanto para cargas como para passageiros), tornando suas embarcações muito mais atrativas do que o seu concorrente. Um homem com aspirações ao livre mercado como Cornelius foi um ferrenho crítico ao protecionismo estatal, acreditando piamente que todos que dependiam do governo para manter seus negócios não estavam preparados para serem empreendedores.

Essa convicção tenaz do Comodoro o impulsionou, até o fim dos seus dias, a ser um homem duro quando tratava-se da competição. Isso, naturalmente, tornou-o uma figura caricata para os seus críticos, muitas vezes apontando-o como um verdadeiro homem sem escrúpulos. 

Entretanto, o que percebe-se é que Conrnelius Vanderbilt era, antes de tudo, um homem que acreditava em seus ideais. A vida rígida ao qual fora submetido o tornou ainda mais forte, tanto em suas convicções como em seu temperamento, o que não agrava a quase ninguém.

Apesar do seu jeito particularmente pouco agradável, seu argumento de que o monopólio invalidava a competição foi aceito ainda em seu tempo. Assim, mesmo sendo processado e quase preso, Cornelius conseguiu quebrar o monopólio de Fulton sobre o comércio naval. Podendo competir livremente, ao longo dos anos Cornelius Vanderbilt expandiu seus negócios, chegando a ter uma frota acima de 100 navios cobrindo diversos portos americanos. 

Além disso, aproveitando-se da sua extrema eficiência, seus estudos de rotas marítimas foram capazes de criar verdadeiros atalhos comerciais para agilizar não apenas o transporte, mas a logística envolvida em trazer mercadorias por vias marítimas.

Sua experiência o levou, naturalmente, a outro ramo bastante lucrativo durante a segunda metade do século XIX: a construção de ferrovias. Após dominar a marinha mercante, Cornelius voltou-se para esse novo ramo dos transportes, tão eficiente e lucrativo quanto seus navios a vapor. Essa fase, porém, marca a última etapa na carreira de sucesso desse grande empreendedor. Em seus últimos anos, Cornelius, já próximo dos 80 anos, foi afastando-se da vida empresarial.

Mesmo sendo um homem duro, pouco carinhoso com os filhos e severo em seu comportamento, é inegável que a força de vontade e visão para os negócios o tornou um empreendedor de sucesso. Para muitos ele é o próprio símbolo do mundo corporativo, com suas exigências e competitividade. 

Porém, podemos destacar, certamente, sua capacidade de agir de acordo com seus ideais, mesmo que fosse necessário desafiar as “regras” do jogo. Por sua capacidade de superar adversidades e acreditar na livre competição, podemos colocá-lo nesse seleto grupo de grandes empreendedores da história.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 19 de abril de 2022

O desenvolvimento do autoconhecimento como ferramenta de liderança e como ele pode ajudá-lo a empreender melhor

Autoconhecimento é um tema recorrente nos últimos tempos. Ele tem sido apontado como uma ferramenta importante para o desenvolvimento pessoal e profissional. Entender a si mesmo, de maneira profunda, reconhecendo e identificando dores e dificuldades, limitações, competências, qualidades, gostos e padrões têm um valor inestimável e pode ser a ponte para uma jornada com mais realização.

No campo profissional, esse é um recurso que beneficia diversas áreas de atuação e, para quem empreende e assume um papel de liderança, o autoconhecimento auxilia no desenvolvimento, ajuda a identificar valores e aplaca inseguranças, tão comuns em áreas e cargos que desafiam e exigem tomadas de decisão que causam impactos e consequências para pessoas e negócios.

Se você já compreende a importância de se conhecer, principalmente no que se refere ao âmbito profissional como vou abordar aqui, pode ser que eu “esteja chovendo no molhado”, e tudo o que eu disser pode até parecer óbvio. Porém, a questão é que muita gente ainda não se atentou para isso e insiste em um caminho com mais dificuldades, especialmente quando o assunto é empreendedorismo e liderança.


Enfim, o objetivo deste artigo é mostrar como o autoconhecimento é essencial para que você seja um melhor profissional. No empreendedorismo, precisamos lançar mão de todos os recursos disponíveis para atingir os resultados desejados. Você está pronto? Então siga a leitura!

Autoconhecimento: processo fundamental para quem empreende

Quando vamos montar um negócio e empreender precisamos estar cientes do nosso propósito com o nosso trabalho, estabelecer quais são os nossos valores, entender nosso potencial e demandas de desenvolvimento. 


É necessário que os objetivos estejam claros e que se tenha um direcionamento de onde quer chegar. Isso só é possível com muito autoconhecimento. Ele possibilita a tomada de consciência das nossas limitações e permite o alinhamento da perspectiva pessoal e profissional. 


O empreendedor, sem autoconhecimento, sem compreender a si mesmo, tende a alimentar suas inseguranças e insatisfações, a se abalar mais com os percalços e pode até perder o rumo e o controle quando enfrenta dificuldades e lida com a comparação. Além disso, o autoconhecimento é uma maneira de maximizar o potencial. 

Vantagens do autoconhecimento na jornada de um empreendedor

No empreendedorismo, o autoconhecimento é uma estratégia que, além de contribuir para o seu desenvolvimento como profissional, ainda: 

  • ajuda a construir um negócio que esteja de acordo com os seus valores;

  • permite que você conheça as suas habilidades, o que precisa desenvolver e o que precisa delegar para ter sucesso;

  • possibilita uma liderança mais estratégica;

  • desenvolve a autoconfiança e contribui para uma tomada de decisão mais assertiva.

Como utilizar esse recurso a seu favor

Identifique o propósito e os valores do seu negócio

O seu nível de entrega dependerá da motivação que você tem para fazer o seu trabalho e construir a sua empresa. Para isso, é fundamental saber qual é o principal propósito do negócio, assim como os valores, além de garantir que eles estejam alinhados com os seus valores pessoais. 

Descubra as suas limitações e entenda o seu potencial como gestor

O autoconhecimento o ajuda a identificar quais são seus pontos fracos, que competências e habilidades você precisa aperfeiçoar e trabalhar e também mostra qual é o seu diferencial, o que você tem de melhor para desenvolver o seu trabalho.  

Aprenda a delegar o que você não domina

Nesse sentido, a estratégia mais inteligente para lidar com as suas limitações, além de traçar maneiras para desenvolvê-las, é delegar o que você não domina para profissionais competentes e especializados. Assim, os processos do seu negócio serão executados com mais assertividade e fluidez, gerando melhores resultados do que se você ficasse batendo cabeça em áreas em que tem dificuldade. 

Como o autoconhecimento pode ajudá-lo a ser um líder melhor

Para diversos gestores e empreendedores liderar é um grande desafio, principalmente no início do empreendimento, pois muitos têm dificuldades de delegar, confiar em uma equipe e compartilhar conhecimento.


Nesse contexto, o autoconhecimento é a ferramenta mais indicada para ter sucesso em uma posição de liderança. Isso porque nessa relação com o outro, antes de mais nada, é preciso ter consciência de si mesmo. Só assim você aprenderá a confiar em si e no próximo.  


Para um líder, é necessário ter jogo de cintura para lidar com conflitos, inteligência emocional, capacidade de relacionamento e visão estratégica. A realidade é que todo mundo quer ser chefe ou dono de negócio, mas poucos estão dispostos a se desenvolver para encarar os desafios que a posição demanda. Nesse ponto, se você quer ter sucesso como líder, o autoconhecimento é primordial, pois o ajuda a identificar as suas inseguranças e a superá-las, permitindo que se aflore a sua melhor versão. 

Ferramentas e estratégias para conhecer a si mesmo e seu perfil profissional

1. Faça uma autoavaliação

Autoavaliar-se não é uma tarefa fácil. Muitas vezes, temos uma percepção bastante subjetiva de nós mesmos. Um exercício interessante é se fazer algumas perguntas e responder com reflexão e sinceridade. Alguns exemplos: “Quais são as minhas motivações?”; “Quais os meus pontos fortes, pontos fracos, e o que acredito que preciso desenvolver?”; “O que ainda preciso aprender?”; “Quais os meus principais desafios?”; “Aonde desejo chegar?”.

2. Peça feedbacks

No autoconhecimento, é importante mapearmos todos os lados. Existem muitos comportamentos e caraterísticas incorporadas em nós que não conseguimos enxergar, por isso é importante ter a visão de outra pessoa, que nos auxilie nesse processo. Na esfera profissional, busque pedir feedbacks de pessoas em quem confia e que possam contribuir com o seu desenvolvimento. Um chefe ou um colega, por exemplo, podem ajudar nesse caso. 

3. Invista em cursos e leituras

É importante expandir a mente. Qualquer recurso nesse sentido, que podem auxiliar no processo de autoconhecimento, são bem-vindos. Faça cursos e invista em leituras cujo propósito seja o autoconhecimento. Como esse assunto está muito em voga, opções não faltam. Somente certifique-se que são de profissionais capacitados e confiáveis.

4. Conte com suporte profissional

Ajuda profissional também é de grande valia e traz resultados de maneira assertiva, afinal profissionais especializados em comportamento e desenvolvimento humano têm conhecimento, recursos e ferramentas para guiá-lo da melhor maneira nesse caminho. Psicoterapia e mentoria, feitos com profissionais especializados e com experiência comprovada, são estratégias eficazes para o autoconhecimento. 


Como conclusão, gostaria de destacar que o autoconhecimento é um processo contínuo, é uma jornada na qual não há linha de chegada. Quanto mais você se conhece, mais recursos e mais segurança terá para liderar e empreender. E maiores são as chances de se alcançar o sucesso!


Bom trabalho e grande abraço.


Autor: Prof. Adm. Rafael José Pôncio

Publicado em: 29 de março de 2022

Especial: artigos no Espaço Opinião CRA-RJ

Link fonte: https://espacoopiniao.adm.br/o-desenvolvimento-do-autoconhecimento-como-ferramenta-de-lideranca-e-como-ele-pode-ajuda-lo-a-empreender-melhor/




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terça-feira, 12 de abril de 2022

Como valorizar a sua reputação empreendedorial

Como valorizar a sua reputação empreendedorial: veja maneiras de construir uma boa imagem pessoal e ser exemplo de boa conduta no ambiente de trabalho


Para alcançarmos o sucesso nos negócios, diversas competências e habilidades precisam ser desenvolvidas. Além do conhecimento técnico, é extremamente relevante priorizar também o aprimoramento de habilidades comportamentais e trabalhar fatores como imagem pessoal e reputação. 


Podemos dizer que, no empreendedorismo, valorizar a reputação tem um peso ainda maior, ela é fundamental para o sucesso de um negócio. Afinal, quando um produto ou serviço é novo, sem parâmetros de uma grande empresa por trás, as pessoas só tendem a consumir e indicar o que de fato confiam. 


A reputação de uma empresa é construída ao longo do tempo e ao menor deslize tudo pode ruir. Por isso, enquanto empresário, é fundamental ter cuidado com a qualidade do produto/serviço, cumprimento dos prazos estabelecidos e prestação do melhor atendimento. Caso contrário, o cliente certamente deixará de consumir e recomendar a sua marca para outras pessoas. Saiba que ela está em constante avaliação e o resultado depende da percepção positiva ou negativa que os consumidores têm da sua entrega. 


E qual a diferença entre reputação e imagem pessoal? Como fazer uma boa gestão de imagem e construir a reputação enquanto profissional e como marca? Qual a melhor maneira de ser reconhecido no mercado, pelos clientes e concorrentes? Essas respostas você encontra neste artigo. Acompanhe a leitura para saber mais!

Reputação X Imagem pessoal

Frequentemente, esses dois conceitos são empregados como sinônimos, mas são diferentes e, em muitos casos, precisam ser trabalhados em conjunto no campo profissional. 


A imagem pessoal está relacionada à maneira como uma pessoa se apresenta e à percepção que as outras pessoas têm dela. Essa imagem não se restringe somente a parte estética e visual (que também é importante), mas também a forma de se expressar e se comunicar, a maneira de agir e se portar diante de determinadas situações. Assim, é importante construir uma imagem que seja condizente com o que você deseja passar as outras pessoas, como quer que elas lhe enxerguem. O mesmo vale para a imagem de uma empresa ou marca e a forma como pretende que ela reflita no público. 


A reputação vai além e está ligada à maneira de conduzir o negócio e retrata seu caráter profissional por meio das suas atitudes e forma de atuar. É independente da imagem e leva tempo para ser construída e estabelecida. Por isso mesmo pode ser mais difícil de mudá-la, já que ela é baseada na questão da confiança. Se esta é quebrada, um trabalho enorme é demandado para reverter a situação e conquistar a reputação de volta. 

Por que é importante para um gestor valorizar a reputação profissional e construir uma boa imagem?

A imagem pessoal é como um “cartão de visitas”, é o que apresenta um profissional e se for bem trabalhada pode abrir portas e gerar oportunidades. Como empreendedor ou gestor, a forma como você se apresenta para clientes, parceiros e liderados pode fazer toda a diferença.


Já valorizar a reputação e desenvolvê-la de maneira adequada é essencial para se tornar referência, conquistar a confiança do mercado, ter uma carreira sólida e fazer com que seu negócio prospere e tenha relevância junto ao público. 

Passos para estabelecer a sua imagem pessoal com sucesso 

1. Cuide da aparência e se atente ao dress code mais adequado ao ambiente

É importante dar atenção à aparência e vestir-se conforme a proposta do ambiente de trabalho, já que existem áreas que demandam mais formalidade, enquanto outras são mais informais. Não se pode ignorar esse fator mesmo quando se é o dono da empresa. Lembre-se que a sua imagem depende da percepção que os outros têm de você.

2. Trabalhe a sua comunicação

A maneira de se comunicar também vai refletir a sua imagem. Cuide da linguagem, da forma como se dirige às pessoas e busque passar a mensagem com clareza e objetividade.

3. Preste atenção em sua linguagem corporal

A comunicação não verbal também é importante. Portanto, cuide da sua postura e da sua linguagem corporal ao se comunicar com as pessoas. Tenha os ombros alinhados, a postura confiante e procure mostrar-se receptivo, sem braços cruzados e tensão no rosto. 

Como desenvolver e construir a sua reputação como profissional

Priorize a ética acima de tudo

Como já destaquei, uma das bases da construção da reputação é a confiança. Por isso, é fundamental que a ética permeie a sua atuação profissional. Agir sempre com integridade, honestidade e idoneidade, qualquer que seja a situação, certamente contribuirá para que você tenha uma reputação inabalável.  

Seja firme em seu posicionamento, tenha proatividade e atitude

Tenha uma abordagem proativa, seja eficiente e crie soluções. Assim, determine o seu posicionamento no mercado e trabalhe para consolidar a sua credibilidade. 

Seja confiável e honre os compromissos estabelecidos

Para o estabelecimento de uma boa reputação, é essencial ter comprometimento e honrar os compromissos assumidos. Honre o combinado e não deixe clientes e parceiros na mão. A falta de comprometimento mina a confiança e contribui para que se tenha uma visão negativa do seu negócio que, como eu disse, é difícil reverter. 

Trabalhe sempre com consistência e coerência

A reputação pode levar tempo para ser construída, por isso é importante ser consistente ao fazer o seu trabalho durante todo o tempo, atuando de maneira contínua e agindo com coerência, pensando em um resultado a longo prazo. 

Busque ser uma referência em sua área de atuação 

Como empreendedor, dominar determinado ramo no mercado e ser muito bom em um campo específico, tornando-se uma referência e elevando a sua reputação na área, pode fazer com que você se destaque e tenha sucesso em seu negócio. Por isso, empenhe-se em se diferenciar e a gerar valor para os produtos ou serviços oferecidos, sempre passando credibilidade.


Pensar a forma como você quer ser reconhecido no mercado envolve prezar pela imagem pessoal, buscando fortalecê-la, e valorizar a reputação, trabalhando com consistência para mantê-la diante de todos os desafios de uma gestão. Sendo assim, o meu conselho é não medir esforços para cuidar da sua reputação e da maneira como você e sua empresa são vistos pelos pares, clientes, parceiros e concorrentes. É algo que pode ser essencial para a consolidação da sua jornada empreendedora e da sua marca.


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 5 de abril de 2022

Como usar o NPS para medir a satisfação dos clientes

Como usar o NPS para medir a satisfação dos clientes

Com certeza você já recebeu uma pesquisa de satisfação com uma pergunta assim “de 0 a 10 quais são as chances de você indicar a empresa para um amigo?”. Pois saiba que é uma estratégia de NPS.

Pela praticidade, esta metodologia vem ganhando muitos adeptos atualmente, já que são poucas pessoas que se dispõem a passar mais de dois minutos respondendo um questionário.

Mas, o que é NPS?

O Net Promoter Score ou simplesmente NPS é uma metodologia utilizada para avaliar o nível de satisfação dos clientes (internos e externos) e a probabilidade de eles falarem sobre a empresa (de forma positiva ou negativa).

Este sistema foi criado em 2003 por Fred Reichheld, sócio da Bain & Company, uma empresa estadunidense de consultoria e gestão.

Ela funciona como uma pesquisa quantitativa e qualitativa que utiliza duas perguntas, exemplos:

  • Quantitativa: Em uma escala de 0 a 10 quais as chances de você recomendar a empresa x?:

  • Qualitativa: Qual o principal motivo para você escolher esta nota?

Quais são os prós e contras desta metodologia?

Veja quais serão os ganhos e as perdas ao escolher o Net Promoter Score

Benefícios ao aplicar o NPS

Conheça 3 vantagens de utilizar esta estratégia:

É um método descomplicado 

O que diferencia o NPS de outras estratégias e a sua facilidade, qualquer pessoa consegue formular uma pesquisa no Google, por exemplo, e enviá-la para os seus clientes.

Também a leitura dos resultados é clara e objetiva, então qualquer gestor ou funcionário é capaz de ler e interpretar as informações.

Totalmente adaptável

Adequar a pergunta chave do NPS é bastante simples, por isso um empreendedor pode utilizá-la em diferentes situações.

Por exemplo, para avaliar a qualidade da entrega: qual nota você daria para a entrega deste produto?

Ou para medir o nível de satisfação dos funcionários com o plano de saúde: em uma escala de 0 a 10 qual a probabilidade de você recomendar o plano de saúde x?

Análise da concorrência

Você pode utilizar esta metodologia para comparar o seu Net Promoter Score com o dos seus concorrentes diretos.

Também instituições como o IBRC – Instituto Ibero Brasileiro de Relacionamento com o Cliente, utilizam o sistema em suas pesquisas. Então, você tem acesso aos números de grandes companhias.

Segundo o Ranking Nacional de Atendimento ao Cliente de 2019, a empresa com o melhor desempenho foi a Natura (NPS=80,87).

Problemas de usar o NPS

Como nem tudo são flores, também existem desvantagens quando se aplica o NPS, são elas:

Pouca precisão

Os resultados do Net Promoter Score servem para dar uma visão geral sobre a satisfação e fidelidade dos clientes. Mas, só com estes dados não é possível saber exatamente o que faz os clientes gostarem ou não da sua empresa.

Logo, se você não fizer uma pesquisa mais detalhada será difícil entender de fato os clientes.

Levar a vaidade

Um empreendedor pode fazer uma pesquisa utilizando o NPS, encontrar uma “nota boa” e parar por aí, deixando por isso mesmo.

No entanto, quando um cliente responde uma pesquisa de satisfação ele espera que as suas sugestões e descontentamentos sejam ouvidos.

Mas se a empresa deixa de lado, o consumidor se sente lesado e o nível de contentamento pode cair.

Também o oposto acontece, a “nota ser negativa” e o empreendedor levar para o pessoal. Afinal, como as pessoas podem não gostar da minha empresa?

Então tenta aumentar os números a todo o custo, não se importando com os funcionários, a infraestrutura e a saúde financeira do negócio.

Esta atitude pode até aumentar as métricas a curto prazo, mas a médio e longo causar prejuízos irreparáveis.

 Como calcular o NPS?

Como disse lá no começo o NPS se baseia em duas perguntas: uma quantitativa de 0 a 10 e uma qualitativa para justificar o número.

Após as respostas os clientes são classificados em 3 categorias:

Promotores (9 e 10)

São consumidores fiéis, que estão satisfeitos com a empresa e pretendem continuar adquirindo os produtos e serviços.

Também são as pessoas que fazem o marketing boca a boca, indicando o negócio para as pessoas do seu convívio.

Em um cenário ideal, a maioria dos clientes é composta por promotores.

Mas para mantê-los é fundamental que os empreendedores invistam em estratégias como cartão fidelidade e descontos para clientes já antigos.

Neutros (7 e 8)

São pessoas que não falam bem, mas também não falam mal.

Sentem-se satisfeitos com a marca, mas param por aqui, pois não têm o hábito de fazer recomendações.

Ainda, se acharem que é mais vantajoso comprar com o concorrente, não se importam em mudar.

Detratores (0 a 6)

São os clientes insatisfeitos, aqueles que não gostaram do produto/serviços ou que eles não atenderam a suas expectativas.

Estas pessoas costumam fazer “propaganda negativa” da empresa, por isso necessitam de bastante atenção.

Neste caso, o ideal é tentar resolver o motivo da insatisfação o mais rápido possível, mas se não for, evitar fazer negócios com este perfil de cliente.

Dito isso, vamos às contas!

Para contabilizar o NPS utilizamos uma fórmula muito simples:

nº clientes promotores – nº clientes detratores / nº total de respondentes

Por exemplo:

Um pet shop enviou essa pergunta no e-mail de 200 pessoas que fizeram compras na loja virtual no último semestre de 2021:

Em uma escala de 0 a 10 onde 10 é totalmente satisfeito e 0 é totalmente insatisfeito, como você classificaria o atendimento recebido em nossa loja?

  • 60 responderam 10 ou 9 (promotores)

  • 70 responderam 8 ou 7 (neutros)

  • 20 responderam 6 ou menos (detratores)

  • 50 não responderam

Ficando:

60-20/150 = 0,26 ou 26%

As notas variam de -100 até 100.

Com relação aos não respondentes, o mais indicado é não os contabilizar. Porém, quando se acredita que o cliente não respondeu o questionário por indiferença, eles podem ser contabilizados como neutros.

O que fazer com os resultados?

Embora as médias variam bastante dependendo do segmento que a empresa atende, no geral a classificação das notas é:

  • De 75 e 100 – Excelente

  • De 50 e 74 – Muito bom

  • De 0 e 49 – Razoável

  • De -100 e -1 – Ruim

 Mas como prosseguir?

Cruzar com outros dados da empresa

Como o NPS traz um resultado genérico sobre a satisfação dos clientes, você pode relacioná-lo com outros indicadores para ter resultados mais precisos.

Seguindo o exemplo do pet shop identificou-se que a maioria dos clientes que fizeram a primeira compra no site (80%) estavam entre os neutros.

Este indicativo mostra que apesar dos clientes não terem grandes problemas com as compras, ainda está faltando algo que supere as suas expectativas.

Realizar ações com base nos comentários

Agora entra os resultados da segunda pergunta, o petshop questionou: qual a principal razão para apontar esta nota?

  • 5 detratores apontaram a falta de produtos para pássaros.

Logo, aumentar o número de opções para este público é uma estratégia a se pensar.

Então, o que achou do NPS? Vai aplicá-lo no seu negócio? Diga nos comentários!

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.