segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Os 5 estágios no Processo de Compra


O consumo é um comportamento e pode ser identificado, classificado e interpretado pelas diversas áreas do conhecimento. Na visão do gestor de marketing, o cliente passa por um processo antes de efetuar sua decisão de compra que envolve estágios. Existem diversos modelos interpretativos, mas adotado aqui estrutura de cinco estágios: reconhecimento da necessidade; busca de informações; avaliação das alternativas; decisão de compra; avaliação pós-compra.

Busca de informação

Após o sentimento de desconforto e o reconhecimento da necessidade, o cliente inicia o estágio de busca de informações, para sanar o problema gerado e poder retomar o seu equilíbrio interno. Essa busca pode ser ativada a partir da memória, com lembranças de experiências com determinadas marcas de produtos e serviços utilizados.

Quando essa busca interna de informações é esgotada, ou seja, o indivíduo não consegue identificar alternativas para tomar sua decisão, a busca é motivada para o campo externo. As fontes acessadas podem ser pessoais, como familiares, amigos ou profissionais especializados já de confiança do consumidor.

Outra fonte de busca externa de informação é a de origem pública, é mais institucional do campo de marketing, como as associações, ou os veículos de informação especializados na área empreendida do consumo. Podemos citar, também, como fonte a de profissionais de marketing, em que seja possível interação, troca de informação, investigação sobre benefícios em relação à concorrência e à experimentação (degustação de alimentos e bebidas; teste de aparelhos eletrônicos e veículos automotivos; sessões de beleza para demonstração de produtos de beleza e diversos segmentos).

Avaliação de alternativas

O terceiro estágio é a avaliação das alternativas que foram agregadas no processo de busca de informação. Os critérios de avaliação dependem diretamente dos critérios de seleção individual, por exemplo, para aquisição de determinado produto, o cliente avalia mais a qualidade ou o preço? Qual o nível de confiabilidade da marca atrelada a sua memória e/ou as suas fontes de informação? É nesse processo que os consumidores avaliam o produto ou o serviço com base nos seus critérios de relevância para suprir as suas necessidades.

Decisão de compra

Após examinar as opções possíveis, o consumidor decide se vai efetivar a compra ou não. No caso da primeira possibilidade, o indivíduo decidiu que vai comprar, mas ainda serão estabelecidas mais três escolhas: de quem vai comprar; quando vai comprar; como vai pagar. Quanto a ‘de quem’, os atributos do produto estão avaliados simultaneamente às características da empresa. A decisão ‘de quando’ está sujeita a circunstâncias financeiras, o prazer de experiência da compra ou até a capacidade de persuasão do vendedor na loja. O ‘como vai pagar’ depende da disponibilidade de oferta de formas de pagamento da empresa. As possibilidades de pagamento e a oferta de crédito influenciam na possibilidade de decisão ou não de compra.

Avaliação do Pós-compra

Depois de comprar o produto, o consumidor avalia, formal ou informalmente, se o produto ou serviço atendeu as suas expectativas.

A importância de manter um elo junto ao consumidor irá depender do produto ou serviço e da estratégia de cada organização, mas, é uma condição primária o pós-venda atrelado ao grau de responsabilidade e exposição do feedback para atingir os padrões de qualidade, excelência e a perpetuidade dos produtos/serviços.

Bom trabalho e grande abraço.

Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

Pontualidade e liderança: por que o bom líder deve ser pontual



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O que é ser um empreendedor: conceitos, definições e desafios



O que é ser um empreendedor

A resposta para a pergunta “o que é ser um empreendedor?”, parece muito simples já que na concepção geral empreendedor é quem começa uma empresa.

De fato, muitos empreendedores criam organizações, mas o ato de empreender significa realizar algo, executar, o que não se limita ao mundo dos negócios.

Continue a leitura e descubra o que é ser um empreendedor no Brasil e no mundo.

 As origens do empreendedorismo

Embora o empreendedorismo faça parte da humanidade desde o seu princípio. Afinal as habilidades como liderança, planejamento e coragem foram essenciais para a nossa evolução.

 O conceito do que é ser um empreendedor é mais recente.

Para compreender estas transformações, vamos fazer um passeio pela história.

Uma figura histórica citada como um dos primeiros grandes empreendedores, é do século XV, o viajante italiano Marco Polo que empreendeu ao estabelecer uma rota comercial entre a Europa e o Oriente.

A ideia de Marco Polo era vender mercadorias de outras pessoas durante as suas viagens, em troca de uma comissão.

Ele foi reconhecido como um empreendedor por identificar uma oportunidade, ter iniciativa e assumir os riscos.

Mas a palavra empreendedor só surgiu em XVI na França.

A princípio associada a militares que comandavam operações e depois evolui para “aquele que assume riscos e inicia algo novo”. 

Nesta época os empreendedores estabeleciam acordos com o governo ou bancos para financiar os seus projetos, repartindo os lucros.

Um dos responsáveis por propagar este conceito foi Richard Cantillon, um escritor e economista que diferenciou o empreendedor (pessoa que assume os riscos) do capitalista (quem fornecia os recursos).

Com a Revolução Industrial (XVIII) esta diferenciação se tornou mais evidente, com Thomas Edison, que recorria a investidores para financiar as suas criações.

Já no início do século XX a ideia do que é o empreendedor foi analisada apenas pela visão econômica. Sendo que para o economista e filósofo Adam Smith o empreendedor era apenas aquele que deseja obter lucros com sua produção.

Porém, ao final deste século o economista austríaco Joseph Schumpeter deu um novo significado a esta palavra. Segundo ele:

“o empreendedor é o responsável pelo processo de destruição criativa, sendo o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros”.

Ou seja, uma das principais características do empreendedor é a sua capacidade de inovação e aproveitar as oportunidades, “destruindo” o que é velho e abrindo espaço para o novo.

E assim chegamos aos grandes empreendedores do século XXI, pessoas como Mark Zuckerberg e Jeff Bezos que encontraram na tecnologia uma forma de desenvolver seus negócios.

Mas nem todo o empreendedor precisa ser assim, a inovação é apenas uma das características do empreendedorismo, que explicarei mais para frente.

Definições sobre o que é ser um empreendedor

Conheça os atributos que determinam um empreendedor, os perfis e a diferença entre empreendedores e empresários.

Qualidades dos empreendedores

Um empreendedor de sucesso é marcado por características e habilidades que o destacam dos demais, conheça 15 delas:

  1. Aceita feedbacks: entende as avaliações como uma forma de melhorar.

  2. Assume riscos: não tem medo de ousar, mas de forma consciente.

  3. É autoconfiante: reconhece o seu grande potencial.

  4. É dedicado: se esforça ao máximo para atingir os resultados.

  5. É otimista: acredita no sucesso do seu sonho.

  6. É resiliente: tem perseverança e aprende com os próprios erros.

  7. Inova: busca soluções criativas para os problemas da sociedade.

  8. Pautado pela ética: sabe que o respeito é fundamental.

  9. Possui autonomia: embora precise de outras pessoas, o empreendedor tem a capacidade de tomar decisões e ações de forma individual.

  10. Possui inteligência emocional: sabe lidar com os sentimentos e emoções próprios e de outras pessoas.

  11. Pratica network: sabe da importância de construir uma rede de contatos.

  12. Raciocina com visão: consegue projetar cenários futuros, percebendo as possibilidades.

  13. Sabe liderar: um empreendedor é capaz de motivar e coordenar os demais.

  14. Tem iniciativa: transforma pensamentos em ações.

  15. Tem pensamento estratégico: desenvolve planos de ação para atingir os objetivos.

 Tipos de empreendedores

Não só as qualidades que definem o que é ser um empreendedor, por isso apresentamos os perfis já identificados:

Empreendedor nato

São pessoas que parecem ter nascido com o dom para empreender, elas surgem “do nada” e se tornam grandes referências nos seus campos de atuação. Por exemplo: Sílvio Santos e Walt Disney.

 Empreendedor que aprende

São indivíduos que nunca pensaram em empreender, mas quando surge uma oportunidade vantajosa começam a jornada. Costumam demorar mais tempo nesta decisão e precisam aprender a lidar com a nova realidade.

 Empreendedor serial

É uma pessoa apaixonada pelo ato de empreender, por isso, cria vários negócios. Normalmente estes empreendedores não participam do dia a dia da empresa, mas montam uma equipe para este fim.

Empreendedor social

Tem como objetivo criar um mundo melhor, logo está envolvido em causas humanitárias. Um destaque deste tipo de empreendedor é o seu alto nível de comprometimento.

 Empreendedor por necessidade

Pessoas que vêem o empreendedorismo como a única alternativa para sua subsistência, geralmente começam em negócios informais e com pouca infraestrutura.

Empreendedor herdeiro

São indivíduos ensinados a empreender  desde crianças, principalmente pelo exemplo. São responsáveis por manter os negócios da família prosperando.

Empreendedor corporativo

Aquela pessoa que mesmo não sendo o dono do negócio tem as características de um empreendedor. Geralmente ele ocupa cargos estratégicos e de liderança como gerente ou coordenador.

 Diferença entre empreendedor e empresário

Como o conceito de empreendedor foi se modificando ao longo da história é natural que haja confusão dos termos.

Afinal, muitos empreendedores criam empresas, logo muitas pessoas acreditam que seja uma coisa só.

Mas, enquanto o empreendedor é uma pessoa que sabe identificar oportunidades, criar soluções, tem iniciativa e persistência. O empresário é alguém que gerencia um negócio.

Logo, nem todo empreendedor é empresário e nem todo empresário é empreendedor.

O que é ser um empreendedor no Brasil

Conheça a história do empreendedorismo no Brasil e como é ser um empreendedor nos dias atuais.

Resumo história do empreendedorismo brasileiro

Assim como no restante do planeta, o empreendedorismo no Brasil sempre existiu, porém, só ganhou a partir da década de 90 com a abertura da economia.

Foi nesta época que surgiram grandes empreendedores como Luiz de Queirós, precursor do agronegócio no país e Atílio Francisco Xavier Fontana, criador da Sadia, que futuramente se tornaria a BR Foods.

Mas uma pessoa importante para a história do país foi Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, que viveu no século XIX e foi  responsável por muitos empreendimentos para a modernização do Brasil.

Ele fundou a Companhia de Iluminação a Gás do Rio de Janeiro, a Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas e a Companhia Fluminense de Transportes.

E nos dias atuais?

Sem dúvida, o Brasil é um país de empreendedores, conforme uma pesquisa da  Global Entrepreneurship Monitor (GEM) feita em 2020,  ter o próprio negócio é o 2º maior sonho do brasileiro.

Contudo, a burocracia, falta de capacitação e apoio financeiros são empecilhos para os empreendedores brasileiros atingirem o sucesso.

Afinal, segundo IBGE  menos de 40% das empresas criadas no Brasil sobrevivem após 5 anos de atividades. Estes dados são de até 2019, ou seja, longe dos impactos da pandemia do coronavírus.

Mas, mesmo que o cenário não seja tão favorável, existem vantagens para quem deseja começar um negócio no país.

A burocracia, por exemplo, é para todos, então mesmo que você pague muitos impostos e tenha problemas com a contabilidade, os seus concorrentes estão no mesmo barco.

A diversidade também é um ponto positivo, pois aumenta as opções de produtos e serviços em que é possível investir.

Então, se você tem o sonho de empreender, não desista! Planeje-se e capacite-se, porque as oportunidades estão por aí.

Bom trabalho e grande abraço.

Adm. Rafael José Pôncio




Conheça também:

Os traços de um empreendedor versus um gerente



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

sábado, 7 de janeiro de 2017

Os principais processos de Gestão de Pessoas - GP



Conforme as discussões vêm sendo propostas, percebemos que a maneira como as organizações fazem a gestão de pessoas passa por grandes transformações. Estas transformações são motivadas principalmente pela inadequação de modelos tradicionais de gestão de pessoas que não atende mais expectativas das empresas e de seus funcionários.

Os modelos de gestão de pessoas correspondem à maneira pela qual uma empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento de seus colaboradores no trabalho. Esta forma de organização é manifestada por meio de princípios, estratégias, políticas e práticas de gestão, que orientam os estilos de atuação dos gestores em relação aos seus comandados.

Diante deste cenário é necessário compreender como os tradicionais processos de RH podem ter o seu enfoque voltado às competências. Com isso, faz-se importante destacar que:
-É necessário que as formas de condução das pessoas nos ambientes das organizações sejam atualizadas e bem delineadas;
-O principal bem de uma organização é o seu capital intelectual;
-Os gestores de uma empresa precisam estar atentos aos desafios e aos novos parâmetros do mercado e da área de Gestão de Pessoas;
-É necessário integrar o órgão de RH ao plano estratégico da organização. 

A gestão de pessoas é composta por algumas atividades essenciais. São essenciais porque, independentemente do tamanho da empresa, ramo de atividade ou estrutura organizacional, essas atividades são realizadas, mesmo que de maneira informal.

Sendo assim, vamos concentrar os principais processos de gestão de pessoas em: (1) recrutar e selecionar, (2) capacitar, (3) remunerar e (4) avaliar o desempenho. Desta forma será possível identificá-los em todo tipo de organização.

Recrutar e selecionar pessoas

Um dos principais papéis do gestor de pessoas é o de atrair e selecionar os talentos necessários para a organização. Embora sejam dois termos que sempre aparecem juntos (recrutamento e seleção) eles não têm o mesmo significado. Recrutar significa buscar e/ou atrair pessoas para o cargo em aberto. Essa busca pode ocorrer dentro da organização (recrutamento interno), buscando no mercado de trabalho (recrutamento externo), ou utilizando as duas formas (recrutamento misto).

Já a atividade de seleção representa uma segunda etapa em que se estabelece um processo de escolha entre os candidatos à vaga. Nesta etapa podem ser aplicadas provas técnicas, dinâmicas de grupo, entrevistas individuais e coletivas, e outras que se mostrarem necessárias. No caso da aplicação de testes psicológicos, somente profissionais devidamente habilitados podem fazê-lo (psicólogos). Porém, existem modelos por software muito usados nas empresas onde Gestores usam para agregar melhores estatísticas sobre os níveis neurológicos de equipe, como modelos DISC e MBTI, dentre outros nomes que existem no mercado.

Veja que o “recrutar e selecionar” é abordado aqui como um dos papéis do gestor de pessoas, ou seja, o órgão de RH executa estes processos em atividade conjunta com o gestor do departamento que precisa de um novo colaborador.
-Maximiano (2014) destaca que as atividades de recrutar e selecionar pessoas compreende:
-Um estudo dos cenários de mercado de trabalho;
-Planejamento dos recursos humanos (tático e operacional);
-Ambientação e integração dos novos colaboradores na organização.

Quando se utiliza a abordagem de competências nos processos de recrutamento e seleção, o foco deixa de ser o cargo e passa ser a pessoa (candidato). Assim sendo, a avaliação dos candidatos à vaga levará em consideração não somente os aspectos técnicos e/ou conceituais do seu perfil, mas principalmente os seus aspectos comportamentais.

Pode acontecer inclusive, de o candidato mostrar-se muito qualificado para ocupar o cargo, em termos de formação profissional, experiências de trabalho ou outros, mas no momento de sua avaliação comportamental não apresentar as competências que a empresa requer deste novo contratado.

Torna-se importante então destacar, que principalmente na etapa seleção, o entrevistador deve se preparar previamente e ter uma visão muito apurada sobre o candidato, que manifestará as suas competências durante a entrevista baseada em competências.

Em um processo seletivo baseado em competências, a entrevista é realizada de forma a não ficar focada somente em questões que representem o tempo presente do candidato. As questões de uma entrevista baseada em competências são elaboradas de forma a explorar situações profissionais já vivenciadas pelo candidato, para assim, avaliar qual foi o seu comportamento diante dessas situações.

O selecionador pode optar também pela apresentação de situações que representem o cotidiano de trabalho do cargo almejado, e pedir soluções e/ou ações do candidato diante das situações apresentadas. Com isso, o selecionador terá condições de avaliar o candidato, e verificar se nas suas decisões (respostas), emergem as competências desejadas para o ocupante do cargo que está em aberto. Podem ser usados ainda nesta etapa: dinâmicas de grupo, simulações, casos de estudo etc.

São alguns exemplos de perguntas para uma entrevista baseada em competências:
-Que técnicas de vendas você utilizou para lidar com esta situação apresentada?
-Me fale de uma situação de seu emprego anterior, em que você teve um problema com um cliente, e como você lidou com isso.

Apresente uma situação em que um projeto desenvolvido por você foi copiado por outro colega de trabalho que acabou ficando com todos os méritos. Como você reagiu a essa situação?

Destaca-se que cada roteiro de entrevista deve ser elaborado de acordo com as competências que se desejam identificar. As perguntas apresentadas neste material servem somente como orientação para criação de um roteiro.

Percebe-se assim, que a entrevista baseada em competências deve ser muito bem planejada, caso contrário, os objetivos esperados não serão alcançados. E que objetivos são esses? Identificar nos candidatos as competências necessárias para a ocupação do cargo em aberto e contratar aqueles que apresentarem as competências mais adequadas ao cargo e à organização.

Capacitação de pessoas

Realizada a escolha pelo candidato que mostrar as competências mais adequadas a gerar valor para a organização, dando continuidade às suas operações, é necessário preparar este colaborador para o exercício de suas funções.

Um trabalho que também deve ser executado pelo órgão de RH em parceria com o gestor do departamento em que o novo contratado será alocado. Para organizar melhor as tarefas desta fase, o órgão de RH pode iniciar as atividades de capacitação realizando a ambientação deste novo colaborador por meio da atividade de integração/socialização.

Na integração o novo contratado conhece os principais parâmetros da empresa, a sua história, diretrizes, normas, e outras informações que se mostrarem necessárias. Geralmente o órgão de RH ou responsável pela empresa cria “Manuais do Colaborador” com o intuito de direcionar os novos contratados no desempenho de suas funções. Feito isso, é hora de capacitar adequadamente o novo colaborador.

Destaca-se que mesmo este novo membro da organização mostrando domínio e conhecimento técnico sobre a função que irá executar, faz-se necessário capacitá-lo de acordo com os parâmetros e diretrizes do novo ambiente do qual passa a fazer parte. Esta capacitação pode acontecer antes ou durante o exercício de sua função, vai depender do modelo implementado pela organização.

O órgão de RH juntamente com o gestor do setor do novo contratado, pode ainda encaminhá-lo para capacitação fora da empresa. Sendo assim, as capacitações realizadas em instituições específicas e especializadas, como também na sede da empresa, no caso de contratações em filiais.

Outro ponto que merece atenção é que as atividades de capacitação não se limitam a novos colaboradores, mas devem ser uma atividade constante das organizações, em busca de aperfeiçoamento no desempenho de suas atividades. Para isso, torna-se necessária uma atuação dos gestores e órgão de RH no levantamento das necessidades de treinamento que se mostrarem necessárias para as equipes de trabalho, de acordo com as competências específicas de cada setor/departamento.

Vale ressaltar também que os programas de capacitação precisam considerar as competências organizacionais definidas, as competências específicas da área e as competências individuais. Pois dessa forma será possível aproveitar as competências já existentes ou aprimorá-las, como também, desenvolver as competências que se mostrarem necessárias.

Organizações de médio e grande porte, já têm em suas estruturas modelos de Educação Corporativa, planejamentos de sucessão e/ou manutenção de bancos de talentos como estratégia de capacitação (MAXIMIANO, 2014). Mas isso não exclui a atuação de gestores de organizações menores na atualização constante de seus quadros de colaboradores.

Remuneração de pessoas

Este é um dos processos de gestão de pessoas que visa promover um atendimento às necessidades dos colaboradores. É necessário que os gestores estejam atentos à remuneração dos membros de suas equipes, e mantenham o órgão de RH atualizado quanto à satisfação destas pessoas com a remuneração recebida.

As empresas de uma maneira geral precisam avaliar constantemente a composição salarial de seus colaboradores, alinhando-a com as de outras organizações concorrentes. Maximiano (2014) afirma que a remuneração é o processo que cria condições materiais e psicológicas favoráveis ou não ao desempenho das pessoas na organização.

Deste modo, o que observamos é que a remuneração representa não somente o contraponto para o trabalho executado pelos empregados de uma organização, mas atua também como fator estimulador destes empregados na execução de suas tarefas, definindo em muitos casos, a forma como estas tarefas serão realizadas. É neste processo ainda que se enquadram os planos de carreiras e/ou programas de remuneração, que devem estar muito alinhados com a estrutura, possibilidades e perfil organizacional. Fazem parte da remuneração: salário, benefícios concedidos e previstos em lei, seguros de vida, auxílio creche, vale-refeição, e tantos outros elementos que podem representar um diferencial para a organização, para atrair talentos, inclusive.

É importante que as organizações revisem constantemente os seus modelos de remuneração (recompensas), pois na medida em que as pessoas e os processos se modificam, o cenário que abarca estes elementos também perpassa por transformações, precisando ser modificado.

Quando utilizamos uma abordagem baseada em competências, é necessário avaliar em detalhes a forma (comportamento) de cada indivíduo na execução de suas atividades de remuneração. Neste tipo de remuneração, a composição salarial do empregado não está focada no cargo que ele ocupa, mas no conjunto de competências que ele possui, sejam elas técnicas ou comportamentais.

Avaliação de desempenho

Este processo diz respeito a toda uma etapa de acompanhamento do colaborador para avaliar o seu desempenho em relação à sua função. Parece simples, não é mesmo? Mas esta é uma ferramenta que requer muita atenção ao ser operacionalizada.

Para avaliar o desempenho de um colaborador, mais uma vez é necessário um trabalho de parceria entre o órgão de RH e o gerente de linha, ou seja, o gestor direto do indivíduo. O órgão de RH que detém os conhecimentos técnicos, que podem ser aproveitados na elaboração e aplicação da avaliação, conta com as habilidades comportamentais dos gerentes de linha (gestores diretos) para realizar o feedback, orientações e correções que se mostrarem necessárias.

Mais uma vez percebe-se a necessidade de conhecer as competências organizacionais e individuais, pois somente assim será possível realizar comparações e perceber o quanto o indivíduo evoluiu de uma avaliação anterior ou do momento de sua contratação, e assim traçar um plano de ação.

Existe uma gama de modelos/tipos de avaliação de desempenho. O mais importante é que sempre se busque a avaliação que se mostrar mais alinhada às necessidades da organização, pessoa e/ou departamento. Daí a necessidade de contar sempre com profissionais devidamente preparados para realizá-la: os gestores de pessoas e profissionais do órgão de RH. Sempre pautados nas competências organizacionais e dos indivíduos.

No caso de organizações menores em que não exista um órgão de RH em sua estrutura, na dúvida ou insegurança, é sempre melhor terceirizar este serviço. Atualmente, existem empresas de assessoria em gestão de pessoas que podem realizar esta atividade adequadamente.

Processos de RH realizados de maneira tradicional e sob o enfoque de competências

Para auxiliar na compreensão dos processos de Recursos Humanos e suas mudanças quanto ao foco, apresenta-se um quadro resumo com as diferenças entre estes processos de RH realizados de maneira tradicional e sob o enfoque de competências:

PROCESSOS
MODELO TRADICIONAL
BASEADO EM COMPETÊNCIAS
Recrutamento e seleção
Os processos são executados tendo como parâmetro principal o desenho de cargos da organização e a capacidade técnica dos candidatos.
O foco dos processos está na identificação de competências nos candidatos que estejam alinhadas às competências organizacionais e específicas do setor.
Capacitação
O treinamento está voltado à tarefa, ou seja, execução da função pertinente ao cargo.
A capacitação volta-se ao desenvolvimento dos empregados e das suas competências individuais.
Remuneração
Baseada unicamente no cargo, cumprimento da legislação e posição hierárquica.
Tem aspecto estratégico e volta-se ao estudo das competências dos indivíduos, as suas responsabilidades e complexidade do cargo.
Avaliação de desempenho
Focada em resultados alcançados (passado).
Pautada na dimensão de competências, com o foco para o desenvolvimento profissional (presente e futuro).

É importante que sejam notadas essas diferenças principais dos processos de RH, de maneira tradicional e/ou baseado em competências. Esta diferenciação possibilita a criação de um cenário em que a forma de condução e tratamento dos indivíduos nas organizações, possa ser constantemente avaliada.

Bom trabalho e grande abraço.

Autor: Adm. Rafael José Pôncio
Publicando em: 03 de janeiro de 2017
Especial: artigos no portal Administradores.com
Link: https://administradores.com.br/artigos/os-principais-processos-de-gestao-de-pessoas-gp

Fontes de pesquisas dos autores Mestres em Administração: Antonio Cesar Amaru Maximiano (2014), e Tania Fischer (2012).



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.