terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Asa Griggs Candler, o homem que fez o mundo beber coca-cola

Todos nós buscamos fechar um bom negócio. Imaginemos, por um instante, comprarmos um produto por 2.300 dólares e fazê-lo gerar uma receita de bilhões. Nada mal, não é mesmo? Agora imaginemos que esse produto é um tônico farmacêutico, produzido para curar dores de cabeça. Como transformá-lo na bebida mais consumida do mundo? Para responder essa pergunta precisamos conhecer sobre Asa Griggs Candler, o homem que levou a coca-cola para o mundo. 

Nascido no próspero Estados Unidos em 1851, Candler foi estimulado desde cedo para a vida empresarial. Seu pai era um rico comerciante e agricultor do estado da Geórgia e desde cedo o ensinou - o valor do trabalho. Muito ligado à Igreja Metodista, Asa Griggs Candler não apenas era um excelente homem de negócios, mas um cristão devoto. Sua carreira teve início no ramo farmacêutico, no qual até 1887 se empenhava em fabricar medicamentos e acompanhar o mercado farmacológico. Porém, um encontro com outro farmacêutico mudou sua vida para sempre: John Pemberton.

Um produto, duas percepções 

John era um veterano da guerra civil americana, mas antes de entrar para o combate formou-se como farmacêutico. Após a guerra acabou dedicando-se aos estudos e desenvolveu um tônico para curar dores de cabeça. Pemberton foi quem fundou, de fato, a Coca-cola, porém, seus negócios rapidamente desandaram. Faltava-lhe uma visão empresarial para fazer com que o empreendimento funcionasse. O encontro com Asa Griggs Candler lhe renderia um bom negócio para época, uma vez que precisava que alguém fabricasse seu remédio. 

A patente desse misterioso tônico, ao qual fora nomeado Coca-Cola, foi vendida rapidamente para Candler por apenas 2.300 dólares. John Pemberton, porém, não viveu muito para ver a proporção que sua invenção tomaria, pois acabou falecendo no ano seguinte, em 1888.

Invenção versus Empreendedorismo

Frente a isso, aqui cabe diferenciarmos um inventor de um empreendedor. Se olharmos para a história poderemos perceber uma clara distinção entre esses dois “grupos” de pessoas, pois enquanto um é capaz de criar máquinas e soluções para a vida cotidiana, o outro tem a visão de transformar e tornar possível a utilização destas invenções em nossa vida prática. 

Desse modo, a combinação de inventores e empreendedores trabalhando juntos é um campo rico para gerar oportunidades e bons negócios. Estamos, nesse contexto, falando de um aspecto puramente mercadológico e comercial, porém, esses aspectos distintos se manifestam nas mais diferentes formas da vida e, se estivermos atentos ao que acontece ao nosso redor, perceberemos a qual grupo pertencemos e como podemos atuar de forma benéfica para a construção de um empreendimento. 

Seja na posição de um inventor ou de um dono de negócios, se soubermos retirar das nossas habilidades o melhor poderemos, certamente, contribuir para um próspero negócio. 

Asa Griggs Candler entendia perfeitamente as nuances dessa distinção entre inventores e empreendedores. Enquanto John Pemberton imaginava seu produto apenas como mais um remédio entre tantos outros nas prateleiras de uma farmácia, Candler tinha planos mais audaciosos para o tônico: transformá-lo-ia em um item que seria a marca, décadas mais tarde, símbolo maior de um negócio bem sucedido.

Mas como foi possível fazer um produto para dor de cabeça ser vendido de maneira tão eficaz?

A propaganda é a alma do negócio 

A resposta é simples: Marketing. Apesar de parecer tarefa simples, mas algo simples para os dias atuais, pensemos na vida no final do século XIX: não havia TV ou rádio para difundir propagandas e o jornal era o meio de comunicação mais confiável, além dos poucos existentes nesse período. Dessa forma, os comerciantes em geral vendiam seus produtos a base do tradicional “boca a boca” e buscando atender as necessidades do público. 

Candler foi um dos primeiros a investir massivamente em propaganda nos jornais, gerando nos leitores o desejo de consumir seu produto. Assim, passou a inverter a lógica do mercado: o produto não mais atendia apenas ao interesse do consumidor, mas o consumidor era levado a desejar consumir o produto.

Para fidelizar seus clientes, Asa Griggs Candler começou, ao longo de alguns anos, campanhas de distribuição de cupons. Ao receber o cupom, o cliente poderia se dirigir a qualquer estabelecimento e ganhar de graça uma Coca-Cola. Uma vez provando o tônico e comprovando a sensação de frescor e sabor, o cliente tendia a retornar ao estabelecimento e passar a consumir o produto. 

Tais estratégias, que podem parecer básicas a qualquer estudante de marketing, foram revolucionárias para a época. Com o tempo a empresa alcançou um novo patamar, aproveitando-se da lei seca norte americana. Como o consumo de álcool havia sido proibido, a Coca-Cola ganhou um lugar especial nas casas e restaurantes de todo o país.

A Busca de Oportunidade e Iniciativa

Refletindo sobre isso, podemos enxergar mais uma característica essencial de um grande empreendedor: a capacidade de adaptar-se aos cenários que a vida apresenta. Além de gerar a demanda e criar as bases para seu produto ser conhecido, ao enxergar o vácuo criado pela retirada de circulação de bebidas alcoólicas, Candler enxergou a oportunidade que foi cultivada por décadas em sua forma de fazer propaganda e tornar a Coca-Cola conhecida. 

Ainda hoje, após tornar-se uma das dez maiores multinacionais do mundo, a Coca-Cola mantém seu marketing na vanguarda das campanhas de publicidade. Ela se tornou muito mais do que um simples refrigerante, sendo uma marca indelével do capital e de um estilo de vida consumido por bilhões de pessoas.

A visão de Candler, por fim, se concretizou. A patente comprada por 2.300 dólares hoje vale em torno de US$ 200 bilhões. Nos mais de 128 anos de existência a empresa já viveu altos e baixos, o que é natural dentro de qualquer negócio que está sujeito às mudanças do mundo. Apesar das crises, o status de uma bebida refrescante e que cai bem em qualquer situação nunca foi abalado. Assim, a propaganda foi, e ainda é, a alma deste negócio.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Os benefícios do esporte para a saúde e para a vida profissional de um gestor de negócios

Com a agenda lotada, a vida sempre corrida e atribulada, muitos profissionais, sejam empreendedores, empresários ou gestores, acabam deixando um aspecto importante da vida em segundo plano, fora de suas prioridades. Estou falando da saúde — física e mental.

Isso é um erro. Afinal, sem saúde não somos nada. Precisamos dela para correr atrás de metas e objetivos e, consequentemente, usufruir das conquistas lá na frente. Por isso, investir em uma alimentação saudável e balanceada e reservar um tempo do dia para a prática de esportes ou atividades físicas é fundamental para manter corpo e mente sãos. Fora que os benefícios do esporte ainda vão além e podem, inclusive, trazer ensinamentos e contribuir para o desenvolvimento profissional, impactando positivamente a gestão de quem exerce cargos de liderança e gerenciamento.

Neste artigo, busco listar todas as vantagens que o esporte pode proporcionar à saúde e de que maneira a prática esportiva se relaciona com a gestão de negócios, destacando as lições que empresários podem tirar ao inserir o esporte em suas vidas. Acredito que muitos irão repensar suas rotinas e colocar a atividade física como prioridade a partir de agora. Confira só!

Os principais benefícios do esporte e da atividade física

Eu sei que corro o risco de soar repetitivo ao descrever, mais uma vez (visto que já se foi falado muito sobre isso), os benefícios de praticar atividade física para a saúde e para a vida das pessoas de maneira geral. Estamos cansados de saber que mexer o corpo ou fazer algum esporte é importante para uma vida mais tranquila e saudável. Mas, se você ainda tem alguma dúvida, veja abaixo os principais motivos para ter o exercício presente em seu dia a dia:

  • Proporciona bem-estar físico e mental;

  • É uma maneira de aliviar o estresse do dia a dia;

  • Melhora a concentração e a capacidade de raciocínio;

  • Aumenta a confiança e autoestima;

  • Melhora o condicionamento físico, a flexibilidade, a postura e a coordenação motora;

  • Diminui os riscos de doenças cardiovasculares;

  • Fortalece o sistema imunológico;

  • Melhora a circulação sanguínea.

Vantagens de investir em esportes para a vida profissional

Como vimos, para estar com a saúde em dia, a prática de exercícios é primordial. Mas, como eu mencionei, os benefícios do esporte podem ir além, especialmente quando nos referimos ao aspecto profissional. Esse hábito pode ajudar a desenvolver habilidades e competências importantes, contribuindo para a formação, melhorando a performance e impulsionando a produtividade. Dessa forma, o esporte é capaz de promover:

  • Aumento do foco;

  • Aprimoramento do pensamento estratégico;

  • Aumento da capacidade de identificar e resolver problemas;

  • Possibilidade de trabalhar a capacidade de superação;

  • Melhoria do desempenho do trabalho em equipe e liderança;

  • Aumento da motivação;

  • Desenvolvimento da disciplina e da inteligência emocional;

  • Oportunidade de socialização.

A relação da prática esportiva com a gestão de negócios — as lições do esporte que são valiosas para o desenvolvimento profissional de um gestor.

Sabemos que o esporte pode contribuir muito para a formação do ser humano ao incentivar valores importantes como perseverança, disciplina, respeito e resiliência. Entretanto, ele também pode ser um agente transformador, e da experiência com a prática esportiva é possível tirar lições importantes quando o assunto é gerir pessoas e trabalhar em equipe.


Através do esporte, um profissional que ocupa um cargo de liderança pode desenvolver competências importantes que irão impactar sua gestão e o seu relacionamento com o seu time. Veja a seguir em que o esporte pode te ajudar se esse é o seu caso.

Aprender a ter disciplina e foco

Disciplina é a palavra-chave quando falamos de esporte. É natural, portanto, que a prática constante e regular de uma atividade e a busca por bons resultados influencie também outras áreas da sua vida, como o trabalho. Assim, há a tendência também de desenvolver maior foco e melhorar a produtividade a partir do aprendizado alcançado por meio do esporte.  

Saber lidar com pressão e responsabilidades

Assim como nos esportes, um gestor precisa aprender a lidar com a pressão e com grandes responsabilidades. Isso pode ser mentalmente exaustivo e, por isso, é importante ter recursos e desenvolver maneiras de administrar essa pressão e as responsabilidades da melhor forma. Nesse sentido, o esporte pode ser um grande aliado.

Ter motivação e resiliência para vencer desafios

No esporte, perder faz parte do jogo, literalmente. Portanto, é importante o atleta desenvolver uma capacidade de reação e não ficar lamentando a derrota, afinal, a próxima competição pode ser no dia seguinte. Essa é uma lição importante para quem ocupa-se com a gestão. Diante de uma situação desafiadora, é importante não se abater, virar a chave rapidamente e assumir a dianteira, encontrando soluções e guiando a equipe rumo ao novo passo.  

Aprender a criar soluções e a pensar de forma estratégica

Muitas vezes, como gestor, você precisa tomar decisões importantes de forma rápida. O esporte pode ajudar nesse sentido, já que incentiva a pensar de maneira estratégica e a buscar soluções para os problemas que surgem. Isso pode refletir de maneira significativa nos negócios.

Desenvolvimento de liderança

Para quem não tem essa aptidão latente, destacada na personalidade, o esporte pode ajudar muito em seu desenvolvimento. Para um líder, é importante agregar e dar exemplo, inspirando todos a seguir na busca por um mesmo objetivo. Em competições, um líder com essas características pode fazer a diferença no placar, assim como nos negócios. 

Como incluir o esporte em sua rotina

A não ser que você faça disso uma prioridade, sempre haverá desculpas para riscar a atividade física da agenda em meio aos inúmeros compromissos. É importante fazer da prática de esportes um hábito e, para isso, existem algumas estratégias que podem ajudar:

  • Encontre um esporte que lhe agrade: não adianta insistir em uma atividade que você não gosta, ou não sinta nenhum prazer em praticar, isso tornará a prática um martírio e será mais um obstáculo para manter a constância; 

  • O importante é começar, não fique criando desculpas: não fique buscando a situação ideal para começar e nem a vontade chegar, é importante criar disciplina e determinar um horário fixo;

  • 30 minutos por dia já é o suficiente: não é preciso mais do que isso de exercícios diários e essa é uma meta fácil de cumprir, que o ajudará a manter a regularidade e a se organizar em sua rotina. Afinal, são só 30 minutos!


Por mais que eu liste e lhe convença de todos os benefícios do esporte, nada como conferi-los na prática. Então, deixe de achar empecilho e comece já a praticar exercícios diariamente. Com mais disposição, energia e menos estresse, você conseguirá melhorar a sua gestão e construir a melhor versão de si mesmo.


Bom trabalho e grande abraço.


Prof. Adm. Rafael José Pôncio



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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Como usar a Matriz BCG para avaliar resultados

A Matriz BCG é uma ótima ferramenta para analisar a performance dos produtos ou serviços e avaliar as margens de lucro. Saiba como usá-la neste texto.

Como utilizar a Matriz BCG para analisar os lucros dos seus produtos

A Matriz BCG é um modelo para analisar o desempenho de produtos ou serviços.

Ela foi criada por Bruce Henderson, fundador da Boston Consulting Group (BCG) na década de 70. A ferramenta se tornou tão popular que acabou levando o nome da empresa.

Neste texto, explico como o método funciona e a forma correta de aplicar a matriz. Aproveite!

Como ler uma Matriz BCG?

Quem olha pela primeira vez uma Matriz BCG pode estranhar as ilustrações. No entanto, não é difícil entender o significado.

Para exemplificar segue a figura:

A metodologia é dividida em 4 quadrantes distribuídos em duas categorias:

  • Participação relativa do mercado (alto ou baixo);

  • Crescimento de mercado (alto ou baixo).

Já os símbolos são representações do posicionamento dos produtos:

Vaca leiteira

É onde todo mundo quer chegar. Ela representa os produtos que têm uma alta participação no mercado, sem precisar de muito investimento de marketing e vendas, por isso são os mais lucrativos.

Neste quadrante está o produto já conhecido, o carro chefe da empresa, é ele que mantém o equilíbrio e a previsibilidade financeira todo o mês.

O único problema das vacas leiteiras é que elas já chegaram ao seu limite, ou seja, não há mais espaço para o crescimento.

Um exemplo muito citado é a Souza Cruz, que mesmo lançada em 1903 é líder no mercado brasileiro de cigarros.

Estrelas

Assim como as vacas leiteiras da Matriz BCG, são produtos que trazem altos lucros para as empresas, mas precisam de altos investimentos. Isto é, o seu brilho tem um preço.

Contudo, para o empreendedor, ter mercadorias estrelas é um bom sinal, pois com o investimento correto elas podem se tornar uma vaca leiteira. Então, há bastante potencial neste quadrante.

Um exemplo de estrela é o Petit Gâteau de um restaurante. É uma sobremesa com uma boa margem de lucro, que pode vir a ser prato tradicional da casa.

Abacaxi

Originalmente representada por um cachorro, mas adaptado no Brasil como abacaxi, é onde nenhum produto deve estar.

São os itens que dão pouco ou nenhum lucro e sem muitas possibilidades de crescimento ou estão num mercado em retração.

Neste quadrante fica a pergunta: O que é melhor, investir ou desistir?

Para responder é importante avaliar o mercado e o que levou o produto a isso.

Pode ser uma ação de marketing equivocada, um erro de design, etc. Se os ajustes forem pequenos, talvez valha a pena salvar este produto.

Também há situações atípicas que transformam mercadorias consolidadas ou com grande potencial e não estão diretamente relacionadas à empresa.

Por exemplo: uma agência de viagens vende muitos pacotes para uma ilha no pacífico, ocorre um tsunami na região prejudicando o turismo local.

Este é o caso em que uma vaca leiteira virou um abacaxi. Neste caso, o ideal seria deixar o produto de lado, até que a ilha volte a receber turistas.

Ponto de Interrogação

Neste espaço ficam os produtos recém-lançados, que ainda são uma incógnita, por essa razão, são representados com um ponto de interrogação.

Eles precisam de altos investimentos, mas sem o retorno condizente. Logo, é muito importante ficar atento à reação dos clientes e fazer os ajustes necessários para o produto decolar.

Pois, para estas mercadorias existem duas possibilidades: se tornarem uma estrela ou um abacaxi.

Um exemplo de interrogação que se tornou estrela foi a Skol Beats.

Já a interrogação que se tornou abacaxi foi a New Coke, considerado um dos maiores fracassos da Coca-Cola. 

Como colocar a Matriz BCG em prática?

Para aplicar a Matriz BCG de forma correta é fundamental conhecer o ciclo de vida de um produto.

Ciclo de Vida do Produto

Assim como os seres vivos, um produto passa por diferentes estágios. Estas fases impactam diretamente nas margens de lucro da empresa.

Os principais são:

  • Introdução: depois que ele é desenvolvido, o produto precisa ser lançado no mercado para que os clientes o conheçam, neste período há pouco retorno financeiro.

  • Crescimento: o item começa a ganhar espaço no mercado, aumentando os lucros, mas ainda estão abaixo do valor investido.

  • Maturidade: quando o produto já atingiu o seu máximo de receita e já tem uma clientela previsível.

  • Declínio: quando as vendas começam a cair e a mercadoria precisa de uma atualização ou então ser retirada do mercado.

Evidentemente podem surgir problemas e o produto acabar pulando uma ou outra etapa, mas o processo “natural” seria este.

Entender este ciclo de vida é importante para saber posicionar o item na Matriz BCG. Por exemplo: uma nova coleção de roupas, que está na fase de introdução é um ponto de interrogação.

Montando a sua matriz

O primeiro passo é coletar o máximo de informações possíveis dos produtos ou serviços que já estão no mercado e também o que você pretende lançar.

Lembre-se: A Matriz BCG não aceita “achismos”, para fazer uma análise correta, ter informações detalhadas é essencial.

Com estas informações é hora de distribuí-las no quadrante designado.

Assim como o ciclo de vida do produto, este método tem um fluxo ideal:

  • Os lucros obtidos com a vaca leiteira são destinados às interrogações;

  • As interrogações se tornam estrelas;

  • As estrelas se transformam em vacas leiteiras.

O problema é quando um item se perde no caminho e acaba virando um abacaxi.

As principais causas são:

Não alimentar a vaca leiteira

Quando o produto já está consolidado, muitos empreendedores não dão a devida atenção para ele e acabam perdendo essa parte do mercado. Este é um erro muito grave, que pode fazer a empresa quebrar.

Nem tudo que brilha é estrela

Há casos em que o produto vende bem e trazem uma boa margem bruta de lucro. Contudo, quando você coloca na ponta do lápis os custos da venda, ele não é tão bom assim.

Por exemplo: uma empresa de planos de saúde tem um plano premium que é 30% mais caro que o plano convencional.  

No entanto, um representante comercial leva em média 3 dias para vender um plano premium enquanto o convencional, apenas 1 dia.

Segurar o abacaxi

Não adianta fazer a análise e não a colocar em prática, afinal mesmo que você goste de determinado produto ou tipo de serviço, se ele é um abacaxi muitas vezes você precisará descartá-lo.

Por isso, a Matriz BCG deve ser revisada a cada 3 ou 6 meses e os produtos ou serviços realocados no quadrante correto.

Então, o que achou desta metodologia?

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio




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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Orçamento Base Zero (OBZ): seja estratégico e encolha os custos

O Orçamento Base Zero (OBZ) é uma forma estratégica de avaliar as despesas, focada na redução de custos. Leia e descubra como funciona.

Orçamento Base Zero (OBZ): uma forma de ser estratégico e encolher os custos

O Orçamento Base Zero ou OBZ é uma estratégia para elaboração do orçamento de uma empresa.

Nesta metodologia os cálculos são feitos do zero, desconsiderando o que já foi realizado nos anos anteriores.

Para isso, cada despesa é analisada individualmente, assim, é possível saber se ela é relevante ou não para o negócio.

Apesar desta ferramenta ser muito utilizada na redução de custos de grandes empresas como Ford, Ambev e até o Pentágono dos EUA, ela funciona muito bem para pequenas e médias.   

Entenda mais sobre o OBZ e como colocá-lo em prática.

Para que serve o Orçamento Base Zero (OBZ)?

Embora seja essencial para um negócio, construir o orçamento é um processo árduo que demanda tempo e causa bastante estresse aos gestores.

Então, muitas pessoas optam por fazer um “copia e cola” do ano anterior com reajustes. No entanto, essa pode não ser a melhor tática.

Por isso, existe o Orçamento Base Zero.

Esta metodologia foge do tradicional e permite que a empresa encare o planejamento financeiro de outra forma. 

Veja agora as principais vantagens: 

Identificar custos supérfluos

Quando analisamos cada despesa da empresa individualmente é muito fácil identificar o que pode ser cortado ou remanejado. 

Com isso, você consegue tirar um peso das despesas e diminuir a complexidade das atividades.

Unir o financeiro a outros objetivos da empresa

Em qualquer negócio é natural que depois de um período as metas e objetivos mudem. No entanto, se o orçamento é feito com base nos anos anteriores, ele não acompanha este processo.

Porém, com a aplicação do Orçamento Base Zero só os objetivos para aquele período importam. Então, esta harmonia acontece quase de forma natural.

Aumenta a autonomia dos gestores

Para esta técnica contábil, os gestores têm um papel fundamental na definição dos custos e despesas. Afinal, cada setor deve analisar as atividades e gastos de maneira profunda.

O que amplia o engajamento e a responsabilidade na tomada de decisão.

Estimula a criatividade

Quando fazemos algo quase de maneira automática, como um orçamento que se repete ano após ano, a tendência é que fiquemos estagnados.

Porém, no momento em que somos obrigados a rever todos os processos se abre espaço para novas ideias e possibilidades.

Torna a distribuição de recursos mais eficientes

No Orçamento Base Zero os recursos são repartidos conforme as necessidades e planejamento estratégico dos setores.  Assim, é mais fácil identificar quais locais precisam de mais recursos e quais não.

Como todo o tipo de modelo orçamentário, o OBZ também tem a suas desvantagens, são elas:

Demanda mais tempo e recursos

Comparando a criação de um Orçamento Base Histórico com o Orçamento Base Zero precisa de mais tempo e mais pessoas para ser concretizado.

Afinal, exige o levantamento de muitos dados e  a organização dos mesmos, o que demora bastante,  principalmente em grandes empresas.

Também os gestores precisam justificar cada parte do orçamento para ele ser aprovado pela diretoria. O que pode ser um desafio, principalmente para setores de pesquisa e desenvolvimento.

Causar insegurança na equipe

A utilização desta metodologia pode provocar mudanças significativas a partir da implantação. Estas transformações, muitas vezes, levam a desconfianças se não forem bem explicadas.

Requer muita honestidade dos gestores

Como os responsáveis por cada setor tem um papel crucial na aplicação da técnica, alguns gestores podem se sentir prejudicados e exagerar no cálculo, fugindo do objetivo.

Para evitar este problema é essencial, fazer um treinamento com os gestores mostrando as vantagens do Orçamento Base Zero.

Dicas para colocar o Orçamento Base Zero em prática

Se para você o OBZ faz sentido, veja estratégias para utilizá-lo da melhor maneira:

1.   Prepare a empresa

Como já disse, para aplicar esta metodologia é preciso bastante tempo, logo é importante programar antecipadamente para que os gestores consigam coletar as informações.

Quando for possível, contratar uma consultoria especializada para dar treinamentos e auxiliar no levantamento dos custos.

Também é essencial que todos os colaboradores estejam cientes das mudanças que estão por vir.

2.   Defina os objetivos

Geralmente o Orçamento Base Zero é utilizado para reduzir os custos eliminando o que é supérfluo, contudo, não se limita a esse fim, outras funções são:

  • Maior controle financeiro: nas ocasiões que desejamos um maior controle do que entra e do que sai.

  • Mudanças na visão estratégia: conforme o tempo vai passando é natural que haja mudanças profundas no posicionamento da empresa, e o setor financeiro precisa se alinhar a isso.

  • Realizar projeções de venda: uma das maneiras mais comuns é utilizar o histórico anterior para antecipar as receitas, mas você pode utilizar o OBZ.

3.   Estabeleça o limiar

O limiar são as despesas mínimas que a empresa precisa ter para se manter funcionando. Nesta parte está o que é necessário para manter as tarefas básicas e cumprir as exigências legais.

Por exemplo: para uma loja de roupas femininas, produtos de vestuário como vestidos, saias, camisetas e lingerie fazem parte do limiar, assim como um time de vendas.

4.   Escolha os Incrementos

Incrementos são tudo que não faz parte do limiar, estes precisam ser justificados pelos gestores de cada setor e aprovados pelos demais.

Seguindo o exemplo da loja de roupas femininas, poderiam ser acessórios como relógios e bolsas. Também um departamento de marketing próprio talvez não seja essencial.

5.   Monte uma torre de atividades 

Com todas as informações em mãos você monta uma torre de atividades. Para isso você coloca o que é essencial começando de baixo para cima. 

Desta forma, tudo que fica localizado próximo da base é considerado fundamental e o que está em cima supérfluo.

6.   As decisões devem ser específicas e apoiadas em dados

Este é um passo crucial do OBZ, pois sem as informações corretas as medidas caíram no achismo, o que não faz parte da metodologia.

Também cortes gerais como reduzir 7% das despesas com transporte não condizem com a ferramenta. Para ela funcionar, deve haver a maior exatidão possível.

Exemplo: reduzir de 4 para 3 o número de veículos de transporte.

Por isso, fazer o Orçamento Base Zero todos os anos, não é o ideal para pequenas e médias empresas, pois causa muito desgaste nos colaboradores e custos para o negócio e sim quando o negócio está com problemas.

Bom trabalho e grande abraço.

Prof. Adm. Rafael José Pôncio


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.