sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O uso da matriz 5 Forças de Porter no Varejo Brasileiro



Detalhes da análise das cinco forças

Vejamos, de uma forma mais detalhada os principais aspectos a considerar neste tipo de análise. O primeiro é a rivalidade que existe porque um ou mais concorrentes se sentem pressionados e veem oportunidades, para melhorar a sua posição. Desta forma, eles procuram sair dessa situação. Um conjunto de ações estratégicas pode deixar a empresa em vantagens ou desvantagens, pois a concorrência pode reagir a suas atitudes estratégicas. Algumas formas da concorrência atuar são as guerras de preços, que podem deixar o setor em piores condições.

A segunda é a guerra publicitária que, ao contrário da guerra de preços, pode expandir a procura e elevar o nível de diferenciação dos produtos, beneficiando todos os envolvidos no processo. Quando existe um número elevado de concorrentes com equilíbrio nas forças, cada um deles acredita que pode realizar determinadas jogadas sem serem notados.

Da mesma forma, quando o número de empresas é reduzido, se existir equilíbrio de forças, estas podem coexistir. Porém, quando alguma é dominante esta pode impor a sua disciplina ou desempenhar um papel coordenador na indústria.

Um terceiro aspecto é o crescimento lento do setor. Uma taxa de crescimento reduzida faz com que a concorrência deflagre uma batalha pela conquista de participação de mercado. No que diz respeito aos elevados custos fixos ou de armazenagem quando existem, coloca-se pressão nas empresas para utilizarem a sua capacidade ao máximo, o que conduz, muitas vezes, a reduções de preços quando existe capacidade em excesso.

As empresas são tentadas a baixar os preços com o propósito de assegurar vendas pela inexistência de um diferencial competitivo entre os produtos oferecidos em uma indústria, sem falar que a escolha por parte do cliente é feita com base no preço e serviço. Gestor(a), na atualidade os produtos e serviços necessitam ter uma diferenciação, pois isso evitará uma guerra comercial, considerando que compradores têm preferências e são leais a determinados produtores. Veja que a variedade de concorrentes que atuam no mesmo seguimento diferencia-se nas estratégias, origens, personalidades, nos objetivos e modos distintos de concorrer.

Os concorrentes dificilmente interpretam as intenções dos outros concorrentes não chegando a acordo quanto a definições das regras de jogo na indústria. No que diz respeito à importância estratégica do negócio, há rivalidade entre os concorrentes, se esses players atuantes consideram sua atividade de extrema importância no segmento em que atuam.

Nestas condições, os objetivos podem ser, não só diferentes, mas também desestabilizadores, com um caráter expansionista disposto a sacrificar a sua rentabilidade. A entrada de novos concorrentes em um setor estimula o aumento da capacidade, o desejo de ganhar mercado e ampliação de recursos.

Economias de escala

As ameaças externas em determinado segmento dependerão de suas barreiras, por exemplo, se as barreiras forem elevadas e a reação acontecer de forma vigorosa a ameaça será reduzida e caso contrário, será elevada. Dentro dos conceitos de barreiras temos alguns que se destacam. O primeiro deles é a Economia de Escala – que traduz a redução dos custos unitários de um produto com o aumento do volume produzido em um determinado período de tempo.

"Nas economias modernas, a escalada pode ser dificultada na medida que o novo concorrente tenha maior capacidade de produção e as antigas não tenham sustentação para isso".

Diferenciação

Outro ponto determinante nas barreiras é a diferenciação de produto, a que significa que as empresas possuem uma imagem e uma lealdade por parte dos clientes, resultado de bons trabalhos de marketing realizados no passado. A diferença existente cria uma barreira aos recém-chegados, pois os mesmos investem em quantias elevadas para vencer a lealdade dos consumidores às suas marcas preferidas, o esforço envolve investimentos importantes em duas fases do ciclo de vida do produto: na fase de introdução de um produto/serviço e dura por um prolongado período, pois essa grande necessidade de investimento cria barreiras de entrada, particularmente se for necessário capital para financiar publicidade inicial ou investigação para desenvolvimento.

"O custo pode ser reflexo da falta de planejamento estratégico e análises mercadológicas adequadas e coerentes. Mas existem os custos relacionados às barreiras de entrada, mais uma força nos cenários competitivos de uma empresa que se amplia".

Canais de distribuição

Temos ainda nas barreiras de entrada os canais de distribuição uma empresa recém-chegada tem de assegurar a distribuição dos seus serviços. No caso dos canais de distribuição quando a concorrência já está instalada a empresa entrante deverá tentar convencer aqueles a aceitar o seu produto por meio de maiores descontos e publicidade conjunta, que acabam por reduzir as margens possíveis.

Desvantagens econômicas
Ainda temos como barreiras as desvantagens econômicas independente da dimensão da empresa e sua curva de experiência. Isso pode ser percebido em setores cuja experiência no seguimento pode diminuir o custo de uma produção.

No que diz respeito às reações de uma empresa existente a uma ameaça entrante, tais condições permitem prever forte retaliação e mesmo o impedimento de entrada, as empresas já instaladas possuem recursos substanciais para reações, pois as empresas existentes estão fortemente comprometidas com a indústria, tendo elevados ativos fixos nela envolvidos.

Outro aspecto muito importante dentro das forças além dos custos é o poder de negociação dos clientes, que por sinal também interfere na formação de valores e custos de um produto e serviço. Os consumidores estão mais exigentes e isso faz com que as empresas concorrentes melhorem o nível de qualidade de seus produtos, porém isso já não está sendo o suficiente para os consumidores. Os mesmos estão à procura de algo mais, um diferencial que atenda suas verdadeiras necessidades e desejos.

Dentro desse novo perfil de consumidores, um aspecto relevante relatado foram os valores dos produtos/serviços, os mesmos podem e já provocam a diminuição dos preços, fazendo com que os concorrentes se joguem uns contra os outros, à custa da rentabilidade da indústria/setor. Esse grupo de clientes pode ser poderoso se for concentrado ou comprar significativa quantidade do produto. Já para o caso da indústria essa quantidade representa uma porcentagem significativa de suas compras, por exemplo, uma fábrica de refrigeradores que vende para um grande atacadista.

Barreiras de negociações
Na visão moderna do marketing o consumidor é a base para o desenvolvimento de um negócio, sendo assim essa força necessita de muita atenção, porém as demais também possuem grande peso no que diz respeito a cenários competitivos. Outro ponto considerado como força competitiva são as negociações entre empresa e fornecedores. Um ponto importante a ressaltar deste princípio é que empresas não podem ser reféns de seus fornecedores, ou seja, o ideal é que a mesma possua em sua rede de relacionamentos repleta de fornecedores com o mesmo nível de qualidade em seus insumos, produtos e serviços. Porém, em alguns segmentos mercadológicos existem poucos fornecedores e isso interfere diretamente na gestão do mesmo. Desta forma, os fornecedores podem exercer o seu poder sobre um setor ameaçando elevar os preços ou reduzir a qualidade dos seus produtos ou serviços.

O governo intervencionista também influencia diretamente os negócios em alguns setores de modo direto e/ou indireto. Em algumas situações o governo é o próprio cliente ou fornecedor e, muitas vezes, o seu papel é determinado mais por razões políticas do que por razões econômicas. Vale ressaltar que algumas leis colocam limites ao comportamento das empresas para que as mesmas possam seguir um padrão de conduta. Desta forma, uma verdadeira análise só está completa com a inclusão do diagnóstico da política atual e futura dos governos de uma nação ou de um bloco econômico.

Diante desses aspectos, são indispensáveis na formulação do planejamento estratégico algumas análises que determinam quais os fornecedores e até que ponto a empresa pode ser prejudicada por um grupo dominante, ou seja, quem, como, quando e até que ponto a organização terá interferência dos mesmos e como suas estratégicas poderão ser efetivamente eficientes e eficazes.

Análise da concorrência

Ainda no assunto de forças competitivas, resgatando um pouco o item concorrência, temos um aspecto interessante a ser abordado. Produtos e serviços substitutos, pois as ameaças de produtos ou bens substitutos - são aqueles que não são os mesmos produtos que o seu, mas atendem à mesma necessidade. É prudente avaliar este tipo de produto. Geralmente, surgem em mercados situados nos extremos e após certo tempo este se estabiliza em toda a região. Desta forma, o aparecimento de produtos substitutos em um setor por meio de empresas de outros setores podem limitar a rentabilidade potencial de um setor colocando um teto nos preços que as empresas possam praticar.

Sendo assim, competir em um mercado altamente congestionado onde os “players” simplesmente roubam clientes uns dos outros acabando com a rentabilidade, estimula empresas a buscarem mercados em que a competição seja irrelevante. Pois uma grande rivalidade entre os competidores afeta todo um segmento, dependendo da quantidade o segmento pode desaparecer.

No que diz respeito a esses ambientes altamente competitivos, os produtos são muito parecidos forçando a decisão pela compra tendo como base o preço. Desta forma, a única forma de se deslocar da concorrência é buscar a consolidação, reconhecimento e posicionamento da marca que pode fazer a diferença no ato da compra, pelo diferencial competitivo. A diferenciação possui três naturezas: Portfólio de produtos e serviços; Excelência operacional; e,  Canais de Distribuição.

Concorrência direta e indireta

Porém, apenas esses itens não garantem um diferencial competitivo, isso demanda um trabalho de médio a longo prazo que, por sinal, deve estar inserido no planejamento estratégico. Estratégias de marketing podem ser uma saída às empresas que buscam diferenciar-se dos demais. Outro aspecto importante na sobrevivência em um mercado competitivo é diferenciar os tipos de concorrência, como direta ou indireta.

Podemos definir concorrência direta quando uma empresa que possui as mesmas características de outra, como mercado, tamanho, consumidores, produto ou serviço etc., ou seja, em graus de proximidade. Já a concorrência indireta, está mais distante desse âmbito de comparação em graus de proximidade. Gostaria de ressaltar que esse grau de proximidade não significa aproximação física e sim características de negócio. Um exemplo é a Coca Cola que tem como concorrente direto o refrigerante Pepsi Cola, os indiretos são marcas menores e regionais. Porém, nem sempre podemos definir a concorrência nesses parâmetros de direta ou indireta, ela pode ser averiguada também pelo seu segmento de mercado etc.

A concorrência é dividida em: -Concorrência de Marcas: uma empresa vê suas concorrentes como outras empresas que oferecem produtos e serviços semelhantes aos mesmos clientes por preços similares, como exemplo pode-se citar uma empresa que produz carros para a população em geral, mas esta empresa não pode concorrer com empresas de carros de luxo; -Concorrência setorial: uma empresa vê todas as empresas que fabricam o mesmo tipo de produto ou classe de produto como suas concorrentes, um exemplo é uma empresa de automóveis que não distingue o nível de qualificação dos produtos concorrentes; -Concorrência de forma: uma empresa vê todas as empresas fabricantes de produtos que oferecem o mesmo serviço como suas concorrentes, como exemplo a empresa de automóveis passa a considerar concorrentes os fabricantes de motocicletas, bicicletas e caminhões; -Concorrência genérica: uma empresa vê como suas concorrentes todas as empresas que competem pelo dinheiro dos mesmos consumidores, assim a empresa de cigarros enxerga a concorrência como empresas que possam vender viagens ao exterior e residências .(KOTLER; PHILIP, 1998, p.209)

A identificação dos concorrentes nos permite uma previsão ou prevenção de ações, desta forma podemos neutralizar movimentações e ganhar vantagens nesses cenários competitivos. Uma das formas de observar a concorrência é sua participação de mercado, isso é fundamental para percebermos nossa posição, bem como a da concorrência e assim atacar seu ponto mais vulnerável. Essa análise de mercado nos aponta o tamanho de sua concorrência e como ela se posiciona, caso ela tenha monopólio ou oligopólio não é muito prudente enfrentá-los.

Nesse contexto de concorrência temos o monopólio ou oligopólio a melhor oportunidade está nos nichos de mercado. Os segmentos específicos, muitas vezes criados pelas grandes empresas dominam o mercado. Procure nesse contexto, identificar e mapear a evolução de seus produtos e serviços, isso dá uma indicação de seu posicionamento.

As empresas procuram inserir-se onde há oportunidade de mercado, se uma empresa apresenta novos produtos e serviços para seu portfólio de negócios isso indica que a mesma gostaria de manter os mercados em que está inserida ou então ganhar novos mercados. Outro aspecto são as observações das suas ações de marketing e comunicação que indica a afinidade com o cliente-alvo. Normalmente, uma organização escolhe meios de comunicação que possuam afinidade com seus públicos.

Concorrência 4P’s

Outro ponto a ser averiguado é o canal de venda ou distribuição. Importante ressaltar que estamos tendo como base os 4 P’s (produto, preço, praça e promoção). Desta forma, definiremos alguns critérios de avaliação e percepção da concorrência. Lembrando que você também pode criar seu próprio sistema de monitoramento e controle da concorrência, mas não esqueça que a base da observação deverá lhe informar pontos cruciais para deter as ações da concorrência.

Os canais de vendas representam as várias formas pelas quais produtos serão escoados. Muitas vezes, o mesmo produto recebe formas de escoamento distintas conforme o canal de venda, que pode variar entre commodity, sendo vendido pelo televendas ou web e até canais que se utilizam do produto para oferecer serviços, como: vendas para contas estratégicas, vendas via televendas, vendas via web, vendas via canais de varejo, vendas regionais, vendas com valor agregado. Sendo assim, ao observar as distribuições ou praças de ação da concorrência é possível observar quais os mercados em que a mesma atua e até onde ela está alcançando consumidores. Isso pode demonstrar ao estrategista alguns caminhos a serem seguidos, e determinar a melhor maneira de entregar o produto ou serviço.

No que diz respeito ao preço, às vezes em um mercado onde o capital de giro é alto, a condição de pagamento é determinante na compra. E o valor de um produto pode determinar tipos de consumidores, margem de lucro, distribuição etc. Continuemos com o raciocínio de um mercado de capital alto: mesmo quando se trata de uma mercadoria com juros, às vezes vale a pena comprar em 10 vezes para não sobrecarregar o capital de giro. A entrada do varejo (ex: americanas.com), como canal de vendas de produtos de informática financiados em 10x sem juros, está concorrendo com o modelo de distribuição tradicional. Ao invés de pagar à vista, o preço total de um monitor, por exemplo, revendas compram a prazo nas lojas de varejo maximizando o uso de seu caixa.

Sendo assim, podemos concluir que concorrentes são forças competitivas que possuem uma infinidade de variáveis que interferem diretamente no mercado em que atuam. Porém, essa competitividade gera influências positivas e faz com que Gestores procurem desenvolver sua empresa com vantagens que não possam ser alcançadas ou derrubadas por outros players. Um planejamento estratégico de negócio bem elaborado, estruturado, organizado, eficiente, eficaz, flexível etc., pode levar a empresa ao sucesso diante de tantos fatores concorrenciais.

Grande abraço e tenha um ótimo trabalho!

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em:
02 de dezembro de 2016
Especial:
artigos no portal Administradores.com
Link:
 https://administradores.com.br/artigos/o-uso-da-matriz-5-forcas-de-porter-no-varejo-brasileiro

Fontes de estudos: PHD Philip Kotler e matriz do PHD Michael Eugene Porter.



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sábado, 10 de novembro de 2018

Empreendedor, conhecer-se para tomar decisões




No mundo como o que vivemos hoje, em que as situações de incerteza, de mudança contínua e de complexidade são cada vez mais presentes, é melhor ter uma mentalidade cada vez mais empreendedora, seja para as empresas, seja para os indivíduos?

E nesse contexto, Será que existe jeito empreendedor de tomar decisões? Será que os empreendedores tomam decisões de forma diferenciada quando comparados com outras pessoas, principalmente nos ambientes de negócios, nos ambientes de empresas e nos ambientes de criação de novos empreendimentos?

Podemos definir a prática de tomar uma decisão como conjunto de escolhas que vão definir determinado caminho, determinado resultado, uma determinada trajetória para uma ação que vai ser realizada. Junto com a decisão, tem que haver primeiro processo de julgamento que, na verdade, é como o empreendedor avalia, faz estimativa e infere quais são os eventos e consequências que vão acontecer se ele escolher uma determinada ação e não outra.

O empreendedor tem que julgar e avaliar quais serão esses eventos e que tipos de reação as pessoas que estão tomando as decisões terão em relação a esses eventos. Ou seja, o empreendedor tem que julgar e avaliar quais serão esses eventos e que tipos de reação as pessoas terão em relação a esses eventos.

E, é claro, no processo para a tomada de decisão tem a ver com as preferências, como a pessoa que está decidindo tem o comportamento específico, uma determinada intenção de escolher uma alternativa de ação e não outra.

Os empreendedores tomam decisões criando algumas regras, mecanismos e técnicas bem pessoais de pensamento e de comportamento para facilitar e acelerar o processo de tomada de decisão.

Os empreendedores acabam criando métodos próprios com suas próprias experiências e, principalmente, aprendem com seus próprios erros. Em geral, estes mecanismos e técnicas acabam fugindo dos modelos de decisão mais racionais, que são aqueles modelos onde você toma decisões mais estruturadas, mais sistemáticas, justamente porque você tem mais informações e tem informações mais seguras, mais precisas e mais organizadas.

As decisões mais racionais são tomadas porque você tem nível de segurança e de confiança nas informações que você está utilizando para tomar a decisão. Principalmente, porque as informações puderam ser bem estruturadas e bem organizadas.

E porque não existem incertezas e dúvidas significativas em relação a elas. Nem sempre as melhores informações estão disponíveis. Mesmo porque obter boas informações pode custar muito dinheiro em determinadas fases do processo de empreendedor. O problema é que esses mecanismos e técnicas também estão associados a algumas distorções no formato de pensar e de agir dos empreendedores.

Uma característica importante dessas distorções é que elas são uma maneira de pensar e agir que envolvem conclusões baseadas em evidências ou suposições quase sempre equivocadas. Por exemplo, uma distorção muito simples e muito presente é o excesso de otimismo. O excesso de otimismo é a tendência que o empreendedor tem de esperar resultados positivos, mesmo quando tais expectativas não são racionalmente justificadas.

O excesso de confiança refere-se ao comportamento de superestimar a probabilidade que o empreendedor tem de estar certo em relação à determinada decisão. As consequências do excesso de confiança podem ser negativas. Por exemplo, os empreendedores superconfiantes tendem a entrar em determinados segmentos de mercado ao usar informação equivocada para decidir sobre aquele mercado. Estes excessos são uma das razões que explicam o fato de que pessoas empreendedoras gostam de correr mais riscos ou, como se costuma falar às vezes, que os empreendedores gostam de tomar riscos.

Quando se tem excesso de confiança na hora de tomar uma decisão, os empreendedores podem ficar mais propensos a correr riscos que a maioria das pessoas. É muito comum que o uso dessas regras, mecanismos e técnicas tragam soluções bastante aceitáveis para problemas que os empreendedores enfrentam no processo de decisão, o que torna essas decisões bastante eficazes e produtivas.

Esses mecanismos são verdadeira estratégias e gatilhos que são usados pelo empreendedor para tentar simplificar situações e problemas muito difíceis de serem decididos. Justamente porque envolvem condições muito complexas e cheias de incerteza. E sabe-se que os empreendedores tomam mais decisões com base nessas técnicas, procedimentos e comportamentos do que, por exemplo, os gerentes e determinados cargos técnicos nas organizações.

Essas técnicas e regras são chamadas de heurísticas, e as distorções são chamadas de vieses psicológicos ou vieses cognitivos. Mas o que é interessante é que os estudos na área de empreendedorismo apontam que os empreendedores têm mais vantagens do que desvantagens em relação à maioria das pessoas ao usarem tais técnicas e estarem sujeitos a elas.

São justamente esses procedimentos, técnicas e, até mesmo, essas distorções que os ajudam a serem pessoas que têm uma capacidade maior do que a maioria das pessoas na hora de por em prática ideias e transformá-las em oportunidades e novos empreendimentos.

Por exemplo, quando os empreendedores buscam informações formais ou informais, mais ou menos estruturadas, para testar hipóteses sobre o potencial de uma nova ideia, eles estão usando heurísticas para encontrar a melhor resposta e ajudá-los a decidir se devem prosseguir ou não com aquela ideia. Ou, então, essas diferenças favoráveis aos empreendedores surgem quando, por exemplo, uma alta confiança pode desencadear emoções positivas ou atuar como importante resultado para ação do empreendedor, o que promove mais flexibilidade e mais capacidade de recuperação ao enfrentar certos obstáculos.

Assim, essas diferenças podem aumentar a capacidade do empreendedor de criar novos negócios, mesmo quando o negócio atual se mostra inviável. Mas poderia ser perguntado: Essas diferenças favoráveis ao empreendedor pelo modo como ele toma decisões permanecem, de fato, mesmo quando se tem muitas incertezas sobre às decisões?

A busca incessante pelo aprendizado no cotidiano ainda é o melhor caminho para direcionamento das melhores decisões, cabendo ao empreendedor dotar-se das melhores práticas e refletir de tempo em tempo sobre se o conhecer-se a si mesmo está bem nivelado e congruente.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor:  Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em:  28 de junho de 2017
Especial:  Artigos no portal Administradores.com
Link fonte:
https://administradores.com.br/artigos/empreendedor-conhecer-se-a-si-mesmo-para-tomar-decisoes

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domingo, 14 de outubro de 2018

A tríade para aumentar a QUALIDADE, diminuir o TEMPO, e reduzir CUSTO


Essa tríade representa uma condição necessária para qualquer tipo de negócio sobreviver e prosperar nos dias atuais diante tanta inovação e novos modelos de empreendimentos como a fenomenal gestão da economia compartilhada, a exemplo da Uber e outros cases da "disrupção" digital.

O objetivo do empreendedor ao fazer uso desta matriz é sempre equalizar os três conceitos mantendo-os equilibrados para oferecer um ótimo serviço ou produto, vejamos:

Reduzir o Custo nem sempre gerará aumento de vendas devido o risco da perda de qualidade, mas, se você no mínimo mantiver o mesmo custo e/ou reduzir o custo, e ainda manter ou elevar a Qualidade obviamente ampliará no aumento das receitas e lucratividade, porém, desde que mantenha-se o mesmo Tempo como exemplo os prazos das entregas, e em caso da redução do tempo para fabricação ou prestação do serviço, então logicamente haverá mais valia no produto ou serviço por surpreender o cliente e ser mais ágil que a concorrência, é muito simples - compare!

Antes de aumentar o preço é necessário gerar valor.

O foco é encontrar maneiras de fazer as coisas Melhor, mais Rápido e mais Barato:

» Aumentar a QUALIDADE;
» Diminuir o TEMPO;
» Reduzir o CUSTO. 

A maestria empreendedorial aqui é sempre manter o equilíbrio da tríade proposta.

Experimente e faça o teste dimensionando o seu negócio.

Bom trabalho e grande abraço.

Adm. Rafael José Pôncio




Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O Empreendedor Competente


As competências empreendedoras são as características pessoais, as habilidades, os conhecimentos e as motivações que vão fazer o empreendedor ter desempenho superior, diferenciado. São competências que vão habilitar o empreendedor a enfrentar sua jornada empreendedora com conhecimento e práticas adequadas. Alguns estudos apontam que as competências empreendedoras seriam basicamente conjunto amplo de competências necessárias para iniciar novo negócio e fazer com que o novo empreendimento cresça e crie algum impacto econômico e social. 

A lista de competências apontadas por esses estudos teria a seguinte composição: competências para geração de ideias, competências de reconhecimento e aproveitamento das oportunidades e capacidade de formular estratégias para aproveitar as oportunidades, habilidades de gestão incluindo a capacidade de desenvolver sistemas de gestão e de organização, habilidades de coordenação e direção, competências conceituais e analíticas, habilidades de gestão de clientes, habilidades de delegação e motivação, competências de contratação, habilidades de tomada de decisão, habilidades de liderança, comportamentos e práticas voltadas à criação de senso de compromisso. É claro que esse conjunto não esgota todas as competências possíveis de serem listadas, mas já dá uma ideia clara da diversidade e da complexidade das competências empreendedoras. 

Essa lista de competências empreendedoras é formada por uma combinação de componentes. Primeiro temos os componentes que estão intensamente relacionados às características pessoais do empreendedor como traços pessoais, personalidade e atitudes. Segundo temos conjunto de competências que estão relacionadas ao processo empreendedor, ao empreendedorismo que vai da ideia ao crescimento do negócio. O que é mais importante é considerar que tanto as competências mais comportamentais quanto as mais ligadas à condução e gestão do processo empreendedor tenham alto potencial de serem trabalhadas e de alguma forma aprendidas pelo empreendedor. 

Assim, na concepção básica não há espaço para a visão de que os empreendedores já nascem empreendedores. Todo o indivíduo tem condições de, de alguma forma, aprender a ser empreendedor competente. A situação ideal é atingirmos ponto em que as ações, os comportamentos e os resultados das competências empreendedoras possam ser mensurados e demonstrados. Essa situação levaria à definição de competências com determinadas metas e padrões a serem atingidos e avaliados e com isso ser possível por exemplo criar uma certeza comprovada em determinadas competências empreendedoras, isso baseado em resultados qualitativos. 

Portanto, é possível pensar que determinadas competências pessoais podem ser adquiridas ou mesmo alteradas mas não há fórmulas prontas para isso e os limites e potencialidades deste aprendizado serão sempre definidos de maneira individualizada, caso a caso, empreendedor por empreendedor. É claro que este aprendizado pode não ser absolutamente perfeito em todos os quesitos e competências e certamente vai variar de acordo com as características individuais e disposições de cada empreendedor. Aliás isso acontece em qualquer profissão, em qualquer área do conhecimento e não é característica exclusiva do empreendedorismo. Todas as profissões e áreas do conhecimento tem suas competências específicas e nessas outras áreas também há diferenças de aprendizado e de desempenho entre os indivíduos. 

Nesse mesmo sentido, outro ponto que é fundamental mas que também é específico de cada diz respeito aos contextos em que as competências são formadas e executadas. Além de características pessoais e das situações que vão exigir determinados comportamentos de cada empreendedor, as competências sempre serão definidas de acordo com contexto social e econômico mais amplo. 

No caso do empreendedorismo o contexto é principalmente o ecossistema de empreendedorismo. Os ecossistemas são tratados mais especificamente nas competências de interação. 

Em resumo, fica evidente que a nossa concepção de competências empreendedoras tem as seguintes características: Primeiro, é dinâmica. Ou seja, as competências empreendedoras tem que ser flexíveis o bastante para acompanhar o ciclo de vida de empreendimento, desde a ideia inicial até ao crescimento do empreendimento. Segundo, combinam uma série de tipos de competências que podiam ser finalmente agrupadas em: competências técnicas, competências pessoais, competências gerenciais e competências contextuais de interação com o ecossistema.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor:  Adm. Rafael José Pôncio
Publicado em:  11 de junho de 2017
Especial:  Artigos no portal Administradores.com
Link fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-empreendedor-competente


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Por que ser um profissional de excelência é a base de qualquer negócio no empreendedorismo?


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